Uma Nova Vida - Peeta e Katniss escrita por MaryG


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus queridos! Vim postar mais um capítulo para vocês. Passei muito tempo ausente, eu sei, mas acreditem: Eu fiquei tão chateada quanto vocês com essa demora. Eu realmente gostaria de ter postado antes, mas alguns problemas de saúde me impediram. Espero que vocês entendam e que o capítulo de agora seja bom o bastante para compensar a demora. :)

Na última vez que eu vim aqui, eu postei o aviso da surpresa dos 1000 comentários em forma de capítulo, como muitos de vocês devem ter visto. Mas eu decidi apagar aquela postagem para evitar problemas com o Nyah!, que é bem exigente com regras de postagem. Então se você ainda não viu a surpresa, é uma nova fanfic. Eis aqui o link: https://fanfiction.com.br/historia/697371/E_se_fosse_diferente_-_Peeta_e_Katniss/

Agora chega de blá blá blá.

Boa leitura!



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Nos minutos que se seguem, Peeta registra o final do banho, eu e minha mãe vestindo Lily e, por fim, Lily com sua primeira roupinha.

É aquele lindo macacãozinho de lã na cor bege que Peeta me deu no meu aniversário. Nós combinamos que essa seria a primeira roupinha dela, e assim está sendo. Mas ela está muito mais linda do que eu imaginei que ela ia ficar.

— Prontinho, agora tem que ter foto com a mamãe – diz Peeta, tirando-me dos meus pensamentos.

Eu não gosto muito de sair em fotografias, mas aceito o pedido dele sem titubear. Pego Lily nos braços e poso para a foto, com um grande e verdadeiro sorriso no rosto.

— Agora tem que ter foto com o papai também – diz minha mãe, e Peeta entrega a ela a câmera para que ela tire uma foto de nós três.

Assim que ela termina de tirar a foto, nós ouvimos a campainha tocar.

— Quem será? – pergunto.

— Nós só vamos saber se abrirmos a porta – diz Peeta. – Fiquem aqui. Eu vou lá embaixo ver quem é.

— Tá certo – digo, e em seguida ele se retira do quarto.

Eu me sento na cama com Felicity nos braços e fico a admirá-la enquanto ela dorme.

Ponto de vista de Peeta:

Quando abro a porta, é Haymitch que vejo do outro lado. Ele parece surpreso ao me ver.

— Ué, você em casa a essa hora? – diz ele. – Eu só vim perguntar à Docinho se ela queria que eu trouxesse alguma coisa lá da estação, pois eu estou indo pra lá agora e...

— Ela nasceu, Haymitch – disparo, sem conseguir guardar essa notícia por nem mais um segundo.

— O quê?! – exclama ele, confuso.

— A minha filhinha – digo, sorrindo.

— A Docinho teve o bebê? – pergunta Haymitch, parecendo não acreditar.

— Sim. Katniss entrou em trabalho de parto de madrugada e teve o bebê hoje de manhã.

Ele fica um tempo sem reagir, como se estivesse absorvendo a informação. Mas depois de um tempo, ele pergunta:

— E correu tudo bem? Quem fez o parto?

— Sim, correu tudo bem. A médica de Katniss veio fazer o parto. Ela foi uma guerreira, e a nossa filha é linda. Muito linda – digo cheio de orgulho.

Um sorriso enorme se forma no rosto de Haymitch.

— Parabéns, meu garoto – diz ele, e em seguida me puxa para um abraço.

— Obrigado – digo, dando tapinhas nas costas dele.

Quando nos separamos, ele me pergunta:

— Eu posso ir vê-la? – seu olhar é tão esperançoso que eu jamais poderia negar seu pedido.

— Claro que pode – digo, sorrindo. – Venha. Katniss e o bebê estão lá em cima.

Ponto de vista de Katniss:

Quando Peeta volta, apenas alguns minutos depois, Lily ainda está cochilando em meus braços. Ele se aproxima da cama e diz:

— Meu amor, você e Lily têm visita.

— Quem é? – pergunto.

Mas antes que Peeta responda, eu olho para a entrada do quarto e vejo Haymitch lá, parado. Ele parece feliz, mas ao mesmo tempo relutante em entrar.

— Pode entrar, Haymitch – digo, sorrindo para encorajá-lo.

Ele se aproxima da cama e para ao meu lado. Depois ele abaixa um pouco a cabeça para observar Lily. Olho para o meu antigo mentor e vejo em seu rosto uma expressão de ternura que eu nunca vira ali antes.

— Mas olha só pra isso... A pequena docinho é muito bonitinha – diz ele, com a voz ligeiramente áspera. Ele sempre fica com a voz assim quando está emocionado.

