Liberte-me escrita por Iara


Capítulo 8
08. Memórias




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A noite estava nebulosa, as nuvens grandes e cinzas denunciavam a chuva que logo viria. Sirius estava sentado à mesa com um copo de conhaque ao seu lado, o relógio era o único barulho dentro da velha casa, um irritante lembrete de que Hermione estava atrasada. O homem estava muito preocupado, ela nunca era tardia, sempre vinha do trabalho direto para casa, mas nessa noite, ela estava três horas atrasada.

Antes que a chuva começasse, a porta da frente se abriu e Sirius soltou um longo suspiro de alívio. Hermione logo entrara na cozinha, com a pele pálida e as mãos tremendo, ela não disse nada, apenas indicou com a cabeça que era para que ele a seguisse. Já dentro do quarto, ela vasculhava uma caixa e de lá tirou um pequeno frasco que continha uma memória.

– Coloque-a numa penseira. Veja-a. - Hermione lhe disse.

Ambos foram para a biblioteca, onde havia uma antiga penseira, Sirius jogou a memória dentro da mesma, mas antes de mergulhar a cabeça, olhou para Hermione, talvez pedindo permissão, talvez conferindo se ela tinha certeza que queria compartilhar isso com ele. Ela deu um leve aceno positivo.

– Eu confio em você, quero que veja. - Então Sirius entrou na penseira.

A memória começou escura, Sirius não via nada, por isso manteve os ouvidos atentos. Havia uma outra respiração além da dele e ele sabia que era Hermione. De repente, havia luz em todos os cantos, olhou ao redor e percebeu que estava na Mansão Malfoy. Aos seus pés estava Hermione, acreditava que antes estava escuro porque ela estava com os olhos fechados, mas agora ela olhava freneticamente, procurando por algo ou alguém.

Ela sangrava no braço, no topo da cabeça, pelo nariz e a boca. Sirius sentiu seu sangue ferver ao vê-la daquele jeito. Então outras pessoas entraram na sala espaçosa, Sirius logo os reconheceu, Bellatrix vinha na frente, seguida de Greyback, mais atrás vinham Lucius, Narcisa e Draco Malfoy, estando o último com uma cara de quem queria vomitar.

Sirius queria fechar os olhos para evitar de ver sua Hermione sendo novamente torturada, mas a necessidade de garantir que ela ainda estava viva era maior que o medo. Greyback a agarrou pelos cabelos, forçando-a a ficar de pé. Seu corpo mal se sustentava, se não fosse o lobo, ela já estaria novamente no chão.

– Bem, temos alguém mentindo nessa sala. - Sirius se arrepiou ao ouvir, depois de tanto tempo, a voz cruel e esganiçada de Bellatrix. - Porém, para a nossa surpresa, não é a sangue-ruim.

Nesse momento, mais três homens entraram no cômodo, um deles carregava consigo uma espada. Ouviu Narcisa perguntar a irmã o que ela estava fazendo, mas antes que pudessem reagir, dois dos homens agarraram Draco, um em cada braço. Narcisa gritou e Draco, se possível, ficou mais branco, mas não disse nada. Lucius estava quieto, como se não soubesse o que fazer naquela situação.

– Você garantiu que não sabia se ela é a Granger, garantiu que não poderia afirmar que o garoto do porão é Potter!

– Eu não poderia, o rosto dele está muito desfigurado. - A voz do menino estava baixa e expressava o quanto ele tinha medo.

– Bella, por favor, não machuque meu filho.

– Seu filho, Cissa, é um traidor!

– Não, não é. Por favor!

– Por que você mentiu, Draco? - Ele não respondeu, mas Sirius pode ver o olhar que ele dirigiu à Hermione. Bellatrix também notara. - Foi por causa dela? Você gosta dela, Draco? Gosta de uma sangue-ruim.

– Não, tia. - Draco não convencera nem mesmo a Sirius, que sabia que o menino estava em grandes apuros. Sirius se lembrou do Beco Diagonal, sua mente encaixou as peças, era de Draco que Narcisa falara.

– Já que não gosta dela, não irá se importar se Fenrir se divertir um pouco, não é?

– Não se preocupe, garoto, vou cuidar dela. - O lobisomem falou, fazendo Sirius rosnar e querer matá-lo - Há tantas coisas que eu posso fazer… Que tal chupar esses peitinhos? Passar a mão por todo o seu corpo, mordendo-a chupando-a. Aposto que ela é virgem, meu pau vai rasgar ela ao meio. E então eu vou gozar…

– Pare! - Draco gritou, interrompendo o discurso obsceno de Fenrir. Narcisa choramingou por causa do erro de seu filho, enquanto Lucius apenas fechou a boca o mais forte que conseguiu.

