Uma Nova Vida - Peeta e Katniss escrita por MaryG


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus queridos! Vim postar mais um capítulo para vocês. Agradeço a todos que comentaram do último capítulo para cá e também às leitoras TributoForever, TataNeveu, Tati Conche e Yasmin Araujo, que recomendaram a história. Obrigada, meninas! :D

Espero que vocês gostem do capítulo.

Boa leitura!



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Quando a doutora Brooks bate na porta e entra na sala com um envelope em sua mão direita, meu coração começa a acelerar.

– E aí, Katniss? Pronta para saber se vai ser mamãe ou não?

Assinto com a cabeça e estendo minha mão direita para a médica, que me entrega o envelope. Com o nervosismo corroendo como ácido o meu estômago, eu o abro e pego o papel que tem dentro. Vejo nomes de hormônios e termos médicos que não entendo, o que me deixa ainda mais nervosa. Até que eu avisto uma linha onde tem escrito:

Beta HCG...........................Positivo.

Meu coração acelera ainda mais, se é que isso é possível.

– Doutora, esse tal de beta HCG positivo significa que estou grávida, não é? – pergunto para me certificar.

– Sim, Katniss. Você vai ser mamãe – diz ela, sorrindo.

Um misto de emoções me invade. Um medo genuíno e uma alegria indescritível competem por espaço em meu peito. A situação que eu planejei há meses agora é real. Há realmente um filho meu e de Peeta crescendo dentro da minha barriga. Alguém a quem vou dar à luz e cuidar por toda a minha vida. O medo cresce dentro de mim, mas a felicidade que sinto por finalmente ter conseguido, por saber o quanto isso deixará Peeta feliz, contrabalança-o de alguma forma.

A confusão de emoções se transforma em lágrimas, escorrendo pelo meu rosto. Instintivamente, levo minha mão esquerda à minha barriga e a acaricio levemente.

– Eu vou cuidar de você – sussurro para o meu bebê. – Não vou deixar que nada de mau lhe aconteça.

Depois que as palavras saem da minha boca, dou-me conta de que eu também as disse por mim mesma. Para me convencer de que vou ser uma boa mãe, de que nunca vou falhar com meu filho.

Coloco o envelope no meu colo e enxugo os meus olhos, voltando a encarar a médica em seguida. Sinto vergonha por ela ter me visto chorar e falar com meu bebê. Ela percebe meu embaraço e começa:

– Eu já tinha olhado o seu exame antes de vir aqui. Você está entre seis e sete semanas de gestação, pelo nível de HCG no seu sangue.

Lembro-me daquela noite em que eu e Peeta fizemos amor de um jeito muito especial. Foi mais ou menos 6 semanas atrás. Sim, provavelmente foi naquela noite que nosso bebê foi concebido. Um sorriso se forma em meus lábios.

– Eu acho que estou com seis semanas – digo.

– Certo. Olhe, eu já trouxe uma receita de vitaminas para você tomar – ela tira um papel do bolso do jaleco e me entrega. – A sala de espera está cheia de gente, então imaginei que você não ia querer voltar ao meu consultório.

Assinto com a cabeça.

– Doutora, quando é para eu vir aqui de novo?

– Daqui a umas duas semanas, que é quando você vai completar dois meses de gravidez. O pré-natal é mensal, exceto a partir do oitavo mês. Nessa fase, você vai ficar vindo mais vezes, dependendo de como estiver a sua saúde.

– Ok. Ah, e quando é uma data segura pra eu contar às pessoas que estou grávida?

– A partir da décima segunda semana, que é quando você vai entrar no terceiro trimestre. Os riscos de aborto são bem menores a partir daí.

– Certo – digo.

Penso se deveria esconder de Peeta que estou grávida até completar 12 semanas de gestação, para evitar que ele se decepcione no caso de eu ter um aborto, mas não sei se essa é a coisa certa a se fazer. Tenho que pensar com calma.

