As Relíquias escrita por Jessica Hyuuga


Capítulo 22
Capítulo 22 - O Primeiro Contato


Notas iniciais do capítulo

Amores da minha vidaaaaaaaaaaaaa!!! Voltei pra ficar!!!
NOTAS NO FIM DO CAP! MUITO MUITO MUITOOO IMPORTANTES! Então leiam por favorzinho!
Personagen da idolatrada tia Steph, menos Tina, Mari, Samy e Benjamim que são totalmente meus! *.*
Desculpem os milhares de erros, para variar não tive tempo de revisar.
Espero que gostem!
Vamos lá!



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   Era real? E se não fosse? Eles aguentariam mais uma peça daquelas? O coração deles podia não bater o que tornava impossível de terem um ataque ou coisa parecida, mas nunca é bom abusar. Nunca se sabe.

   Todos continuavam do mesmo jeito. Paralisados. Estáticos. E totalmente sem saber o que dizer.

   Bella permanecia com os braços cruzados fortemente e podia-se notar os dedos de uma mão dela batucando impacientes. Alice soltou um risinho e Rosalie revirou os olhos embora não tivesse perdido o sorriso.

   Edward alternava os olhares entre a pequena Bella que estava no quadro e a original que estava mais a frente. Seu corpo não se movia, sua voz não saia... ele queria correr até ela, abraça-la, beija-la...

   Os pensamentos de Jasper e Emmett iam pelo mesmo caminho. Eram elas ali. De verdade. Então porque eles simplesmente não iam até elas e as abraçavam para nunca mais soltar como estavam com vontade de fazer?

   Boa pergunta.

   Bella de repente bufou e antes que qualquer um pudesse sequer suspirar, ela estava parada em frente a Jared e o suspendia pela camisa, fazendo com que o mesmo ficasse na ponta dos pés e arregalasse os olhos assustado.

   - Fui clara? -ela repetiu com os olhos estreitos a centímetros do rosto dele.

   Jared apenas balançou a cabeça uma vez, foi tudo o que conseguiu. Rosalie e Alice que havia seguido a irmã estavam ao lado dessa e dessa vez elas mantinham os braços cruzados, embora diferentemente de Bella antes, elas sorriam parecendo se divertirem com a cena.

   - Otimo - Bella murmurou e soltou Jared com tudo. Ele estava tão abalado que quase não foi capaz de manter o equilibrio.

   - Acho que ela está realmente brava - Mari murmurou com um sorriso.

   - E não é para menos - Benjamim concordou fazendo um carinho na mãe de Mari - Elas acordaram a menos de um dia e já estão passando por esse extresse. Eu disse que os quileutes...

   - Você disse que os quileutes iam fazer um escanda-lo quando não as achassem - Zafrina imitou-o e revirou os olhos impaciente - Você passou as ultimas doze horas dizendo isso, se você o fizer de novo eu vou arrancar a sua língua.

   - Como se você fosse conseguir me pegar - Benjamim riu mas parou quando viu Zafrina sorrir confiante.

   - É, talvez não consiga te pegar, mas ficaria surpreso como minhas ilusões podem ser uteis nesses momentos...

   Benjamim engoliu em seco.

   - Está brincando, não é?

   - Benjamim, pode, por favor, parar de provocar Zafrina? Eu detestaria perder dias tentando convencê-la a te livrar de uma ilusão. Você sabe que Zafrina não brinca.

   Zafrina e Mari trocaram olhares cúmplices enquando viram Benjamim divagar receoso.

   - Ei, podem ficar quietos? Estamos perdendo a melhor parte - Samy reclamou apoiando os cotovelos nos joelhos e descansando o queixo nas mãos.

   Bella bufou e começou andar de um lado para outro resmungando coisas impossíveis de se entender até mesmo para os vampiros presentes. Rosalie e Alice apenas a acompanhavam com o olhar.

   - Bells... - Alice tentou chamá-la, mas a própria começou a falar em voz alta a interrompendo.

   - Vocês estão pensando que minha casa é o que? Um lugar qualquer onde vocês podem fazer e agir do jeito que quiserem e a hora que quiserem?- Bella voltou a dizer no mesmo tom inflexível de antes enquanto seus olhos faíscavam para Jared - Meus ancestrais viveram aqui e mantiveram as coisas do mesmo jeito que eram, não serão vocês a estragar tudo. Vocês podiam estar fazendo isso mesmo involuntáriamente, mas isso foi enquanto eu não estava aqui. Agora que estou, vou dar uma surra em qualquer um que fizer um arranhão sequer minha casa!

   - Uhul, ponto para a Bella! - Tinha sussurou para Samy, mas tanto aqueles que estavam na escada quanto os que estavam petrificados no andar inferior escutaram.

     Alice sorriu e mexeu levemente no cabelo com uma mão.

   "Não acha que está exagerando?" perguntou à irmã.

   "Não, não acho" Bella respondeu desgostosa "Você diz isso porque não é a sua casa."

   "Ela tem razão" Rosalie concordou "Se fosse na minha, Jared já estaria no outro mundo sem nem um aviso." 

  Alice pensou por um momento.

  "Vocês estão certas. Embora eu provalmente não fosse chegar a tanto já que não deixaria nada acontecer, afinal, eu veria antes."

   "E se fosse algo repentino? Ou que você estivesse a continentes de distância e não pudesse impedir?" Rosalie provocou.

   Alice primeiro arregalou os olhos, depois fechou o rosno numa expressão realmente assustadora.

   "Coitado de quem fosse o culpado" ela sentenciou.

   "Viu, só? Não é exagero" Bella terminou por fim e as três balançaram a cabeça.

   - Elas estão fazendo de novo - Mari bufou indignada - O que será que estão conversando?

   - Pela cara de psicopata de Alice, acho que ela está planejando a morte de alguem - Zafrina observou.

   - Dos Cullens? - Tina arregalou os olhos.

   - Dos quileutes? - Samy fez o mesmo e ambas se olharam e levaram as mãos a boca num gesto dramático.

   - Vou sentir saudades deles - Benjamim balançou a cabeça em sinal de tristeza e todos concordaram.

   Depois os cinco riram baixinho e notaram que as três irmãs pareciam muito entretidas entre elas.

   - Parece que elas esqueceram da platéia - Tina comentou apontando discretamente para os Cullens e os quileutes que permaneciam estáticos, apenas observando tudo que elas faziam.

   - Não é para menos, elas não se falam a semanas. Depois de tanto tempo acho que elas querem recuperar o tempo perdido - Mari sorriu ainda olhando as irmãs.

   - Faz sentido - Tina concordou.

   - Estou preocupada... - Samy murmurou mais séria dessa vez.

   - Com o que? - Benjamim perguntou no mesmo tom que o dela.

   No andar de baixo, Bella, Alice e Rosalie ainda travavam uma conversa mental, até que de repente Bella levou uma mão a cabeça e Rosalie cambaleou, ambas fazendo uma cara de encomodo.

   - Bella! - Edward gritou aflito.

   - Rose! - Emmett tambem não pode se controlar e se moveu para ampará-la.

    Mas antes que ele, Edward ou qualquer outro pudesse fazer qualquer coisa, Benjamim e Zafrina ja seguravam cada um uma Swam.

   - Era com isso que estava preocupada - Samy esplicou descendo as escadas junto com Mari e Tina - Ainda estão fracas, precisam caçar.

   - Nós dissemos para fazerem isso antes de descerem, esse... encontro podia esperar até amanha - Mari censurou as irmãs sem medo algum.

   - Se eu esperasse eles destruiriam minha casa - Bella resmundou ainda com a mão na cabeça.

   - É, e agora vai causar ainda mais tumulto - Benjamim que a segurava sussurrou baixinho e suspirando logo em seguida. Bella olhou para ele parecendo confusa - Não achou que depois dessa entrada damatica eles iam deixar vocês sairem facilmente, achou?

   Bella ainda manteve seu olhar no Benjamim antes de suspirar pesadamente.

   - Não, não acho...

   - Rose... - Emmett balbuciou olhando pasmo a loira que se mantinha em pé com a ajuda de Zafrina, ele deu um passo a frente, mas foi barrado por Alice.

   - Ainda não, Emmett - ela disse com a voz firme.

   - Como ainda não? Ela está aqui, a menos de cinco passos de mim, não posso esperar mais...

   - Emmett! - Alice o interrompeu - Ainda não!

   Tina tocou levemente no ombro de Zafrina e fez sinal de que seguraria Rosalie no lugar dela. Quando Zafrina continou a olhá-la sem entender, Tina sentiu necessidade de se explicar.

   - Do jeito que as coisas estão indo, acho que você logo logo precisará interferir. Afinal, com os Cullens tudo sempre tem que ser do jeito complicado.

   Zafrina concordou com a cabeça e passou Rosalie para ela.

   - Alice - Jasper falou levemente e esta que estava com o olhar fixo em Emmett e barrando sua passagem estremeceu levemente - Porque ainda não? Eles já esperaram tanto...

   Alice suspirou.

   - Sei que esperaram, assim como todos nós - ela murmurou sem olhar para Jasper, os olhos topázio baixos como se o piso fosse a coisa mais interresante do dia - Mas elas precisam caçar, vocês não saberiam que elas acordaram se não tivessem feito essa bagunça... - lamentou levemente.

