Uma Nova Vida - Peeta e Katniss escrita por MaryG


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus queridos! Vim postar mais um capítulo para vocês. Demorei bastante, eu sei, mas dessa vez nem foi por bloqueio criativo. Eu já estava escrevendo o capítulo, mas aí o meu notebook quebrou e eu tive que colocar para consertar. --' Mas assim que ele voltou do conserto, eu vim correndo terminar de escrever o capítulo. Pra vocês terem uma ideia da minha pressa, eu terminei de escrever o capítulo no Wordpad, pois nem quis esperar pra instalar o Office Word. Haha.

Agradeço às leitoras BelRapunzel, Maria Nara, Dani e Parente e WhateverLala, que recomendaram a história recentemente. Obrigada, meninas. :D Agradeço também a todos os que comentaram no último capítulo. Sério, vocês não têm ideia do quanto os comentários de vocês me deixam feliz. :D

Agora chega de blá blá blá. Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/543739/chapter/24

A neném dá um bocejo e depois fecha os olhinhos, iniciando um cochilo tranquilo. E eu fico lá olhando para ela, sentindo aquele amor enorme. Sentindo uma felicidade que eu nunca senti antes. Felicidade essa que eu sei que vai ser capaz de apaziguar todo o medo, toda a insegurança que eu senti na gravidez.

Então aqui, neste momento, eu sei exatamente qual nome darei a ela.

— Felicity – sussurro, passando meu polegar por sua bochechinha rosada.

— O que foi que você disse? – pergunta Peeta.

Eu viro o meu rosto na direção dele, para poder olhá-lo nos olhos.

— Felicity – repito, dessa vez um pouco mais audível.

— Felicity? – pergunta ele, confuso.

— É o nome que eu quero colocar na nossa filha. Eu nunca senti uma felicidade tão grande na minha vida – explico, sorrindo.

Quase que instantaneamente, os olhos azuis de Peeta começam a ficar marejados, denunciando sua emoção.

— Felicity. Esse nome é perfeito – diz ele, rindo e chorando ao mesmo tempo. – Eu também nunca senti uma felicidade tão grande na minha vida.

Ele dá um beijo no topo da minha cabeça e depois dá um beijo no topo cabecinha da nossa filha.

— Felicity – diz ele novamente, como se apreciasse o som do nome da nossa filha. Seus olhos a fitam com tanto amor que eu sinto algo se derreter em meu peito. – Lily.

— Lily?

Peeta volta a olhar para mim.

— Sim. Eu quero que esse seja o apelido da nossa filha – explica ele.

— Lily. Adorei – digo, sorrindo.

Como se sentisse que estamos falando dela, Lily abre os olhinhos e começa a se agitar. Ela mexe os bracinhos e as perninhas e fica fazendo aqueles gemidinhos, visivelmente inquieta. Depois leva sua mãozinha direita à boca e começa a chupá-la. Posso não ser experiente em bebês, mas parece óbvio o que isso significa.

— Acho que ela quer mamar – digo.

— Parece que sim – diz a doutora Brooks, fazendo-me lembrar da presença dela. – Vamos colocá-la no seu seio para mamar. Mas antes, vamos cortar o cordão umbilical. Você me ajuda, papai?

— Claro! – diz Peeta, contente.

A médica coloca dois grampos no cordão, entrega a tesoura a Peeta e recomenda que ele faça o corte no espaço entre os dois grampos. Ele obedece à médica e fica contente ao ver que obteve êxito em sua tarefa.

Com o cordão já cortado, a doutora Brooks troca suas luvas, limpa o suor dos meus seios com um pano úmido e coloca Lily no meu seio esquerdo em seguida. Ela tem um pouco de dificuldade para pegar o mamilo no início, mas com a ajuda da doutora Brooks, ela termina conseguindo. E então ela fica lá, mamando satisfeita. Olho para ela, sentindo uma satisfação enorme por poder alimentá-la com o que há de melhor e mais saudável para ela: O meu leite.

— A coitadinha estava mesmo com fome – comenta Peeta, a doçura pintando a sua voz.

— Sim – digo, sem tirar os olhos do meu bebê. – Mas eu vou estar sempre aqui para garantir que qualquer fome que ela sinta seja bem passageira.

— Isso mesmo – concorda Peeta. Eu viro meu olhar para ele e o vejo nos observando com um brilho imenso de amor nos olhos, o que faz com que um sorriso se forme quase que instantaneamente em meus lábios.

Mas esse sorriso se desfaz assim que eu sinto uma cólica bem desagradável.

— Ai! Minha barriga tá doendo! O que é isso? – pergunto confusa.

— É a contração para expulsar a placenta – explica a doutora Brooks.

Ah, claro. A placenta.

— Faça força – continua a doutora Brooks, postando se entre minhas pernas. Eu lhe obedeço.

Para meu alívio, a placenta sai duma vez só.

— Prontinho, Katniss. O seu parto terminou por completo. Foi relativamente rápido e você não teve nenhuma laceração. Deu tudo certo.

— Obrigada por sua ajuda, doutora. E por sua compreensão, também – digo.

