Infinito escrita por The Escapist


Capítulo 22
Bônus Track I: Meu Erro


Notas iniciais do capítulo

Seguinte, eu tive umas ideias pra história, mas vi as músicas seguintes e elas não encaixavam em nada, daí resolvi usar as músicas do começo. Como eu comecei no dia 6, há cinco músicas que ainda não entraram na minha fic, elas apareceram como bônus agora. A primeira é Meu erro, que era a música do dia 04.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/543267/chapter/22

Isabella empurrou a porta e entrou no apartamento. Estava tão no “automático” que só se deu conta de que não havia sequer tirado a chave da bolsa quando já estava de pé no meio da sala e ouviu um barulho vindo lá de dentro. O lado racional avisava para que ela voltasse pelo menos caminho e ligasse imediatamente para a polícia, já que aparentemente alguém invadira seu apartamento, mas ao invés de fazer isso, ela caminhou na direção do barulho, que identificou como vindo do seu quarto.

Apesar da possibilidade de haver um ladrão lá dentro, ela foi decidida. A porta do quarto estava entreaberta e quando ela espiou lá dentro, preferia ter visto alguém roubando suas coisas. Ou melhor, que fosse outra pessoa roubando suas coisas. Mal conseguia crer que aquilo estivesse mesmo acontecendo. Depois de quatro anos!

— Mais que palhaçada é essa? — ela gritou, ao mesmo tempo que empurrava a porta. O grito assustou o intruso e ele deixou o abajur que segurava cair e se espatifar no chão. — Você tá roubando meu apartamento? — perguntou Isabella, retoricamente.

— Tecnicamente é nosso apartamento, já que eu ajudei você a comprar tudo que tem aqui — Murilo respondeu na maior cara de pau do universo.

Ele continuava exatamente igual. O mesmo corpo bem feito, os cabelos loiros um pouco compridos, os olhos azuis esverdeados e a barba rala. Usava uma calça jeans e uma camiseta regata branca que deixa os ombros largos em evidência. Isabella tentou, mas não conseguiu evitar pensar em como era ter aqueles braços fortes em volta do seu corpo. Lembrou então de tudo que ele havia feito, e ficou mais fácil sentir nojo novamente.

— Deus, isso deve ser um pesadelo! — Isabella fechou os olhos, dramaticamente, rezando aos céus para que quando os abrisse, não visse mais a cara nojenta de Murilo. Infelizmente, suas preces não foram atendidas, ele continuava ali, colocando vários objetos numa sacola. Isabella adiantou-se e arrebatou a sacola das mãos deles. — Nada aqui te pertence, seu imbecil. Cai fora!

— Calma, Belinha! — Ela ficou ainda mais irritada ao ouvi-lo chamar seu apelido.

— Como você pode ter a cara de pau de aparecer aqui depois de todos esses anos, Murilo? — ela berrava, incapaz de acalmar. Murilo, ao contrário, estava calmo e relaxado.

— Você não me deu tempo de pegar minhas coisas, Belinha.

— Eu acho melhor você não me chamar de Belinha outra vez, Murilo, senão eu não me responsabilizo pelo que pode acontecer! E quanto às suas coisas, se você não se lembra, eu atirei tudo pela janela.

— Isso não foi muito legal da sua parte. — Isabella deu um passo para trás, temendo que ele pretendesse encostar nela. — É incrível como você continua igualzinha, Belinha. — Isabella começou logo a pensar em como o mataria. — Você ficou esse tempo todo me esperando, é incrível.

— Do que você tá falando, seu idiota?

— O nosso apartamento continua do mesmo jeito, você não trocou nem sequer a fechadura. É óbvio que vou estava esperando que eu voltasse. — Isabella o encarou séria por alguns instantes, mas depois desatou a rir de uma maneira que até deixou Murilo sem ação. — Até o Frederico... — Então ele se abaixou para pegar o gato no colo, e quando Isabella percebeu sua intenção, resolveu agir. Ele podia mexer com qualquer coisa ali, menos com Frederico.

— Não ouse colocar suas mãos imundas no meu filho, seu monte de merda nojento. — Ela mesma agarrou Fred, apertando-o junto ao peito, numa posição protetora. — você tem cinco segundos pra desaparecer daqui, senão eu chamo a polícia.

— Eu acho melhor você se acalmar, a gente conversa e resolve tudo numa.

— Eu não vou conversar porra nenhuma com você, Murilo, não seja idiota! O que você acha que ainda existe para conversar? Já passaram quatro anos, você não existe mais.

— Você nunca me deu a chance de explicar o que aconteceu?

— Você acha que eu sou alguma idiota, é isso?

Você diz não saber

O que houve de errado

E o meu erro foi crer que estar ao seu lado, bastaria

Mesmo querendo eu não vou me enganar

Eu conheço os seus passos

Eu vejo os seus erros

Não há nada de novo

Então não me chame

Não olhe pra trás

Isabella deixou Frederico no chão e o gato correu para cima da cama. Ela apanhou a sacola na qual Murilo estava enfiando suas coisas e reparou que ele havia pego sua caixa de joias. Ela riu, amarga. Ao menos algumas daquelas joias haviam sido compradas por ele, mas não eram nenhuma fortuna.

— Você tá falido? — perguntou e diante do silêncio dele, ela riu. — O que aconteceu? O seu pai cansou de bancar a sua vida? — Murilo continuou sem responder, mas pela maneira como ele se remoía, Isabella imaginava estar indo pelo caminho certo. — E você resolveu roubar a trouxa da sua ex-namorada? É isso que você quer? — ela abriu a caixa de joia e atirou tudo na cara dele. — Agora sai daqui. E nunca mais ouse aparecer na minha frente. — Murilo só começou a levar as ameaças a sério quando ela apanhou o abajur e atirou-o, deixando de acertar nele por um triz.

— Você ficou maluca?

— Pode acreditar.


Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Infinito" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.