As Relíquias escrita por Jessica Hyuuga


Capítulo 23
Capítulo 23 - Explicações/ Os Passos do Plano


Notas iniciais do capítulo

Olá amores!!! Personagens blablabla!!! Sorry pelos erros, sem tempo nenhum nem para respirar! Por milagre hoje não tem aviso no final, porque já os dei todos no cap anterior, se alguem não leu, volte lá e leia por favorzinho!!!
Amo vocês!
Beijinhosss com carinho!
Jessica Hyuuga!
Otima leitura para vocês!
OBS: Se não entenderem alguma coisa, me perguntem ok?
OBS2: Muito obrigada por terem me cobrado cap de forma digna e normal e não do jeito estupido que recebi de alguns anteriormente! Amo vcs ainda mais por isso! Obrigada meeesmo!
OBS3: Gostaria muito que vocês comentassem nos dois cap, no 22 e nesse aqui! Vlw! Bye! ^^



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   A biblioteca particular da mansão, aquela que tinha o quadro de Bella pequena, nunca esteve tão cheia desde que havia deixado de ser habitada.

   Sentados na escada que iam para o segundo andar estavam todos os quileutes, em pé, logo ao lado, Carlisle e Esme estavam encostados no corremão da escada.

   Sentados nas cadeiras da única mesa central estavam Zafrina, Tina, Samy e Benjamim com Mari sentada em seu colo. Eles haviam arrastado as luxuosas cadeiras estofadas e estavam sentados lado a lado, numa perfeita fileira, em frente a eles.

   Alice com Jasper que haviam acabado de chegar, pararam ao lado de Benjamim e Mari.

   - Somos os primeiros? - Jasper perguntou.

   - São. Rose com Emmett já devem estar vindo. O que me preocupa é Edward e Bella. Sabe como são... se depender do seu irmão vão demorar demais. Tomara que Bella perca a paciência e o traga rápido pra cá nem que seja arrastado... - Mari desatou a falar.

   - Mari - Benjamim  a balançou levemente fazendo-a se acalmar - Respire, por favor.

   Mari bufou um pouco, mas fez o que ele pediu.

   - O que houve? - Rosalie perguntou entrando naquele momento com Emmett abraçado fortemente a si.

   - Benjamim mandou Mari calar a boca - Tina disse olhando as unhas como se não fosse nada.

   -  Como é? E como ele ainda está vivo? - Emmett perguntou espantado.

   - Ei! Eu não mandei ela calar a boca! - Bejamim retrucou rapidamente.

   - Foi a mesma coisa, você só não disse com essas palavras - Samy contra-atacou meio sem interesse também.

   - O que é isso exatamente? Complô? - Benjamim parecia indignado - Já disse que não mandei ela calar a boca!

   - Quem você mandou calar a boca? - Bella perguntou entrando da sala de braços cruzados, seguida uns quatro passos por Edward.

   - Benjamim mandou Mari calar a boca e Emmett ficou curioso sobre como ele ainda está vivo - Zafrina explicou.

   - Hum, entendo - Bella balançou a cabeça em compreensão - Não devia fazer isso Benjamim.

   - Mas eu não fiz...

   - Como está vivo? Sério cara, tem que me ensinar!  - Emmett repetiu com um certo brilho nos olhos mas que se apagou ao levar uma cotovelada de Rosalie - Ai!

   - Você não quer aprender nada - ela resmungou.

   - Já disse que não mandei Mari calar a boca! - Benjamim quase gritou - E ela sabe disso... não sabe?

   Mari virou-se para ele com um leve sorriso e passou uma mão pelo rosto dele.

   - Claro que sei meu amor, caso contrário você já não estaria nesse mundo meu bem. Mas me faça um favor sim? Nunca mais me mande calar a boca, ok?

   Benjamim se possível ficou mais branco do que já era.

   - Mas eu não te mandei calar a boca! Será possível, meu Deus! - agora ele realmente havia gritado.

   Tina deu um sorriso de triunfo e Samy fez um muxoxo ao mesmo tempo em que puxava uma nota de dez dólares do bolso do shorts e entregava a Tina.

   - Droga - Samy reclamou.

   - Eu disse que ele ficaria louco da vida, não devia ter apostado contra - Tina vangloriou-se guardando a nota.

   - Mas... o que é isso? - Benjamim perguntou trincando os dentes.

   - Apostei com Tina que hoje você estava mais calmo e que nada te tiraria do sério e ela apostou o contrario... perdi por sua culpa! - ela apontou acusadoramente para ele.

   - Ora sua...

   - Será que dá para parar com isso? - Jacob reclamou com a cabeça apoiada na mão em sinal de tédio - Agora que finalmente estamos todos aqui, será que finalmente podemos começar?

   Benjamim resmungou alguma coisa inintendível até para eles e voltou a abraçar Mari, que segurava a risada, mais fortemente.

   - Acho melhor mesmo - Bella concordou - Acabar com esse mistério de uma vez.

   - Emmett - Rosalie chamou-o - Você, Jasper e Emmett podem sentar-se com eles na escada? Nós gostaríamos de contar tudo olhando diretamente para vocês.

   Jasper acenou afirmativamente e depois de dar um selinho em Alice sentou-se na escada do lado de Sam.

   Edward lançou um rápido olhar a Bella, mas essa não olhava para ele. Suspirou disfarçadamente e sentou ao lado do irmão.

   - Emmett? Emmett?? - Rosalie chamava-o já que ele não a largava.

   - Não ligo de você não me olhar nos olhos - ele disse finalmente - Não posso ficar aqui mesmo? Não quero te soltar.

   - Não, não pode - Rosalie foi firme embora tivesse achado uma graça o jeito sem graça do grandalhão - Vá com eles.

   Emmett bufou indignado, mas mesmo assim a beijou e foi.

   "Hum, é impressão minha, ou você e Edward não tiveram um reencontro muito bom?" Alice fez questão de disfarçar mexendo no cabelo enquanto perguntava.

   "É não tivemos mesmo. Ele como sempre se deixa dominar pelos próprios medos, o que o torna profundamente insuportável." Bella suspirou "Sabem como minha paciência é muito limitada, então resolvi deixa-lo se acalmar antes que ele me irrite e eu faça uma burrada."

   "Quer que eu o mande numa linda ilusão pelo Egito cheio de Najas? Eu posso fazer isso" Rosalie brincou "Fez o certo, deixe-o se acalmar."

   As três se dirigiram até a mesa. Benjamim e Zafrina haviam posicionado as três últimas cadeiras lado a lado, assim como a deles. Desse modo, formou-se uma fila em frente os Cullens e Quileutes na seguinte ordem: Alice, Bella, Rosalie, Zafrina, Tina, Samy e Benjamim com Mari sentada em seu colo.

   É, finalmente era a hora da verdade.

   Rosalie e Alice olharam discretamente para a irmã.

   - Bem – Bella fez uma pausa e suspirou – Espero que mantenham a mente aberta para o que vamos explicar ok? E prestem atenção, algumas partes são um pouco mais complicadas que outras.

   - Um pouco? – Rosalie brincou arrancando risadas dos oito seres sentados nas cadeiras.

   - Eu diria muito, mais do que alguém normal pode agüentar. Ainda bem que já estamos acostumados com uma dose de anormalidade – Samy reforçou a brincadeira, fanzendo-os gargalharem dessa vez.

   - Sou só eu, ou você também está ficando com medo? – Seth cochichou para a irmã.

   - Não, não é só você – Leah respondeu no mesmo tom.

   - Vamos começar do ínicio então – Bella voltou a tomar a palavra – Acho que o ponto crucial para começarmos é dizendo que nós sabíamos que os Volturi viriam antes mesmo de irmos naquela viajem a Paris.

   "Paris?" Alice zombou.