   - Mas... - Emmett fez menção de retrucar e deu um passo a frente, Alice arrumou sua postura, pronta para deter o grandalhão.

   Edward sentiu um instinto identico ao do irmão. Queria se aproximar de Bella, tirá-la do apoio que Benjamim dava e apraça-lá até sabesse lá quando.

   Jasper sentiu um calafrio ao ver o tamanho de Alice perto do irmão. E tambem, uma terrivel indecisão: quem ele defenderia naquele caso?

   Os outros divagavam ainda entre a realidade e a incredulidade. Aquela entrada, aquelas falas, eram todas bem tipicas das irmãs Swans, mas não importava por quantas daquelas eles já haviam passado, uma sempre superava a anterior.

   Mari e Samy olhavam com sensura para Bella e Rosalie, enquanto Benjamim observava as diferentes reações.

   Ele pareceu preocupado e isso intensificou quando somente ele escutou o leve gemido de Bella. Ela realmente precisava caçar.

   - Zafrina, pode cuidar disso?

   Zafrina olhou para ele por um segundo antes de concordar com a cabeça.

   - Cuidar de que? - Jacob murmurou exasperado - Ninguem vai cuidar de nada aqui! Deixem que eles se resolvam!

   Benjamim fechou os olhos e trincou os dentes.

   - Ora, seu...

   - Chega! - a voz de Bella calou a todos que pareciam prestes a entrar na discução. Edward e Emmett tambem estacaram no mesmo lugar. Aquele tom autoritário, não havia como não estremecer.

   Bella levou a mão livre até a cabeça novamente e suspirou fundo.

   - Nós temos muitas coisas a resolver, admito, mas não agora. Rosalie e eu precisamos realmente nos alimentar, foram semanas de má alimentação.

   Mari cruzou os braços e estralou a língua indignada.

   - Desculpe por tentarmos fazer o nosso melhor e não deixarmos as vampiras morrerem de fome - ironizou.

   - Mas, Bella... - Carlisle tentou  agumentar.

   - Vou dizer a vocês o que vai acontecer agora - Bella abriu os olhos e eles faíscavam num misto de impaciência e raiva - Rosalie, Alice e eu vamos sair pra caçar, só nós três, enquanto vocês vão ficar aqui, sem fazer um arranhão na minha casa, ou eu arranco a cabeça do responsavel.

   Terminando de dizer elas desvencilou-se com toda a dignidade de Benjamim, assim como Rosalie de Tina, e foi dirigindo-se a saída com as duas irmãs a seguindo.

   Conforme elas iam se aproximando, os quileutes iam abrindo caminho. Olhos ainda incrédulos.

   - Emmett - Bella disse de repente fazendo do grandalhão se sobressaltar - Só nós três - repetiu enfática.

   - Mas eu não fiz nada...

   Bella olhou para ele por cima do ombro.

   - Mas pensou em fazer.

   Após isso as três desapareceram na noite, deixando para trás uma porta aberta e muitas pessoas estáticas.

  - É - Tina quebrou o silêncio que se instalou no local - Acho que não precisamos dos seus dons afinal, Zafrina.

   - Com Bella por perto, porque precisariamos? - Zafrina zombou e ambas riram, assim como Tina, Samy e Benjamim.

   - É, tem razão - Mari concordou - "Chega!" - disse tentando imitar Bella - Cara, um dia ainda vou ter aquela autoridade.

   - Vá treinando com Benjamim - Samy brincou.

   - Vai sonhando - Benjamim revirou os olhos.

   - Bom, eu vou atrás delas - Mari disse já se dirigindo a saida.

   - Nós tambem - Tina e Samy concordaram em unissono e seguiram Mari.

   - Vão atras delas? - Jared repetiu incrédulo - Mas elas disseram...

   - Não importa - Mari o cortou - Como se elas fossem capazes de mandar em mim.

   Tina e Samy riram e Tina murmurou para Jared quando passou por ele.

   - Estamos preocupadas -  e piscou um olho cumplice.

   - Mari, querida - Benjamim cruzou os braços enquando observava a pequena loba olhar de um lado para outro do lado de fora da porta - Será que você poderia pelo menos tirar as roupas antes? Você já está ficando sem elas.

   Mari olhou para ele por cima do ombro, quase como Bella havia feito com Emmett segundos antes.

   - Como se eu não soubesse que você que anda jogando metade delas fora.

   Benjamim arregalou os olhos enquanto as três lobas gargalharam e em seguida dispararam para fora, deixando pequenos fiapos de tecido para trás.

   - Elas te pegaram - Zafrina riu e logo depois franziu o cenho ao ver Benjamim dar meia volta e começar a subir as escadas - Aonde você vai?

   - Fazer o que Mari disse: jogas as roupas dela fora. Metade eu jogo, metade ela destrói... quero ver o que ela vai fazer quando ficar sem nada pra vestir.

   Zafrina balançou a cabeça me negação ao ver o sorriso de Benjamim.

   - Pervertido - foi tudo o que ela disse a respeito - E vai me deixar aqui para resolver esse problema sozinha?

   - Você é esperta querida Zafrina, vai saber lidar com isso como ninguem - Benjamim disse ja na metade das escadas e com um sorriso no rosto.

   - Ótimo, agora você está me elogiando para me fazer de idiota. Vá, pode ir se livrar das roupas de Mari, mas você sabe que ela não vai deixar por isso.

   Benjamim estacou por um instante.

   - Ela não jogaria minhas roupas fora. Jogaria?

   Zafrina deu de ombros.

  - Acho que não, mas Mari é esperta, ela vai fazer você se arrepender de um modo oude outro.

   Benjamim pensou por uns segundo se até sentiu um frio passar pela espinha depois das palavras de Zafrina, mas depois deu de ombros e continou a subir.

      Zafrina cruzou os braços e bateu o pé impacientemente no chão.

   - Depois não vá dizer que eu não te avisei. – ela ainda insistiu.

   Sem nem ao menos se virar ou parar de subir, Benjamim levantou um braço e fez sinal de jóia com a mão.

   - Muito obrigado, Zafrina. Sei que você me adora apesar de tudo.

   - É, eu vou adorar  mais ainda quando Mari me pedir ajudar para arrancar seus miolos.

   Tudo que Benjamim fez foi rir e logo em seguida sumiu no corredor que daria no quarto de Mari.

   Zafrina balançou a cabeça e bufou sonoramente.

   - Idiota. Ele realmente vai se arrepender.

   - Er... Zafrina? – Esme chamou meio incerta.

   Por um instante apenas ela se esqueceu de todas as pessoas que estavam ali e principalmente que havia sido deixada sozinha para as explicações. Virou-se devagar para onde todos estavam, analisou o semblante de um por um e constatou que realmente teria um trabalhão.

   - Eu vou realmente mata-los depois – Murmurou para si mesma. Respirou mentalmente e abriu um pequeno sorriso – Sim, Esme?

   - Bem, querida... – Esme começou meio incerta – Sabe que temos algumas dúvidas e...

  - O que diabos acabou de acontecer aqui? – Paul gritou interrompendo a pergunta calma de Esme e sobressaltando todos que estavam ali.

   Zafrina arregalou levemente os olhos pelo susto e depois mediu Paul dos pés a cabeça.

   - Vocês realmente são do mesmo bando. – ela disse com um sorriso discreto - Tina, Mari e Samy no começo eram exatamente desse jeito, mas elas são espertas e perceberam que com atitudes assim, explosivas, tudo que conseguem é piorar as coisas. Espero que você também entenda.

   Paul sentiu o queixo cair levemente antes de se recuperar daquelas palavras e fechar o cenho ao mesmo tempo em que cruzava os braços.

   Zafrina não pode evitar sorrir levemente. Logo em seguida mirou os três Cullens mais novos.

   Emmett e Edward ainda olhavam indecisos para a porta, enquanto Jasper olhava para o chão parecendo perdido em seus pensamentos.

   - Melhor desistirem, elas vão detê-los no meio do caminho – Zafrina disse de repente, como um palpite dos pensamentos dele. E parece que havia acertado em cheio, pois os três olharam para ela espantados – Samy, Tina e Mari eu digo.

   - Como você... – Jasper gaguejou de um modo quase inaudível.

   Zafrina descruzou os braços e colocou ambas as mãos na cintura. Sorriu abertamente, mostrando os dentes brancos que contrastavam com sua pele morena.

   - Ora, por favor, não me subestime. Posso não ler mentes como Bella, mas tenho certeza que pensavam em ir atrás delas. No lugar de vocês quem não pensaria?

   Edward, Emmett e Jasper viram solidariedade naquele sorriso e incrivelmente relaxaram um pouco.

   - Vou lhes contar uma coisa. – Zafrina falou ainda do mesmo jeito - Tina, Mari e Samy foram atrás delas por estarem preocupadas é verdade, mas também  por causa de vocês. Para o caso de precisarem para-los caso decidissem ir atrás das meninas.

   Todos ficaram levemente surpresos com as palavras dela.

   - Como sabe disso? – Sam perguntou curioso – Digo, elas não falaram nenhuma palavra que desse a entender isso...

