PV EDWARD

— Eu sinto muito filho, estanquei a hemorragia e apesar da cirurgia ter sido delicada a área afetada foi pequena não pensei que Isabella teria sequela ainda mais de caráter permanente. – diz Carlisle se sentindo extremamente culpado.

— Não pai, eu sei que fez o seu melhor, a culpa na verdade é minha, eu não fui rápido o bastante para chegar antes de evitar que o carro caísse no mar.

— Não a culpa é minha que só tive a visão perto demais dela acontecer. Céus! Se eu tivesse tido essa visão alguns segundos antes essa catástrofe não teria acontecido. – Alice também se sentia culpada.

— Querem parar. – fala mamãe irritada- Não há culpados no que infelizmente aconteceu a Isabella, algumas coisas simplesmente acontecem sem explicação e só nos resta aceitar.

— Está certa querida, é só que Isabella não merece nada disso. – fala Carlisle sendo abraçado por mamãe.

— Tão nova! – diz Rosalie com pesar.

— Mas ela tem a nós vamos ajudá-la. 

— Está certo Jasper, juntos ainda vamos botar um sorriso naquele rosto angelical dela. – fala Emmet otimista.

Meus outros irmãos e mamãe havia ido ver Isabella enquanto ela dormia. Achamos melhor que Isabella não nos conhecesse todos de uma vez, mas a curiosidade deles era grande que esse foi o jeito que encontramos deles ao menos a verem.

— Com licença.- diz a enfermeira após bater na porta do consultório médico de Carlisle- Isabella está pronta.

— Obrigado por avisar Melissa. - agradeceu Carlisle e a enfermeira se retirou.

Isabella havia acabado de receber sua alta. E essa enfermeira havia ajudado Isabella a se arrumar.

— Tem certeza que não quer nenhum de nós com você para falar ir com Isabella filho?

— Tenho mãe prefiro fazer isso sozinho.

— Ok, iremos esperar vocês dois lá em casa.

Eu apenas assenti indo até o quarto de Isabella.

Entrei no quarto e ela estava sentada na cama.

— Olá!- digo a Isabella, mas fingiu não me ouvir, ela não falou quase nada nem comigo, com papai ou Alice nos últimos dias que esteve internada aqui e sempre que íamos vê-la pedia para ficar sozinha- Eu vim te buscar para levá-la para minha casa.

— Eu tenho uma casa em Phoenix. – diz Isabella.

— Você é menor de idade não pode ficar lá sozinha já que não tem mais parentes que se responsabilize por você.

— Meus pais era minha única família. – diz Isabella enxugando uma lágrima, eu quis tanto confortá-la, mas ela não aceitava bem minha aproximação.

— Vamos nos responsabilizar por você Isabella.

— Não precisa podem me deixar em um orfanato então. – Isabella sugeriu.

Orfanato? Por Deus eu jamais a deixaria em um.

— Porque prefere ficar em um orfanato ao invés de ficar conosco?

— Não tenho ideia de quem são e o que são. – Isabella dá ênfase na última parte, é claro que perceberia que eu e minha família somos diferentes. Então seria por isso que Isabella não aceitava nossa aproximação? Seria um motivo muito justo devo admitir.

— Eu posso te responder, mas promete manter a calma.

Como eu gostaria de poder ler sua mente, seria mais fácil ter essa conversa sabendo o rumo que seus pensamentos estariam tomando, mas infelizmente sua mente é fechada para meu dom, porque justo Isabella tinha de ser minha exceção?

— Vi você forçar a porta do carro emperrada até abrir e arrebentar o cinto de segurança com as mãos sendo que nenhum humano por mais forte que seja não conseguiria, me carregar pelo mar até a areia da praia como se eu não pesasse nada, sua pele é fria, sua beleza é inumana e sua pele no sol brilha como diamante. Se não fiquei com medo disso tudo até agora não acho que o que falta você me dizer irá me assustar.

Isabella percebeu e viu praticamente tudo de inumano que há em mim. E realmente não teve medo de mim quando a salvei.

Mas será que passaria a ter medo quando eu dissesse? Bom eu só saberia se eu falasse.

— Eu e minha família somos vampiros.

— Vampiros...- Isabella sussurra a si mesma- Faz sentido.

Pensei em dizer algo mais, mas resolvi esperar que assimilasse de fato essa nova informação. Mesmo depois do que disse reagiu calma demais. Quem descobre estar falando com um vampiro e não fica num mínimo com um pouco de medo? Isabella só pode ainda estar absorvendo a informação. Mas confesso que por mais ilógico que seja eu espero que essa calma dure, pois como eu vou cuidar dela se tiver medo de mim?

— O que querem comigo então? – pergunta Isabella de maneira calma para minha felicidade- Serei a bolsa de sangue de vocês?- concluiu acabando com a felicidade que eu estava sentindo.

— O quê? Jamais! – digo horrorizado com sua suposição- Eu e minha família somos diferentes dos outros vampiros nisso, nós escolhemos nos alimentar de sangue animal.

— Vampiros bonzinhos, faz todo sentido. 

— Não queremos ser monstro Isabella. – falo num tom calmo apesar de ter ficado ofendido por conta do tom sarcástico que ela usou.

— Desculpe o ofendi sem querer. – me pediu Isabella arrependida. – Só me pareceu estranho isso. As lendas de vocês sempre os relatam de maneira ruim, isso me fez duvidar de você agora. Desculpe-me por isso se possível.

— Está tudo bem Isabella, é mesmo estranho até para os de minha espécie, imagina para você, tem razão para duvidar.

— Obrigada por me desculpar e eu acredito realmente em você agora, mas ainda não me respondeu por que querem ficar comigo.

Eu podia simplesmente dizer que era porque eu a tinha salvado e como estava sozinha agora eu junto com minha família poderia cuidar dela, mas seria uma meia verdade, optei por revelar o motivo real que nos fez chegar até ela. Eu não me sentiria bem escondendo coisas dela.

— Porque espero há um século por você.

— Como?- diz Isabella sem entender.

— Vampiros são imortais e temos apenas uma companheira.

— Então está querendo me dizer que eu sou sua companheira. – fala Isabella não acreditando em mim. – Mas como pode afirmar isso se nem me conhece direito.

— Não há explicação Isabella o laço de amor eterno simplesmente se forma.

— Mas sou humana.

— É bem raro isso acontecer entre vampiros e humanos, mas acontece.

— Eu... olha me desculpa mas no momento eu não tenho condição alguma de pensar sobre esse laço que tem por mim, é tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo.- disse Isabella dando um suspiro cansado.

Eu tinha de admitir que o momento é bem difícil para ela mesmo, e eu ainda acrescento mais isso, mas eu não podia ocultar o verdadeiro motivo, eu tinha de dizer isso agora, se ela optar ficar conosco eventualmente Isabella descobriria meus sentimentos por ela e eu não queria que se sentisse enganada depois.

— Leve o tempo que precisar com relação a mim.- digo segurando suas mãos num ato impulsivo e seu coração deu um pequeno salto. A princípio pensei ser medo, mas percebi que não sentia isso vindo dela, olhei atentamente para seu rosto ela parecia surpresa, deixaria para entender aquilo depois - Mas, fique conosco, qualquer que seja sua decisão com relação a mim, isso não mudará que para mim e minha família você já é uma Cullen e que queremos que viva conosco.

— E então você virá para minha casa comigo?