Liberte-me escrita por Iara


Capítulo 4
04. Beco Diagonal


Notas iniciais do capítulo

Ei, pessoal! Bem, as provas estão começando, por isso, talvez, eu demore um pouco pra postar...



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– Ei, vim ver se estava tudo bem. - Pela primeira vez desde que chegou, não fora Hermione que acordou Sirius com seus pesadelos, mas sim o contrário.

Nas últimas quatro noites, Sirius mal tinha dormido porque sempre ia ao quarto de Hermione ficar com ela enquanto ela tinha um pesadelo, mas nessa noite, não ouvindo nada, o homem escolheu ficar em seu próprio quarto e descansar. Mas assim que fechou os olhos, viu-se de volta a Azkaban, com fome e frio.

– Está tudo bem, obrigado, Hermione. - A morena parecia preocupada. Cautelosa, caminhou até a beirada da cama e se sentou, tinha nas mãos uma xícara fumegante com o que parecia ser chá.

– Pesadelos… às vezes me pergunto se eles nunca vão me deixar. Quero dizer, tem noites que eu durmo bem, não chego a lembrar o que sonhei, mas outras são tão terríveis que mal consigo voltar a fechar os olhos. - Hermione desabafou e estendeu a xícara para Sirius. Ele aceitou de bom grado, já que sua boca estava seca e sua garganta parecia irritada.

– Posso te contar sobre o que era? Acho que falar com alguém vai me ajudar.

– Claro, Sirius. - Para ouvir a história, Hermione se aproximou, sentando ao lado de Sirius e encostando na cabeceira da cama. Sirius gostava dessa proximidade, ela tinha um cheiro tão bom, sua presença o acalmava.

– Azkaban, é sempre Azkaban. É como se eu tivesse voltado para lá, sempre escuro e frio, minha barriga ronca de fome e tudo o que eu ouço são os gemidos de dor dos outros presos. Então, quando eu me viro pro fundo da cela, tem um véu prateado e eu vou até ele, pois talvez aquilo seja uma saída, mas não é. Não sinto mais nada, nem mesmo meu próprio corpo, não sei mesmo se estou respirando. É como se eu fosse um nada. Eu sei que estou morto, mas me recuso a aceitar.

– Isso é horrível, Sirius! - Hermione corou um pouco considerando suas próximas palavras - Você é um homem tão bom e teve uma vida tão difícil. Eu sinto muito.

– Não precisa sentir, boneca. - Sirius riu um pouco quando viu a cara dela virar desgostosa com o apelido.

– Boneca? É assim que você chama as mulheres quando tenta conquista-las? - Ela bufou indignada, e então arregalou os olhos e corou violentamente - Oh, Sirius, eu não quis insinuar que você está dando em cima de mim, quero dizer… céus, sinto muito.

– Relaxa, eu entendi. E não, eu não chamo as mulheres de bonecas. - Sirius continuou rindo baixinho da expressão atordoada de Hermione. Ele pousou a xícara perto do abajur e pegou a mão de Hermione.

– Não quer me contar sobre seus pesadelos? - Ela o olhou atentamente e acenou devagar.

– Alguns são sobre Belatriz. - Disse tão baixo que Sirius teve que chegar mais perto para escutar. - Nós fomos capturados e levados para a Mansão Malfoy e ela estava lá. Mandou que Harry e Ron fossem levados para uma cela e eu fiquei com ela, algo sobre precisarmos conversar de mulher para mulher. Eu achei que iria morrer. Nunca havia sentido tanta dor em toda a minha vida e ela parecia uma psicopata, sorrindo toda vez que eu gritava. Belatriz me deu cicatrizes que eu não consegui curar até hoje.

– Ela sempre foi louca, sinto muito que tenha a conhecido. - Hermione ergueu o braço esquerdo na direção de Sirius e bateu a varinha dizendo um feitiço.

– Eu comecei a esconder por causa da universidade, eu não saberia o que responder se alguém questionasse.

Sirius franziu a testa e olhou para o braço, a palavra “sangue-ruim” estava bem esculpida e ainda parecia avermelhada. Era horrível e Sirius sentiu-se mal e raivoso ao mesmo tempo.

– Sorte dela já estar morta, porque senão, eu mesmo a mataria! - Hermione olhou para ele com seus grandes olhos castanhos e sorriu timidamente. - Isso é tudo, só esse pesadelo? Algo me diz que não, mas me conte quando estiver pronta, certo?

– Obrigada, Sirius! - Ela se jogou nele, o abraçando fortemente e respirando em seu pescoço.

