Laço de amor eterno escrita por Novacullen


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Fic Beward do ponto de vista do Edward.
Boa Leitura!



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PV EDWARD

Céus! Por quanto tempo eu ainda vou queimar vivo?

Porque eu não morro?

Porque Deus não me dá uma morte rápida?

Não pensei que tivesse pecado tanto assim, fui uma criança obediente, agora tenho apenas dezessete anos e não fui um adolescente rebelde.

Então porque pareço estar queimando no inferno?

Isso é o inferno? Está preso em seu próprio corpo enquanto queima eternamente, sem poder pedir ajuda, aguentando essa dor sozinho para sempre...

— O coração está batendo mais rápido, logo dará a última batida e acordará para essa nova vida para sempre. – ouvi um homem dizer contendo certo alívio em sua voz.

Vida? Como ele pode chamar isso de vida? Sentir que está queimando, queimando e queimando...

Eu senti meu coração dar uma batida tão forte que minhas costas saíram da cama e logo em seguida parou, assim como a queimação, consegui enfim sentir que tenho novamente o controle do meu corpo.

Pareci que eu consigo escutar tudo ao mesmo tempo agora. Abri meus olhos e tudo está tão mais colorido! Quando vi um homem pálido, loiro, alto, de olhos dourados que tinha o semblante apreensivo. Ele lembrava-me alguém. Mas quem?

— Como se sente?- perguntou o homem com uma voz calma.

— Bem, aliás me sinto diferente. – noto minha própria voz diferente. – E você me lembra alguém?

— Sou Carlisle Cullen o médico que atendeu você e sua mãe, não lembra? Vocês deram entrada no hospital por terem contraído gripe espanhola.

— Ah! Sim agora lembro. Meu pai nós deixou antes mesmo de conseguimos levá-lo ao hospital dias antes da gente contrair a doença, mas e minha mãe, onde ela está?

— Sei que você pode fazer mais pelo meu filho. – a mãe de Edward me disse.

— Não sei do que está falando?- digo me fazendo de desentendido. Como ela poderia saber meu segredo?

— Doutor Carlisle o salve, sei que há muito mais para Edward nessa vida do que esse triste fim. Esse é meu último pedido o atenda, eu te suplico...

— Salve-o. – Elizabeth fala num sussurro fechando seus olhos para sempre.

— Mãe... Eu também a perdi.- digo sentindo meus olhos arderem, mas as lágrimas pareciam não conseguir sair - Porque não a salvou como fez comigo? Por quê?

Como ele poderia saber disso?

— Ela te pediu para me salvar. – me levanto e Carlisle deu passos para trás como se estivesse com medo.

— Porque não a salvou também?- caio de joelhos tamanho era minha dor- Minha mãe era tudo o que eu tinha...

— Acalme-se. – pediu Carlisle se ajoelhando a minha frente.

Ele me perdoaria se eu explicasse?

— Que explicação seria essa Carlisle, diga logo tudo de uma vez! – exijo.

Mas isso é inacreditável!

— O que é inacreditável?

Já vi muitos dons, mas esse supera todos.

— Dons? Por Deus me explique ás coisas.

Simplesmente incrível!

— Você pode, por favor, responder minhas perguntas. – falo sem paciência me levantando e andando de um lado para outro daquele quarto que só agora percebi não ser de um hospital.

Não percebe?— Carlisle fala me fazendo parar de andar e olhar para ele. – Eu não movo meus lábios.

Sim como ele falava sem abrir a boca?

— Como está fazendo isso?

Você está lendo minha mente.

— Não pode ser! – falo incrédulo.

Incrível, não?— disse Carlisle sem abri à boca novamente então eu estava mesmo lendo a mente dele.

— Sim. – falo quase num sussurro de tão pasmo que eu estava. - Como tudo isso que está acontecendo comigo é possível?

— Apesar de ser médico não foi por meio da medicina que salvei você e sim por meio do que me transformaram no que sou hoje a muito tempo.

