PV EDWARD

Meu coração se apertou e eu já sabia o que infelizmente aquilo significava fui rapidamente até o quarto de Bella e vi quando começou a chorar. Bella ainda sentia bastante a morte dos pais havia passado apenas duas semanas desde o acontecido.

— Bella –eu disse me ajoelhando ao lado dela na cama- não chore. – pedi angustiado acariciando o rosto dela.

— Sinto falta dos meus pais. – disse Bella em meio ao choro.

— Eu sei que senti. – passei um dos meus braços por ela a abraçando e com a outra mão livre eu fazia carinho em seus cabelos- Mas quando sentir saudades deles se lembre dos muitos momentos feliz que eu sei que teve com eles, isso ajuda.

— Como sabe desses momentos?

— Não estaria sofrendo tanto a perda deles se fosse o contrário.

— Sim é verdade, eles me fizeram muito feliz.

— Então quando a saudade apertar se concentre nesses momentos, que mesmo seus pais estando longe agora eles vão continuar a fazer a filha querida deles feliz. – e Bella ficou com os pensamentos longe e um tempinho depois ela tinha um sorriso nós lábios, bem pequeno na verdade mais ainda assim um sorriso.

— Obrigada Edward. – disse Bella enxugando algumas lágrimas que ainda havia em seu rosto. – Obrigada por cuidar de mim.

— Estarei sempre aqui para você então...

— Eu já sei que vai dizer que eu não preciso agradecer, mas...

— Você não consegue não agradecer. – digo completando a frase por ela.

— Exatamente.

— Tudo bem e que tal sair um pouco desse quarto? Você fica aqui o tempo todo.

— Não é verdade eu saio, vou para a sala e para a cozinha.

— Mas passa a maior parte do tempo aqui, então que tal dar uns passos além destes cômodos.

— E ir para onde?

— A varanda daqui de casa é bem agradável. Então senhorita Bella me acompanha em um passeio até lá? – a convido me levantando.

— Sim, eu aceito senhor Cullen. 

E segurei sua mão a ajudando a se levantar.

— Você conseguiria facilmente se passar por uma moça do século passado.- comentei passando meu braço pelo dela como se fazia antigamente e a guio para fora do quarto indo em direção a varanda.

Ela tem a beleza clássica e a graciosidade das moças daquela época.

— Você também.

— Bom na verdade eu sou um.

— Há verdade. Puxa você é tão velho! – disse Bella num tom brincalhão.

Ela estava fazendo uma brincadeira, pensei surpreso e nem me importava que era com minha idade eu estava feliz, isso é um sinal que estava se recuperando.

— Desculpe foi uma piada de mau gosto. – disse Bella interpretando meu silêncio de forma errada.

— Não eu gostei de descobrir esse seu lado brincalhão. Você sempre me surpreende.

— Espero que de um jeito bom.

— Sempre de um jeito bom. –  lhe asseguro.

Sentamo-nos em um banco suspenso com correntes na varanda e Bella apoiou sua cabeça em meu ombro me deixando surpreso de uma forma boa, era sempre eu que a tocava nunca o contrário. Passei meus braços por sua cintura e comecei a nos balançar lentamente, ficamos em silêncio, mas não era desconfortável.

— Há um jardim aqui? – perguntou Bella certamente sentindo o cheiro das flores. Quando uma brisa passou por nós.

— Sim, Esme cultiva flores e começou a cultivar uma pequena horta só que no quintal.

Depois que Bella veio para cá Esme teve a ideia de ter uma horta, para ter sempre verduras e temperos frescos para preparar a comida de Bella. Era uma boa mamãe ter participado de inúmeras obras de caridade em orfanatos, lá aprendeu muitas coisas inclusive a cozinhar. Esme tem muito jeito na cozinha as crianças sempre elogiam sua comida.

— Que espécies de flores?

— Bem menos que mamãe gostaria, pois o clima frio de Forks não a ajuda ter todas as espécies de flores que gostaria de cultivar.