Como se sentisse que há alguém a observá-la, Lily abre os olhinhos.

— E tem os olhos do pai – comenta ele, com um sorriso bobo no rosto.

— Algo ela tinha que puxar de mim, não é? – diz Peeta, divertido. – Segundo a minha sogra, ela é muito parecida com a Katniss quando nasceu.

— Sim – concorda minha mãe, que está sentada ao meu lado na cama. – Exceto pelos olhos e pela pele.

— Ela é uma mistura dos pais – comenta Haymitch. – Ah, e como ela se chama?

— Felicity – respondo.

— Para os mais íntimos, Lily – complementa Peeta.

— Parabéns pela filha de vocês – diz Haymitch, olhando de Peeta para mim. – Eu estou muito feliz por vocês.

E então eu percebo que seus olhos estão marejados. Ele endireita a coluna e pigarreia, lutando contra suas emoções.

— Bem, eu tenho que ir agora. Vou passar na estação.

— Certo. Obrigada pela visita, Haymitch – digo a ele.

— Por nada, docinho.

— Eu te levo lá embaixo, Haymitch – diz Peeta, e então se retira do quarto com ele.

Assim que eles saem, Lily começa a resmungar e eu lhe dou o peito mais uma vez, ao que ela aceita com entusiasmo.

Quando Lily já está adormecida em meus braços, minha mãe se oferece para colocá-la no bercinho e tomar conta dela para que eu e Peeta possamos descansar um pouco. Se eu, que já descansei um pouco, estou me sentindo exausta, quem dirá ele, que mal se sentou desde que eu acordei com dor durante a madrugada.

Eu encosto a cabeça em seu peito e ele me envolve em seus braços, do jeito que sempre fazíamos antes de o meu barrigão começar a nos atrapalhar. Ah, como senti falta disso!

— Eu estou exausto, mas hoje tá sendo o dia mais feliz da minha vida – diz Peeta. – Obrigado por isso.

Eu levanto o rosto para olhar para ele.

— Você não precisa ficar agradecendo – digo a ele. – Como eu disse antes, ver você feliz é minha recompensa.

Ele sorri para mim e acaricia o meu rosto.

— Eu te amo – diz ele.

— Eu também.

Eu lhe dou um beijinho nos lábios e depois volto a pousar minha cabeça em seu peito. Envolvidos no calor um do outro, nós nos entregamos a um sono tranquilo.

***

Depois de um tempo que não sei precisar, eu e Peeta nos acordamos sobressaltados ao ouvir o choro do bebê. À nossa frente, encontra-se a minha mãe, segurando uma Lily que chora e esperneia em seus braços. Em seu rosto, há uma expressão de constrangimento.

— Eu queria deixar vocês dormirem por mais tempo, mas já faz quase três horas que ela mamou – diz minha mãe. – Ela está com muita fome.

— Tudo bem, mãe – digo, me sentando na cama.

Peeta também se senta e coloca uns travesseiros entre as minhas costas e a cabeceira da cama, para que eu fique confortável para amamentar Lily. Quando já estou devidamente acomodada, minha mãe traz minha filha para os meus braços. Ela praticamente abocanha o meu seio, visivelmente faminta.

— Você já tava com fome, princesinha? – diz Peeta para nossa filha, com doçura. – Que mocinha mais esfomeada! Ainda bem que sua mamãe tem um montão de leite pra encher sua barriguinha.

Um sorriso se forma em meus lábios.

— Tenho mesmo. Você nunca vai passar fome, meu amor – digo ao meu bebê, acariciando sua cabecinha.

— Falando em fome – começa a minha mãe, atraindo a nossa atenção –, nós já estamos no começo da tarde. Vocês querem que eu prepare alguma coisa para o almoço?

— Não precisa – diz Peeta. – É só pedir o serviço a domicílio do restaurante da mãe do Henry. Tem o número na agenda que fica junto ao telefone.

— Tudo bem. Vou lá telefonar, então – ela diz isso e em seguida se retira.

Depois que Lily termina de mamar, eu e Peeta trocamos a fralda dela e em seguida a colocamos no berço para dormir mais um pouco. E depois ficamos lá, parados ao lado do berço, admirando nossa filhinha enquanto ela dorme.

— Ela fica tão linda dormindo, não é? – sussurra Peeta. Quando olho para ele, vejo um sorriso bobo em seu rosto.

— Sim. Mas ela é linda de todo jeito – sussurro em resposta.

Ele assente com a cabeça, sorrindo.

— Eu não me canso de olhar pra ela. Acho que estou apaixonado – diz ele.

