PV EDWARD

— E então você virá para minha casa comigo?

— Por enquanto. – Isabella fala depois de longos minutos em silêncio que me foram torturantes deixando claro que não pretende fazer de sua estadia lá em casa permanente. Mas isso me daria tempo para fazê-la mudar de ideia.

— Isso já é o bastante para mim.- digo feliz- Vem eu te guio. – e a ajudo a descer da cama, peguei uma pequena bolsa com os pertences que Alice havia providenciado para Isabella usar nos dias que ficou internada aqui e passei um braço por sua cintura, o coração dela deu um salto novamente como quando segurei suas mãos antes. Está claro agora que é uma reação a mim, eu mexia com ela e de um jeito bom, já que eu não sentia medo vindo da parte dela quando eu a tocava. Não pude evitar abrir um sorriso com isso.

— Se não der o primeiro passo não vamos a lugar algum. – diz Isabella me fazendo sair de meus pensamentos.

— Ok, vamos lá então quinze passos à frente. – andamos e eu abri a porta. Fui a guiando e ignorando os comentários de algumas pessoas pelos corredores do hospital, lamentando o fato de uma moça tão jovem e bela ser cega. Ouvi um suspiro triste de Isabella, ela também estava ouvindo. Fiz um carinho em sua cintura em forma de consolo.

Seria pedir demais que essas pessoas guardassem suas opiniões para si? Pensei indignado.

— Edward? – fala Isabella quando já estávamos no carro prontos para partir.

— Sim.

— Onde estão- Isabella respirando fundo- meus pais?

— Isabella...

— Bella.

— O quê? – digo confuso.

— Estou acostumada que me chamem pelo apelido.

— Bella combina perfeitamente com você. – e as bochechas dela coraram.

— Isso te deixa ainda mais adorável. – e não resisto e aliso com as costas de minha mão uma de suas bochechas.

E ela corou ainda mais se possível.

— Não isso é bobo e infantil.

— Não acho nem um pouco. – falo sincero.

— Mas então onde estão meus pais? – fala Bella com a voz quebrando na última palavra.

— Eles estão enterrados no cemitério de Forks. – falo o mais suavemente que pude, mas ela deixou uma lágrima cair de seus olhos, e eu rapidamente a limpei. Me doí vê-la chorar.

— Pode me levar lá?

— Bella o problema é que você precisa de repouso agora. 

E sua expressão ficou tão triste!

— Não, não fique triste. – peço acariciando o rosto dela – Ok, eu vou levá-la, mas não podemos demorar, prometo que quando estiver totalmente recuperada da cirurgia te levo lá quantas vezes quiser e poderá ficar o tempo que quiser também, combinado?

— Combinado. – diz com a expressão menos triste em seu rosto agora. Eu queria poder saber como era seu sorriso, mas no momento sei que não seria possível.

Ao chegarmos ao túmulo de seus pais ela desabou no choro.

— Sinto muito. – eu a abraço. – Eu realmente sinto muito. –digo para uma Bella que parecia inconsolável.

— Não tenho mais ninguém.- fala Bella tão desolada.

— Sei que não é a mesma coisa, mas tem a mim, a minha família, sua família agora.

Mas ela nada disse. E não forcei a situação também, eu torcia para que em breve Bella pudesse nos ter como sua família.

Eu continuei a abraçando e sussurrando palavras de consolo. Tentando como podia acalma-la e amenizar sua dor.

— Acho que podemos ir agora para sua casa. – diz Bella quando conseguiu parar de chorar.

— Nossa casa. – a corrigi, enxugando suas lágrimas. E fomos para o carro.

— Não moram na cidade? – perguntou Bella confusa ao notar que o carro não andava mais no asfalto e sim em uma estrada de terra um pouco desnivelada.

— Sim, na parte mais afastada, gostamos de privacidade. Então moramos há alguns quilômetros da rodovia que é margeada por floresta, não temos vizinhos, e retiramos apenas as árvores suficientes para construir o caminho a até mansão.

— Mansão? – diz Bella apreensiva.

— Somos eu, meus pais e mais quatros irmãos precisamos de bastante espaço para acomodar todos.

— É claro. – Bella soa apreensiva.

— Qual o problema?

— Não poder ver.

— Eu vou te ajudar a si ambientar.

— Não quero ficar te fazendo de bengala.

— Acredite, ficar com você o tempo todo para mim não seria ruim.

— Diz isso agora, mas você tem sua vida, não quero empatar. – diz Bella quando estacionei o carro em frente da mansão.

— Bella.- eu seguro seu queixo delicadamente e virando seu rosto para mim. – Você é minha vida.