— Será que Esme se importaria se eu me aproximasse das flores?

— Claro que não Bella.

— Então me fala como eu chego até elas?

— Claro. – nos levantamos e passei meu braço por sua cintura.

— Edward não precisa me segurar sempre é só dizer para onde devo ir.

— Lembra que a entrada tem sete degraus.

— Sim e o que tem isso?

— São poucos, mas não tem corrimão para se apoiar como na escada de dentro. – sem o apoio se ela pisar em falso em um dos degraus não teria onde se agarrar para evitar uma queda. – Aliás, vou falar com mamãe para providenciar isso. – digo enquanto descíamos as escadas e íamos até onde estava a maior parte das flores concentradas no jardim.

— Não precisa mudar nada na casa por minha causa, eu vou aprender a me locomover por ela sozinha é só questão de prática.

— Eu sei que vai. Mas até lá deixe-nos fazer o melhor para você e ajuda-la, está bem?

— Ok.

— Aqui estão Bella é só esticar o braço a sua frente.

Bella saiu tocando e cheirando várias flores, algumas conseguiu descobrir a espécie sozinha outras eu disse para ela qual era.

— Adorei o cheiro dessa, qual o nome dessa espécie de flor?

— Bem que essa flor poderia se chamar Bella. – falo brincalhão, é muita coincidência ela gostar mais do cheiro dessa flor em questão.

— Como assim?

— O cheiro dessa flor é o seu cheiro.

— Não, eu estou cheirando a morango.

— Não me refiro ao cheiro dos produtos que usa, mas ao seu cheiro natural.

— Como assim?

— Os humanos não têm os sentidos aguçados como nós vampiros, mas nós podemos sentir o cheiro de cada um de vocês perfeitamente.- eu disse cheirando o pescoço dela- Seu cheiro de frésia é tão tentador!- e me afasto um pouco da tentação. Eu tenha um bom controle, mas isso não impede que minha natureza vampírica se manifeste, mas felizmente eu sou capaz de reprimir esse desejo de seu sangue tão rápido quanto ele vem.

— Tentador como? – perguntou Bella um pouco corada, acho que pela minha ousadia.

— De duas maneiras. Sentir seu cheiro, é como sentir o aroma de um maravilhoso perfume, mas também é como cheirar o melhor vinho já produzido e não poder provar. – eu expliquei da melhor maneira que pude.

— Meu sangue te tenta tanto assim?- Bella não falou, mas estava subtendido que sua pergunta se refere à segunda parte da minha explicação.

— É como se ele tivesse sido feito para mim. – falo tocando sua jugular e o pulso dela acelerou- Não tenha medo. - subo minha mão até seu rosto e o acaricio- Eu jamais machuquei alguém e não começaria a fazer isso machucando a pessoa mais importante para mim no mundo, Bella eu te am...

— Edward, por favor, não continue a falar de seus sentimentos por mim. - Bella se afasta um pouco de mim, sua atitude doeu um pouco -Não pense que eu estou sendo insensível, mas eu ainda estou me adaptando às mudanças drásticas na minha vida, não tenho condições de lidar com o que você senti por mim agora eu preciso que me dê um tempo com relação isso.

— Desculpe Bella, eu compreendo e eu vou respeitar seu tempo. – mas ela pareceu duvidar de que eu fosse capaz. Eu também, o que sinto por ela é forte demais, por isso se torna bem difícil reprimir, mas eu me esforçaria ela precisa desse tempo mesmo.— Eu prometo que vou tentar. – prometi o que eu realmente poderia fazer. Esperando que seja o suficiente para ela.

— Isso é o bastante para mim. – Bella encerra o assunto e volta sua atenção às flores.

Eu tinha de ser paciente e esperar que a visão de Alice realmente se concretize, pois ninguém decide amar alguém na hora que quer, o amor simplesmente acontece e só me resta torcer para que o dia que o meu amor por ela fosse correspondido chegasse em breve.