Uma Nova Vida - Peeta e Katniss escrita por MaryG


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus queridos! Vim postar mais um capítulo para vocês. Dessa vez, eu vim mais rápido, né? Ufa! Minha luta contra o bloqueio deu certo. Haha.
Agradeço a todos os que comentaram do último capítulo para cá. Gente, foi muito comentário! Jesus! Haha! Tive que correr, pois vou fazer uma surpresinha para vocês quando alcançarmos a marca de 1000 comentários. :D

Agradeço também à leitora Lís, que recomendou a história. Obrigada, Lís!

Boa leitura!



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E então eu volto a ficar admirando a minha pequena, totalmente alheio ao mundo. Mas depois do que parecem alguns minutos, eu sinto que não estamos sozinhos e levanto o meu olhar. O que vejo é nada mais nada menos que a minha sogra parada à porta do quarto, olhando-nos intensamente com uma expressão de surpresa no rosto. É como se ela não acreditasse que a cena à sua frente é real.

— Senhora Everdeen... – digo, encorajando-a a entrar.

Ela coloca sua mala no chão e se aproxima de nós.

— Eu me encontrei com a médica de Katniss quando cheguei aqui e ela me falou que o bebê nasceu – diz ela, e a emoção em sua voz é palpável.

— Sim – digo com orgulho. – Sua netinha nasceu, e ela é linda e perfeita.

A Sra. Everdeen começa a chorar de emoção, e quando dou por mim, estou chorando mais uma vez.

— Ela é muito linda, Peeta – comenta ela, olhando para a minha pequena. – Muito linda. E é muito parecida com a Katniss quando nasceu. Mas ela tem a sua pele.

— E os meus olhos, também – complemento.

— Ela é a mistura perfeita de vocês dois – diz a sra. Everdeen, sorrindo. – Mas me diga: Como ela se chama?

— Felicity. Nós nunca sentimos uma felicidade tão grande – ao dizer isso, eu choro mais um pouco, e a minha sogra me imita.

— Lindo nome – elogia ela, enxugando suas lágrimas com a mão. – Mas me diga: Como está Katniss?

— Está bem – respondo. – Está lá no quarto, dormindo. Ela foi uma guerreira no parto.

Ela sorri.

— Posso imaginar. Minha filha sempre foi muito forte e decidida. Eu gostaria de ter estado ao lado dela no parto, como ela me pediu, mas essa mocinha aí não quis esperar.

— Sim. Não quis mesmo – digo, sorrindo.

E então nós ficamos em silêncio, simplesmente admirando Lily. Em pouco tempo, porém, ela começa a se agitar, mexendo seus bracinhos e suas perninhas e fazendo uns gemidinhos. Apesar de conhecer minha filha há apenas poucas horas, já sei que isso significa que ela vai acordar.

— Ela tá acordando de novo – digo para a minha sogra.

— Deve ser – concorda ela.

Porém, quando os gemidinhos fracos de Lily se transformam num choro agudo e forte, sou pego de surpresa. Por que ela está chorando, afinal? Sem saber o que fazer, eu começo a balançá-la. Sem muito sucesso.

— O que será que ela tem? – pergunto à minha sogra, nervoso.

— Deve ser fome – responde ela, com um jeito sábio. Em sua face, há uma expressão tranquila de quem já viu um recém nascido chorar muitas vezes.

— Mas será que é isso mesmo? – pergunto, incerto. – Ela terminou de mamar há umas duas horas.

— Recém-nascido mama muito, mesmo. É normal. Agora vamos logo levá-la para Katniss, pois ela deve estar com fome.

Fico relutante em acordar Katniss, mas diante do choro da minha filha, eu não tenho alternativa senão levá-la até a mãe.

***

Ponto de vista de Katniss:

— Katniss, acorde, minha filha.

Ouço uma voz longínqua falar. E junto a essa voz, ouço um chorinho de recém nascido.

É Lily!

Acordo num sobressalto, me sentando na cama e procurando onde está minha filha. Olho para o meu lado e me deparo com a minha mãe sentada junto de mim.