   "Vamos por partes" Bella sorriu discretamente "Vou chegar ai."

   Todos arregalaram os olhos.

   - Como é? – Sam perguntou incrédulo.

   - É exatamente o que ouviram. Nós sabíamos que eles viriam praticamente umas duas semanas antes de contarmos a vocês. Para ser mais exata, Alice os viu tomando a decisão logo que derrotamos o pequeno exercito deles e matamos Pietro.

   - Logo depois Bella e Rosalie “dormiram” se lembram? – Alice tomou as rédeas da narração sem dar tempo de ninguém interromper – Logo depois delas acordarem e de nos reconciliarmos, nós saímos para caçar, se lembram? Realmente precisávamos caçar, mas também precisávamos decidir o que fazer.

   - Nós estávamos num beco sem saída – Rosalie continuou – Não podíamos ir embora porque não queríamos deixá-los, não podíamos levá-los porque seria o mesmo que condenar vocês como nós e se ficassemos uma guerra aconteceria. A coisa se complicava ainda mais porque todos eles estavam vindo.

   Era engraçado como as três passavam a narrativa uma para a outra sem se perderem ou se confundirem, pareciam até mesmo uma única pessoa contando.

   - Estávamos fazendo mentalmente táticas de batalha, já incluindo todos vocês. Os Volturi não nos deixariam em paz enquanto existirmos –um sorriso discreto se abriu no rosto de Alice antes dela continuar – Foi então que a idéia surgiu.

   - E se nos morrêssemos? E se fizéssemos todos eles pensarem que estávamos mortas? – Bella fazia as perguntas retoricamente – A perseguição pararia não é? Estaríamos livres, todos vocês a salvo e ao mesmo tempo daríamos um jeito de que todos ficassem sabendo a verdade sobre a morte de Didyme.

   - Bolamos então o plano mais mirabolante de nossas vidas – Rosalie cruzou os braços – Seria tudo ou nada. Mas nós precisávamos de ajuda de algumas pessoas – olhou com um sorriso para os cinco ao seu lado.

   - E é ai que entramos – Mari vez um sinal de “paz e amor” com uma das mãos.

   - Exatamente – Bella também sorriu – Tina, Mari e Samy foram as primeiras com que falamos.

   Flash Back cap 17 – Swans e Tina, Mari e Samy

   Alice e Rosalie ficaram meio sérias também e Bella abaixou os olhos para as três lobas curiosas.

   - Também precisávamos conversar com vocês - foi o que ela disse simplesmente.

   - Sobre o que? – Mari perguntou desconfiada.

   -Primeiro venham aqui – Bella disse – Mari deite-se no meu colo, Tina no de Alice e Samy do de Rosalie.

   As três lobinhas estranharam, mas o fizeram do mesmo jeito. Deitaram com a cabeça nas pernas delas. Permaneceram lá por alguns segundos até que Bella disse que elas podiam se levantar.

   -O que foi isso? – Tina perguntou olhando para Alice.

   As três Swans suspiraram. Pareciam sem animo, mas profundamente determinadas.

   - Precisamos da ajuda de vocês – Rosalie disse num único fôlego.

   - Nossa? – Samy repetiu espantada – Para que?

   - Eu vi – Alice disse – Vi os Volturi vindo. Todos eles, inclusive Aro, Marcus e Caius que são os “chefes” – ela fez aspas com as mãos.

   Tina, Mari e Samy perderam a cor por um segundo.

   - E... o que faremos? – Mari murmurou sentindo o medo invadi-la novamente.

   - Nós temos um plano – Bella falou firme – E precisamos da ajuda de vocês nele.

   As três pequenas se olharam temerosas, depois encararam as Swans e voltaram a se entreolharem. Elas estavam com medo, era verdade, mas mesmo assim, algo dentro delas sabia que a ajuda delas seria importante.

   - O que querem que façamos? – Mari respondeu determinada,  coisa que se via nos olhos das três lobas.

   Rosalie, Bella e Alice sorriram.

   “Ela me lembra você, Bells” Alice notou.

   - A parte de vocês será muito importante – Rosalie ainda sorria, mas logo voltou a ficar séria – Junto com eles, virá uma vampira chamada Renata. Ela é como se fosse o escudo de Aro. Nenhum poder mental passa por ela. Se não dermos um jeito nela, nosso plano não irá funcionar.

   - Vocês querem que nós... a ataquemos, é isso? – Samy perguntou incerta.

   - Isso com certeza vem depois. Renata precisa ser destruída imediatamente, assim que o combate começar. Mas não seremos nós a começar, faremos com que eles comecem o ataque. – Alice sorriu enigmática.

   - Prestem atenção – Bella olhou fixamente para elas – Assim que chegarmos lá, darei um jeito de fazer vocês perceberem quem é Renata. Então nós começaremos com o psicológico. Vocês intimidarão Renata e somente ela. Encarem-na desde o começo, rosnem para ela, dêem um passo depois voltem. Preciso que façam que Renata perca nem que seja um milímetro de concentração, é tudo que preciso para conseguir derrubar as barreiras dela e entrar em sua mente.

   - Como pode ter tanta certeza? – Tina arregalou os olhos.

   Bella sorriu levemente.

   -Já tentei invadir a mente de Renata em todas as ocasiões em que nos encontramos. Depois de muito tempo eu percebi como a coisa funciona. Vou saber o que fazer e vou tomar conta da mente dela, só preciso de uma brecha. Não se preocupem.

   - Mas e então? Vão nos ajudar? – Alice perguntou eufórica.

   As três abaixaram a cabeça um instante.

   - E se nós... não dermos conta? – Mari murmurrou permanecendo cabisbaixa – É uma coisa crucial isso, não é? E se não conseguirmos... não sei se podemos conseguir...

   - Ora, é claro que podem! – Rosalie exclamou com tanta certeza que as três levantaram as cabeças assustadas – Não confiaríamos algo tão importante a vocês se não achássemos que tem capacidade de fazê-lo.

   Tina, Mari e Samy se entreolharam e sorriram.

   - Nós faremos – elas disseram juntas.

   Alice agarrou Tina num abraço apertado.

   - Muito obrigada – a fadinha murmurou.

   - Não se preocupem – Mari voltou a dizer. Seu tom era altamente confiante dessa vez. Diriam até determinada demais – Faremos com que Renata se distraia tanto que você não precisará de nenhum esforço para invadir a mente dela. Deixe com a gente.

   As Swans piscaram aturdidas por um momento antes de voltarem a sorrir.

   “É, ela realmente é igualzinha a você” Alice olhou discretamente para Bella.

   - Mas nós temos um problema – Tina chamou a atenção depois que Alice a largou do abraço de urso.

   - Qual? – Samy perguntou confusa.

   - O resto do bando – Tina falou de uma vez – Eles não podem saber, não é? Mas não podemos esconder, uma vez transformados compartilhamos todos os pensamentos e lembranças. Não há como evitar.

   - Sim, há sim – Rosalie sorriu presunçosa, assim como Alice e Rosalie.

   - O que? Como? – as três perguntaram.

   - Lembram-se do que pedi para vocês fazerem agora a pouco? Se deitarem em nossos colos? - Bella perguntou cruzando os braços confiante e continuou assim que recebeu um aceno afirmativo delas - Assim que terminarmos essa conversa, vocês farão o mesmo, deitarão exatamente iguais e eu vou entrar na mente de vocês e "juntar", digamos assim, uma parte na outra.

   - É como se Bells erguesse uma espécie de muro em volta da lembrança, da conversa que acabamos de ter. - Alice ajudou na explicação - Para qualquer um que entrar na mente de vocês, tudo que verá será vocês deitadas em nossos colos, como se essa conversa nunca tivesse acontecido.