— Sinto que diz a verdade, mas não devia, você merece alguém bem melhor que eu.

— Você é perfeita para mim. Acredite.

Mas ela parecia incrédula. Resolvi não insisti nisso no momento. Terei tempo para fazê-la perceber isso. Por enquanto já era o bastante ela estar mais receptiva a mim espero que a minha família também.

Desci do carro e abri a porta do carro do lado dela.

— Venha. - e seguro sua mão. E ela desceu do carro com extrema cautela.

— Temos sete degraus na entrada de casa, são largos, dá quase três pés seus.

— Ok. – diz Bella simplesmente, levantando um pouco seu pé direito.

— Vá em frente. – a encorajei, segurando sua mão um pouco mais forte para mostrar que me tinha como apoio.

Bella firmou o pé direito no degrau e ergue o esquerdo. Assim lentamente subimos os degraus.

Abri a porta da entrada de casa e minha família estava em um semicírculo no meio da sala.

— Seja bem-vinda! – disseram todos ao mesmo tempo.

— Isabella estamos todos felizes por ter você aqui. – Carlisle fala por todos.

— Obrigada Carlisle, e vocês podem me chamar apenas de Bella. – diz deixando todos ainda mais felizes, porque quando te deixam chamar pelo apelido é por que a pessoa deseja que se tornem próximos.

— Eu sou Esme esposa de Carlisle e Bella sentimos muito por tudo querida, mas estamos aqui para te ajudar, não se preocupe com nada cuidaremos de você. – fala Esme de modo maternal.

— Obrigada Esme. – agradeceu Bella timidamente e corando.

— Ela cora. – Emmet  fala surpreso- Vou te encabular mais vezes para deixá-la assim vermelhinha.

— Emmet! – o reprendi.

— Deixa de bobagem Edward. – diz Emmet vindo até nós. – Deixa eu dar boas vinda de verdade maninha.- e a abraça ao ponto de tirá-la do chão.

— Por Deus Emmet a ponha no chão. - peço e ele a pôs.

Bella estava totalmente desconcertada com a situação. Passei meu braço por sua cintura. E o coração dela deu um salto o que não passou despercebido por ninguém, mas graças a Deus todos tiveram o bom senso de não comentar na frente dela nada a respeito disso. Mas acharam interessante essa reação dela a mim.

— Desculpe Bella não foi minha intenção deixa-la sem graça. - Emmet fala sincero- Mas é que para mim é como se você fizesse parte dessa família o tempo todo. Senti-me intimo o bastante, mas respeitarei seu espaço até que se acostume conosco.

— Sem problemas Emmet, é só que para mim é estranho vocês agirem como se me conhecessem há bastante tempo.

— Eu compreendo você Bella. – diz Emmet.

— Bella você já me conhece, mas quero que saiba que além de irmã seremos grandes amigas. – diz Alice abraçando a Bella.

— Acho que sim. – fala Bella em tom de dúvida.

— Eu nunca erro Bella. - Alice diz convicta, contando com seu dom a seu favor.

— Eu sou Rosalie e não vou deixar Alice te monopolizar. – e em seguida a abraça.

— Prazer Rosalie.

— E eu sou Jasper. –  e ele segura a mão de Bella em cumprimento e aproveitou para passar sutilmente um pouco de ondas de calma, Bella estava tensa com essa situação.

— Agora que Bella já conheceu a todos acho que deve leva-la ao quarto dela Edward, Bella precisa de repouso, ainda não está totalmente restabelecida. 

— Eu vou leva-la pai. Com licença Bella. - eu disse a pegando no colo.

— Eu posso andar Edward. – Bella retrucou.

— Sei disso, mas tem dois lances de escadas até chegarmos ao seu quarto.

— Subi os degraus da entrada sem problemas.

— Acontece que esses são mais e você já andou demais por hoje precisa descansar.

— Eu não acho que uns degraus a mais fará diferença.

Acho que devo acrescentar teimosia ao perfil de Bella.

— Edward está certo. - Carlisle interveem- Precisa ir com calma Bella você tem repouso a cumprir. Não pode se esforçar tanto nos próximos dias. Mas logo estará liberada para fazer qualquer coisa, está bem?

— Non ho altra scelta. (Não tenho outra escolha). – sussurrou Bella em italiano contrariada, mas com nossos sentidos aguçados ouvimos e ficamos surpresos.

Ela fala italiano e fluente, não sabíamos quase nada dela, o pouco que sabíamos foi o que disse, que não tinha mais família, que os pais tinham uma residência em Phoenix, mas não sabíamos o que faziam em Forks. Gostaria de saber mais de Bella, mas sinto que agora infelizmente ela não se abriria para mim.