   Zafrina moveu os olhos – que no momento eram uma mistura de âmbar e rubro – para Sam. Observou-o por um instante antes de responder sinceramente.

   - Não precisei que elas falassem para saber que é assim que elas agiriam. Apesar do pouco tempo em que convivemos, já nos conhecemos profundamente, embora eu saiba que seja difícil acreditar nisso.

   Sam franziu o cenho e acentiu devagar. De certa forma aquelas palavras de Zafrina o estavam fazendo refletir sobre uma coisa que começava a preocupá-lo profundamente.

    Após ver a reação de Sam, Zafrina se sentiu satisfeita e arrependida ao mesmo tempo. Satisfeita por ter dado a entender que Sam devia ter agido diferente com as meninas anteriormente e arrependida pois agora Sam parecia muito reflexivo.

   Espantou aqueles pensamentos para longe e voltou a olhar para os Cullens.

    - Sei que é difícil – ela disse a Edward, Jasper e Emmett – Mas vocês vão morrer se agüentarem mais duas ou três horas? Elas estão bem e prometeram respostas quando voltarem, não foi? Não compliquem as coisas, sim?

   Ela havia falado aquilo tão naturalmente e de um jeito tão amigável que os três irmãos não conseguiram não se acalmar.

   - Tem razão – Edward murmurou com um leve sorriso de lado.

   - Claro que tenho – ela brincou.

   - Sabe acho que você está herdando a modéstia das Swans – Jasper zombou.

   - Não, querido. Foi comigo que elas aprenderam a ser modestas assim – não evitou gargalhar, assim como todos os outros.

   - Será que deveríamos castiga-la por isso, então? – Emmett estalou os dedos como que se preparando para uma enorme batalha.

   - Ficaria espantado com as surpresas que posso ter - Zafrina apontou levemente para a cabeça – Lembre-se que Rosalie foi minha aluna.

   Emmett estremeceu levemente.

   - Desisto – ele murmurou e ergueu as mãos em derrota.

   Zafrina gargalhou alto assim como todos os presentes.

   - Você é demais, Emmett – Zafrina disse parando de rir – Mas é melhor pararmos de enrolar, não? Sei que querem respostas e já vou adiantando que não poderei dar todas, provavelmente respondei apenas uma ou duas. Apenas as essenciais, as outras terão que esperar Bella, Rosalie e Alice.

   - Bom, melhor que nada – Seth brincou.

   Zafrina sorriu para ele e depois para Paul.

   - Vocês acham que conseguem se comportar ou eu preciso providenciar calmantes para vocês?

   Paul trincou os dentes e sentiu as bochechas arderem de vergonha.

   - Consigo me controlar – resmungou constrangido.

   - Ótimo, estamos evoluindo – Zafrina brincou levemente – Venham comigo – Virou-se e começou a seguir por um dos corredores do térreo.

   - Por que não pode ser aqui mesmo? – Leah perguntou confusa.

   - E me arriscar a deixar que mais um pedaço da casa seja destruída? Não obrigada. Já estou pensando em como acalmar Bella quando ela ver o estrago em uma certa sala...

   Paul diminuiu levemente os passos com aquelas palavras e  lembrou do estrago que havia ficado na parede em que ele bateu quando Benjamim o empurrou para defender Mari.

   Engoliu em seco. Se Bella quase havia matado Jared por ter quase arranhado sua casa, o que exatamente faria com ele que havia realmente danificado uma parede?

   - Não se preocupe, Paul – Zafrina tirou-o de suas divagações, embora não tivesse parado de andar e nem ao menos se virado – Prometo pensar em algo que acalme Bella, mas mesmo assim, se eu fosse você começaria a treinar mais corrida de hoje em diante.

   - Nossa... muito obrigado. Agora fiquei realmente aliviado... – Paul murmurou irônico.

   Zafrina riu levemente enquanto os conduzia por um corredor simples, um que era dos dormitórios dos empregados da época, da cozinha e tudo mais que fosse da administração da casa.

   Parou numa porta bem no meio do corredor. Ela era exatamente como todas as outras: grande, de madeira maciça e imponente. Zafrina a abriu sem rodeio algum e entrou primeiro, sendo seguida pos todos os outros.

   - Uma biblioteca? – Embry exclamou surpreso logo que atravessou a porta – Mas pensei que aqui fosse a área dos empregados.

   - E era – Zafrina foi até a janela e a abriu, deixando que o ar frio da noite entrasse e desse um livre movimento as cortinas vermelhas – Diferente de outros da época, os Vanderskein não consideravam os criados algo inferior. Essa biblioteca era para uso deles, até os próprios membros da família se misturavam normalmente com os criados aqui.

   - Muito interessante – Carlisle exclamou olhando em volta – Adoraria ter conhecido os pais de Bella. Devem ter sido pessoas extraordinárias.

   - Foram mesmo – Zafrina concordou – Eles gostavam dos criados bem instruídos, desde a cozinheira até a dama de compania e quando eles não eram introduz eles mesmos os ensinavam.

   - Está falando sério? – Quil perguntou incrédulo.

   - Com certeza estou – Zafrina riu da incredulidade dele – Renne, a mãe de Bella, era uma excelente professora.

   - Bella realmente veio de uma família única – Esme sorriu feliz.

   - É, veio sim – o olhar de Zafrina se perdeu por um instante enquanto ela olhava a escuridão da noite até que ela balançou ligeiramente a cabeça e voltou a sorrir – Fiquem  a vontade – disse virando-se para eles e se encostando na janela, fazendo com que seus cabelos negros voassem para frente embora estivessem firmes presos no rabo de cavalo.

   As paredes eram repletas de livros, menos aquela onde se encontrava a janela. Lembrava muito a biblioteca particular dos pais de Bella, Edward observou.

   No canto esquerdo uma pequena escada que ia para o segundo andar e no centro da sala dois sofás, um de frente para o outro e uma mesinha de centro entre eles. Um vaso que parecia de porcelana em cima da própria com flores vermelhas.

   Rosas vermelhas.

   Muito bem cuidadas por sinal.

   - Quem... – Embry começou a perguntar, mas Zafrina o interrompeu.

   - Samy. Ela adora mexer com coisas vivas, que crescem indefesas. Querem um conselho? Não mexam com as flores dela.

   “Não sabia que Samy gostava dessas coisas...” Sam pensou reflexivo. O que não passou despercebido por Edward, mas os pensamentos de Sam estavam muito confusos para que ele soubesse exatamente o que ele queria dizer com aquilo.

   Zafrina percebeu o olhar fixo de Sam nas rosas de Samy e reprimiu-se mentalmente. Mais uma vez ela havia deixado Sam desconfiado.

   - Existe uma fixação por vermelho aqui, não é? - Jacob zombou.

   Zafrina sentiu-se levemente aliviada e gargalhou.

  - É, existe. Acho que é o contrate que causa que é agradável – respondeu sinceramente.

   - Essas flores são mesmo de Samy? – Quil perguntou ainda meio sem acreditar.

   - São sim – Zafrina moveu-se e prendeu as cortinas nos ganchos ao lado da janela – Ficaria surpreso sobre como aquelas três tomam conta desse lugar. Nessas semanas em que tecnicamente a mansão está fechada, elas tem cuidado de tudo, já que geralmente Benjamim e eu estávamos cuidando de algo relacionado as Swans.

   - Nossa... – Seth murmurou – É até meio inacreditável sabe? Aquelas três... nossa!

   Zafrina o analisou por alguns segundos, seu rosto inexpressivo e impassível, impossibilitando perceber em que direção iam seus pensamentos.

   - Sabe – ela disse de repente – As vezes pensamos que conhecemos perfeitamente as pessoas só porque convivemos com elas todos os dias, mas isso é impossível. Ninguém conhece alguém perfeitamente quando nem mesmo esse alguém sabe do que é capaz.

   Todos olhavam pasmos para Zafrina. Pasmos e confusos. O que exatamente ela queria dizer com aquilo? Seth abriu a boca novamente para questinar, mas foi interrompido pela própria Zafrina.

  - Muito bem, o que querem saber? Verei o que posso responder.

   Os Cullens se sentaram num sofá, enquanto alguns quileutes se acomodaram no outro e alguns no chão.

   Zafrina observou-os se acomodarem e ficarem uns instantes em silêncio. Não pode evitar que um discreto sorriso tomasse conta de seu rosto.

   - Sabem, eu posso saber criar ilusões, mas que lê mentes aqui é Bella - olhou discretamente para Edward - E você também, desculpe, esqueci por um momento, força do habito. Então, se vocês me fizessem o favor de verbalizarem suas dúvidas eu agradeceria imensamente.

   Emmett coçou a cabeça sem graça.

   - Desculpe, é que são tantas dúvidas, tantas coisas, que é meio difícil saber por onde começar.

   Zafrina sentou-se na janela e cruzou as pernas em forma de índio e manteve os braços também cruzados.

   - Entendo, não se preocupe. Porque não começam com dúvidas mais fáceis então, aquelas que eu tenho certeza que poderei responder?

   - Como elas sobreviveram? - Jasper murmurou.

   Zafrina se sobressaltou levemente.

   - Nossa, o que aconteceu com as perguntas fáceis? Sabe Jasper, como elas sobreviveram do encontro com os Volturis é um tanto complicado e acho que faz parte das pergunta que só elas podem te...