   Tina, Mari e Samy estavam aturdidas.

   - Quer dizer... que só nos saberemos dessa conversa... que ninguem conseguirá ver nada de diferente? Que tudo que verão será vocês nos chamando para sentar no colo de vocês e só? - Tina gaguejou a frase inteira.

   - Exato - Rosalie mexeu levemente nos cabelos - Digamos que essa é nossa "arma secreta" contra tudo que possa estragar nosso plano. Inclusive Edward, mas Bella criou isso especialmente por causa de Aro.

   - Por causa do vampirão? - Samy perguntou confusa.

   - Aro tem um dom parecido com o Edward, mas muitas vezes mais abrangente digamos assim.  - Alice remexeu-se na grama incomodada - Toda vez que ele toca alguem ele é capaz de ver todos os pensamentos que essa pessoa ja teve. Isso era um problema enorme para nós. Principalmente se ele me tocasse e visse as coisas que eu vejo, as que ainda não aconteceram.

   - Por isso demorei decadas para criar uma solução. Analisei mais mentes do que sou capaz de contar. Muitas mesmo, só para achar uma solução que não prejudicasse as memórias todas - Bella disse - E no fim acabou não sendo algo tão complexo.

   - Como é? Digo... com faz... ah, se lá! - Mari tentou perguntar, mas não sabia como.

   As irmãs Swans riram levemente.

   - Hum, como posso explicar... afinal, para quem não sabe como a mente funciona pode ser mais complicado. Vou tentar simplificar um pouco - Bella vez uma pequena pausa para pensar - Imaginem todos os seus pensamentos como um emaranhado de linhas. Umas ligadas nas outras, afinal as lembranças normalmente são todas interligadas. Entenderam até ai?

   - Sim - as três afirmaram veementemente e com os olhos brilhando.

   - Resumindo, o que eu faço é pegar uma dessas "linhas", ver o que eu quero "esconder" e junto a parte antes da lembrança com a parte após a lembrança - Bella coçou a cabeça não sabendo explicar de outro jeito - Por isso é preciso que o antes e depois sejam iguais, a posição que a pessoa estava pelo menos.

   - Uau... - Mari murmurou.

   - Caramba... - Samy tambem murmurou.

   - Uau e caramba, isso sim! - Tina bateu palmas feliz - Bella, você é simplesmente demais!

   Bella pareceu sem graça por um momento.

   - Ainda bem que entenderam - ela disse - Fiz isso com Edward já. Ontem. - Bella olhou para cima, mas não se podia ver o céu direito devido a mata fechada - Fiz com que ele promete-se que vai prestar atenção nos sinais e sem que ele percebesse mantive-o na mesma posição e "juntei" as duas partes.

   - Mas porque fez isso com ele, se ele é o único que lê mentes entre nós? - Tina perguntou confusa, mas logo depois recebeu dois tapas na cabeça. Um de Mari e um de Samy - Ai!

   - Ela fez isso por causa do vampirão chamado Aro, sua lerda! - Mari bufou.

   - Sinceramente... você não estava prestando atenção, não é?- Samy revirou os olhos incrédula.

   Tina pareceu querer responder, mas acabou se calando e cruzou os braços emburrada.

   - Chatas - foi tudo que ela murmurou.

   - Está decidido então - Alice cortou eufórica como sempre - Renata é toda de vocês. Se tiverem alguma dúvida nos digam. Ah, nos vamos viajar por uma semana e gostaríamos que acalmassem os meninos na nossa ausência por favor.

   - Viajar? Por uma semana? Pra onde vão? - Samy perguntou desconfiada.

   - Paris - Rosalie respondeu sem pensar.

   Mari estreitou os olhos e olhou para as três irmãs.

   - Não... não é para Paris que vão... para onde vão de verdade?

   Alice cruzou os braços, piscou diversas vezes e depois gargalhou.

   "É, ela é realmente você na versão transmorfa, Bells. Parecida até demais para o meu gosto."

   - Verdade - Alice disse em voz alta dessa vez, seu tom era realmente alegre, como se estivesse prestes a fazer uma travessura - Nós não vamos a Paris, mas é isso que diremos a todos.

   - Se não vão a Paris, para onde vão? - Tina cruzou os braços desconfiada.

   - Buscar os outros que irão nos ajudar - Bella disse enigmática - Só nós não daremos conta, ainda tem mais dois... se eles aceitarem...

   - Vão aceitar, até parece que você não os conhece - Rosalie também sorriu, mas o sorriso dela era mais para um de alguém que está prestes a encontrar alguém muito querido e que não vê a muito tempo.

   - Certo, teremos que nos falar outra hora - Alice cortou - Acabo de ver que tanto os Cullens quando os quileutes estão nos procurando desesperados achando que estamos travando a terceira guerra mundial - ela rolou os olhos como se aquele fosse um pensamento muito primitivo.

   As outras cinco riram.

   - Muito bem - Bella se sentou encostada na árvore como antes - Deitem-se como aquela hora e deixem-me trabalhar.

   As três lobinhas assim fizeram e sentiram uma pequena agulhada na cabeça.

   - Certo... - Samy murmurou com um sorriso -... do que vamos falar agora?

   - Que tal sobre onde vocês moravam? - Mari falou correndo - Estou curiosa para saber como era a vida de vocês antes de serem vampiras.

   Alice, Rosalie e Bella trocaram olhares cúmplices.

  "Ela fez uma ótima escolha de assunto, não acha? E muito útil também, já que daqui a alguns dias elas vão ter que saber tanto de nossas casas e nossas antigas vidas quando nós" Rosalie observou.

   "Com certeza" Bella e Rosalie concordaram.

   Depois conversaram sobre as vidas delas e sobre pular de um penhasco em La Push que as pequenas queriam que elas tentassem.

   Foi assim que foram encontradas pelos Cullens e pelos quileutes.

   Seguraram o riso ao verem a cara deles.

   Se eles estavam daquele jeito naquela simples situação... como seria a cara deles quando achassem que elas estivessem mortas, depois descobrissem que estavam vivas e depois as reencontrassem?

   Só esperando para ver.

  Fim do Flash Back cap 17 - Swans e Tina, Mari e Samy.

   Todos esperavam as reações daqueles que estavam sentados na escadaria. Mas eles pareciam ainda estar absorvendo tudo que haviam acabado de ouvir.

   - Acho que nós os chocamos – Samy observou arqueando uma sobrancelha.

   - Ma já? – Mari exclamou surpresa – A parte complexa ainda nem começou!

   Trocaram olhares entre si. É, talvez as coisas fossem mais complicadas do que imaginaram.

   - Bom – Alice suspirou – Foi assim que Mari, Tina e Samy entraram em nosso plano.

   - Porque não nos contaram? – Leah perguntou de repente – Digo, porque não contaram a eles – apontou para Edward, Jasper e Emmett – que tudo o que fariam seria uma farsa? E porque justo as três para acabar com Renata? Qualquer outro de nós poderia...

   - Leah – Rosalie a interrompeu, não maldosamente ou com raiva, apenas a interrompeu – Já ouviu aquilo que para enganar seu inimigo primeiro tem que enganar seu amigo? Digamos que fomos por essa linha de pensamento. Alem do mais, se algo desse errado, nós realmente poderíamos ter morrido. E sobre sua última pergunta... qual foi mesmo? – dessa vez ela parecia realmente desgostosa - Ah, é... porque escolhemos Tina, Mari e Samy?

   - Porque elas são extraordinárias, obvio! – Alice disse revirando os olhos – Você, como todos os outros, continua vendo-as como as meninas mimadas e mal intencionadas que elas eram. As pessoas crescem, Leah. Amadurecem. Tudo que precisávamos era delas, do talento delas e da interação que tem entre si, que por acaso é quase tão impressionante quando a de nós três.

