Infinito escrita por The Escapist


Capítulo 15
15. Wrecking ball


Notas iniciais do capítulo

Pense num capítulo difícil de sair, gentxe. A música não ajudou nem um pouco, nem conhecia e tal. De forma que consegui aproveitar apenas algumas frases soltas da letra.

Enfim, como não há um planejamento envolvido, as coisas vão apenas acontecendo na história. Esse capítulo é bem light no começo, mas tem um pouco de comédia e depois algo de sério fica no ar. Que misturada, hein?



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We kissed, I fell under your spell

A love no one could deny

Inácio acordou primeiro, esticou o braço e pegou o telefone em cima do criado mudo para ver a hora. Ainda era cedo, mas precisa acordá-la. Isabella estava dormindo de bruços, seus cabelos compridos emaranhados cobriam o rosto. Ele já sabia o quanto ela ficava irritada por acordar cedo, mas ela mesma havia pedido para que a chamasse a tempo de ir até seu apartamento se arrumar antes do trabalho. Ele afastou uma mecha de cabelo do rosto dela, ainda com cuidado, adiando a hora de chamá-la. Aliás, vê-la dormindo era algo tão incrível que ele poderia ficar ali o dia inteiro. Havia algo de muito especial na respiração leve e cadenciada de Isabella, no fato de tê-la ao seu lado, de acordar sentindo o calor do corpo dela junto ao seu. Talvez fosse apenas uma bobagem piegas de um homem apaixonado, ou talvez fosse verdade aquela história de que o amor muda as pessoas.

I never hit so hard in love

— Isabella? — chamou, aproximando-se do ouvido dela, aproveitou para beijá-la no rosto. Isabella resmungou, mas não abriu os olhos ainda. — Amor, acorda.

— Huhum. Só mais uns minutinhos, por favor — ela disse, com a voz ainda grogue de sono. Ele sorriu, abobalhado e resolveu acordá-la de outra maneira.

Começou a puxar o lençol que a cobria; ela estava usando apenas uma de suas camisetas, que ficava quase como um vestido, na verdade. Por baixo daquela blusa, ele sabia, não havia nada. Ela reclamou quando sentiu o lençol sendo puxado, mas ainda não parecia disposta a ceder. Inácio deslizou a mão pela perna, tocando-lhe a pele macia com a ponta dos dedos.

Quando as mãos dele, enfim, alcançaram a camiseta e começaram a tocá-la por baixo do tecido, Isabella começou a acordar.

— O que você tá fazendo, Inácio? — perguntou, mas não era exatamente uma reclamação. Ele sorriu e a beijou numa parte do corpo nada ortodoxa. Isabella riu, entre um suspiro e outro. Sabia que precisa ir para casa se arrumar, mas não acharia ruim se aquilo continuasse por alguns minutos.

Se tivesse calculado o pior momento para conhecer a mãe do namorado, talvez não tivesse sido tão ruim. Isabella estava gostando de sentir a língua quente de Inácio tocando aquela parte tão sensível, quando, de repente, ouviu a porta abrindo e um grito a seguir.

Então tudo aconteceu rápido demais, uma confusão generalizada. A porta tornou a bater, Isabella se virou tão depressa que, de alguma forma conseguiu acertar o pé no rosto de Inácio, que levou a mão ao local atingido, ainda tentando processar o fato de que sua mãe o tinha pego com a boca na botija. Literalmente.

— Droga, droga, droga — resmungava, enquanto catava um short pelo chão para vestir. Isabella já estava de pé, procurando suas próprias roupas.

— Qual o problema com a sua mãe? Ela não tem a mínima noção?

— Na verdade, não — admitiu. Era sua culpa, afinal, conhecia sua mãe e sabia da mania que ela tinha de entrar no quarto dele sem avisar, ele deveria ter trancado a porta. — Eu sinto muito.

— Eu nunca mais vou voltar aqui. — Isabella prendeu os cabelos num coque improvisados, apanhou as sandálias e se dirigiu para a saída. Felizmente poderia sair pelo quarto de Inácio, que tinha uma porta que dava para o jardim, sem precisar passar pela sala, e consequentemente olhar para a mãe dele.

— Não precisa exagerar, isso não vai acontecer outra vez.

— Claro que não! Uma vez é suficiente pra uma vida inteira, Inácio!

— Olha, eu vou falar com a mamãe, pedir desculpas e tudo vai ficar bem.

— Não! Tudo não vai ficar bem, Inácio.

— Você tá exagerando, sabe disso, não é? — Ele reforçou, com calma, tentando não dar tanta importância ao acontecido. Era constrangedor, claro, mas não era o fim do mundo. — Amor... minha mãe viu a sua bunda, e daí? Não é uma coisa ruim de se vê, acredite, você tem um bunda razoável. Ela vai ficar...

— Espera, o que foi que você disse? — Isabella o interrompeu.

— Que a minha mãe vai ficar bem, ela não vai esquentar por causa disso.

— Não, sobre a minha bunda. Você disse que a minha bunda é razoável? — Inácio abriu a boca, mas não falou nada. Piscou os olhos, um pouco confuso. Não sabia se ela estava falando sério ou apenas tentando deixá-lo sem jeito. — Razoável, ham?

— Você entendeu o que eu quis dizer.

— Perfeitamente — respondeu com ironia.

— Ei, você não pode estar chateada por causa de uma bobagem dessas, Isabella, não seja criança.

— É melhor eu ir embora. — Ela não esperou mais, saiu e o deixou ali sem ação. Inácio queria ir atrás dela e resolver aquilo logo, mas primeiro tinha que falar com a mãe e segundo, talvez não devesse ceder às infantilidades da namorada. Afinal, nem tudo tinha que ser como Isabella queria, eles já eram adultos, não ia ficar perdendo tempo com bobagens. Deixou então que ela fosse, conversariam quando se encontrassem mais tarde.

Ele não demorou quinze minutos para se arrumar, como sempre, e quando saiu do quarto, foi para a cozinha tomar café da manhã. A mãe estava de costas, preparando algo no fogão e continuou assim mesmo após ouvi-lo chegar.

— Mãe, me desculpa, tá bom? — ele pediu e por alguns instantes pensou que não teria resposta.

— Francamente, Inácio, você perdeu de vez a vergonha.

— Mãe, não precisa exagerar, ok? A Isabella é minha namorada e eu não sou mais criança. Eu sinto muito por ter deixado você constrangida, a Isabella também sente, ela ficou muito envergonhada, mas a senhora também poderia ter batido na porta antes de entrar, não é?

Ela serviu o café do filho, resmungando sobre falta de vergonha e sobre como as coisas no tempo dela eram diferentes. Ele apenas ouviu, sem criar confusão e depois saiu para trabalhar. Esperava que aquele incidente não se tornasse um problema maior, mas algo lhe dizia que essa esperança era um pouco vã. Isabella e sua mãe já eram, naturalmente, duas pessoas diferentes, e não tinham tido um começo promissor.


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