– Só mais uma coisa, doutora: Tem algum problema se eu e meu marido... bem, ficarmos juntos?

– Não. A menos que você esteja com um sangramento ou alguma cólica, você e seu marido podem ter relações sexuais normalmente.

– Certo. Obrigada, doutora Brooks.

– Por nada – ela sorri. – Agora venha, vou te ajudar a sair pela porta dos fundos. Lembre de comprar as vitaminas, certo?

Assinto com a cabeça e deixo que ela me leve até a saída.

***

Depois de pagar o taxista pela corrida, eu adentro a Aldeia dos Vitoriosos e rumo para minha casa. Quando chego lá, a primeira coisa que faço é subir para o banheiro e tirar toda a minha roupa. Encaro meu corpo nu no espelho, tentando ver se algo mudou desde a última vez em que o examinei assim, na noite em que provavelmente meu bebê foi concebido. Mas não há nada. A única coisa que vejo é meu corpo magro e minha pele morena coberta de cicatrizes. Minha barriga continua lisa. Meus seios continuam do mesmo tamanho. Quando levo minhas mãos até eles, porém, percebo que eles estão levemente doloridos.

Tento imaginar como eles estarão daqui a alguns meses. Meus seios nunca foram muito grandes, mas provavelmente ficarão. Volto a olhar para minha barriga e levo minhas mãos até ela. Daqui a alguns meses, ela também vai aumentar de tamanho. Meu corpo ficará bem diferente para permitir que meu filho se desenvolva.

Minha mente começa a divagar sobre como serão as coisas quando o bebê nascer. A insegurança sobre ser ou não uma boa mãe começa a ganhar espaço dentro de mim, mas eu bloqueio esse sentimento. Tenho que tentar viver cada momento, sem ficar me apavorando com o que vem depois. Foi esse pensamento que me fez ter coragem o suficiente para decidir ser mãe.

Preparo a banheira e me sento nela. Cubro meu corpo com a espuma, deixando apenas minha cabeça e meu pescoço para fora. A sensação é gostosa e eu me sinto mais relaxada. Penso em Peeta e um sorriso se forma em meus lábios. Ele vai ficar radiante com a notícia. Ser mãe foi uma decisão minha, e eu quero isso, mas sei que a maior razão de eu ter decidido isso foi ele. Ele merece a alegria de ter esse filho que ele deseja há tanto tempo.

Imagino como vou contar a ele que estou grávida. Não pode ser de qualquer jeito. Ele nem mesmo sabe que eu estava tentando! Ele com certeza ficaria chocado se eu lhe desse a notícia sem nenhum preparo prévio. Mas eu também não sou boa com as palavras. Como posso contar isso a ele de uma forma que não o choque?

Mas o pior não é isso. E se eu contar a ele, ele ficar superfeliz e depois eu perder o bebê? Será que não seria melhor eu esperar até o terceiro mês? Mas eu não vou conseguir esconder isso dele por tanto tempo assim. Para ser sincera, eu não aguento mais esconder as coisas dele. Peeta é meu companheiro, meu confidente. Não posso mais continuar a omitir a verdade dele. Além disso, eu preciso de suporte. Há meses estou lidando com tudo isso sozinha. Preciso de Peeta para me dizer que tudo vai dar certo, para me deixar mais confiante.

Decido que vou contar a ele que estou grávida hoje mesmo. Não na hora do almoço, mas à noite, quando ele tiver todo o tempo do mundo para me ouvir. Não sei bem como vou contar isso a ele, mas sei que devo abrir o meu coração. Ele merece uma explicação sincera sobre por que mudei de ideia e por que eu escondi isso dele durante todos esses meses.

Depois de um bom tempo na banheira, eu me levanto e me visto. Quando olho para o relógio que fica no criado-mudo ao lado da minha cama, fico apreensiva. Já está quase na hora de Peeta chegar para almoçar comigo e eu ainda não preparei o almoço. Desço as escadas com pressa e adentro a cozinha. Abro a geladeira e estudo o que tem dentro, para ver se dá para improvisar alguma coisa.

