Uma Nova Vida - Peeta e Katniss escrita por MaryG


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Vim postar mais um capítulo para vocês. Peço desculpas pela demora. Eu tive umas coisas para resolver e não tive muita cabeça para escrever. O próximo capítulo não irá demorar tanto assim, rs.
Agradeço às leitoras Lethy e ArihSinger, que recomendaram a história. Obrigada, meninas!

Esse capítulo é um pouco diferente. Ele vai explicar algumas coisas que aconteceram nesses cinco anos que ficaram ocultos. Espero que vocês gostem.

Boa leitura!



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Acordo no dia seguinte com uma sensação de felicidade que está diretamente ligada a Peeta. É semelhante ao que eu senti após aquela noite de beijos na praia da segunda arena. Naquela época, eu não conseguia compreender bem por que me sentia dessa forma com relação a ele, mas hoje, mais de seis anos depois, tudo está claro em minha mente e em meu coração.

Viro-me para o outro lado da cama e vejo Peeta dormindo de barriga para cima, uma expressão serena em seu rosto. A luz do sol que entra pela janela faz com que seus cabelos pareçam mais louros e destaca seus longos – e normalmente invisíveis – cílios. Sento na cama para observá-lo melhor e levo minha mão esquerda ao seu rosto, acariciando-o de leve. Não sei ao certo quando o observar tornou-se algo tão interessante para mim, mas desconfio que foi enquanto trabalhávamos no livro de plantas da família.

Peeta abre os olhos e sorri ao me ver olhando para ele, minha mão ainda em seu rosto.

– Bom dia, minha esposa – diz ele, e então pega minha mão e a coloca em seus lábios, depositando um beijo na palma.

– Bom dia – digo, sorrindo. Ele sorri de volta e solta minha mão.

– Já avisei ao pessoal que não irei à padaria hoje – diz ele, enquanto se senta na cama e encosta as costas na cabeceira. – Quero passar o dia inteiro com você.

– Parece uma boa ideia.

– Sim, com certeza é.

Ele me puxa para seus braços e me beija. O beijo começa suave, mas logo se transforma em um beijo faminto e ardente. Quando sinto aquela coisa que senti pela primeira vez na caverna e que não deixei de sentir desde então, sei que não sairei dessa cama até saciar meu desejo.

Não demora muito para estarmos fazendo amor novamente; eu sentada no colo de Peeta enquanto ele guia os movimentos dos meus quadris com suas mãos. Depois de atingirmos o nosso máximo, enterro minha cabeça no pescoço dele e o abraço forte. Aos poucos, nossa respiração vai se acalmando.

– Peeta, temos que nos levantar – digo rente ao ouvido dele.

Ele levanta minha cabeça com as duas mãos e segura meu rosto, forçando-me a olhar para ele.

– Por mim, eu passaria o dia inteiro nessa cama com você – diz ele, sorrindo.

Eu coloco minha mão esquerda por cima da direita dele, que está no meu rosto.

– Nós temos uma vida inteira para isso. Agora, temos que levantar, tomar banho, comer e arrumar aquela bagunça que ficou lá embaixo.

– Acha que não pensei nisso? – diz ele, tirando as mãos do meu rosto.

– Como assim?

– Contratei uma faxineira. Aquela moça magrinha da antiga Costura, sabe? – assinto com a cabeça. – Pedi para ela vir hoje à tarde. Eu sabia que ia querer ficar um tempão na cama você – ele diz isso e logo começa a distribuir beijos pelo meu pescoço.

– Quando foi que você se tornou tão insaciável, hein? – pergunto, sentindo os beijos dele descerem para a minha clavícula.

– Desde que passei a ter a mulher que eu amo como minha esposa.

E assim, nós nos amamos mais uma vez.

***

Os dias vão passando rapidamente. Quando dou por mim, Peeta e eu completamos uma semana de casados. Para nosso alívio, aquele povo da Capital que estava por aqui no dia do nosso casamento não veio nos importunar. Eu espero que continue assim, pois eu não quero que nossa relação vire circo.

Não houve nenhuma mudança significativa em nossa relação, mas Peeta parece muito mais feliz estando comigo oficialmente. Eu ainda tenho os meus pesadelos e ele, ainda que muito raramente, ainda tem seus flashbacks, mas estamos aprendendo cada vez mais a lidar com isso. Há muito tempo os flashbacks não representam riscos à minha integridade física, mas eles sempre causam uma grande angústia em Peeta. Ele sempre fica triste e deprimido depois das crises, mas hoje eu sei que, com o tempo, ele esquece e volta a ficar bem.

Depois que nós decidimos ficar juntos, ele se sentiu mais à vontade e começou a me fazer perguntas sobre os bons momentos que passamos juntos que ficaram perdidos ou confusos em sua mente por causa do telessequestro. Não eram muitos, pois ele passou por um intenso tratamento na Capital. Ele, além de tomar medicação, assistiu às gravações dos dois Jogos e pôde tirar dúvidas com muitas pessoas – inclusive eu – através do jogo “real ou não real”, o qual ele continuou no período em que eu estive presa no centro de treinamento. Isso tudo o ajudou a recuperar a maior parte de sua memória, mas havia pequenos detalhes perdidos.