   - Não - Jasper cortou-a suavemente envergonhado. Ele não havia percebido que sua pergunta havia saído em voz alta - Não foi isso que quis disser. O que quero saber é que se Bella e Rosalie passaram todo esse tempo "dormindo", como elas sobreviveram sem se alimentarem?

   Zafrina arqueou uma sobrancelha levemente.

   - Digo - Jasper continuou ainda mais envergonhado pelo olhar de Zafrina - Sei que não podemos morrer de inanição ou coisa parecida, mas é muito tempo sem se alimentar, elas no mínimo não conseguiriam nem ao menos se mover de tão fracas que estariam e ficariam descontroladas de sede.

   Zafrina descruzou os braços e bateu palmas levemente, enquanto seu rosto ela iluminado por um sorriso feliz.

   - Bravo, Jasper! Confesso que não achei que alguém de vocês fosse notar esse detalhe. Você é realmente perfeito para Alice.

   Jasper se sentiu feliz com aquele comentário.

   - Respondendo a sua pergunta, é você está certo em uma parte. Elas estariam muito fracas e se tornariam monstros sedentos por sangue - zombou na última parte - se tivessem passado esse tempo todo sem se alimentarem. A questão, é que elas se alimentaram sim.

   - Como? - todos perguntarem em coro, fazendo Zafrina gargalhar abertamente.

   - Está na hora de colocarem na cabeça que um plano arquitetado pelas Swans pensa em tudo e em todas as situações. Elas pensaram nisso. E sim, elas se alimentaram.

   - E como elas conseguiram isso? - Carlisle perguntou pasmo.

   Zafrina ergueu uma mão e passou levemente pelo cabelo fazendo um ar de mistério, depois levantou a mesma mão e fez um leve gesto apontando para si mesma.

   - Está olhando para uma das "cozinheiras" de Bella e Rosalie.

   Silêncio.

   - Como é? - Edward indagou surpreso. Ele estava entendendo direito? - Está querendo dizer que...

   - Que nós caçávamos para Bella e Rosalie e dávamos o sangue para elas. - Zafrina o interrompeu - Sim, é exatamente isso que quero dizer.

   Um novo momento de silêncio se instalou no local enquanto todos absorviam o que a vampira havia falado.

   Foi Jacob quem o quebrou. Inesperadamente.

   - Cara, isso é muito bizarro! - ele exclamou num tom muito alto -  Vocês realmente faziam isso? Alias como vocês faziam isso? Quer saber... não sei se quero saber não...

   Zafrina voltou a gargalhar.

   - Mantê-las alimentadas foi um dos motivos de Benjamim eu eu virmos ajudá-las, afinal, Alice não poderia fazer isso e deixar as irmãs. Como fizemos? Do mesmo jeito que elas: caçando.

   - E... e como exatamente davam o sangue a elas? - Seth perguntou meio temeroso.

   Zafrina olhou pala ele como se ele fosse louco.

  -  Pelo boca, como mais seria? - ela pensou um pouco antes de continuar - Pense em alguem que vai doar sangue. Benjamim e eu caçávamos, as meninas extraíam o sangue numa espécie de maquina como as dos hospitais que até hoje não quero saber como elas conseguiram e depois dávamos para as duas beberem. Simples.

   Simples? Não parecia simples para os que estavam escutando aquilo.

   - Zafrina - Quil chamou incerto - Quando você disse "as meninas extraiam", as meninas a que você se refere são... as meninas que eu estou pensando?

   - Considerando que eu caçava, Rosalie e Bella estavam desacordadas e Alice junto com elas, é, acho que estamos falando das mesmas meninas.

   - Eca! Como elas conseguiram tirar sangue de um animal? - Embry fez cara de nojo ao imaginar a cena.

   - Não quero nem saber - Zafrina brincou - Eu só caçava.

   - Mas então - Edward começou a falar assim que percebeu que Embry não parecia que iria vomitar - Se vocês as alimentaram esse tempo todo, porque elas ainda sim estavam fracas?

   - Simples, nós não sabíamos o quanto deveríamos alimentá-las - Zafrina respondeu rapidamente - É como todo mundo, uns tem apetite de mais, outros de menos, não tínhamos como saber se elas já estavam satisfeitas ou não. Dávamos apenas o suficiente para a sobrevivência delas, digamos assim.

   - Isso é fantástico – Carlisle exclamou admirado – Quer dizer então que vocês só estavam aqui para mantê-las alimentadas?

   - Como eu disse antes, alimenta-las foi somente um dos motivos de virmos. Tina, Mari e Samy podiam muito bem ter feito isso se não estivéssemos aqui. – Zafrina respondeu sinceramente – Nossa ajuda foi bem maior, mais comprometedora digamos assim, mas receio que só saberão disso completamente quando Bella, Rosalie e Alice voltarem. Sinto muito.

   - Entendo – Esme suspirou curiosa.

   - Mais alguma pergunta? – Zafrina parecia se divertir com toda aquela situação.

   - Eu tenho – Seth disse apressadamente – Mas a minha é um pouco fora do contesto...

   Zafrina arqueou uma sobrancelha quando viu o mais novo dos lobos focar constrangido.

   - Fique a vontade, Seth. Seja qual for a pergunta, se estiver nos meus limites, farei de tudo para responder – ela o tranqüilizou.

   - Foi você que treinou Rosalie, não foi? – ele mudou a pergunta na última hora.

   Zafrina franziu o cenho, mas depois o suavizou novamente.

   - Fui eu sim. Como disse antes, elas me acharam com o poder de Alice. Aquela pequena é muito precisa quando se esforça. – ela parecia orgulhosa – Me acharam e me convenceram a ajudar Rosalie.

   - Mas o que você fez quando soube que elas eram foragidas dos Volturi? – Seth emendou imediatamente – Digo, você as tinha ajudado, podia ficar ruim para você se os Volturi soubessem.

   - Eu soube desde o inicio, Seth, que elas eram procuradas – Zafrina respondeu com um sorriso, fazendo todos se sobressaltarem.

   - Sabia desde o início? – Embry exclamou surpreso – Como assim? Mas você as ajudou e...

   - Elas foram sinceras comigo desde o primeiro momento – Zafrina o cortou – Assim que me acharam contaram o motivo de terem me procurado e me contaram toda a sua história. Elas me alertaram sobre os riscos antes que eu aceitasse treinar Rosalie.

   - E mesmo assim você aceitou? – Quil exclamou incrédulo – E se os Volturi descobrissem?

   - Foi um risco que decidi correr, mas elas trabalham muito bem juntas. Na época Daiana ainda estava com elas inclusive, elas tomaram todas as precauções para que não fossem seguidas. Mas... – ela olhou para Seth e um sorriso que mostrava todos os seus dentes imaculadamente brancos tomou conta de seu rosto -... não era isso que você queria realmente me perguntar, era?

   Seth sobressaltou-se e seu rosto foi tomando por uma rubor inconfundível.

   - Não, não era. Er... bem... – ele gaguejou um pouco, incerto de como juntar as palavras – É que, bem, eu sou um pouco detalhista sabe e notei que em algumas frases suas de momentos atrás, quando falávamos dos pais de Bella... bem, pareciam frases de quem sente saudades, como se você os tivesse conhecido quando vivos... er... sinto muito, não sei explicar direito minha dúvida...

   - Quer saber se eu conheci os pais de Bella, é isso? – Zafrina poupou-o do embarco em que estava, mas acabou fazendo com o pobre coitado engasgasse com a rapidez e naturalidade com que ela havia falado aquilo.

   - Bem... é... – Seth abaixou a cabeça constrangido.

   Zafrina virou um pouco a cabeça a observou a noite escura atrás de si. As árvores balançavam incessantes e o vento frio aumentava.

   “Vai nevar... como naquela noite” ela pensou.

   Flash Back

   Uma jovem andava rapidamente pelo jardim todo coberto de branco pela neve. Mantinha o rosto baixo para que os flocos não o atingissem.

   Embora seus sapatos afundassem na neve a cada passo, ela sorria.

   Em determindo momento porem, ela tropeçou e caiu. Escutou o som do baile ao longe. Se não fcasse pronta logo seu pai ficaria furioso pelo atraso dela na festa.

   Uma mão entrou em seu campo de visão e ela ergueu levemente o rosto.

   Era uma mulher de pele escura, usava um vestido num tom branco assim como as luvas e o enorme casaco. Os cabelos compridos e negro, mas os olhos... vermelhos.

   A mulher porem lhe sorriu.

   - Você não deveria andar por ai com um tempo desses e ainda mais quando um baile maginifico está prestes a começar. Venha, ou vai congelar ai no chão.

   A jovem sorriu e aceitou a mão que lhe era oferecida.

   - Obrigada, sou Renne Vanderskein.

   - Ora, parece que encontrei uma das anfitrians da festa. Prazer, Renne. Eu sou Zafrina. Agora vamos, vou te ajudar a ficar pronta a tempo.

   - Desculpe o incomodo, mas é que eu realmente adoro a neve.

   - Eu entendo.

   Fim Flash Back

   - Zafrina? – Edward chamou incerto.

   Zafrina se sobressaltou e virou-se para observar os inúmeros rostos confusos a sua frente.

