Infinito escrita por The Escapist


Capítulo 7
7. Like a virgin


Notas iniciais do capítulo

sabe viajar na maionese? Esse capítulo tá bem assim! Nossa, tá ficando difícil, eu já sou naturalmente dramática, e as músicas não me ajudam, tô descambando pra um melodrama sem salvação, rsrs.



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I made it through the wilderness

Somehow I made it through

Didn't know how lost I was

Until I found you

Isabella havia prometido a si mesma que não “colocaria a carroça à frente dos bois”. Mas ali estava ela, ponderando sobre qual seria sua reação se Inácio a convidasse para sair. Provavelmente estava ficando maluca, afinal, ele não dera nenhum sinal de que estivesse interessado em alguma coisa, eles saíam junto com todo o pessoal do escritório, conversavam por várias horas, mas eram apenas bons amigos. Além disso, havia o fato de trabalharem juntos. A política da empresa não proibia que duas pessoas namorassem, ou mesmo fossem casadas, a menos que as pessoas em questão estivessem em níveis hierárquicos diferentes. Se ela e Inácio começasse a sair, ele não poderia se tornar seu chefe, nem o contrário.

— Isabella? — Ela piscou os olhos várias vezes. Mal dera-se conta de que estava distraída, pensando em bobagens durante o horário de trabalho. Era Marcelo quem estava de pé na sua frente. — Então, você o viu?

— Quem? — o gerente franziu a testa, sua conhecida expressão de que não gostara de algo. Depois olhou para a mesa ao lado, onde Inácio deveria estar. Isabella balançou a cabeça. — Eu não o vi.

— Pensei que vocês estavam sempre grudados — ele brincou, torando o clima menos tenso. Geralmente as pessoas no escritório julgavam o poderoso chefão como uma pessoa séria e por vezes desagradável, mas Isabella não concordava com a opinião geral. Às vezes Marcelo era até simpático! — Você pode dizer a ele pra ir falar comigo urgentemente?

— Tudo bem.

Marcelo agradeceu e voltou para sua sala. Não demorou cinco minutos e Inácio apareceu. Isabella reparou que ele não estava muito bem humorado, pois sentou sem falar nada e atirou uma pilha de papel sobre a mesa com uma raiva mal disfarçada. Ela ainda o ouvir murmurar um palavrão. Ele parecia tão irritado que ela ficou meio sem jeito de dar o recado do chefe, mas criou coragem para falar.

— Ei, o poderoso chefão pediu pra você ir falar com ele. — A expressão carrancuda de Inácio suavizou quando ele olhou para ela. Até sorriu.

— Ai meu Deus do céu! Esse homem vai me deixar louco! — dramatizou. Sentou na cadeira, remexeu nos papéis que jogara na mesa, procurando a caneta e checou o e-mail. Depois resolveu ir logo falar com Marcelo e saber o que ele queria.

Durante o resto do dia, Isabella manteve-se ocupada com seu próprio trabalho, estava suficientemente cheia de coisas, de modo que mal conseguiu conversar com o amigo. Pouco antes de sair, reparou que ele ainda estava com muito trabalho.

— Ainda vai demorar? — perguntou. Inácio desviou a atenção do computador e sorriu.

— Apenas dez contratos para terminar de preparar.

— Ih, cara, mas você acha que consegue terminar ainda hoje? — Inácio deu de ombros.

— Ele quer para ontem.

— Então eu vou te ajudar. — Inácio ainda abriu a boca para recusar e dizer que não era justo que ela ficasse fazendo hora extra para ajudá-lo, mas já conhecia o bastante da teimosia de Isabella e sabia que argumentar seria inútil. Além disso, tinha que admitir que precisava de ajuda. — Mas nós vamos precisar de um café antes.

— Por favor.

Já era noite quando eles terminaram. Não havia mais ninguém no escritório além dos vigilantes. Algumas luzes até já estavam apagadas. Inácio esperou que Isabella terminasse de guardar as coisas na bolsa e desligasse o computador, então os dois saíram juntos.

Isabella ofereceu carona, já que ele estava sem carro, mas Inácio sorriu e recusou. Já sabia onde ela morava e não fazia sentido aceitar a carona, ela teria de cruzar a cidade inteira se fosse levá-lo.

— Mas você pode me deixar num ponto de ônibus.

— Ok.

Os dois ficaram em silêncio por vários minutos. Isabella estava concentrada no trânsito — geralmente ficava nervosa quando tinha alguém no banco do carona — e Inácio olhava fixamente para a frente. Ela tentou pensar em alguma coisa para quebrar o gelo, mas foi ele quem falou primeiro.

— Escuta, você quer sair comigo?

Foi tão de repente que ela pisou no acelerador com muita força e quase bateu no carro da frente. Felizmente freou a tempo. É claro que já haviam saído juntos outras vezes, mas ela podia sentir que aquele convite era diferente. Era exatamente o tipo de convite que ela imaginara receber antes quando indagava a si mesma sobre qual seria sua reação.

Esqueceu momentaneamente todas os pormenores que aquela situação suscitaria, e se concentrou no fato de que ela estava há quatro anos sem ter nenhum relacionamento, provavelmente nem saberia mais como lidar com isso. A sensação era esmagadora. Queria sentir, mas temia se machucar outra vez.

I was beat incomplete

I'd been had, I was sad and blue

But you made me feel

Yeah, you made me feel

Shiny and new


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