— Mãe?! – exclamo, totalmente confusa. – Onde está Lily?

Olho mais acima e vejo Peeta com nossa filhinha nos braços, tentando acalmar o choro dela.

— Por que ela tá chorando? O que tá acontecendo? – pergunto, me sentindo nervosa.

— Shiiii! Calma – diz minha mãe carinhosamente, colocando uns travesseiros para apoiar as minhas costas.

— Tá tudo bem, meu amor – diz Peeta, ainda balançando a nossa filha. – Nós viemos te acordar porque Lily está com fome, e só você pode resolver esse problema.

Ah, claro. Ela quer mamar.

Já me sentindo mais calma, eu me acomodo melhor na cama e estendo os braços para que Peeta me entregue o bebê. Dessa vez, ela consegue pegar o peito sem dificuldade. E então fica lá, mamando tranquila. Ainda estou cansada e ligeiramente confusa pelo sono abruptamente interrompido, mas nem por isso deixo de sentir a felicidade de poder alimentar a minha filha.

— Essa fome já vai passar, meu amor – digo a ela com carinho, acariciando sua cabecinha levemente.

— Parabéns pela sua filha, Katniss – diz minha mãe, fazendo-me lembrar de sua presença. Quando olho para ela, percebo que seus olhos estão marejados.

— Obrigada, mãe – digo emocionada. – Queria que você tivesse estado aqui durante o parto, mas Lily não quis esperar.

— É, ela foi meio apressadinha. Mas eu já soube que você foi muito corajosa e determinada no seu parto.

— E foi mesmo – diz Peeta, que continua de pé ao lado da cama. – Ela foi incrível.

— Só porque eu tive alguém me apoiando o tempo inteiro – digo olhando nos olhos dele.

Um sorriso envergonhado se forma no rosto dele.

— Tenho certeza de que vocês dois foram incríveis, cada um em sua função –  diz minha mãe, olhando para Peeta e depois para mim. – Vocês não têm idéia de como eu estou feliz por vocês dois.

Ela fala isso e em seguida cai no choro, cobrindo seu rosto com as mãos.

— Mãe? – chamo por ela, preocupada.

Ela enxuga suas lágrimas e volta a olhar para mim.

— Eu estou bem – diz ela com a voz embargada. – Eu estou chorando de alegria. Eu sei como vocês estão se sentindo. Eu já passei pelo mesmo.

Ela enxuga seu rosto mais uma vez e em seguida continua:

— Eu posso não ter sido a melhor das mães, filha, mas o dia em que você nasceu foi um dos dias mais felizes da minha vida. Você foi muito desejada por mim e pelo seu pai, apesar de todas as dificuldades com as quais nós vivíamos. Nós dois nos amávamos muito, e você veio para completar esse amor.

Um nó se forma em minha garganta ao ouvir minha mãe falar assim. Sei que ela não foi para mim a mãe que eu gostaria que ela tivesse sido. Sei que eu gostaria que muitas coisas tivessem sido diferentes em nosso passado. Mas agora, que eu sou mãe, eu sei o que minha mãe sentiu ao me ter em seus braços pela primeira vez. E também sei por que ela acha que eu vim para completar o amor que ela sentia pelo meu pai.

— Eu entendo como você se sentiu – digo à minha mãe, lutando para não chorar.

— Sei que sim – ela sorri. – E Peeta entende como seu pai se sentiu. Não é, Peeta?

— Sim, eu entendo – concorda ele, emocionado.

Lily solta o meu peito e fica fazendo aqueles gemidinhos, o que corta o clima emocional e atrai a nossa atenção.

— Acho que é hora de trocá-la de peito – digo.

— Acho que é bom colocá-la para arrotar primeiro – opina Peeta. – Se ela soltou o peito, é porque engoliu ar e está com gases. A pediatra me explicou.

— Peeta tem razão – diz minha mãe. – Coloque-a pra arrotar.

Eu faço o que eles disseram, colocando Lily em posição vertical para ela arrotar. Depois que ela arrota, porém, ela adormece.