   - Desculpe, me perdi em certas lembranças – ela passou levemente a mão pelo cabelo – Respondendo a sua pergunta, Seth: Sim, eu conheci Renne e Charlie Vanderskein. Pessoalmente.

   - Está falando sério? – Emmett arregalou os olhos.

   Zafrina acenou afirmativamente.

   - Assim como conheci os pais de Alice e Rosalie. Assim como conheci os pais dos pais delas e os avós dos pais delas...

   Houve um momento de silêncio onde todos analisavam o que ela havia dito.

   Os Pais de Bella, Alice e Rosalie.

   Os pais dos pais delas... os avós...

   Os avós dos pais delas... os bisavós...

   Silêncio.

   - Como é? – todos exclamaram ao mesmo tempo e uma confusão de exclamações tomou conta do ambiente.

   Zafrina esperou com um sorriso de divertimento que eles se acalmassem, mas não parecia que ia acontecer tão cedo. Uma pergunta no meio de tantas chamou sua atenção.

   - Quantos... anos você tem realmente, Zafrina? – Jasper perguntou espantado.

   Zafrina sorriu misteriosamente.

   - Sou mais velha que as Swans e mais velha que Benjamim. Eu tenho... 318 anos, Jasper.

   - 318? – Jacob repetiu incrédulo – Você disse que tem... 318 anos?

   - Exato. Nasci em 1692 num pequeno vilarejo na América do Sul, fui transformada aos 24 anos, mas infelizmente não me lembro de nada da minha transformação ou do ser que me transformou... bem, não acho que vocês queiram ouvir minha história agora não? Se estiverem interessados, quem sabe uma outra hora.

   - Com certeza vou querer saber – Carlisle se manifestou imediatamente.

   - Então, você realmente conheceu não só da Bella como os de Alice e Rosalie também? – Leah perguntou confirmando.

   - Conheci sim, éramos grandes amigos – Zafrina sorriu, porem dessa vez era um pequeno sorriso que nem ao menos mostrava os dentes.

   - Não parece que você era amiga de pessoas como os pais de... Ai! – Quil berrou assim que Jared lhe deu um forte tapa na cabeça – Porque você me bateu?

   - Pra ver se te calava antes que você falasse mais besteira – Jared sussurrou para ele, mas como sempre todos escutaram.

   Zafrina dessa vez gargalhou como sempre.

   - Ia dizer que não pareço o tipo de pessoa que se relaciona com a alta realeza daquela época, certo Quil? – ela disse ainda entre risos.

   - Bem... – Quil finalmente pareceu perceber o que ia dizer e ficou visivelmente envergonhado.

   - Não se preocupe, você não é o primeiro nem o último a achar isso.  Mas acredite, ficaria impressionado com minha posição naquela época. O modo como me visto deixa margens a muitos pensamentos, menos o de que eu possa ser uma pessoa civilizada.

   - Eu não quis dizer que você não é civilizada – Quil abaixou os olhos quando sentiu todos seus companheiros o fitando com caras nada amigáveis. Engoliu em seco. – É só que... não imagino você chegando nessa mansão, naquela época, vestindo essas roupas de amazona ou sei lá o que...

   - Quil... – Sam rosnou baixinho o interrompendo.

   - É porque nem sempre me visto assim. Impressionante, não? – todos notaram a ironia alegre na voz dela – Meu “estilo” se deve especialmente a região em que moro e isso não significa que eu goste de me vestir assim, mas acho que acabei me acostumando. Como ninguém me veria aqui e eu não precisaria sair dos limites da manção... não vi necessidade de mudar. Ainda.

   - Ainda? – Seth repetiu confuso.

   - No modo que as coisas estão correndo talvez eu me mude de onde moro na América do Sul e Tina e Alice estão profundamente empenhadas em construir um novo estilo pra mim – suspirou dramaticamente no final, embora todos vissem que ela realmente se divertia com aquilo tudo.

   - Tenho pena de você – Jacob brincou.

   - Não tenha – Zafrina disse enigmática – Alice tem bom gosto, sabe que sou discreta e que não uso nada que odeie mesmo que me ameacem. Por isso ela não vai exagerar e correr o risco de uma peça de roupa mofar no closet.

   - Uau, você realmente as conhece – Jasper sorriu e Zafrina o imitou.

   - Um pouco – foi tudo que ela disse.

   - Me diga uma coisa – Sam disse de repente – Você disse que “No modo que as coisas estão correndo talvez eu me mude de onde moro”... o que quis dizer se é que posso saber?

   O sorriso de Zafrina diminuiu ligeiramente e ela manteve os olhos fixos em Sam por alguns segundos.

   - Nada de mais – ela disse por fim, num tom monótono – O que está acontecendo é apenas o ciclo da vida. Pessoas conhecendo novas pessoas, novos caminhos para seguir e não apenas aquele destino que imaginavam que estavam fadadas.

   Sam franziu o cenho. Será que ela se referia ao que ele estava imaginando.

   - Isso sem falar – Zafrina interrompeu os pensamentos dele com um tom de voz alegre de sempre – Que já estou há muito tempo naquele lugar. Está chegando a hora de mudar ou vão perceber que minha aparência não está ficando diferente com o passar dos anos.

   - Sabemos bem como é isso – Emmett brincou.

   - Sei que sabem – Zafrina piscou para ele e riu. Ficou uns instantes em silêncio, até que voltou a olhar para fora por sobre o ombro. Ela parecia estar refletindo sobre algo.

   - Está tudo bem, Zafrina? – Edward perguntou preocupado com o repentino silêncio dela.

   - Claro... – ela disse antes de olhar novamente para eles – Bem, não sei como a conversa com o tema “Swans” se transformou em como é ou foi minha vida, não que me incomode de falar sobre isso claro, mas também creio que não tenham mais perguntas, pelo menos as que eu possa responder, estou certa?

   - Acho que sim – Edward deu seu sorriso torto – Agradecemos muito pela ajuda, deu para a aplacar um pouco a ansiedade pelo menos, mas acho que agora só com as garotas mesmo.

   - Disponha – Zafrina se levantou e se virou de costas para eles e segurou com uma mão as cortinas vermelhas – Acho que as garotas voltarão dentro de duas ou três horas, até lá acho que deveriam descansar, principalmente os quileutes. Tiveram um dia e tanto preocupados com as garotas. Isso sem falar que quando todas elas voltarem, vai ficar bem agitado.

   -A hora de verdade? – Jasper brincou.

   Viram o corpo de Zafrina se sacudir levemente, mas ela não se virou para eles.

   - Exato, Jasper.

   - Tem certeza que está mesmo bem? – Esme insistiu.

   Zafrina suspirou e estendeu uma mão para fora. Deixou-a parada por uns instantes e depois a recolheu. Ninguém soube o que ela olhava já que ela estava de costas, só a viram observar atentamente a mão por alguns instantes e depois suspirar.

   - Estou sim, não se preocupe – ela deixou a mão pender ao lado do corpo e todos viram que ela aparentemente estava normal – Se me dão licença, há algo que preciso fazer agora.

   - Agora? – Paul repetiu espantado - Não vai esperar que as garotas cheguem?

   - Vou voltar antes delas, nem mesmo vou sair da propriedade. E tem que ser agora, o tempo está perfeito para o que preciso fazer. Até.

  Mal terminou de dizer e sumiu pela janela fazendo as cortinas rubras esvoaçarem.

   Seth ainda tentou chama-la e se aproximou da janela. Parou entre as cortinas e observou a noite curioso.

   - Neve... – murmurou sem perceber e ficou hipnotizado com o que via.

   - Por isso a mão dela estava molhada – Sam disse em voz alta e recebeu olharem interrogativos de praticamente todos. Apenas deu de ombros – Só notei porque fiquei curioso.

   - Ei, Seth! – Embry chamou impaciente – Morreu ai cara? Até parece que nunca viu neve na vida!

   Seth não desviou os olhos nem disse uma palavra, apenas levantou a mão e vez sinal para que o amigo se aproximasse.

   Embry bufou levemente, mas foi. Assim que olhou para fora e viu o que impressionava Seth não conteve uma exclamação.

   - Caramba! – disse arregalando os olhos – Vocês têm que ver isso!

   Aos poucos todos se aproximaram e ficaram admirados.

   Fora da mansão Vanderskein não havia nenhuma iluminação, poucos feixes de luz escapavam pelas frestas das cortinhas iluminando apenas alguns centímetros para fora.

   A total escuridão tomava conta dos arredores, até mesmo para eles, Cullens e Quileutes, que possuíam uma visão mais privilegiada, a penumbra da noite parecia mais densa e ameaçadora que nunca.

   Do céu pequenos flocos de neve caiam lentamente.

   E era nisso que consistia a admiração do momento.

   Conforme os flocos brancos iam caindo, invadindo a escuridão, eles iam tingindo de branco tudo que encostavam e formando a paisagem. Os flocos que caiam nas árvores e ficavam alojados nela, aos poucos faziam surgir a imagem de uma árvore branca onde minutos antes era só escuridão.

   Um tapete branco era formado na grama, aos poucos. Um dos portões podia ser visto também sendo desenhado aos poucos, ao longe.

   Uma completa paisagem formada por pequenos e simples flocos brancos iam surgindo de onde minutos antes eram apenas trevas.