– Boneca, eu sei que sou mais velho e incrivelmente fodido, mas ainda sou um homem e você é uma mulher atraente, que está na minha cama vestindo este pijama que eu poderia rasgar facilmente. Não me teste de tal forma. - Sirius sussurrou no ouvido de Hermione e sentiu-a tremer em seus braços.

– Eu não quero causar desconforto, Sirius, mas eu gosto disso. Gosto de como você me trata, como uma mulher, não como a bruxa-mais-brilhante-da-sua-idade ou a heroína de guerra. Você me faz sentir bonita com seus olhares, seus sorrisos, seus toques. - Agora ambos estava cara a cara, se encarando e avaliando a situação.

– Eu quero beijar você desde que chegou aqui.

– E eu quero beijar você desde que eu tinha 13 anos. - Sirius arregalou os olhos com a nova informação.

– O que?

– Você está chocado? Não sabe quantas vezes tive que contar para as mais diversas meninas como você era, como agia e como falava. Sabe, um bruxo poderoso, com tatuagens, cabelos longos e um histórico de pegação incrível tem poderes sobre a mente feminina. E, apesar de tudo, eu não era imune como eu gostaria que eu fosse. - Dessa vez, Sirius arregalou os olhos em diversão.

– Então, a pequena sabe-tudo Granger tinha sonhos eróticos comigo? - Hermione corou até chegar num vermelho brilhante. Sirius não esperou por um resposta, ele atacou a boca de Hermione como se estivesse anos sem comer e ela fosse o alimento mais próximo.

Ele sentia o hálito fresco de menta o invadindo, Hermione lambeu os lábios e Sirius atacou a língua dela com a sua. As bocas estavam frenéticas, tentando obter de seu parceiro o máximo que podia. Nenhum dos dois queriam parar, mas precisavam do ar e por isso se separaram, permanecendo com as testas coladas.

– Se Harry souber disso ele me mata.

– Harry não precisa saber. - Sirius olhou para Hermione e sorriu, gostando desse lado sexy da mulher.

– Durma comigo esta noite? Não precisamos fazer nada de mais, nada que você não queira, apenas dormir.

Hermione mordeu o lábio enquanto se decidia, Sirius queria muito que ela ficasse, mas não queria ela se sentisse pressionada. Depois de alguns minutos, Hermione se moveu para debaixo do cobertor; Sirius passou os braços pelo corpo fino e curvilínio, suspirando de prazer ao senti-la tão quente contra si.

Quando acordou pela manhã, Sirius se sentiu momentaneamente sufocado por longos cachos castanhos, mas estranhamente feliz ao perceber que Hermione estava em seus braços, com a cabeça apoiada em seu ombro e pernas jogadas em cima das suas.

– Bom dia - Uma voz grogue o tirou de seus pensamentos.

– Bom dia, Hermione. Dormiu bem?

– Muito.

– Eu gosto quando você cora. - Hermione riu e bateu devagar no braço dele. Ela foi a primeira a se levantar, dizendo que prepararia o café-da-manhã e que precisava se arrumar para ir no Beco Diagonal.

***

Se havia uma coisa que Sirius odiava em Hermione era o poder da persuasão que ela tinha sobre ele. Ela só precisava dizer umas palavras, dar-lhe uns beijinhos e pronto, ele estava atualmente andando no Beco Diagonal, que ele tinha evitado desde que voltou a vida.

Cada bruxo e bruxa paravam para olhar para ele, sussurravam e apontavam para ele sem se preocupar se ele percebia ou não. Hermione não parecia ligar para os olhares que estavam recebendo, pelo contrário, ela continuava seu caminho completamente alheia aos olhares.

Primeiro ela foi na Floreios&Borões, passando em seguida pela Madame Malkins - Vestes para Todas as Ocasiões e atualmente estavam indo para algum lugar onde pudessem almoçar.

– Como você consegue? - Hermione o olhou e balançou a cabeça.

– Não sei, apenas ignoro.

– Precisa me ensinar qualquer dia desses. - Ela riu baixinho e de repente assumiu uma postura ereta, completamente defensiva. Seu rosto ficou completamente pálido e Sirius pode sentir a mão que segurava ficar completamente fria. Ele quis perguntar qual era o problema, mas assim que olhou na direção que a morena olhava, Sirius estreitou os olhos pronto para defender Hermione se fosse preciso, a pessoa se aproximou lentamente, ignorando o desconforto de Hermione e a presença de Sirius.

– Granger. - A voz saiu fria e maliciosa. Sirius esperou Hermione dizer alguma coisa, mas ela parecia completamente em choque. - Que infelicidade ver você.


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Notas finais do capítulo

Quem será, ein?