— Porque não salvou minha mãe também?

— Esse não é o destino que escolhi para mim, e não queria essa vida para mais ninguém. Fiz isso com você porque sua mãe praticamente me implorou. Levei algumas horas para decidir se acatava ou não o pedido dela. Mas sempre que optava pelo não meu coração parecia doer. Era praticamente a mesma dor que eu vi no semblante de sua mãe ao suplicar por sua vida, eu não suportaria assim como ela saber que você iria morrer, foi aí que percebi que minha dor era a mesma dela, o sentimento de saber que seu filho iria morrer. Nos dias que passei cuidando de você, eu me apeguei a você como nunca havia me apegado a nenhum paciente, foi aí que percebi que cuidava de você não só como médico, mas como um pai que cuida de um filho. Assim tomei minha decisão o tirei escondido daquele hospital te trouxe para minha casa e o transformei. Eu sinto muito pelos três dias de dor pelo qual passou, me perdoe, por favor. – Carlisle pediu praticamente suplicando.

— Está tudo bem, já passou. - o acalmei, e lembrei-me de quando minha mãe se angustiava e isso me deixava angustiado também, eu sempre a acalmava para assim poder me acalmar também, a figura de meu pai biológico em nada se parecia com Carlisle, ele vivia para o trabalho, sempre rígido, sem nenhuma demonstração de afeto, gostaria que meu pai tivesse sido alguém como Carlisle, que se preocupa e demostra sentimentos. Acho que poderia aceitar Carlisle facilmente como meu pai nessa nova vida como ele mesmo havia se referido a isso antes.

— Você não me odeia? – perguntou Carlisle surpreso.

— Como eu poderia odiar meu pai criador?

— Edward.- disse Carlisle me abraçando. –Obrigado filho, você não tem ideia do quanto temi não ser perdoado. –fala pensando nos três dias que passou temendo ser odiado por mim quando a transformação acabasse.

— Na verdade eu tenho pai.

— Sim você tem acesso irrestrito a minha mente. – disse Carlisle sorrindo agora.

— Não é irrestrito, só escuto o que pensa no momento. Então seria pedi muito que enfim respondesse minhas perguntas agora? – digo num tom brincalhão.

— Claro filho tudo o que quiser saber.

— O que somos?

— Vampiros.

— Realmente existem? Pensei ser lenda.

— Somos prova que sim. – Carlisle diz olhando atentamente para mim. Os traços do meu rosto estavam mais angulares, eu estava mais pálido, e meu cabelo antes ruivo, agora tinha adquirido uma cor de bronze peculiar.

— Porque meus olhos estão vermelhos?- perguntei impressionado mais com essa mudança, eles eram verdes esmeralda como os de minha mãe.

— Isso pode ser temporário, se você seguir minha dieta ficarão dourados como os meus em um ano.

— Dieta?

— Veja bem vampiros que se alimentam de sangue humano permanecem com os olhos vermelhos.

— Eu não quero matar humanos nunca. – falo de forma segura e Carlisle sorriu para mim orgulhoso.

— Então seguirá minha dieta. Te levarei para caçar animais agora.

— Espera eu ainda tenho muitas perguntas.

— Sua garganta não está queimando?

— Agora que falou me dei conta que está sim.

— Incrível! Você tem um excelente controle de sua sede, quando eu era recém-criado me parecia insuportável. Sei que tem muitas perguntas e pode fazê-las enquanto vamos até a área que costumo caçar, é noite e essa é a hora mais segura para fazermos isso sem que humanos vejam.

— Ok.

— Me siga. – diz Carlisle indo até a janela.

— Janela? – falo indo até ele e vi que estávamos no segundo andar.

— Ser vampiro pode ser divertido. – diz Carlisle saltando a janela e aterrissando suavemente.

— Você também consegue Edward. – Carlisle fala ao me ver hesitar.

Eu estava temeroso, era alto, não tinha prática como ele parece ter, eu ia me machucar feio.

