Infinito escrita por The Escapist


Capítulo 14
14. Bem que se quis


Notas iniciais do capítulo

ai, pessoal, a dor no meu braço não melhorou nada, viu? Fui até ao médico, maior comédia Dr. Antônio e tal, passou remedinho e até atestado, mas eu fui trabalhar porque... Bem, isso não vem ao caso. Esse capítulo sim! A música é linda, mas foi difícil encaixá-la no atual momento da história desses dois. Minha expectativa era fazer um hentai bem trabalhado no sensualidade e tals (e mudar a classificação, of course), mas a realidade é que eu não sei escrever hentai. So, keep calm and carry on.
Anyways, o capítulo ficou simples, mas eu acabei gostando do resultado, teve momentos tensos e momentos felizes, de uma maneira bem balanceada.


I hope you like it!


By the way, Bem que se quis é uma música da Marisa Monte.



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E o que é que a vida fez da nossa vida?

O que é que a gente não faz por amor?

Isabella deixou que Inácio curtisse o momento. Talvez aquilo o ajudasse a ser um pouco mais autoconfiante, ao menos era com isso ela estava contando, era a justificativa que dava a si mesma para ter desistido.

Agradeceu por Marcelo tê-la chamado para conversar antes, de modo que ela pôde recusar a promoção e ainda pedir que ele não deixasse Inácio saber que ela fora a primeira escolha da diretoria. Ele ficaria chateado, e ela não queria que isso acontecesse, pois acreditava sinceramente que ele merecia aquela promoção tanto quanta ela.

— Ah, se esse daí me desse cinco minutos de cabimento! — Isabella estava encostada à mesa, olhando Inácio rodeado pelos colegas, e teve um susto quando ouviu a voz de Fernando, que parara ao seu lado. Olhou admirada para o colega, meio que sem entender do que ele estava falando. Fernando deu uma piscadela. — O Inácio, querida, esse pedaço de mau caminho.

— Oh! Ah! — Isabella não sabia se ria ou ficava admirada. Nunca passara por sua cabeça que Fernando fosse... Bem, que ele pudesse reparar em Inácio e seus atributos. — Sério? — Então ela riu, tentando disfarçar um pouco o embaraço. — Ele não é nada mau. — Fernando ergueu a sobrancelha para ela, dando a entender que talvez soubesse mais do que aparentava. — O quê?

— Ah, minha florzinha, vocês precisam se esforçar um pouco mais se querem manter isso realmente em segredo. — Isabella balançou a cabeça, tentando controlar a vontade de sorrir. Não confirmou nada, mas também não negou. Se eles estavam dando bandeira demais, não demoraria muito para que o segredo fosse descoberto, mas não seria ela quem colocaria um fim nisso, apenas deixaria que as coisas acontecessem.

Depois de alguns minutos de cumprimentos, Inácio pôde, finalmente, retornar ao trabalho. Ainda ocuparia a mesa ao lado de Isabella até o final da semana. Ficou um tempão sem falar com ela, concentrado nas planilhas na tela do computador, mas de vez em quando, dava uma olhadinha de lado, como se para certificar-se de que Isabella continuava ali. E ela estava, claro, totalmente concentrada no trabalho.

— Isabella? — chamou. Ela levantou a cabeça e sorriu.

— Oi?

— O pessoal combinou de sair hoje pra comemorar. Você topa?

— Claro. — Ela tornou a sorrir, e aquele sorriso funcionava como um balsamo para Inácio. Ele assentiu e voltou a olhar para o computador, mas parou novamente de trabalhar pra escrever algo no post-it, que empurrou disfarçadamente até a mesa de Isabella. Ela leu o recadinho e mordeu a caneta, num esforço para não dar uma risada e chamar atenção de todo o escritório. Ao escrever aquele recado “impróprio”, Inácio pensou que ela ficaria brava, como acontecera quando o ameaçara de morte porque ele sugeriu que dessem uns amassos na salinha do arquivo, por isso o sorriso jocoso de Isabella o deixou aliviado e surpreso. Ela rabiscou um simples “sim” abaixo da pergunta dele e devolveu o bilhete, então ambos voltaram a trabalhar.

Mas tanto faz,

Já me esqueci de te esquecer porque

O teu desejo é o meu melhor prazer

E o meu destino é querer sempre mais,

A minha estrada corre pro seu mar

***

Como estavam no meio da semana, a comemoração foi bastante discreta, resumindo-se a uma pizza com refrigerante, e antes das onze horas, todos estavam a caminho de casa. Como sempre, Inácio e Isabella ficaram por último e saíram juntos.

— O que você acha de ir pra minha casa? — Inácio perguntou quando já estavam no carro. Há tempos que queria convidá-la, mas geralmente Isabella estava adiantada, levando-o para o seu apartamento.

— Não vai ter problema? Com a sua mãe... quero dizer. — Pela quantidade de vezes que a mãe dele telefonava quando ele estava na rua, Isabella achava que ela provavelmente era muito chata! Inácio deu uma risada.

— Amor, eu tenho vinte e oito anos. — Isabella deu de ombros.

— Dezoito, vinte e oito, trinta e oito, não importa, ela ainda vai ser sua mãe e às vezes elas não gostam quando os filhinhos levam uma namorada pra dormir em casa. — Ele soltou um suspiro.

— Ela talvez não goste muito, mas não precisa se preocupar, minha mãe é um doce de pessoa, vocês irão se dar super bem, eu aposto. — Isabella sorriu amarelo. Não que não gostasse da ideia de conhecer a mãe dele, apenas não lidava muito bem com ela. — Além disso, ela provavelmente vai estar dormindo, não vai perceber nada.

Isabella ainda pensou um pouco, para logo depois ceder. Percebia que, pouco a pouco, estava deixando-se levar por aquele sentimento. Pouco a pouco, estava assumindo para si mesma que o passado já não doía tanto, que o futuro talvez não fosse tão obscuro, e principalmente, que o presente valia a pena ser vivido.

Bem que se quis

Depois de tudo ainda ser feliz

Mas já não há caminhos pra voltar.

E o que é que a vida fez da nossa vida?

O que é que a gente não faz por amor?


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