   - Minha nossa... – Leah suspirou baixinho sem desgrudar os olhos de fora.

   - Tenho que concordar, é realmente fascinante – Carlisle sorriu enquanto abraçava uma Esme admirada.

   - Parece a “esperança”... – Seth murmurou e viu que todos o olharam com ares de interrogação – Bem, é que agora pouco era tudo negro, tudo pesado demais e de repente isso...

   “É como nosso coração já morto” Edward olhou para Jasper assim que o irmão pensou isso e viu Jasper observando-o “Nosso coração ficou na escuridão quando achamos que tínhamos perdido as meninas e de repente... a felicidade pareceu possível de novo.”

   Edward pensou por um momento e depois sorriu torto.

   - Tem razão – disse para Jasper.

   - O que? O que tem razão? – Emmett se virou no mesmo momento para os irmãos.

   - Nada Emmett – Jasper desconversou e virou-se lentamente – Vou dar uma volta, aqui na mansão mesmo não se preocupem.

  - Ei, como assim? Me diz o que é? Você estava conversando com o Edward por pensamento não estava? Heim? Jasper! – Emmett saiu atrás de Jasper tagarelando sem parar.

   - Sabe, as vezes eu agradeço a Deus por Emmett não ter se apaixonado por Alice. Imagina os dois juntos? Eles atormentariam a vida de todos nós! – Jacob zombou e todos riram.

   - Eu escutei! – ouviram Emmett gritar emburrado.

   - Grande coisa! – Jacob devolveu gritando também e fazendo com que as gargalhadas aumentassem.

   - Bem, vou para o meu quarto esperar as meninas – Edward falou simplesmente se dirigindo a porta.

   - Sei, você vai é para aquele escritório de novo – Paul sorriu faceiro enquanto cruzava os braços.

   Edward deu uma pequena pausa nos passos, mas não se virou.

   - Não vou não – foi tudo que disse antes de sair dali quase correndo.

   - Aham, claro que não vai. Acredito totalmente em você! – Paul riu.

   - Não sei porque está atormentando Edward – Jared interrompeu o acesso de riso de Paul – Do mesmo jeito que ele tem um fascínio por aquele escritório você tem pelo cozinha.

   Paul mudou de cor gradativamente. Do normal ao vermelho e do vermelho ao roxo.

   - Jared! – rosnou.

   - Que foi? Só falei a verdade! Você é o mais esfomeado de nós!

   - Jared – Embry que estava ao lado dele cutucou-o.

   - Hum?

   - Se eu fosse você correria agora enquanto ele ainda está processando suas palavras – Embry viu a cor sumir do rosto de Jared.

   - Er... valeu! – logo depois saiu correndo com um Paul furioso atrás dele.

   - Tentem não danificar a casa, por favor! – Esme alertou-os, mas não teve certeza se eles haviam escutado. Rezava que sim.

   - Bem, só nos resta esperar então – Leah suspirou e se largou novamente no sofá.

   Seth moveu-se para se juntar a irmã, mas percebe que Sam estava muito quieto, ainda observando a paisagem de neve.

   - Algum problema, Sam? – perguntou estreitando os olhos.

   Sam não respondeu de imediato.

   - Acho que não. Ainda não – Disse por fim.

   - “Acho”? “Ainda”? – Quil repetiu incrédulo – Ah, por favor! Chega de problemas! Preciso de férias! – terminou se largando no sofá quase em cima de Leah.

   - Ei!

   - O que está te preocupando, Sam? – Carlisle perguntou calmo como sempre.

   - Não tenho certeza, mas... – Sam hesitou por um instante –... acho que três de nós não voltarão para casa conosco.

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   “Começou a nevar” Tina observou depois de um longo tempo de silêncio.

   “Elas pararam” Samy observou atentamente.

   “Melhor fazermos o mesmo, nao acho que algum deles vá nos seguir a esse altura e elas parecem estar bem” Mary disse diminuindo a velocidade e parando aos poucos.

   “Isso sem falar que se continuarmos vamos atrapalhar a caçada delas” Samy completou com um riso “E ela já vão estar furiosas o suficiente por termos seguido-as, melhor não arriscar provocar mais.”

   “Tem razão” Tina concordou e parou perto de uma árvore, dobrou as enormes patas dentando-se e encostou-se no tronco da mesma.

   “Acham que vai ser muito difícil quando voltarmos?” Samy perguntou se ajeitando numa árvore próxima assim como Mary.

   “O que? Contarmos toda a história a eles?” – Tina perguntou.

   “É” Samy esfregou o focinho gelado na pata.

   “Não sei” Tina murmurou e olhou para Mari assim como Samy.

   “Porque vocês estão olhando para mim?” Mari gaguejou.

   Uma espécie de riso saiu da garganta de Tina e Samy.

   “Sabe, desde que tudo isso começou, de nós três você foi a que mais amadureceu” Samy esclareceu “Talvez pelo imprinting. Mas o fato é que você tomou todas as rédeas das situações. Nos deu confiança. Nos diz como agir quando não sabemos. Você cresceu antes de nós, Mari.”

   “Portanto, queremos saber o que você acha” Tina terminou.

   Mari permaneceu muda por alguns instantes.

   “Não acho que será muito complicado.” Disse por fim “ Afinal, Bella, Rosalie e Alice que vão tomar as rédeas do relato. Elas não vão deixar que a conversa se torne uma baderna.”

   “Tem razão” Tina concordou mais calma “Viu, podia ter dado sua opinião desde o começo. Assim Samy e eu ao precisariam ter tido esse momento meloso”

   Mari bufou.

   “Não pedi momento meloso nenhum! Vocês falaram porque quiseram!”

   “Ficou envergonhada?” Samy perguntou.

   Mari bufou novamente só que mais alto dessa vez.

   “É, ficou” Tina constatou rindo.

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   - Não acredito que elas nos seguiram – Rosalie bufou incrédula.

   - E o que esperava? – Alice revirou os olhos – Você e a Bells estão desacordadas a semanas e depois quase “desmaiam” em plena sala depois de uma entrada gloriosa. É claro que elas iam nos seguir! Ficaram preocupadas.

   - Na vejo porque – Rosalie insistiu.

   - Não seja cabeça dura, Rosalie Swan – Alice ralhou – Além do mais, nós já tínhamos meio que combinado isso.

   - Tinham? - Rosalie perguntou incrédula – Porque?

   - Bem, desde o primeiro dia quando Edward se descontrolou e vocês quase acordaram, nós reforçamos um pouco as coisas sem que os Cullens e Quileutes soubessem. – Alice explicou – Ficamos de guarda e atentos, coisas assim. E eu vi Mari e as outras combinado isso.

   - Combinando que exatamente? – Bella perguntou finalmente – Isso de nos seguir? 

   - Exato! Mari ficou muito esperta, sabiam? – Alice sorriu orgulhosa - Ela deduziu que alguns deles poderiam nos seguir nessa caçada, mas sabia que desistiriam assim que Zafrina percebesse e dissesse a eles que elas os interceptariam. Brilhante, não é? – terminou batendo palminhas.

   - Quer dizer que elas deduziram que eles fariam isso, assim como deduziram que Zafrina perceberia as intenções delas ao nos seguirem? – Rosalie perguntou incrédula.

   - Elas não deduziram que Zafrina perceberia, elas tinham certeza que Zafrina perceberia – Alice corrigiu-a.

   - Estou impressionada – Rosalie sorriu perdendo todos os sinais de incredulidade por ter sido seguida.

   - Parece que muita coisa aconteceu aqui nesse tempo, não foi? – Bella também sorriu discretamente – Mas era de se esperar isso delas. Sempre foram brilhantes, dava para ver isso. Percebi isso no incidente com nosso violino.

   - Tem razão – Alice concordou – Na ocasião, elas descobriram o que nos atingiria e descobriram o tempo para agir e tudo num espaço de tempo muito curto. É, de uma maneira meio distorcida foi brilhante também.

   - Acho só que os ares de Forks é que prejudicavam o intelecto delas – Rosalie zombou, arrancando uma gargalhada de Alice e um leve riso de Bella.

   - Bem, vocês mesmas podem verificar como elas evoluiram. Mais tarde. - Alice disse deixando de rir - Agora vamos caçar. Teremos muito trabalho e precisaremos de muita paciência quando voltarmos.

   Bella gemeu levemente.

   - Muito obragada, Alice. Agora fiquei realmente tentada a fugir.

   - Hum, como eles estão Alice? - Rosalie perguntou - Desde que acordamos tudo aconteceu tão rápido que ainda não tive tempo de processar tudo.

   -  Eles os... rapazes? Emmett, Jasper e Edward? - Alice perguntou para confirmar e mexeu levemente na franja enquanto pensava - Aparentemente estão bem. Não estão bravos ou coisa parecida.

   - Algo me diz que isso vai mudar quando contarmos toda a verdade - Rosalie resmungou bufando - Cabeça dura do jeito que são não vão aceitar muito bem de primeira.

   - Faremos com que aceitem - Bella disse cheirando levemente o ar - Eles são cabeças duras, mas nós somos persistentes. Agora... vamos a caça. A minha presa acaba de começar a correr achando que pode fugir.

   Alice riu levemente.