– Você tem sorte, Draco. Sorte porque fui eu quem descobri isso e não o Lorde das Trevas. Agora, o que devemos fazer com você, o que devemos fazer com um traidor?

– Não… por favor… - Hermione mal sussurrou.

– Você não merece isso. - Bellatrix erguera a manga da camisa de Draco, expondo a marca negra, símbolo dos comensais da morte. Pegou a espada e apontou para o pescoço de seu sobrinho. Sirius pensou que ela cortaria a jugular do garoto, mas com uma mudança brusca e uma pontaria precisa, o braço de Draco que continha a tatuagem de um crânio com uma cobra enrolada fora arrancado do resto do corpo. Gritos encheram o ar, Sirius não sabia quantos estavam gritavam, só conseguia ouvir o riso de Bellatrix e ao mesmo tempo, sentir o cheiro de sangue. Draco, agora caído no chão, mal se movia, deitado numa poça do próprio sangue, ele parecia uma folha de papel de tão branco. Narcisa correu até ele e colocou a cabeça de seu filho no colo. Bellatrix se abaixou, pegou o braço dissecado e caminhou até Hermione.

– Você viu o que causou, sangue-ruim? Agora um puro-sangue, um dos mais nobres, vai morrer por sua culpa.

– Não… - Hermione sussurrou novamente e Bellatrix riu. Ela ergueu o braço de Draco e passou a mão dele no rosto de Hermione. Sirius notou que ela iria desmaiar, quis ajudá-la, mas não conseguia mover um músculo depois do que presenciara.

– Ela é sua, Fenrir. - Antes que o lobo arrastasse Hermione, Sirius notou que a calça dela começara a ficar molhada.

– Ela… mijou em mim? - Perguntou Greyback em um misto de diversão e nojo. Sirius sabia que em situações de medo intenso, os músculos se contraem e relaxam numa velocidade tão rápida que mal percebemos, isso incluía os músculos das partes intimas, fazendo assim o xixi sair sem o controle do dono do corpo.

Porém, antes de ouvir uma resposta, ouve um barulho alto. No centro da sala, o grande lustre caiu, quase atingindo Bellatrix. Harry e Ron apareceram, Fenrir, que soltara Hermione no susto, tentou agarrá-la novamente, mas os amigos foram mais rápidos e Sirius sentiu que a memória estava chegando ao fim, voltando logo a sua biblioteca. Hermione estava no canto do sofá, esperando que ele dissesse alguma coisa. Quando ele não o fez, ela falou primeiro.

– Draco sobreviveu ao sangramento, mas não conseguiram colocar o braço de volta. A última coisa que soube dele é que fora expulso da família pelo seu pai e logo em seguida saiu do país. Alguns dizem que ele vive com os trouxas, até mesmo namora uma.

– Você não precisava me mostrar isso, Hermione. - Ela se encolheu. - Sinto muito. Se eu pudesse, eu voltaria ao passado para impedi-la de sofrer.

– O passado nos transforma em quem somos no presente e nos guia no que faremos no futuro.

– Por que me mostrou? Eu sei que sempre deixei claro que gostaria de saber o que tinha acontecido, mas eu poderia ter esperado mais.

– Mas eu não, Sirius. Esse é o momento certo. Agora você me conhece completamente, sabe o que eu sonho nas noites em que acordo chorando. Não existe mais segredos entre nós, podemos ser uma família agora.

– Ainda assim, poderia ter esperado mais.

– Não, nossa família não vai ser construída em cima de segredos e dores do passado.

– Do que exatamente você está falando, Hermione?

– Eu demorei porque estava no hospital. - Hermione lhe olhou e, apesar da situação, sorriu brevemente. - Estou grávida, Sirius.


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Notas finais do capítulo

Bem, aí está o "segredo" da Hermione. Eu tentei causar sofrimento, mas admito que sou melhor escrevendo +18 ou romace do que escrevendo drama/tragédia ;-;
Sem contar que desde uma aula sobre músculos que tive na faculdade, onde meu professor contou que é normal fazer xixi sem perceber em situações de medo/estresse, estava louca pra usar essa informação em alguma fanfic hahah
Tá, parei. Espero que tenham gostado xx



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