Um sorriso se forma em meus lábios.

— Eu sei como é – digo. – Mas acho que a gente deveria tentar resistir ao nosso desejo de ficar aqui o dia inteiro e deixá-la dormir, pro nosso próprio bem.

— Sim, você tá certa – diz ele, segurando o riso.

Depois do almoço, eu e Peeta descansamos mais um pouco enquanto Lily não acorda. Quando ela acorda, eu a amamento mais uma vez e depois nós trocamos sua fralda.

Nós passamos o resto do dia nesse processo de comer, (tentar) descansar e cuidar de Lily. Apesar de esse ser apenas o meu primeiro dia com Lily, eu já estou percebendo que cuidar de um bebê é bem cansativo e trabalhoso, o que me deixa ligeiramente preocupada com o que deve estar por vir. Mas eu não deixo nenhum pensamento negativo me dominar. Eu estou determinada a ser uma boa mãe, e sei que sou capaz de conseguir.

À noite, depois do jantar, Peeta decide telefonar para os nossos amigos para avisar que Lily nasceu. Lembrando-me da promessa que fiz a Gale, eu peço que Peeta o inclua na lista, e ele acata meu pedido.

A primeira noite com Lily é complicada. Ela acorda várias vezes para mamar, e numa dessas vezes, ela chora quando eu a coloco de volta no berço para dormir, apesar de já estar alimentada e de fralda limpa.

— O que será que ela tem? – indago, tirando-a do berço e aconchegando-a novamente em meus braços.

Seu choro se transforma em gemidinhos e depois some.

— Ao que parece, ela só queria ficar mais um pouco com a mamãe dela – diz Peeta com doçura.

— É, parece que sim – digo sorrindo.

— Por que você não senta com ela na poltrona novamente? Aí você a embala mais um pouco no seu colo e quando ela estiver num sono bem profundo, a gente a coloca de volta no berço – sugere ele.

— Boa ideia.

Eu me sento com o meu bebê no colo e coloco sua cabecinha no ponto em cima do meu coração, como me lembro de ter visto minha mãe fazer com Prim algumas vezes. Sei que os recém-nascidos gostam de ouvir o coração da mãe, pois passaram meses ouvindo esse som quando estavam na barriga.

Eu balanço a poltrona levemente, embalando o meu bebê com carinho. Eu estou exausta pela noite mal dormida, mas nem por isso deixo de sentir a satisfação de ter seu corpinho pequeno e frágil aninhado ao meu.

Depois de alguns minutos, quando Lily já está dormindo profundamente, eu me levanto e a coloco de volta no berço. Dessa vez, ela não chora.

— Deu certo – sussurro para Peeta.

— Sim – ele sussurra de volta. – Agora vamos dormir, antes que ela acorde de novo.

Peeta liga novamente a babá eletrônica e em seguida nós nos retiramos do quarto de Lily, indo aproveitar as incertas horas de sono que nos restam.

***

No dia seguinte, eu e Peeta nos acordamos completamente exaustos pela noite mal dormida. Mas apesar disso, não estamos chateados, ou mal humorados. É como se a felicidade de ter nossa filhinha conosco superasse qualquer cansaço, qualquer inconveniente que cuidar de um bebê recém-nascido possa acarretar.

Minha mãe se mostra bastante útil, ajudando-nos com os cuidados com Lily e até mesmo arrumando a casa e preparando comida. Mas o mais importante para mim é ela estar por perto. Nós nunca fomos muito próximas e nunca tivemos uma relação que eu pudesse definir como ideal, mas não posso evitar o sentimento de segurança que sua presença me proporciona. Ela pode ter cometido muitos erros, mas ela já foi mãe de primeira viagem. Ela sabe como eu e Peeta estamos nos sentindo e como são os desafios que nós dois estamos enfrentando.

No decorrer do dia, Lily recebe várias visitas. Haymitch, Effie, Annie, Finn, Thom, Delly, Ryan e Henry vêm vê-la, trazendo presentes e nos dando votos de felicidade. Todos se encantam pela beleza do meu bebê, como era de se esperar. As visitas são breves, por questão de educação, mas bastante agradáveis. Dá para ver que todos os nossos amigos estão genuinamente felizes por nós.

Mas devo admitir que a melhor visita é a de Annie e Finn. Finn fica tão feliz que mais parece que Lily é sua irmãzinha dele, ou algo do tipo. E Annie, emocionada, me diz:

— Você vai ver, Katniss, como a sua vida vai mudar de agora em diante. As feridas não vão cicatrizar por completo, mas você vai ter muito mais alegrias e sua vida terá um sentido totalmente diferente – ela se vira para Peeta. – E eu digo o mesmo para você, Peeta.