   - Pobre criatura, acha que pode fugir do inevitável.

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   Zafrina observava atentamente o céu. Na verdade, ela não conseguia ver nenhum pedaço do ceu devido aos flocos de neve que caiam. Mas mesmo que conseguisse ver, provavelmente não estaria prestando atenção.

   Seus pensamentos estavam longe.

   Flash Back

   "- Gostaria que você fosse a madrinha dela ou dele. Você aceitaria? - a mulher perguntou feliz enquando passava a mão na enorme barriga.

    - Eu? Porque? - Zafrina pareceu realmente surpresa.

    - Bom, suponho que o fato de você ser uma pessoa muito importante para mim seja motivo sufiente. Gostaria que você fosse importante para ele ou ela tambem.

   Zafrina olhou para a barriga da amiga por um longo instante. Logo depois deu um sorriso triste.

   - Acho que não posso aceitar.

   - Porque? - a mulher peguntou indignada e parando de caminhar, fazendo Zafrina parar tambem.

   - Essa criança merece ser amadrinhada por alguem que esteja presente com ela por toda a vida, para guia-la e tudo mais. E eu... bem, não estrarei presente por toda a vida. Não é certo quando partitei.

   - Seu pai ainda insisti em te mandar pelo mundo para cuidar dos negocios? Mas quando você assumir podera escolher se quer ficar ou não!

   Zafrina ficou pensativa por muito tempo.

   - Uma vez eu te disse que tinha uma certa coisa sobre mim que você nunca poderia saber. Isso continua valendo. Infelizmente. Chegará o momento em que eu irei embora. Para sempre.

   - É dificil aceitar isso... - a mulher murmurou.

   - Mas terá que faze-lo minha amiga. Não se preocupe, está criança ficará melhor sem alguem com eu por perto. Acredite em mim, Renne.

   - Não acreditarei nisso jamais, Zafrina. Mas aceitarei sua decisão.

   - Essa criança não precisara de mim. Afinal ela é sua filha.

   Renne riu feliz. 

   - Espero que esteja certa."

   Fim Flash Back

   Sacudiu a cabeça levemente e abaixou os olhos até a pequena flor que trazia nas mãos. Logo depois sorriu para o imenso túmulo que estava a sua frente.

   - Eu disse não foi minha amiga? Que sua filha não precisaria me mim. Ela herdou a sua determinação.

   Depositou a flor no tumulo agora coberto de neve. Aquela flor logo sumiria junto com os flocos.

   Fez uma simples oração e no instante seguinte o túmulo de Renne Vanderskein estava só mais uma vez.

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   Horas mais tarde o sol ja despontava ao longe.

   "Quantas horas exatamente elas vão demorar para voltar?" Jasper se perguntou mentalmente ao mesmo tempo em que bufava sem perceber.

   Voltou a andar de um lado para outro do quarto, coisa que vinha fazendo a sabesse lá quanto tempo exatamente.

   Fechou os olhos e parou bruscamente, passando as mãos nos cabelos num gesto exasperado.

   - Inferno!

   - Não me lembro de você ser tão impaciente assim.

   Abriu os olhos num átimo assim que ouviu a voz que mais o deixava feliz. Virou-se bruscamente em direção a janela de seu quarto que antes estava fechada.

   Mas agora não estava mais.

   Sentada magestosamente no parapeito da janela, com as pernas e braços cruzados, Alice mantinha um sorriso cauteloso no rosto. Atrás dela os raios de sol começavam a chegar a mansão e deixavam a silhueta dela meio alaranjada.

   - Alice... - foi tudo que ele conseguiu balbuciar.

   - Olá, Jasper - Alice manteve o tom calmo e cauteloso. Jasper parecia meio em choque.

   - Alice... Alice... - ele deu um pequeno passo a frente.

   A sobrancelha de Alice deu uma leve arquedada. Ótimo, agora Jasper havia virado um papagaio.

   Ela divagou por um segundo, mas foi suficiente para que se distraisse e quase caisse da janela com o susto que levou quando um par de braços a pegou desprevinida.

   - Jas...

   - Alice... finalmente... - Jasper murmurou com a cabeça enterrada na curvatura do pescoço da pequena.

  Seus braços mantinham um aperto meio possessivo em volta do corpo dela.

   Alice demorou cerca de um segundo para voltar a si e corresponder. Passou seus braços em torno do corpo de Jasper correspondendo ao abraço e suspirou levemente.

   Permaneceram em silêncio, só desfrutando a sensação de estarem novamente nos braços um do outro, por um certo tempo. Assim que se separaram ainda se encararam nos olhos por mais alguns segundos sem falar uma palavra sequer.

   Foi um silêncio que Jasper resolveu romper.

   - Eu me tornei impaciente desde que você se foi.

   Alice sorriu e passou um dedo pelo peito dele.

   - Agora não vou mais a lugar algum.

   - Espero mesmo. Por umas semanas eu experimentei algo pior do que a morte quando achei que tivesse te perdido - ele estava sério agora - Por favor, não faça isso comigo novamente.

   Alice não perdeu o sorriso, mas ele diminuiu um pouco.

   - Nunca deixei você, Jasper.

   - O que aconteceu exatamente? - Jasper perguntou sem rodeios.

   - Foi por isso que vim te buscar. Nós vamos explicar tudo agora. Os quileutes já estão na biblioteca.

   - Entendo - Jasper não pode evitar sentir uma certa ansiedade - E meus irmãos?

   Alice sorriu meio enigmática.

   - Minhas irmãs foram buscá-los.

   - Hum... porque esse sorriso. O que você viu? - ele perguntou desconfiado, mas com um leve sorriso no canto dos lábios.

   - Emmett e Rosalie - ela resumiu apenas.

   Jasper abriu o sorriso por completo ao imaginar a reação do irmão. Mas depois uma preocupação passou em sua mente e seu sorriso diminuiu.

   - E Edward e Bella?

   Alice suspirou, visivelmente frustrada, quando ele disse aquilo e desceu da janela já se dirigindo a porta.

   - Como acha? Eles não são sempre os mais complicados de nós? Seu irmão é o mais estúpido que conheço, embora eu goste dele quando não está usando essa "qualidade" dele.

   Jasper a seguiu e também suspirou.

   Infelizmente, tinha que concordar que Edward era o mais difícil.

   - Hum... preciso falar com Rose - escutou Alice murmurou já com a porta aberta - Preciso ver se ela já está pronta para criar ilusões caso seu irmão seja o eterno estúpido de sempre.

   Jasper engoliu em seco e resolveu ficar calado quando viu o estranho brilho nos olhos de Alice.

   Mais cem anos de convivência e talvez ela esquecesse aquela história de torturar Edward.

Olhou mais uma vez.

   Talvez duzentos anos.

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   Emmett estava largado em sua cama com os braços atrás da cabeça me apoio. Abriu uma fresta nos olhos que estavam fechados e notou que já amanhecia.

   - Droga... – sussurrou – Quanto tempo mais eu vou ter que esperar? Será que... não! Nem pense nisso Emmett! Se você for atrás delas, Tina, Mari e Samy vão estraçalhar você. E se por um milagre você escapar delas, não escapará de Bella. E se por um milagre maior ainda você escapar dessas duas coisas, você com certeza não escapará de Edward e Jasper...

   Bufou ao mesmo tempo em que pegava um travesseiro e jogava do outro lado do quarto.

   - Cuidado – uma voz baixa, mas notavelmente alegre avisou.

   - Cuidado nada! – Emmett retrucou sem perceber – Eu estou aqui nesse quarto esperando a mulher da minha vida voltar a horas, não me peça calma.

   - Emmett...

   - Se não fossem tantas complicações eu já teria ido atrás dela. Mas são aquelas três lobas, Bella, meus irmãos... ah, meus irmãos! Aqueles traidores! Eles deviam me apoiar e não ficar com medo das conseqüências como eu estou!

   - Emmett...

   - Me deixe falar Rose! Que droga! Diz pra mim quando você vai voltar? Está demorando de...

   O grandalhão levantou o tronco bruscamente quando se deu conta do que acontecia. Manteve-se sentado na cama até que seus olhos se focalizassem na figura parada ao lado da porta.

   - Rose!

   Esta estava em pé, encostada na parede e com os braços atrás do corpo. Sorriu internamente ao ver Emmett tão perto depois de tanto tempo.

   - Achei que você reconheceria minha voz imediatamen... Ah! – começou a frase irônica, mas parou assim que duas enormes mãos a agarraram pelos ombros e a puxaram de encontro ao corpo de Emmett.

   - Rosalie, eu não acredito! – Emmett exclamou com uma risada e quase esmagando a Swan contra si – É você mesmo!

   - Sim, sou eu. Pelo menos até que você me funda com você – ela brincou desfrutando do abraço apertado.

   - Caramba – Emmett a largou e olhou nos olhos dela por muito tempo como se ela pudesse simplesmente sumir de sua frente – Você vai sumir?

   - O que? É claro que não!

   - Ótimo – foi tudo que ele disse antes de voltar a abraça-la e tomar seus lábios num beijo cheio de saudade.

   Quando ele voltou a solta-la, pegou-a pela cintura e ergue-a, girando-a pelo ar no meio do quarto.