— Vampiros não se machucam Edward, pode confiar. – fala entendendo meu temor.

Então eu saltei exatamente como ele.

— Legal! – digo animado com a sensação da queda livre.

— Ainda há mais coisas para saber.

— Quais? – perguntei bem curioso, esse negócio se ser vampiro estava me parecendo ser bom.

— Tipo essa. Siga-me. – e Carlisle começa a correr numa velocidade que jamais supôs que alguém poderia correr.

Sai correndo atrás dele temendo perdê-lo de vista, mas me surpreendi quando o ultrapassei facilmente.

Uau ser vampiro é incrível! Eu pensei animado enquanto corria a toda velocidade.

Ler mentes, parece ter um controle fora do normal da sede, é o vampiro que corre mais rápido que já vi.

Os pensamentos de Carlisle me fez parar de correr e espera-lo.

— Você é surpreendente! Vamos!- Carlisle volta a correr e eu o segui, controlando minha velocidade para não ultrapassá-lo dessa vez.

— Aqui está bom.

— Como vamos caçar sem armas?

— Oh! Mais temos nossas armas.

— Sem brincadeira pai.

— Não estou brincando, além da velocidade, de não nos machucarmos com nada por conta de nossa pele impenetrável, temos sentidos aguçados, somos extremamente fortes. - Carlisle arranca uma árvore enorme sem fazer esforço algum- E temos dentes afiados também. Essas são nossas armas.

— Entendi. E o que eu faço agora?

— Feche os olhos. – pediu Carlisle e eu o fiz. - Escute e sinta as coisas a sua volta.

Eu me concentrei.

— Consegui perceber algum animal por perto?

— Sim. O que faço agora?

— Vá até ele, instintivamente saberá o que fazer.

Corri e avistei um leão, ele rugiu, mas não me deu medo algum saltei até ele o derrubando no chão, ele se debateu, passei minhas mãos em volta do seu pescoço e o asfixiei, em seguida cravei meus dentes na jugular dele e suguei seu sangue, à medida que o sangue descia por minha garganta a queimação parecia diminuir. E fui atrás de mais animais.

— Um leão e três ursos não foi o bastante para te satisfazer? – Carlisle perguntou um tempo depois, nem o havia percebido se aproximar, eu estava muito concentrado na caçada.

— Sim, mas minha garganta queima um pouco ainda, acho que se eu tomar mais um pouco de sangue isso passa.

— Infelizmente filho terá de lidar com a queimação para sempre se seguir essa dieta. O sangue animal não acaba sem por cento com a queimação, ameniza apenas, somente sangue humano é capaz de acabar com ela por um tempo.

— Prefiro conviver com a queimação a matar humanos.

— É difícil, mas é o certo, os humanos não merecem morrer, si nós há outra alternativa.

— Concordo. E você vive com mais algum vampiro?

— Não, você é minha única família.

— E quem te transformou o abandonou.

— Não, na verdade seja quem foi nem sabe que me transformou.

— Como assim?

— Deixe-me contar minha história. Eu era filho de um pastor anglicano, nasci no ano 1640 em Londres, durante um período de turbulência religiosa. Meu pai e outros pastores lideravam caçadas contra lobisomens, bruxas e vampiros, dizendo estarem livrando o mundo do mal e do pecado, mas muitas vezes os grupos mataram cidadãos inocentes, os confundindo com as criaturas que procuravam alucinadamente. Como meu pai já estava idoso, eu acabei sendo encarregado dessa tarefa. Depois de um tempo encontrei um grupo de vampiros nos esgotos de Londres. Liderei o ataque, porém, durante todo aquele caos, acabei sendo atacado por um vampiro ele sugou meu sangue e me largou lá, pensei que ia morrer até começar a me sentir queimar pelo o que me pareceu ser dias sem fim. Fiquei aterrorizado quando descobri no que me tornei e tentei me matar de diversas formas, entre elas inanição, afogamento, pular de penhascos... Nada funcionou me descobri ser imortal. Desesperado, eu atravessei o Canal da Mancha a nado, e ao chegar do outro lado, vi um rebanho de cervos e o pulsar do coração deles me atraiu instintivamente e me alimentei com o sangue deles. Então descobri que poderia viver me alimentando de sangue animal, ao invés de sangue de pessoas. O que considerei mais "humano". Depois passei dois séculos aperfeiçoando-me para conseguir resistir à sede de sangue humano. E passei inúmeras noites estudando escondido nas bibliotecas, fui capaz de me tornar médico, com o intuito de salvar vidas ao invés de tirá-las. Eu não queria ser um monstro. Eu estava estudando na Itália, quando conheci os líderes Volturi.