Talvez seja pela minha sensibilidade aguçada de mulher em período de puerpério, mas ouvi-la dizer isso me deixa tão emocionada que eu sinto os meus olhos marejarem. Ela tem toda razão. Felicity mal chegou, mas eu já estou vendo o quanto ela está mudando a minha vida e o quão alegre eu estou por tê-la aqui. Os meus traumas não vão deixar de existir, mas eu sei que o meu futuro pode ser melhor pelo novo sentido que a minha filha está dando a ele.

— Nós já podemos sentir isso, Annie – diz Peeta, como se lesse os meus pensamentos.

Ela sorri para nós.

***

O tempo vai passando. No dia em que Lily completa uma semana de nascida, nós a levamos para sua primeira consulta com a pediatra. Tudo está bem com sua saúde, e ela já está maior e mais pesada. Sinto uma enorme satisfação ao saber que foi o meu leite e os meus cuidados que a deixaram assim.

No dia em que minha mãe vai embora, eu fico ligeiramente insegura, mas esse sentimento não dura quase nada. Peeta, apesar ser tão novo quanto eu nessa jornada, já se mostra tão calmo e seguro nos cuidados com a nossa filha que eu me sinto mais tranquila. Ele é um pai maravilhoso, exatamente como eu previra que ele ia ser.

Na noite em que eu tenho o meu primeiro pesadelo depois de ter dado à luz, a cena que eu vejo é uma das mais desesperadoras que a minha mente já criou. O presidente Snow arranca o meu bebê dos meus braços e a joga de um penhasco, sua gargalhada sádica ecoando pelo ar. Peeta me acorda desse tormento horrível e me envolve em seus braços para tentar me acalmar. Eu pouso a cabeça em seu ombro e caio no choro.

— Tá tudo bem, meu amor – diz ele. – Eu tou aqui, com você.

Eu tento contar a ele o que eu sonhei, mas estou soluçando tanto que simplesmente não consigo.

— Shii! Tá tudo bem. Nada do que você viu é real, meu amor.

— F-Felicity – eu enfim consigo dizer quando meus soluços se acalmam um pouco, e sei que essa palavra é o suficiente para Peeta entender o teor do meu sonho.

— Nossa filhinha está ótima, meu amor – diz ele, acariciando os meus cabelos. – Ela está no quarto ao lado, dormindo como um anjo.

Sei que o que Peeta está dizendo é verdade, mas isso não faz com que o medo horrível que eu estou sentindo vá embora. Eu preciso ver a minha filha. Preciso me certificar de que ela está bem.

Eu rompo o meu abraço com Peeta e enxugo as minhas lágrimas.

— Você quer vê-la? – pergunta Peeta, parecendo ler os meus pensamentos.

Eu assinto com a cabeça.

Quando nós chegamos ao quarto dela, eu a tiro rapidamente de seu berço, envolvendo-a em meus braços. Eu a aperto bem forte contra o meu peito para sentir que está bem, que ela está a salvo, que ninguém a tirou de mim.

— Viu só? Ela está ótima – diz Peeta, sorrindo.

Eu dou um sorriso de volta, já me sentindo mais calma.

— Eu a amo tanto, Peeta. Eu não consigo suportar a ideia de algo ruim acontecer a ela.

— Eu sei como é – diz ele, me abraçando por trás. Seus braços circundam a minha cintura e suas mãos encostam em Lily. – Eu também a amo mais do que tudo nesse mundo. Mas não se preocupe. Nada de ruim vai acontecer a ela, meu amor. O nosso mundo é bom hoje, e nós sempre estaremos aqui para protegê-la.

— Sim, nós estaremos – digo, tentando absorver as palavras de Peeta em minha mente traumatizada.

Lily se agita e contorce seu rostinho, o que atrai nossa atenção. Quando ela começa a dar aqueles gemidinhos que sempre antecedem um choro, eu sei exatamente o que ela tem.

— Parece que essa mocinha quer reiniciar o seu ritual noturno de mamar, sujar a fralda e deixar a mamãe e o papai acordados até ela decidir dormir novamente – comenta Peeta num tom cômico.

Isso é tão verdadeiro que eu não posso evitar rir.


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Notas finais do capítulo

É isso, pessoal. Espero que vocês tenham gostado do capítulo. Digam nos comentários o que acharam, certo? Essa é a forma que vocês têm de me estimularem a escrever mais e de se fazerem ouvidos. Fantasminhas, apareçam! A opinião de vocês também é importante. Haha.

Beijos e até a próxima.