   Bella deu uma olhada de canto e viu que Tina e Samy olhavam algo pela janela e Mari observava as mãos de Benjamim que ele mantinha entrelaçadas com as dela.

   "Elas disfarçam, mas foram afetadas pelas palavras de Leah..."

   A observação de Bella atraiu também a atenção de Rosalie e Alice. As três sentiram uma ligeira raiva. Tina, Mari e Samy faziam cara de quem não haviam se importado, de quem não havia nem ao menos escutado. Mas as Swans sabiam que não era assim.

   Elas haviam se importado, e muito, com o comentário de Leah.

   - Certo – Jasper foi o primeiro dos Cullens a tomar iniciativa para falar – Essa parte toda eu entendi. De vocês chamarem Tina, Mari e Samy e até a parte de vocês não nos contarem. Embora odeie admitir, foi a melhor escolha não nos contar.

   - Jasper – Emmett exclamou abismado –Seu traidor!

   - Mas é realmente verdade? – Jasper continuou como se o irmão não tivesse falado – Sobre você – olhou para Bella – poder suprimir certas lembranças?

   - É a pura verdade – Bella disse sem rodeios.

   - Incrível – Carlisle sussurrou.

   - E porque não nos contaram isso? – Jasper perguntou.

   - Não escutou a parte de que isso é nossa “arma secreta”? – Alice cruzou os braços indignada, como se Jasper não tivesse escutado nada do que elas haviam contado – Que diferença teria feito se tivéssemos contado? Nenhuma.

   Jasper pareceu que ia retrucar, mas foi interrompido por Edward.

   - Quer dizer... que vocês não foram a Paris?

   Bella olhou por um instante. Era impossível saber o que ela pensava.

   - Não, não fomos. Alice comprou as roupas pela internet e nós as pegamos em Port Angeles antes de voltarmos a Forks.

   - Para onde foram então? – Sam perguntou curioso.

   - Estão fazendo perguntas obvias demais – Benjamim disse sem olhá-los e mexendo nos cabelos de Mari – Elas foram buscar a Zafrina e a mim, lógico.

   - O que foi incrivelmente difícil – Alice reclamou – Não pelo fato de acha-los, pude fazer isso facilmente – se gabou – mas pelo fato de termos que nos separar para busca-los. Argh, não gosto nem de lembrar!

   - Você se separaram? – Emmett perguntou surpreso – Mas vocês três disseram que nunca haviam se separado antes!

   - Por isso foi terrível – Rosalie concordou – Mas necessário. Benjamim estava na Groenlândia e Zafrina na América do Sul. Não daria tempo de irmos todas juntas.

   - Entendo – Esme murmurou.

   - Esperem um pouco!- Jacob exclamou assustando a todos – Vocês se separaram, ok, isso eu entendi. Mas eles são dois e vocês são três... tem algo errado nessa conta!

   Os oito sentados nas cadeiras de veludo, como se fossem réus, se entreolharam. A partir dali tudo começaria a ficar realmente mais delicado.

   - Você está certo, Jacob – Rosalie foi a primeira a tomar a palavra – Alice foi buscar Benjamim, eu fui buscar Zafrina e Bella... bem, Bella foi para... foi conversar com...

   - Eu fui para Voltera conversar com Marcus. Marcus Volturi – Bella completou sem problemas o que a irmã parecia não conseguir.

   Todos, somente com exceção dos oito, emudeceram.

   “Exatamente a reação que e eu esperava” Alice observou “Embora o silêncio esteja durando mais do que imaginei.”

   - Marcus? Você foi a Voltera falar com Marcus Volturi? Você é maluca, Bella?  – Edward explodiu de repente.

   “Parece que o silêncio acabou.” Rosalie suspirou.

   - Exato – foi tudo que Bella disse.

   - E como voltou viva? Você não um fantasma, é? – Embry perguntou assustado.

   - Voltei viva sem problema nenhum – Bella voltou a dizer no mesmo tom.

   - Pare de ser evasiva e me diga o que diabos você queria fazer indo conversar com Marcus! – Edward fez que ia se levantar, mas Emmett o segurou – Queria realmente se matar por acaso?

   - Não, não queria me matar. E se você se acalmasse, talvez eu pudesse explicar – Bella apertou o punho ligeiramente impaciente.

   Edward trincou os dente. Tanto que Alice achou melhor intervir.

   - Acho que vou choca-lo, Edward, mas Bells tem razão. Embora tenham acontecido alguns imprevistos, ela nunca correu um risco pela parte de Marcus.

   - Como pode afirmar com tanta certeza? – Jasper perguntou desconfiado.

   Foi Rosalie quem respondeu.

   - Porque Marcus Volturi era nosso aliado.

   Silêncio.

   “É... acho que agra sim o silêncio vai durar bastante” Alice observou “É melhor os aproveitarmos disso para continuar explicando.”

   “Tem razão” Bella concordou.

   - Então, foi assim que nos dividimos – Rosalie começou a falar. Percebeu que todos que estavam sentados nas escadas piscaram diversas vezes para assimilar o que ela estava falando – Eu fui para América do Sul, Alice para Groenlândia e Bella para Voltera.

   - Talvez devêssemos começar por mim – Zafrina brincou e os oito riram levemente.

   Flach Back – Rosalie e Zafrina – América do Sul

   Rosalie não se sentia assim a muito tempo.

   Impaciente. Muito impaciente.

   Na verdade isso tinha dois motivos. O primeiro deles era o fato de estar longe das irmãs. Em todos os anos de convivência essa era a primeira fez que era preciso que fizessem isso. E era horrível.

   Não via a hora de poder voltar e reencontra-las.

   O segundo motivo era pela pessoa que estava indo buscar. Há quanto tempo não a via? Uns setenta, oitenta anos?

   Não que fosse de propósito, mas ela e as irmãs não eram pessoas que podiam se dar ao luxo de ficar fazendo visitas a torto e direito. Afinal, elas eram “procuradas” pelos piores vampiros do mundo.

   Rosalie sorriu enquanto apertava o cinto se preparando para o pouso do avião.

   Sentia saudades, muitas saudades da pessoa que ia encontrar agora. Seu sorriso aumentou. Como será que ela reagiria assim que a visse?

   Horas mais tarde o humor de Rosalie era outro.

   Bufou impaciente e tentando controlar o desgosto enquanto jogava o casaco numa poltrona ao lado da cama no hotel onde havia se hospedado.

   - Odeio isso – ela começou a resmungar logo após – Por que raios ela tinha que estar num país tropical, onde faz sol o dia todo? Argh!

   Nesse momento seu celular tocou. Ela correu para atender e seu animo melhorou totalmente ao ver que era Alice. Atendeu.

   - Ali...

   - Rose, como se atreveu? Eu vi o que você fez e tenho que dizer foi horrível! – Alice desatou a falar.

   - Ao que se refere, Alice? Eu não fiz nada!

   - Como não fez nada? – Alice quase gritou – Rose, não minta pra mim, eu vi!

   - Viu o que?

   - Vi você usando um sobretudo horroroso, uma bota de cano alto, junto com um chapéu de abas largar! Tudo isso num pais tropical! Tropical, Rose! Isso é um insulto a moda!

   Rosalie que andava de um lado para outro de impaciência, parou e se jogou sorrindo na mesma poltrona onde estava seu casaco.

   - Não tive o que fazer, Alice. Como você disse é um país tropical. Onde há sol. Sol, Alice. Era isso ou parecer um diamante gigante ambulante.

   - Ah... é verdade... – Alice murmurou – Desculpe... fiquei tão... indignada que me esqueci desse detalhe. Ah, tenho que ir Rose. Na verdade ainda estou no avião, ligando escondido, mas acho que falei um pouco alto demais e fui descoberta, porque a aeromoça esta vindo até mim nada contente. Estou morrendo de saudades, até mais Rose.

