Infinito escrita por The Escapist


Capítulo 24
22. Por enquanto


Notas iniciais do capítulo

Agora sim, a música do dia 27, essa joia rara da Cássia Eller, uma das melhores músicas do desafio, gente,



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Mudaram as estações

Nada mudou

Mas eu sei que alguma coisa aconteceu

Tá tudo assim, tão diferente

Isabella passou alguns dias mais quieta do que o normal depois do aparecimento repentino de Murilo. Isso parecia ter mexido com ela. Inácio foi compreensivo, deixando-a à vontade para conversar ou não sobre o assunto, mas insistiu para que ela trocasse as fechaduras das portas do apartamento. Não queria de maneira alguma deixar que ela corresse o risco de encontrar aquele maluco idiota novamente.

Ele a notava escapando para o trabalho para não pensar no que tinha acontecido. Não se admirava de vê-la abalada. Ele mesmo não via Valéria desde o rompimento e não imaginava qual seria a sua reação se a encontrasse. Podia entender que Isabella estivesse confusa, mas também temia que ela se afastasse dele.

O aparecimento de Murilo fez com que as velhas feridas abrissem, aquelas que ela julgava curadas. Aqueles problemas com confiança voltariam a assombrá-la. Tudo que ele queria era ver o sorriso dela de volta.

Um dia, pouco depois da hora do almoço, ele saiu da sua sala e foi até a mesa de Isabella. A intenção inicial era perguntar sobre os contratos que ela estava resolvendo, mas quando a percebeu tão triste, desistiu. Naquele momento não se importava se alguém dissesse que ele estava dando privilégios à namorada, apenas não aguentava olhar para ela e vê-la tão deprimida.

— Você tá legal? — perguntou. Ela ergueu os olhos do computador e ao encará-la, Inácio pôde perceber que ela andara chorando. — Você andou chorando de novo?

— Desculpe.

— Eu tô ficando preocupado com você, Isabella. — Ela fez um esforço para não deixar que lágrimas caíssem dos seus olhos. A compreensão dele era tão tocante. Mas Inácio estava realmente preocupado, sabia que ela ficara mal com o que tinha acontecido, mas a Isabella que conhecia não deixava-se abater daquela maneira. As estruturas dela estavam realmente abaladas. — Você precisa erguer a cabeça, ok? — Ela balançou a cabeça, mas não havia muita determinação no gesto. — Por que você não tira o resto do dia de folga?

— Eu não posso fazer isso, Inácio.

— Pode sim, você não tá com cabeça pra trabalhar. Os contratos que eu pedi ontem, você ainda não terminar de revisar.

— Desculpe, eu vou terminar...

— Não, você vai pra casa, descansar, pensar um pouco, deixa que eu falo com o Marcelo, ok? Tudo bem? — ele insistiu, e ela cedeu. — E eu passo na tua casa à noite pra ver como você tá, que tal? — Ela assentiu. Depois que ele voltou para a sala, Isabella arrumou as coisas e foi embora, não evitou reparar nos olhares que alguns colegas trocaram quando a viram deixar o escritório, mas não estava mesmo com cabeça para lidar com aquilo naquele momento.

Fez como ele sugeriu. Foi para casa, tomou um banho relaxante e ficou deitada. Não pôde evitar concordar com o fato de que estava precisando daquele tempo. Pensou muito em tudo que tinha acontecido. Tinha ficado muito confusa com tudo. Não que ainda sentisse algo por Murilo, estava certa de que havia superado, mas ainda assim estava confusa. Ser obrigada a rememorar cada momento do passado tinha sido horrível. Por fim pensou em Inácio e na maneira como ele estava por perto em todos os momentos. Ele era tão atencioso e compreensivo. Talvez, concluiu, aquilo tudo tenha acontecido para ajudá-la a perceber o quanto ele tornara-se importante em sua vida. Não que ainda restasse dúvidas, mas talvez estivesse na hora de dizê-lo em alto e bom som.

À noite, foi até a cozinha, colocou comida para Frederico e começou a preparar algo para si também. Como não tinha muito talento culinário, não se preocupou muito. Tirou uma lasanha congelada do freezer e colocou no micro-ondas. Ajustou o forno para os quinze minutos necessários para preparar a comida e voltou para o quarto.

Estava tirando a lasanha do forno quando ouviu a campainha. Foi abrir a porta e encontrou o namorado, recebeu-o com um beijo carinhoso e reparou que ele tinha as duas mãos ocupadas. Numa trazia um buquê de rosas, na outra uma caixa de bombons. Normalmente ela diria que aquilo era uma caretice, e era por isso que ele estava sorrindo daquela maneira traquina. Ela amava o jeito como ele sorria, formando covinhas nas bochechas.

— Está melhor? — ele perguntou, depois de beijá-la e entregar os mimos.

— Sim, me sinto bem melhor. Graças a você.

— É, eu tenho minha parcela de responsabilidade nisso — ele disse, com mal disfarçada modéstia. Isabella abriu a caixa de bombons e desembalou um, que comeu de uma vez.

— Espero que você ainda me ame quando eu estiver gorda — disse ela, sem ter terminado de engolir completamente.

— Você não é exatamente magra, não é, amor? — A intenção dele era fazê-la sorrir e ficou satisfeito quando Isabella pegou uma almofada, por puro reflexo e atirou nele. Significava que o humor dela estava voltando ao normal. — Minha gordinha que eu amo tanto.

— Você quer jantar comigo?

— Claro.

Eles foram para a cozinha e riram juntos quando Isabella serviu a lasanha. E ali, na simplicidade daquele momento, ambos encontravam a certeza de que estariam juntos e podia ver um no outro, um futuro.

Mas nada vai conseguir mudar

O que ficou

Quando penso em alguém

Só penso em você

E aí, então, estamos bem

Mesmo com tantos motivos

Pra deixar tudo como está

Nem desistir, nem tentar,

Agora tanto faz...

Estamos indo de volta pra casa


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Notas finais do capítulo

Ufa, consegui terminar 4 capítulos num dia! Tô orgulhosa, gente! Tirei o atraso. o Estamos quase lá! Só mais três capítulos.



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