Nossas conversas no trem, nossos abraços que me acalmavam mais do que tudo, nossas tardes trabalhando no livro de plantas, nossa tarde no terraço do centro de treinamento... Não foram detalhes essenciais para ele saber quem é e de onde veio, mas ele fez questão de saber todos. Ele quis saber tudo o que dissesse respeito a nós dois, inclusive, o que ficou oculto na época, como os meus sentimentos com relação a ele. Contei tudo a ele, sem omitir nada, e então ele começou a se lembrar desses momentos por ele mesmo.

Hoje, ele não sente mais tanta necessidade de me perguntar sobre o nosso passado, mas sempre estarei aqui para ajudá-lo, assim como ele sempre está aqui para me ajudar.

Às vezes, os pesadelos são muito difíceis de lidar. Sinto muito medo de perder Peeta, os nossos amigos mais próximos, a vida calma e em paz que nós conquistamos. As manhãs seguintes aos pesadelos mais fortes são sempre desagradáveis. Fica difícil sentir prazer no que quer que seja, pois eu temo que essa coisa me seja tirada.

Peeta veio com a ideia de eu fazer um repasse mental de todas as boas ações que vi pessoas praticando recentemente quando sinto esse medo, para eu ver que nosso mundo não é mais o mesmo. Não é mais a maldade que impera, mas sim a bondade e a esperança. Esse “jogo” me ajuda, de certa forma. Não posso negar que Peeta teve uma boa ideia.

Hoje é um dia como outro qualquer. Peeta vai para a padaria logo cedo e eu vou caçar na floresta. Agora, há um mercado legalizado que aceita as caças, pois por mais que o progresso em Panem tenha proporcionado que o distrito 12 importe carne dos distritos que têm criação de animais de corte, muitos por aqui ainda preferem caça recém abatida.

As pessoas do mercado, por mais que sejam de baixa renda, ficam incomodadas sempre que eu falo que não vou cobrar nada pela caça. Espero que elas, com o tempo, entendam que eu não faço questão de nada, que faço isso para me manter ocupada e para ajudá-las.

Assim que chego em casa, tomo um banho, me visto e preparo um cozido com um esquilo que eu abati. Nem de longe sou boa na cozinha como Peeta, mas depois de anos tentando, até que me tornei uma cozinheira razoável.

Peeta chega da padaria e almoça comigo. Hoje ele trabalha apenas meio expediente, então passará o resto do dia comigo. Às vezes, quando ele chega mais cedo em casa, nós fazemos um jantarzinho especial e chamamos Haymitch, Effie, Annie e Finn. Haymitch e Effie continuam se desentendendo, mas não se largam. Eu sinceramente não sei como eles aguentam. Annie ainda tem crises, mas estão mais espaçadas. Uma vez ela cogitou voltar ao distrito 4, mas eu e Peeta conseguimos convencê-la de que ficar aqui seria melhor para Finn.

O menino é muito apegado a nós, a Peeta principalmente. Annie nos convidou para sermos os padrinhos dele quando ele completou um ano. Para nós, isso foi uma honra. Depois de tudo o que Finnick fez por nós, sentimo-nos com o dever de cuidar dessa criança da melhor forma possível. Sei que Peeta será a referência masculina que ele terá.

Hoje, aos cinco anos, ele entende, ainda que de forma limitada, que há algo errado com a mãe dele, e ele sofre um pouco com isso. Isso só aumenta a minha certeza de que não vou ter filhos. Já fiz gente demais sofrer nessa vida.

– Eu daria um doce para descobrir o que tá passando na sua cabeça – diz Peeta, tirando-me dos meus pensamentos.

Nós estamos sentados à mesa da cozinha, almoçando. Quer dizer, ele está.

– Nada – digo. – Só pensando na vida.

– Esse cozido tá uma delícia. Você tem progredido na cozinha, viu? – ele sorri, e eu dou um sorriso de volta.

Assim que levo uma garfada do cozido à boca, a campainha toca.

– Quem será? – indaga Peeta.

Ainda mastigando, eu me levanto da cadeira e faço um sinal com a mão para Peeta continuar almoçando. Quando chego à porta da sala, eu a abro e me deparo com um rapaz que eu sei que trabalha na estação.

– Senhora Mellark, desculpe incomodar em horário de almoço, mas chegou essa carta para a senhora e seu marido. Parece ser coisa importante, por isso eu vim entregar logo.

Ao olhar para o envelope da carta, sei bem o que ele quer dizer com “coisa importante”. É da Capital.


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Notas finais do capítulo

É isso, pessoal. Quero todo mundo dizendo o que achou nos comentários, ok? Essa é a forma que vocês têm de me estimular a escrever mais. Alguns de vocês podem achar que comentar é bobagem, já que muita gente comenta, mas não é. Eu valorizo cada comentário e respondo a todos os leitores. É algo que eu faço desde a fanfic anterior. Comentem! Haha.

Beijos e até a próxima.