   Rosalie não teve nem tempo de abrir a boca para retrucar. Era sempre assim. Alice era mais rápida que um furacão.

   Tirou o celular do ouvido e ficou olhando para o visor por alguns segundos.

   Sorriu.

   - Falou um pouco alto demais? – zombou do que a irmã havia dito – Acho que te ouviram a quilômetros de distância.

   Dentro do carro a caminho da pequena pousada onde teria que deixar o veículo e seguir a pé, Rosalie pensava no mirabolante plano que ela e as irmãs tinham feito.

   Era alto realmente perigoso e decisivo, mas não podia negar que era necessário. Uma hora ou outra elas teriam que ter uma atitude dessas. Deveria agradecer aos Cullens por terem surgido e feito, mesmo que sem saberem, com que elas finalmente tomassem essa decisão.

   Do contrário elas teriam adiado por muito mais tempo.

   - Obrigada Cullens - Rosalie agradeceu em voz alta.

   Segundos depois um sorriso surgiu em seu rosto ao pensar na família de vampiros vegetarianos. Em um vampiro expecífico para ser mais precisa.

   Emmett.

   Rosalie já estava com saudades dele tambem, embora ela lhe ligasse todas as noites.

   No começo ela e as irmãs acharam que Edward, Emmett e Jasper desconfiariam por elas ligarem cada uma de seu celular e não fazerem apenas uma única ligação.

   Mas tudo acabou saindo melhor do que o esperado. Elas haviam dito que ligando cada uma de seu celular, elas teriam mais tempo para falar cada qual com seu amado.

   Os três irmãos acreditaram muito bem nisso, graças a Deus.

   Após deixar o carro no estacionamento da pequena pousada, Rosalie se dirigiu para o quarto dizendo a recepcionista que estava cansada da viajem e confusa como fuso horário, por isso iria dormir e não gostaria de ser interrompida.

   A recepcionista não pareceu muito espantada, aquilo deveria contecer muito por ali. Os hospedes só deveriam aproveitar a pousada no segundo ou terceiro dia.

  Já no quarto, Rosalie deixou a pequena bagagem em cima da cama e tirou o casaco. Foi até a varanda e observou ao seu redor.

   A pousada era simples, mas realmente muito bonita. Havia sido contruida perto de uma enorme cachoeira, mas mesmo assim, a correnteza do rio não parecia ser tão forte. Árvores enormes rodeavam o locar.

   Era o local perfeito.

   Rosalie suspirou e observou que ja deveria ser quase umas seis da tarde no horário local, pois começava a escurecer. Voltou-se novamente para a porta e certificou-se de que ela estava trancada. Da varanda, fechou a porta de vidro para que pensassem que ela estava lá dentro.

   Esticou os braços numa espécie de alongamento e depois de se certificar que não haviam ninguem por perto, deu um impulso com as pernas e numa velocidade incivel desapareceu por entre as enormes árvores.

   Rosalie tinha que confessar que achava que seria bem mais facil.

   Alice havia visto que Zafrina morava no momento relativamente perto de uma tribo de índios nativos. Não pode evitar sorrir. Essas coisas eram bem a cara de Zafrina.

   Uma hora ela estava em um lugar rodeada de pessoas, em outra, no lugar mais recluso da face da terra.

   No momento era a última opção.

   Por isso Rosalie havia achado que seria mais facil. Só havia uma tribo indigena naquela região e Rosalie ja havia revistado tudo ao redor nela num raio de quase um quilometro.

   Até mesmo o fato de ser noite já começava a irritá-la. Mesmo com sua visão mais do que perfeita, estava sendo complicado demais.

   Seu cheiro já não estava sendo escondido, já que quem fazia isso era Bella. Pensou tambem na possibilidade de Zafrina sentir seu cheiro e vir até ela.

   Suspirou.

   Provavelmente, teria que esperar isso acontecer. Porque Zafrina sabia se esconder como ninguem.

   Começou a percorrer o mesmo percurso pela terceira vez, até que sentiu um cheiro conhecido.

   Se tivesse um coração ele teria dado um salto no peito. Rosalie freou e mudou a direção para onde vinha o cheiro. Sem saber quantos minutos seguiu o rastro, Rosalie chegou numa parte da floresta como todas as outras, a única diferença é que naquele lugar as árvores pareciam dar um espaçamento maior entre si.

   Assim que parou, Rosalie a viu.

   Encostada numa das enormes árvores, com os braços cruzados e uma das pernas dobradas apoidas no tronco da árvore, Zafrina mantinha a cabeça um pouco baixa e os olhos fechados, embora um doce sorriso estivesse em seu rosto.

   Ela usava uma roupa muito diferente das que Rosalie já havia a visto usando. Parecia uma daquelas roupas de amazona dos filmes. Uma saia de sabesse lá que tecido num tom marrom e uma espécie de top que chegava quase ao seu umbigo.

   Seus cabelos negros estavam presos num rabo de cavalo bem alto e caiam sobre o ombro de pele tambem escura.

   - Achei que estivesse ficando louca quando senti seu cheiro, por isso deixei que desse mais algumas voltas. Somente você poderia ser tão persistente... Rosalie...

   Ao dizer o nome de Rosalie, Zafrina ergueu o rosto enquanto abria lentamente os olhos e sorria carinhosamente. Aqueles eram os únicos olhos rubros que não causavam repulsa em Rosalie.

   - Zafrina... - Rosalie murmurou abrindo um enorme sorriso.

   - Olá criança - Zafrina murmurou carinhosa.

   Rosalie não se conteve ao ouviu o jeito carinhoso com que Zafrina a tratava a décadas atrás. Correu mais rápido que o vento até ela e abraçou-a com toda a sua força.

   - Ainda bem que eu sou eu. Qualquer outro já teria virado patê a uma hora dessas - Zafrina zombou embora correspondesse o abraço na mesma intencidade - Já faz muito tempo... - disse um pouco mais baixo.

   - Mais do que eu gostaria - Rosalie confessou sem medo.

   - Eu tambem. Mas me diga, o que você e suas irmãs aprontaram agora?

   Rosalie finalmente soltou Zafrina quando escutou a pergunta e o tom brincalhão dela.

   - Como...

   - Como eu sei? - Zafrina a cortou e cruzou os braços em desafio - Ora, por favor, eu conheço vocês e essa sua aura de preocupação está me incomodando desde que botei os olhos em você. Vamos, me diga.

   Rosalie sorriu.

   - Tinha esquecido que você me conhecia melhor que eu mesma - Seu sorriso diminuiu - É a coisa mais perigosa que já fizemos em nossas vidas...

   - E quando não é? - o tom de Zafrina não era zombativo, era carinhoso, como se falasse de suas próprias filhas que viviam fazendo travessuras - Vamos a minha casa e você me contará tudo.

   Rosalie observava Zafrina esperando a reação da mesma. Sabia que ela devia estar considerando todas as posibilidades de aquilo tudo que Rosalie havia contado dar certo.

   Zafrina permaneceu varios minutos em silêncio. Ela estava sentada numa poltrona com as penas cruzadas e o cotovelo apoiados nos joelhos. O rosto descansava numa das mãos e ela mantinha os olhos na paisagem fora da janela.

   Rosalie passou mais uma vez os olhos pelo ambiente. Ainda estava curiosa de como Zafrina havia consiguido trazer tudo aquilo para o meio do nada.

   Era uma casa simples, de somente dois comodos. Onde estavam era a sala e o outro era uma cozinha, embora Rosalie não tivesse certeza de porque Zafrina precisaria de uma cozinha.

   Os moveis era modernos embora modestos. Resumindo, era uma tipica casa americana, a única diferença era que era no meio de uma floresta.