   - Emmett! – Rosalie exclamou pega de surpresa, mas imensamente feliz ao mesmo tempo.

  - Rose, você nunca mais vai sair de perto de mim, ouviu? Nunca mais! Menos quando você for tomar banho, é claro... a menos que você me convide para ir junto...

   - Emmett! – Rosalie deu um forte tapa em seu ombro e logo após riu – Já que você não vai desgrudar de mim, não que eu esteja reclamando, é melhor me seguir.

   - Seguir? – Emmett parou de mexer nos cabelos loiros dela como estava fazendo e olhou-a interrogativo – Para onde?

   - Biblioteca. Vamos explicar tudo.

   Emmett ergueu ambas as mãos para o alto e fechou os olhos num gesto teatral.

   - Aleluia! Achei que isso nunca fosse acontecer. – riu junto com Rosalie – Vamos então.

   Emmett abriu a porta e deu passagem para Rosalie.

   - É muito complicado? – ele perguntou de repente – Tudo que vão nos contar?

   - Um pouco. Porque?

   - Quero ficar sozinho com você – ele respondeu sem hesitar.

   Rosalie teria corado se pudesse.

   - Pervertido – ela murmurou balançando a cabeça em desistência.

   Emmett gargalhou alto e fingiu que não viu o leve sorriso de satisfação no rosto de Rosalie enquanto a seguia até a biblioteca.

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   As mentes estavam agitadas. Edward tentava se desligar do reboliço que estavam as mentes daquela mansão, mas era praticamente impossível.

   Elas haviam voltado. Esse era o motivo do alvoroço. Haviam voltado e estavam reunindo todos para contar o que haviam feito exatamente.

   Alice e Rosalie já haviam ido buscar Jasper e Emmett. Teria sido difícil não perceber, já que a mente dos irmão quase entrou em pane quando elas os pegaram de surpresa.

   Bella faria o mesmo? Só o restava esperar atento então.

   Votou a olhar para o quadro na parede atrás da mesa do escritório que pertencera ao pai de Bella, Charlie Vanderskein. Recostou-se mais na cadeira e mirou os olhos castanhos da Bella do quadro. Logo teria que sair dali, nunca ficava muito naquele escritório.

   - Você é feliz? – A pergunta saiu inesperada enquanto mirava o quadro. Depois de tudo, ele queria saber se Bella era feliz ou se só havia se acostumado ou se conformado com a vida de vampira.

   - Não acho que um quadro de mais de cem anos vá te responder. Talvez devesse perguntar a mim.

   Edward deu um pulo com o susto e levantou-se no mesmo momento, virando-se em direção a porta.

   Bella estava parada com os braços cruzados. A porta havia sido praticamente aberta totalmente e ele nem havia notado. Analisou a Swan por um momento. Ela não sorriu totalmente, estava mais para um sorriso desconfiado e uma pose defensiva.

   Ela descruzou os braços e lentamente começou a andar na direção de Edward. Este estava completamente estático. Sem reação alguma.

   Uma pena, talvez Bella esperasse alguma coisa da parte dele, pois ele pode notar a decepção passar por seus olhos por um pequeno milésimo de segundo.

   Edward achou que ela estivesse indo até ele, era obviou, mas no último instante ela desviou e passou ao seu lado, com seu ombro quase roçando no dele.

   Ele acompanhou-a com o olhar e foi virando o corpo seguindo o movimento dela. Bella passou pela mesa do pai, sem olha-la entanto e se dirigiu até o quadro.

   Assim que parou em frente a ele, olhou por um segundo antes de estender a mão e toca-lo com apenas um dedo.

   - Eu me lembro vagamente de quando posei para ele – disse enquanto deslizava suavemente seu dedo pelo pintura – Foi pouco antes da minha transformação – seu dedo parou no anel azul celeste que usava na tela – Era meu favorito, assim como o vestido.

   Edward embora já estivesse recomposto não sabia o que fazer, nem o que dizer. Havia passado tanto tempo pensando em reencontrá-la que agora que isso acontecia não sabia como agir.

   -Você... – começou finalmente, embora suas cordas vocais parecessem estar com algum problema devido ao tom baixo -... era feliz? – mudou a pergunta para o passado no último momento.

   Escutou um leve riso vindo de Bella e notou seus ombros sacudirem lentamente. Pode apenas imaginar sua expressão já que ela estava de costas para ele.

   - Se eu era feliz? Com certeza. Ser uma Vanderskein era uma grande responsabilidade, mas meus pais me criaram bem. Com um misto de responsabilidade e amor. Eu amava ser o que era.

   - Entendo – Edward abaixou levemente a cabeça.

   - O que não significa que não ame também o que sou agora – ela complementou  e logo após virou-se e finalmente baixou os olhos para  mesa do pai - Tem certeza de que é isso que quer me perguntar?

   Ela não havia olhado para ele para perguntar e então também não poderia ter notado o espanto em seu rosto. Pelo menos era o que ele esperava.

   “Você é feliz?”

   A pergunta relampejou em sua mente, mas ele não a fez.

   - Quando vão nos contar tudo? – perguntou meio rudemente, devido a ligeira vergonha e medo da resposta que ela poderia dar se fizesse a pergunta certa. Ela havia escutado assim que havia chego, porque simplesmente não o respondia então?

   Bella pegou uma caneta do pai e analisou-a por um segundo.

   - Difícil como sempre, Edward... – largou a caneta na mesa novamente, praticamente no mesmo lugar de antes e deu a volta na mesa andando até a porta novamente – Agora – respondeu a pergunta dele – Vamos.

   Edward sentiu seu cérebro dando pane por um segundo. Num impulso agarrou o pulso dela quando ela passava e puxou-a contra si. Colou seus lábios nos dela num beijo impetuoso.

   Bella havia se deixado ir, afinal, mesmo ele lhe agarrando o pulso, se ela não quisesse não teria ido. Mas queria ver o que ele iria fazer. Esperava qualquer coisa, que ele lhe questionasse, que lhe exigisse explicação naquele mesmo momento, mas não esperava que ele lhe beijasse daquele jeito.

   Será que ele finalmente havia deixado de ser cabeça dura?

   Assim que ele a soltou, relutante, Bella demorou um pouco a abrir os olhos. Assim que o fez, viu uma imensa saudade e alegria estampados neles, mas infelizmente, uma sombra os deturpou.

   - Porque fez isso? Porque me deixou, porque fingiu? – Edward perguntou meio agressivo.

   Bella suspirou. Ele estava melhorando, mais ainda era cabeça dura. Ela teria muito trabalho para tirar aquela “qualidade”, como dizia Alice, dele.

   Desvencilhou-se facilmente dele e completou seu trajeto até a porta.

   - Vamos – repetiu enfática e usando aquele tom autoritário dela. Logo após desapareceu pelo corredor.

   Edward fechou os punhos frustrado.

   - Você é um idiota, Edward Cullen – sibilou para logo após segui-la.

   Bella que já estava na metade do corredor pensou em concordar, mas isso só complicaria as coisas.


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Notas finais do capítulo

EU VOLTEI! PRA FIIIICAR!!!
Só espero que vocês não tenham me abandonado! Espero mesmo!
Primeiramente mil e uma desculpas pela demora, dessa vez foi algo realmente estraordinário, tenho motivo, mas talvez alguns de vocês achem valido, outros não. Mas vou dizer do mesmo jeito, afinal, eu sempre digo que vocês tem direito de uma explicação SEMPRE!
Bem, o motivo principal na verdade foi a faculdade. Como vocês sabem eu prestei vestibular no fim do ano passado e com sabem tambem, mamãe se separou no ano passado ( aquela loucura toda). Resumindo, o caso é que mamãe ainda não está... preparada, digamos assim, para ficar sozinha, afinal, quando for pra facul vou mudar de cidade e ela vai ficar.
Então, decidi ficar. Pelo menos até sair o resultado do vestibular. Quando saiu... galera, fiquei na lista de espera, em 28 lugar! Isso era muito bom! Maaaaaas, entrei em desespero tambem! Se me chamassem, eu não iria pela mamae,mas tambem perderia minha linda vaguinha na facul. Sério, passei quase dois meses (durante todas as semanas que saia uma lista de chamada nova) com metade de mim torcendo para NÃo ser chamada para não sofrer a tentação e a outra metade querendo que fosse chamada para provar pra mim mesma que eu podia passar.
Não fui chamada. Fiquei triste sim, mas foi melhor. Voltei pro cursinho pré-vestibular, estou atolada em dividas(afinal eu pago o cursinho e meu salario abaixou), mas ta melhorando.
Alias, se alguem souber de um emprego me avisem ok, preciso dar um jeito de aumentar a renda! rsrs! ^^
Finalmente consegui escrever (AMÉM!) e espero sinceramente que vocês não me matem. E que gostem do cap! Tive que dividi-lo em dois porque deu 49 paginas! 49!!! Meus dedos nem mechem mais, perda total Mas valeu, afinal, tinha que compensar vocês de alguma maneira, não é?
Desculpem pelo sermão da montanha acima e me deixem suuuper feliz e deixem reviews sim! SIMMM!!! *.*
Amo vocês galeraaaaa! E repito, eu estou de volta! rsrs
Beijinhos com carinho!
Jessica Hyuuga