— Será que não seria bom eu acordá-la para dar o outro peito? – pergunto, sem saber muito bem o que fazer. – Ela parecia estar com tanta fome.

— Não. Se ela ainda estivesse com fome, ficaria acordada – explica a minha mãe. – Respeite o tempo dela. Quando ela quiser mamar novamente, você dá o peito a ela.

Assinto com a cabeça.

E então eu fico lá admirando a minha filhinha, que dorme tranquila em meus braços. Mas é por pouco tempo, pois Peeta logo fala:

— Katniss?

— Hm? – levanto a cabeça para olhar para ele. Ele parece meio desconsertado.

— Sei que sua vontade é ficar com Lily o dia inteiro. Eu estou me sentindo da mesma forma – eu dou um risinho e ele me imita. – Mas a doutora Brooks recomendou que eu te desse comida assim que você acordasse. Posso ir buscar?

— Tudo bem – digo.

Ele assente com a cabeça e depois se retira do quarto. Minha mãe também se retira, dizendo que irá trocar de roupa e lavar as mãos para me ajudar com Lily. Mas ela volta rápido, antes mesmo de Peeta voltar.

— Ela é tão linda – comenta ela, acariciando a cabecinha de Lily. – Parece muito com você quando nasceu.

— É? – indago.

— Sim. Mas tem os olhos azuis e a pele clara de Peeta. Como eu já disse a ele, ele é a mistura perfeita de vocês dois.

Não posso evitar sorrir.

Quando Peeta volta ao quarto, o delicioso cheiro do meu café da manhã penetra as minhas narinas antes mesmo que a bandeja que ele tem em mãos esteja perto de mim. Minha boca saliva e o meu estômago dá sinal de vida em resposta.

— Chegou o café da manhã da mais nova mamãe de Panem – diz ele com doçura.

— Percebi. E o cheiro está maravilhoso – digo sorrindo.

Cuidadosamente, eu entrego Lily à minha mãe, que a aconchega em seus braços. Depois disso, Peeta acomoda a bandeja em meu colo, e o que eu vejo em cima dela é um caldo de carne e legumes, torradas, geleia de amoras e suco de laranja. Sem mais delongas, eu começo a comer vorazmente.

Quando finalmente termino de comer, eu me lembro de que Peeta ainda não comeu.

— Peeta, você não vai comer nada? – pergunto, preocupada.

— Eu comi enquanto preparava o seu café da manhã, não se preocupe – responde ele.

— Tudo bem.

— Por que você não aproveita que Lily tá dormindo e toma um banho? Eu posso te ajudar. Aí depois, quando ela acordar, a gente dá o primeiro banho dela.

— Ótima ideia! – digo, animada.

Depois que Peeta leva a bandeja de volta a cozinha, ele me ajuda a tomar banho. A água morna faz milagres no meu corpo dolorido e cansado, e quando saio do banho, estou me sentindo bem mais disposta. Peeta me ajuda a me vestir e até mesmo penteia os meus cabelos. Eu digo a ele que não precisa de tanto, mas ele insiste que eu preciso de cuidados. Diante disso, desisto de discutir e simplesmente aproveito os cuidados que o meu marido tem a me oferecer.

Quando já estou limpa e vestida, eu retorno minha atenção para a minha pequena, que continua dormindo tranquila nos braços da avó. Minha mãe anda de um lado para o outro no quarto, embalando-a carinhosamente.

— Ela parece super satisfeita no seu colo – comento, e minha mãe para sua “caminhada” para olhar para mim.

— Eu também estou super satisfeita de tê-la no meu colo – diz ela, sorrindo, e eu a imito.

— Ela deve acordar daqui a pouco – informa Peeta. – É melhor eu ir logo preparar o banho dela.

Ele vai até o quarto de Lily e pega tudo o que nós vamos precisar para banhá-la e vesti-la. Depois ele leva a banheira até o banheiro para enchê-la com a água morna do chuveiro. Antes mesmo que ele volte, Lily começa a se agitar nos braços da minha mãe.

— Bem que Peeta falou – digo, sorrindo.

— Ele já conhece muito bem a filhinha dele – comenta a minha mãe.