   Rosalie sorriu. Somente Zafrina mesmo para conseguir um feito daqueles.

   - Eu estava enganada - a voz de Zafrina tirou Rosalie de seus devaneios Ela a olhou, mas Zafrina nao havia mexido nenhum músculo ao falar e ainda olhava para fora - É realmente muito mais perigoso do que qualquer coisa que já fizeram ou pensaram em fazer.

   - É... com certeza é... - Rosalie murmurou.

   Zafrina sorriu discretamente.

   - Muito bem... quando quer que eu esteja nessa cidade... Forks?

   Rosalie paralisou por um segundo. Zafrina agora olhava diretamente para ela.

   - Você... vai? Mesmo? - Rosalie gaguejou.

   - Ora, não gagueje Rosalie! Você sabia que eu iria, porque a surpresa? Além do mais... - Zafrina fez uma pausa de suspense - ... quero conhecer os homens por que finalmente descongelaram minhas meninas...

   - Não estavamos congeladas - Rosalie brincou embora estivesse realmente sem graça.

   - Mas pareciam - Zafrina zombou - Vou adorá-los com certeza.

   Rosalie riu.

   - Claro que vai, principalmente Emmett, ele é o mais brincalhão dos três.

   - E é quem conquistou você - Zafrina disse apoiando o queixo numa mão.

   Rosalie quase engasgou.

   - Como sabe?

   - Não sou cega. Se visse como seus olhos brilharam você também descobriria na hora. Mas chega de conversa, vamos discutir e acertar as coisas, afinal você terá que voltar logo.

   - Daqui a dois dias - Rosali confirmou - E você?

   - Vou logo após - Zafrina respondeu - Preciso de uns dias para deixar tudo aqui com era antes. Agora vamos, conte-me os planos.

   Fim Flash Back - Rosalie e Zafrina - América do Sul

   - Dois dias depois eu voltei a Port Angeles onde encontrei com Bella e Alice - Rosalie cruzou os braços ao terminar.  

   - E quase uma semana depois eu cheguei - Zafrina continuou - Fiquei em Port Angeles num quarto onde as meninas já haviam reservado até que fosse a hora de agir. E agora estamos aqui.

   - E o enredo de como uma das personagens entrou nessa trama finalmente foi todo revelado, senhoras e senhores - Samy declarou com voz de radialista.

   Tina, Mari, Benjamim e Zafrina, assim como Bella, Alice e Rosalie não se contiveram e riram.

   - Essa foi muito boa, Samy - Mari piscou para a amiga que retribuiu o gesto.

   Alice analisou os rostos e suspirou levemente.

   - Vamos em frente - ela disse.

   - Esperem! - Paul interrompeu - Estou confuso, tudo isso... é surreal demais!

   - Surreal demais? - Tina repetiu  incrédula - Ainda nem começou, Paul! Acredite!

   - Reconfortante - Paul resmungou.

   - Deixem-nos terminar e depois vocês fazem as perguntas se ainda as tiverem - Bella decretou e todos ficaram em silêncio.

   - Eu disse que elas não iam deixar isso virar uma baderna - Mari sussurrou para Tina e Samy. Ambas concordaram com a cabeça.

   - Minha vez de entrar em cena - Benjamim brincou - Quer fazer as honras, Alice?

   - Com certeza - Alice sorriu e bateu palminhas levemente antes de começar.

   Flash Back - Alice e Benjamim -  Groenlândia

   Porque é que eu estou fazendo isso mesmo? Ah, claro! É isso ou deixar que os Volturi nos peguem...

   Alice suspirou pelo que devia ser a vigésima vez. Olhou no relógio novamente e voltou a enterrar a cabeça no travesseiro.

   Estava na Groenlândia, sem as irmãs, onde as pessoas não tinham a mínima noção de moda, sem as irmãs, não tinha nem idéia de onde Benjamim podia estar... ah, e estava sem as irmãs!

   É claro que ela podia se esforçar e "ver" onde estava Benjamim, mas no momento ela só queria esperar a hora de ligar para as irmãs e depois para Jasper.

   Bufou.

   - Não acredito até agora que a Bells me disse aquilo! - andava de um lado para outro incrédula - "Alice, pare de ficar enrolando e vá procurar Benjamim de uma vez!" - repetiu imitando a voz de Bella - Eu não estou enrolando, que absurdo!

  Parou. Olhou em volta. As sacolas de compras dos novos casacos estavam jogadas na cama.

   - Ok, eu estou enrolando... argh! Odeio o fato de você me conhecer melhor que eu mesma Isabella Swan! - embora tivesse dito essas palavras, Alice sorria feliz - Bem, vamos trabalhar então!

   - Ok, está decidido. Quando encontrar com Benjamim vou matá-lo - Alice dizia consigo mesmo enquanto dirigia o carro alugado pelas ruas geladas da cidade - Não, se ele estiver morto não poderá nos ajudar. Primeiro eu o convenço a nos ajudar, depois eu o mato. Perfeito!

   Virou mais uma rua e quase xingou.

  - Nunca pensei que alguém fora minhas irmãs fosse capaz de escapar dos meus poderes. Esse maldito Benjamim! Fica mudando toda hora de lugar e de decisão! Assim não consigo acompanhar!

   Passou o dia dando voltas de carro para ver se conseguia alguma pista de um lugar por onde Benjamim pudesse ter passado. A única coisa que encontrou foi o jornal do dia anterior noticiando a morte misteriosa de um homem, no qual o corpo estava totalmente sem sangue.

   - Pelo menos ele não resolveu mudar de cidade inesperadamente - murmurou para si mesma - Melhor para ele, se tivesse feito isso eu realmente o matava. Pense positivo Alice, pelo menos você esta numa cidade onde não tem tanto sol... pobre Rosalie!

   - Achei! – Alice deu um salto da cama de hotel onde estava se concentrando a quase dez minutos. Teve o instinto de pegar as chaves do carro, mas então se lembrou de que já era noite. Sorriu e se dirigiu a janela – Assim vai ser mais rápido.

   Ela correu em sua velocidade inumada pelas ruas escuras da cidade até encontrar o pequeno beco de sua visão. Extremamente escuro, latas de lixo espalhadas por todos os lados, ratos. Olhou em volta confusa, mas não viu nada além do cadáver de um homem encostado numa parede.

   Fez uma careta.

   - Estranho, tenho certeza que esse é o lugar que... – sua mente deu um estalo, uma visão passou fugaz, ela sentiu o cheiro de vampiro invadir suas narinas e finalmente pulou para frente antes que um vampiro a acertasse.

   O vampiro havia vindo de cima de um dos grandes prédios que divisavam o beco. Ambos agora estavam frente a frente, abaixados em forma de ataque.

   Alice reparou que pelo porte o vampiro era um homem, devia ser novo porque usava uma calça jeans com umas correntes penduradas, um tênis aparentemente de marca e um moletom negro com capuz que no momento cobria o rosto dele. Usava uma luva também negra onde somente a ponta de seus dedos ficavam descobertos e ele era bem mais alto que ela.

   Se bem que isso não era lá muito difícil.

   - O que você quer? - a voz áspera do vampiro a tirou de seus devaneios. Embora estivesse evidentemente descontente em vê-la, Alice reparou que a voz dele era diferente, sensual talvez, Alice não sabia dizer ao certo, mas não era sempre que se via uma combinação daquele jeito.

   Imagine quando ele não está com raiva? Quando quer... seduzir alguém? Alice pensou consigo mesma. Foco, Alice! Foco!

   O vampiro se abaixou mais um pouco e rosnou baixinho. Alice ficou instantaneamente em estado de alerta. Droga, ela tinha que acabar logo com aquilo, se Benjamim aparecesse e visse aquela cena com certeza iria embora e ela o perderia novamen...