– Katniss? – uma voz muito bem conhecida por mim me chama.

Eu me viro, e então vejo Peeta à minha frente, colocando uma sacola em cima da mesa. Uma emoção estranha me invade. É a primeira vez que o vejo sabendo que há um filho nosso crescendo na minha barriga.

– Peeta – digo, e espero que minha voz não tenha denunciado o que estou sentindo. Fecho a porta da geladeira e me aproximo dele.

– Eu trouxe nosso almoço. Imaginei que talvez você não fosse conseguir fazer, já que foi ao médico hoje. Aliás, como foi a consulta?

Sinto meu coração acelerar, mas contenho meu nervosismo e digo:

– Foi tudo bem.

– Ótimo – diz ele, tirando duas quentinhas de dentro do saco. – Eu trouxe cozido de carneiro com arroz selvagem pra gente.

Ele abre o lacre de uma das quentinhas e o cheiro da comida invade as minhas narinas. Uma náusea horrível me embrulha o estômago e um som horrível de engulho escapa da minha boca. Eu me afasto da quentinha, cobrindo minha boca com a mão e respirando fundo. Peeta me olha com uma expressão preocupada no rosto.

– Tá tudo bem, meu amor? – pergunta ele, aproximando-se de mim.

Droga! Pra que eu tive que ficar enjoada justo agora, e ainda mais com meu prato preferido? Talvez isso seja mais psicológico do que pela gravidez em si, mas ainda assim é algo que nunca senti antes. Peeta com certeza vai desconfiar que algo está errado, e eu não queria contar a ele agora que estou grávida. Queria contar à noite, porque aí teríamos tempo para conversar e aproveitar a novidade.

– Nada, foi só um enjoo e... – começo, mas Peeta me interrompe.

– Katniss, eu sei que tem algo errado com você, e não é de hoje. Você não está doente, está?

– Não! – apresso-me em dizer ao ver o quão preocupado ele está. – Não é nada, Peeta, eu...

– Katniss – ele me interrompe mais uma vez. Ele se aproxima de mim e me segura gentilmente pelos ombros –, eu sei que algo está acontecendo. Eu conheço você, e você tem agido estranho por meses. Você está me escondendo algo, sei que está. Eu respeitei seu espaço e não te forcei a falar nada por um bom tempo, mas eu já estou ficando angustiado. Eu sou seu marido, poxa! Você tem que confiar em mim.

Um sentimento ruim que não tem nada a ver com a náusea de antes comprime o meu estômago. Se escondi tudo de Peeta, foi por não querer decepcioná-lo. Não foi por não confiar nele, mas saber que ele está sentindo que eu não confio nele me entristece. Eu já chateei Peeta o suficiente para uma vida inteira.

Eu gostaria de dar a notícia a ele à noite, mas não aguento mais esconder as coisas dele. Preciso contar a ele, ou então vou explodir.

Eu me afasto dele e começo, fitando o chão.

– Peeta, há uma coisa que eu preciso te contar.

Ele se aproxima de mim mais uma vez e levanta meu queixo delicadamente, forçando-me a olhar para ele.

– Pode falar.

– Antes de te contar o que eu tenho para te contar, eu quero que você saiba que eu quis isso, que não foi um acidente.

– Katniss, o que quer que seja, fale logo! – diz ele, visivelmente nervoso.

– Eu estou grávida.

Continua...


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Notas finais do capítulo

NÃO ME MATEM! Se vocês me matarem, eu não vou poder escrever o próximo capítulo! Hahaha! Vou tentar não demorar tanto. Quero muitos comentários, para ficar bem inspirada para escrever o próximo. Ah, e quero recomendações, também! :D

Beijos e até a próxima.