— Você não tem pelo que que agradecer – diz ela. – Apenas cumpri o meu papel de médica. Você tinha o direito de ter o seu bebê como desejasse, e devo dizer que sua determinação é admirável.

Um sorriso envergonhado se forma no meu rosto.

***

Quando Lily já está mamando no outro peito, a pediatra finalmente chega. É uma mulher mais ou menos da idade da doutora Brooks, com cabelos castanhos presos num coque apertado. Doutora Susan Stone.

Ela espera que eu termine de amamentar Lily e então a tira delicadamente dos meus braços.

— Depois que essa mocinha arrotar, eu vou examiná-la, para ver se está tudo bem – diz a pediatra enquanto acomoda minha filha em seus braços numa posição vertical.

— Tudo bem – digo num bocejo. Só agora, que já pari e já terminei de amamentar minha filha, é que eu percebo o quão exausta eu estou. Uma noite em claro aliada a horas de trabalho de parto certamente não poderia ter outra consequência.

— A mamãe parece cansada – observa a pediatra. – Há algum outro lugar onde eu possa examinar o bebê?

— Claro – responde Peeta. – Tem o quartinho dela. A senhora pode examiná-la em cima do trocador de fraldas. Eu levo a sua maleta. Vamos lá.

— Não! Vocês podem ficar aqui – eu me oponho, lutando contra o peso nas minhas pálpebras.

Eu fico insegura de ter minha filha separada de mim, com a sensação de que ela não ficará bem. Peeta percebe.

— Meu amor, nós vamos estar aqui do lado, no quarto da nossa filha, e eu não vou sair de junto dela. Fique tranquila.

Assinto com a cabeça, já me sentindo mais tranquila.

— Agora descanse. Você tá precisando. – Ele dá um beijo na minha testa e então se retira.

— O seu marido tem razão – diz a doutora Brooks, colocando um cobertor sobre mim. – Vá descansar.

Sem mais delongas, eu fecho os olhos e me entrego a um sono tranquilo e refazedor.

Ponto de vista de Peeta:

Conduzo a doutora Susan até o quarto de Lily, e depois de ela me dar uma breve aula prática sobre como colocar o bebê para arrotar, eu a ajudo a acomodar Lily no trocador de fraldas para os primeiros exames.

— Vamos ver como essa linda mocinha está – diz a médica, retirando um par de luvas de sua maleta.

Com as luvas já colocadas, ela começa a examinar o corpinho de Lily. Minha filhinha, antes tranquila e sonolenta, começa a chorar e a espernear nas mãos da médica, agoniada com os exames. Isso me corta o coração.

— Queria que houvesse algo que eu pudesse fazer para acalmá-la – digo, mais para mim do que para a médica.

Mas ainda assim ela responde:

— Por que você não segura a mãozinha dela? Ela provavelmente vai se sentir mais segura em saber que o pai está por perto.

Eu faço o que a doutora sugeriu, e, para minha alegria, Lily se acalma um pouco. Ela não para totalmente de chorar, mas fica menos agoniada do que antes.

— O papai tá aqui com você, filha – digo a ela, acariciando levemente a sua mãozinha com os meus dedos. Ao ouvir o som da minha voz, ela parece se acalmar ainda mais.

Ao fim dos primeiros exames, a doutora Susan diz:

— Até agora está tudo bem. O corpo dela é perfeito, o coração dela bate normalmente, ela respondeu perfeitamente bem aos estímulos... Vamos ver agora o comprimento e o peso dela.

— Onde tem balança e medidor aqui? – pergunto confuso.

A médica dá um risinho e indica a sua maleta.

— É pra isso que existem equipamentos portáteis.

Depois de pesar e medir Lily, a doutora vê que ela tem 47 cm e 2,900 kg. Perfeitamente normal.

— Senhor Mellark, sua filha é perfeita – diz ela, satisfeita. – Eu preciso vê-la novamente daqui a uma semana, mas isso é o de praxe. Ela está ótima.

Um sorriso se forma no meu rosto.

— Pode deixar. Eu irei levá-la ao hospital. Quero cuidar dela muito bem - olho para baixo e a vejo cochilando tranquila no trocador, enrolada numa manta. Nem parece que estava chorando minutos atrás.

— Lembre-se de higienizar o umbiguinho dela com álcool a 70% pelo menos duas vezes por dia.

— Tá certo. Doutora?

— Sim?

— Eu preciso dar banho nela agora? – pergunto, preocupado. Eu nunca dei banho num recém-nascido antes, e isso me deixa com receio de que eu irei machucar a minha filha.

A médica dá um sorrisinho compreensivo.

— Não precisa ter pressa. Como você viu, eu fiz uma limpeza rápida nela e já coloquei uma fralda nela. Depois que a sua esposa acordar, vocês podem fazer isso juntos e com calma. E se você tiver alguma dúvida sobre como dar banho no bebê, pode pedir assistência a alguma enfermeira lá do hospital. Alguma delas pode te ensinar.

— Tudo bem. Obrigado, doutora – digo, aliviado.