   Espere! Alice freou a si mesma. Um pensamento desanimador a atingiu. Ela não via Benjamim a quase um século e meio, desde quando ainda era humana na verdade. Por isso, a imagem dele havia se turvado como todas as lembranças humanas dela.

   Quando ela o procurou nas visões, ela não tivera a visão nítida dele, apenas sabia que era ele. Mas agora, pensando melhor, ela não sabia se seria capaz de reconhecê-lo.

   Nem ao menos sabia o cheiro dele já que na época seu olfato era totalmente normal.

   -Mais essa agora! – ela explodiu em voz alta, colocando as mãos na cintura e assustando o outro vampiro – Não acredito! Como pude esquecer de um detalhe desse nível? Como?

   O vampiro havia saído de sua pose de ataque e colocado as mãos enluvadas no bolso da calça. Observando-a atentamente. Quando ele se mexeu, as correntes em sua calça balançaram e fizeram um barulho ao baterem umas nas outras, lembrando Alice que ela não estava sozinha.

   Olhou para o vampiro novamente.

   - Ops, desculpe – ela pediu sem graça.

   O vampiro inclinou levemente a cabeça.

   - Ela mandou uma vampira bem diferente dessa vez – ele disse com a voz mais calma e melodiosa. Alice estremeceu. Se ela já não amasse Jasper... com certeza aquele ali não lhe escapava. Pelo menos se a aparência fosse tão atraente quanto a voz... – Vamos facilitar as coisas para nos dois querida...

   Alice franziu o cenho. O que ele queria dizer exatamente?

   - Olha – ela começou cautelosa – Acho que você está me confundin...

   - Diga a Katrina que eu definitivamente não vou me casar com ela – ele a interrompeu – Não importa quantos vampiros ela mande atrás de mim, nem o mais diferente que sejam um do outro... – ele pareceu olhar bem para Alice pelo capuz, Alice conseguiu divisar os olhos vermelhos dessa vez - ... ou quão bonitas sejam, não vou me casar com ela e pronto. Entendeu?

   Alice arregalou levemente os olhos. Por um instante sentiu pena da tal de Katrina que estava sendo rejeitada tão firmemente.

   - Já chega ok? – ela finalmente disse quando se recuperou – Não sou quem você pensa que eu sou, embora não tenha em idéia do que você acha que eu seja. E nem conheço nenhuma Katrina. Então agradeceria se você parasse um instante e me escutasse, porque eu estou procurando alguem e não tenho muito tempo. E olha, minha paciência já está no fim e acredite, você não vai querer me ver sem paciência!

   Ela disse tudo de uma vez e de seu jeito rápido de sempre. O vampiro pareceu pestanejar por um segundo.

   - É, se você é sempre assim, então suponho que seja melhor não arriscar te ver sem paciência.

   - E pare de usar esse tom comigo! – Alice apontou o dedo para ele.

   - Que tom?

   - Esse! Todo... todo... sensual! – ela pareceu ficar envergonhada embora não pudesse corar.

   - Sinto muito querida, isso é natural. Bem, já que você não veio me capturar a mando de Katrina, acho que já vou. Até mais.

   Ele se virou e começou a andar.

   - O que... não! Espere! Você disse que ia me ajudar, lembra? – Alice começou a ficar desesperada.

   O vampiro parou, mas não se virou novamente para ela. Alice pode reparar que nas costas do moletom negro dele havia a estampa de um dragão em vermelho.

   Ele riu levemente.

   - Não me lembro de ter dito que iria te ajudar, querida...

   - Mas você tem! – agora ela se desesperou de vez – Olha, só preciso achar uma pessoa, eu digo o nome, você diz se a conhece e se sabe onde ela está e eu te deixo em paz. Prometo!

   O vampiro suspirou dessa vez.

   - Estou ouvindo – foi tudo que ele disse, sem nem ao menos se mover.

   Alice não se conteve e pulou de felicidade.

   - Obrigada! Estou procurando um vampiro na verdade, seu nome é Benjamim... bem, não sei o sobrenome dele.

   O vampiro enrijeceu de um modo que não passou despercebido por Alice.

   - Benjamim você disse... – a voz dele estava muito mais cautelosa agora – O que exatamente você está querendo com alguém como Benjamim?

   - Preciso da ajuda dele – ela disse sem pestanejar.

   - Ajuda dele é? Estranho, que eu saiba ele não ajuda ninguém... – o estranho virou-se novamente. Cautela e desconfiança pareciam estar misturados nele agora. Alice podia sentir, mesmo sem poder ver o rosto dele – E quem é que o procura?

   Alice recuou. Mas não hesitou.

   - Alice... Alice Swan.

   O vampiro dessa vez deu um passo para trás. Tirou as mãos do bolso num impulso com o susto que havia levado. Ele pareceu analisá-la atentamente depois das palavras dela .

   Alice pensou estar numa enrascada.

   E se aquele vampiro fosse algum seguidor do Volturi e soubesse quem ela era? Com a sorte que ela tinha era bem capaz de isso acontecer.

   - Alice... não é possível... – o vampiro começou a murmurar e a chegar mais perto, ela recuou por precaução – Meu Deus... Alice... Alice Malory...

   Ela travou onde estava.

   - Como sabe meu sobrenome de nascimento? – Alice perguntou confusa e assustada.

   - Talvez porque eu conheça você, senhorita Malory... – o vampiro finalmente tirou o capuz.

   Ele não devia ter mais de dezessete anos quando foi transformado. A pele extremamente branca como a que todos os vampiros tinham contrastava com os olhos incrivelmente vermelhos. Os cabelos castanhos e lisos estavam mais compridos dessa vez, tanto que lhe caiam nos olhos.

   Ela era lindo. E era quem ela procurava.

   - Benjamim? Benjamim! Não acredito que achei você! – Alice gritou e não se contendo correu até ele e quase o derrubou quando pulou nele um abraço apertado.

   - Pelo amor de Deus, o que você está fazendo aqui? - Benjamim a segurou pelos ombros e a afastou para que pudesse olhar diretamente nos olhos dela.

   - Já disse, vim atrás de você. Preciso da sua ajuda - Alice respondeu sem perder a felicidade.

   - Minha ajuda? Enlouqueceu? Não nos vemos desde... desde você sabe o que e você chega de repente e pede minha ajuda? Enlouqueceu? -                  Benjamim não sorria. Ele parecia confuso e meio perturbado.

   Alice soltou-se levemente das mãos dele que ainda a seguravam pelos ombros e recuou dois passos para que pudesse olhá-lo melhor.

   - Benjamim... eu realmente preciso da sua ajuda... - disse séria dessa vez.

   Benjamim suspirou pesadamente e passou levemente uma das mão pelos cabelos.

   - Certo, certo. Não fique tão séria. Venha comigo, você deve ter tido um bom motivo para ter me procurado depois de tanto tempo. Além do mais... - ele pareceu finalmente relaxar - Você deve ter muita coisa para me contar.

   Alice sorriu, mas não aguentou e acabou gargalhando.

   - 150 ano de coisas mais ou menos.

   Benjamim assoviou.

   - Uau, confesso que sabia de você e suas irmãs. Fiquei de olho em você um tempo depois... depois que te transformei. Precisava saber se você havia... sobrevivido. Relaxei quando você encontrou Isabella e Rosalie.

   - Sério? Ficou preocupado comigo? Que gracinha! - Alice sorriu e se ajeitou na poltrona em que estava sentada - Mas você não deveria ter se escondido, eu queria falar com você.

   Benjamim ignorou o olhar bravo da pequena e se deixou afundar mais no macio sofá e ajeitou os pés na mesa de centro.