— Melhor a gente ir logo tirando a fralda dela.

— Sim – concorda ela.

Quando acomodamos Lily na cama e começamos a tirar sua mantinha e sua fralda, ela não gosta nem um pouco. Simplesmente abre o berreiro.

Fico nervosa ao vê-la chorar assim. E se eu estiver fazendo algo errado?

— Não se preocupe – diz minha mãe, percebendo o meu nervosismo. – Bebês choram assim mesmo quando a gente os deixa sem roupa. Eles têm frio.

— Será que não é melhor cobri-la um pouco? – pergunto, mas antes que a minha mãe possa me responder, Peeta chega com a banheira.

— Por que ela tá chorando assim? – pergunta ele, preocupado, enquanto apoia a banheira no suporte.

— Não é nada – responde minha mãe. – Está só incomodada porque nós tiramos o agasalho dela. Vamos começar o banho?

Eu e Peeta assentimos com a cabeça.

Minha mãe pega Lily e a coloca cuidadosamente dentro da banheira. Ela chora ainda mais quando sente a água em seu corpinho, mas depois que a minha mãe a vira de bruços e começa a ensaboá-la delicadamente, ela fica bem quietinha.

— Ela adorou essa posição – comenta Peeta, e quando eu olho para ele, vejo um sorriso bobo em seu rosto.

— Os bebês adoram essa posição – explica a minha mãe. – Acho que é porque parece a posição em que eles ficam na barriga.

— Deve ser – concordo.

É um pouco estranho lembrar que Lily estava na minha barriga até poucas horas atrás. É incrível como meu corpo pôde gerar um bebê tão lindo e tão perfeito. Fico alheia ao mundo por um tempo, apenas admirando a minha filha. Mas quando minha mãe a vira novamente e ela volta a chorar, sou obrigada a voltar à realidade.

— Chora não, filha – diz Peeta docemente, acariciando o bracinho dela. Ela não para totalmente de chorar, mas fica um pouco mais calma ao sentir o contato do pai.

Eu também coloco minhas mãos sobre ela, ajudando minha mãe a limpá-la. No começo, eu não sei bem como fazer isso, mas minha mãe me ensina e logo estou conseguindo.

Peeta experimenta apoiar a nossa pequena na banheira enquanto eu e minha mãe terminamos de limpá-la, e eu fico impressionada com o tanto de jeito que ele leva. Não parece mesmo que é a primeira vez que ele faz isso.

Quando o banho de Lily já está quase acabando, Peeta fala de repente:

— Nós temos que tirar uma foto desse momento.

Eu aprovo a ideia.

— Pega lá a câmera, Peeta – digo.

Minha mãe volta a apoiar Lily e ele se retira para ir buscar a câmera.

Nos minutos que se seguem, Peeta registra o final do banho, eu e minha mãe vestindo Lily e, por fim, Lily com sua primeira roupinha.

É aquele lindo macacãozinho de lã na cor bege que Peeta me deu no meu aniversário. Nós combinamos que essa seria a primeira roupinha dela, e assim está sendo. Mas ela está muito mais linda do que eu imaginei que ela ia ficar.

— Prontinho, agora tem que ter foto com a mamãe – diz Peeta, tirando-me dos meus pensamentos.

Eu não gosto muito de sair em fotografias, mas aceito o pedido dele sem titubear. Pego Lily nos braços e poso para a foto, com um grande e verdadeiro sorriso no rosto.

— Agora tem que ter foto com o papai também – diz minha mãe, e Peeta entrega a ela a câmera para que ela tire uma foto de nós três.

Assim que ela termina de tirar a foto, nós ouvimos a campainha tocar.

— Quem será? – pergunto.

Continua...

 


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Notas finais do capítulo

Pessoal, é isso. Espero que tenham gostado do capítulo. Comentem para dizer o que acharam, ok? Leitores sumidos, reapareçam! Fantasminhas, apareçam! A opinião de todos vocês é importante. :) E lembrem-se: Estou preparando uma surpresa para os 1000 comentários. :D

Beijos e até a próxima.