— Eu preciso voltar para o hospital agora, mas fique tranquilo. Sua filha está ótima. O que ela mais precisa agora é do seu calor.

Antes que eu possa dizer qualquer coisa, a doutora pega Lily do trocador e a coloca em meus braços. Surpreso e ligeiramente receoso de segurar algo tão frágil, eu acomodo sua cabecinha na curva do meu braço esquerdo e apoio o resto do seu pequeno corpinho no meu braço direito, envolvendo-a em meu calor.

E então uma nova emoção indescritível toma conta de mim. Eu estou segurando a minha filha pela primeira vez. Minha filha, fruto do amor que eu e Katniss sentimos um pelo outro. Minha filha, que eu desejei mais do que tudo nesse mundo por todos esses anos. Ela realmente está aqui, em meus braços. Neste momento, posso sentir mais do que nunca que o meu sonho agora é realidade.

Sem que eu possa evitar, lágrimas escorrem pelo meu rosto mais uma vez. De longe, eu ouço a doutora dizer que está indo embora e assinto com a cabeça, mas não tiro os olhos do rostinho sereno da minha filha. Nesse momento, é como se só existíssemos eu e ela neste mundo.

— O papai desejou tanto você, filha – digo a ela, às lágrimas. – Tanto. Você nem faz ideia. Eu sempre senti que estava faltando você na minha vida.

Lily se agita ligeiramente e abre os olhinhos. Por um momento, fico com pena por tê-la acordado, mas ela não parece chateada com isso. Seus olhinhos, azuis como os meus, me fitam com um olhar de curiosidade.

— Você se lembra de mim? Eu conversava muito com você quando você estava na barriga da sua mamãe, e você sempre se mexia em resposta.

Ela continua olhando para mim, e eu não posso evitar sorrir em meio às minhas lágrimas.

— Eu te amo muito, Felicity. E vou tentar ser o melhor pai do mundo pra você. Nunca vai te faltar nada, filha. Nem amor, nem conforto, nem proteção, nem educação... Nada. Você vai viver num mundo bom, um mundo que eu, sua mamãe e muitos outros lutamos para construir.

Sua boquinha se curva ligeiramente, como se ela estivesse sorrindo, e depois ela fecha os olhinhos mais uma vez, voltando a cochilar. E eu fico lá parado, olhando para ela como um bobo.

Depois de um tempo, porém, minhas pernas ficam cansadas e eu me sento com ela no colo na poltrona de amamentação. Eu afasto um pouco a manta que a envolve e observo o seu corpinho atentamente. Suas minúsculas mãozinhas têm cinco dedinhos cada uma, e seus pezinhos também. Seu narizinho é arrebitado, como o de Katniss, e sua pele é clara como a minha. Suas bochechinhas são rosadas e seu cabelinho é cheio e escuro.

Ela é perfeita. É o bebê mais lindo que eu já vi na minha vida.

— Peeta? - ouço alguém me chamar suavemente, tirando-me do meu transe. Ergo a cabeça e vejo a doutora Brooks parada à porta do quarto, segurando sua maleta numa mão e uma sacola plástica em outra.

Eu faço um sinal para ela entrar e ela entra.

— Como está Katniss? – pergunto com a voz baixa, para não acordar Lily.

— Está bem – responde a médica, também em voz baixa. – Está lá dormindo. Eu já recolhi os restos do parto e agora irei levá-los até o hospital, para que sejam incinerados lá.

— Tudo bem.

— Eu vim só para me despedir e para pedir que você dê a Katniss um caldo bem forte quando ela acordar. Ela já está bem para ficar sem mim.

— Certo. Doutora?

— Hmm?

— Muito obrigado – digo, me sentindo realmente muito grato.

— Não há o que agradecer – diz a médica modestamente. – Eu apenas ajudei Katniss. Quem pariu foi ela.

— Mesmo assim.

Ela dá um sorriso e assente com a cabeça.

— E essa mocinha, como está?

— Está ótima – digo com orgulho. – Nasceu linda e perfeita.

— Sim. Ela é mesmo muito lindinha. Bem, agora eu preciso ir. Qualquer coisa, me ligue.

— Certo.

— Tchau, Peeta.

— Tchau, doutora Brooks.

E então eu volto a ficar admirando a minha pequena, totalmente alheio ao mundo. Mas depois do que parecem alguns minutos, eu sinto que não estamos sozinhos e levanto o meu olhar. O que vejo é nada mais nada menos que a minha sogra parada à porta do quarto, olhando-nos intensamente com uma expressão de surpesa no rosto. É como se ela não acreditasse que a cena à sua frente é real.

— Senhora Everdeen... – digo, encorajando-a a entrar.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É isso, pessoal. Conforme o prometido, eu foquei mais nas emoções do Peeta nesse capítulo, e pretendo continuar mais um pouco no próximo. Espero que tenham gostado. :D

Ah, e comentem! Comentem muito! A fanfic tem 921 comentários neste exato momento, e eu estou pensando em fazer uma surpresa para vocês quando a contagem chegar a 1000. O que vocês acham? :D

Beijos e até a próxima.