   - Eu sabia até mesmo dos Volturi - ele disse num tom sério dessa vez. Muito sério. - Desculpe Alice, eu soube da morte da sua outra irmã tambem, mas constatei que os Volturi não era capazes de vencer vocês três, então relaxei. Mas teve muita coisa a mais não é?

   - Tudo que acabei de te contar - Alice tentou brincar.

   Benjamim porém não sorriu.

   - Isso que você me pede Alice... é muito perigoso...

   - E você acha que não sabemos disso? - Alice revirou os olhos - Mas...

   - Mas agora é diferente não é? - Benjamim completou por ela - Agora tem eles, os tals Cullens.

   Alice virou o rosto sem graça e Benjamim gargalhou.

   - Muito bem, Alice. Só me responda uma coisa. Porque eu?

   - Benjamim, nós podemos ter passado muito pouco tempo juntos, mas eu sou boa em admitir os talentos das pessoas. E o seu é o da persuasão. Por isso precisamos de você, a parte do plano que te disse, só você pode fazer.

   - Nossa, obrigada - Benjamim cruzou os braços atrás da cabeça - Mas não foi exatamente isso que quis dizer. Quero saber... porque... porque... droga, não sei dizer!

   - O que há Benjamim? - Alice perguntou confusa.

   - Você deveria me odia... - ele disse num tom baixo.

   - Por ter me transformado? – Alice sorriu adivinhando – Você não leu minha carta não é? A que te mandei a uns vinte anos. Tive um trabalhão para descobrir sua localização e você não leu.

   Benjamim coçou a cabeça constrangido.

   - Confesso que fiquei com medo do que poderia estar escrito lá, então não cheguei nem a abrir, embora eu a tenha até hoje. Nunca transfomei ninguem, não antes de você e nem depois. Você foi a única e eu odiei ter que fazer aquilo, mas... não pude te deixar morrer. Ironico não acha? Para quem havia sido contratado para te matar...

   - Benjamim - Alice interrompeu os devaneios dele - Eu não te odeio, ao contrário, eu devo tudo que tenho a você. A época que nasci, não era para mim, e eu percebi isso só depois. Tenho certeza que se tivesse continuado humana, quando chegasse aos sessenta eu teria me arrependido de não ter feito nada da minha vida.

   Benjamim olhava atentamente para ela, sem saber se realmente acreditava no que ela dizia.

   - Se não tivesse feito o que fez, eu teria morrido. E se não tivesse feito o que fez, eu não teria conhecido minhas irmãs, não teria feito as milhares de coisas que fiz, visitado todos os paises que visitei e nem ido a Forks e conhecido Jasper. Resumindo, era isso que dizia na carta. Menos a parte de Jasper, já que eu ainda não o conhecia.

   Benjamim gargalhou.

   - Certo, certo. Chega disso,ok?

   - Espera, você ficou constrangido? Ficou, não ficou? Ah, ficou sim!

   - Chega Alice - Benjamim estalou a lingua e encarou o teto branco de seu apartamento por segundos - Muito bem, vou te ajudar Alice.

   - Ah! Eu sabia que poderia contar com você! - Alice saiu da poltrona e pulou o sofá onde ele estava o abraçando e arrancando outra gargalhada dele - Alias, diga-me uma coisa.

   - O que?

   - Quem é Katrina? - perguntou maliciosamente se arrumando sentada ao lado dele.

   Ele revirou os olhos.

   - O carma da minha existência - ele disse sem pestanejar - Conheci-a a uns cinco anos quando estive em Bangladesh. Saimos e ela cismou de que formamos o casal perfeito e que devemos nos casar.

   - Hum, não sabia que você era assim Benjamim! - Alice cutucou-o no braço.

   - Eu tinha que me distrair de alguma forma. O tédio estava quase conseguindo um jeito de me matar! - ele fez uma cara comica de medo, que arrancou risos da baixinha.

   - É, mas parece que escolheu a vampira errada para se distrair.

   - Escolhi muito errado mesmo - ele pareceu desolado - Katrina manda vampiros atrás de mim, agentes especiais, o que você puder imaginar! Nem mesmo meu nome verdadeiro estou podendo usar, adotei um nome ficticio.

   - Qual? - Alice perguntou curiosa.

   - Lucius.

   - Bom gosto - ela sorriu e ele retribuiu.

   - Eu sei. Mas chega desse assunto, me dá nos nervos pensar em Katrina.

   Alice apoiou o cotovelo no joelho que estava em cima do sofá e o queixo na mão.

   - Alguma hora você vai ter que sossegar, já tem quase trezentos anos... não se sente sozinho?

   Benjamim pensou um pouco antes de responder.

   - Muitas vezes. Não se preocupe, eu vou sossegar. Um dia, quando achar a pessoa certa. Mas me diga, é verdade a parte de que três transmorfas irão nos ajudar? - ele fez uma careta.

   - Totalmente verdade. E acredite, assim que ver Samy, Tina e Mari em ação vai ver como elas foram a escolha perfeita - disse convicta.

   - Mas... transmorfas Alice! - ele reclamou novamente - Você pelo menos pediu para elas usarem um perfume ou algo do tipo?

   Ela riu.

   - Pare de gracinhas e se comporte com elas ouviu? Ou você pode morrer. Aquelas três tem tanto vinculo quando eu com minhas irmãs. Provoque uma que todas se irritam. E não faça essa cara, vai adora-las que eu sei e...

   Os olhos de Alice sairam fora de foco por um instante e depois, quando ela voltou ao normal, seus olhos mantinham um brilho diferente. Ela olhou para ele com um sorriso de orelha a orelha.

   - Porque está sorrindo assim para mim? - Benjamim perguntou desconfiado - O que você "viu"?

   - Nada - Alice cruzou os braços - Só que você vai se dar muito bem as quileutes, com uma delas melhor do que as outras.

   Benjamim fez um som incrédulo.

   - Duvido muito.

Fim Flash Back - Alice e Benjamim - Groenlândia.

   - Você sabia não é? Do meu imprinting com Mari. Foi isso que você viu naquela noite - Benjamim sorria para Alice que restribuia.

   - Bingo - ela brincou.

   - Fui para Port Angeles três dias depois, um dia depois de mim Zafrina chegou. Nós nos conhecemos e arrumamos todos os detalhes com Bella, Alice e Rosalie antes que elas voltassem para Forks - Benjamim resumiu assim que Alice terminou de contar.

   - Deixe-me ver se entendi - Sam disse logo após Benjamim terminar - A sua parte individual no plano era a... persuasão, é isso?

   - Exato, Sam - Benjamim confirmou - Fui colocado no meio das testemunhas dos Volturi e já comecei meu trabalho quando iamos para Forks. Falei para muitos daqueles vampiros das duvidas que tinha sobra a acusação das Swans, apresentei fatos reais, outros inventados por mim. Acredite, muitos deles quando chegaram lá já santificavam as Swans como heroínas.

   - Metido - Mari brincou.

   - Realista, amor, é diferente - Benjamim deu um leve beijo na ponta do nariz dela antes de olhar para Sam novamente - E por fim, depois da... morte delas, eu as engrandeci o maximo que pude. E parece que tive sucesso.

   - Mas como conseguiu se infiltrar nas testemunhas deles? Isso é um feito e tanto. Eles selecionam seu "juri" a dedo - Carlisle parecia ingrédulo.

   - Um nome: Marcus - Benjamim respondeu e viu o espanto tomar o rosto de todos novamente - Marcus Volturi me colocou como testemunha.

   - E parece que agora chegamos na parte mais complicada da história - Rosalie murmurou.

   Todos concordaram, mas foi Bella que suspirou e cruzou levemente os braços.

   - Parece que chegou a minha vez de contar como foi minha visita a Voltera e minha conversa com Marcus Volturi.


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