— Quem são esses Volturi?

— São três vampiros, Aro, Marcus e Caius. Intitulam-se ser a realeza vampírica que ditam as regras em nosso mundo. Eles eram mais civilizados e refinados do que os vampiros dos esgotos de Londres, porém ainda assim se alimentavam de sangue humano. Eles tentaram me convencer de beber sangue humano, eu não quis e então em 1918 eu parti e resolvi trabalhar em um hospital em Chicago durante a epidemia da gripe espanhola, trabalhando durante o turno da noite e, depois fingindo dormir em casa, já que vampiros não dormem, sentia-me culpado por não poder salvar mais vidas durante o dia. Mas para continuar a ser médico fingir ser humano era necessário. E o resto você já sabe é quando você entra na minha história filho.

— Nossa! Pai, você teve de aprender a ser vampiro sozinho deve ter sido muito difícil e admiro sua força de vontade de ajudar humanos. – digo sentindo um orgulho extremo desse ser incrível.

— É o mínimo que posso fazer. – fala Carlisle modestamente.

— Você falou de regras, que regras seriam essas?

— Nunca se revelar a um humano, se os Volturi descobrir que o fez a punição é a morte.

— Você disse que vampiros são imortais.

— E são, desde que não arrume confusão que acabe em um vampiro te matando.

— E como se mata um vampiro?

— Só há uma maneira de matar um vampiro é esquartejando e queimando os pedaços.

— E você ficou todo esse tempo sozinho, porque não arrumou uma namorada? Não há muitas vampiras disponíveis por aí?

— Para nós não funciona como em humanos que podem ficar com um e outro, até se apaixonarem, às vezes eles nem se apaixonam e se casam mesmo assim. Não conseguimos ficar com alguém que não forma o laço.

— Laço?

— Sim o laço de amor eterno que é único em toda a nossa existência.

— Um único amor para toda a eternidade. - falo surpreso e ao mesmo tempo encantado com isso.

— Exatamente. O laço de amor eterno entre dois vampiros se forma instantaneamente, como amor à primeira vista e é indestrutível. Mas raramente isso pode acontecer entre vampiros e humanos.

— Sério?

— Sim, e apenas quando isso acontece que é permitido revelar o nosso segredo a um humano, é a única exceção na regra dos Volturi. Mas se o humano não ficar com o vampiro o humano deve morrer para preservar o segredo.

— Nossa que triste! Mas espera você não disse que o lanço se forma instantaneamente, então qual o sentido dessa regra?

— Porque nem sempre é assim entre vampiros e humanos, da parte vampírica imediatamente fica preso ao humano, mas da parte humana pode ser que não aconteça de imediato, pode ser que demore a se formar, ou pode simplesmente nunca existir esse laço. Os humanos tem a escolha.

— Você já está esperando isso acontecer com você há muito tempo, não é?

— Quando se tem a eternidade nenhuma quantia de tempo parece ser muito filho.

— Verdade. Mas ainda assim torço que para que me dê logo uma mãe, pai.

— E que você me dê logo uma nora também.

E nos sorrimos cúmplice e sonhadores. Imaginado como seria nossas companheiras.


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Notas finais do capítulo

Se alguém ficou interessado em ler a fic é só dizer que continuarei a postar sempre aos sábados.