As Relíquias escrita por Jessica Hyuuga


Capítulo 10
Capítulo 10 - O passado das Swans


Notas iniciais do capítulo

Amores!
Personagens..blablabla...
Novamente não tive tempo de revisar então desculpem os milhares de erros de portugues.
Notas no fim do cap.
Vamos lá!



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Rússia, Setembro de 1840

   Numa noite de inverno, em que o frio e a neve castigavam todas as ruas da grande nação, apenas uma família se afogava na alegria e se resfoleava no calor da lareira. Naquela noite, Renne Vanderskein, filha do grande império Vanderskein, dava a luz a sua filha primogênita, a hérdeira de todo seu império, Isabella Vanderskein.
   Os Vanderkein eram os maiores comerciantes Russos de todos os tempos, eles comandavam todo, direta ou indiretamente, o comércio do país. Tinham grandes relações com os Stainer, maiores comerciantes Ingleses e com os Malory, os grandes comerciantes da Europa.
   Durante anos, Isabella aprendeu a como se portar. Aprendeu a comer, a andar e a ser amável. Foi apresentada a sociedade e quando completou dezoito anos, estava noiva de Pietro, um rapaz de uma família amiga dos Vanderskein.
   O que ninguem sabia, era que todas as manhãs, Isabella ia a floresta que ficava atrás de sua propriedade com um livro sob os braços. Ela gostava da floresta, ali ela podia ser ela mesma, sem poses ou sem ter que mostrar que era superior a alguem. Ela ia ali para ler e as vezes até imaginar como seria sua vida se não fosse uma Vanderskein, mesmo amando quem ela era.
   Naquela manhã, porém, Isabella se distanciou mais do que iamginava e adentrou a floresta muito mais do que de costume e quando deu por si, estava perdida no meio da floresta.
   Ela tentou não se desesperar, mas quando ela escutou o barulho de um galho sendo quebrado uma sensação ruim a abateu e ela se pôs a correr como nunca. Embora ela corresse mais do que suas pernas aguentavam, ela escutou um riso e parou alarmada. Tinha uma pessoa ali? Essa pessoa poderia a ajudar?
   - Tem...tem alguem ai? - ela murmurou temendo a resposta. Um lado dela queria que a resposta fosse afirmativa, mas outra parte dizia para ela correr o mais que podia, pois quem estava ali com certeza não a ajudaria.
   Ela ouviu mais um riso e um farfalhar de folhas no topo de uma árvore.
   - Ora, ora, ora. Quem eu vejo aqui. Uma Vanderskein. - a voz masculina disse com tom de escárnio.
   - Pode me ajudar? - Isabella ainda tentou apesar do medo - Eu me perdi e não sei como voltar.
   Outro riso irritante.
   - Isabella Vanderkein perdida na minha floresta, isso é muita sorte para alguem como eu. Nunca te disseram que podem ter muitas coisas ruins no interior da floresta?
   Isabella arregalou os olhos e deu um passo para trás.
   - Como...como sabe meu nome?
   - E quem não conhece a famosa Isabella Vanderskein, a herdeira do império Vanderskein. - O homem disse com raiva dessa vez - A lady que nunca desse de seu pedestal, enquando milhares de pessoas estão passando foma pelas ruas.
   - Eu..não sei do que está falando - Isabella gaguejou - Eu não posso ajudar a todos, sou uma Vanderkein e não uma deusa...
   - Mas é tratada como uma, querida.
   Foi então eu ela o viu. Um homem branco, até demais para alguém saudável, de longos cabelos negros presos num pequeno rabo de cavalo típico da época. Vestia roupas caras e aparentava ser alguem importante. Em seu rosto um sorriso maldoso, mas o que mais assustou Isabella foram seus olhos, vermelhos-rubi.
   - Você nem me conhece - Isabella argumentou - Porque...porque me odeia tanto?
   - Eu não odeio você - o homem disse dando um passo a frente - Você só me pegou num momento ruim, querida. Eu estava caçando.
   - Caçando? - Isabella deu um passo para atrás - E o que tenho a ver com isso? Se o senhor me levar para casa, poderá caçar tranquilamente depois. Garanto que meus pais lhe darão uma grande recompensa por me levar de volta em segurança. Além da gratidão eterna.
   - Gratidão eterna? - ele riu - Queria, você não sabe o que é eternidade. Eu sei.
   - O senhor... está me assustando.
   - Eu causo essa reação nas pessoas. Isso se chama... instinto de sobrevivência. - ele se apoiou despreocupadamente numa árvore.
   Intinto de sobrevivência? Eternidade? Aquele homem era louco! Ela tinha que sair dali o mais rápido possível.
   - Agradeço de qualquer maneira - ela disse cautelosa - Mas agora está na hora de eu ir. Adeus.
   Ela se virou para sair, mas deu um gritou ao ver que o homem estava bem a sua frente.
   - Como...- ela balbuciou.
   - Sinto muito, querida - o homem disse já sem nenhum sorriso no rosto - Mas como disse antes, você me pegou num momento difícil. Eu estava caçando e você apareceu. Devo convessar que sempre tive curiosidade de provar o sangue azul. Mas pessoas assim nunca vem a floresta, você pelo jeito é diferente. - ele se inclinou e exalou o ar - Seu sangue deve ser delicioso.
   Isabella deu um gritinho e correu como nunca. Seu vestido era rasgado quando enroscava nos galhos e sofria varios arranhões mas não se importava, ela só queria aquele homem longe dela. Seu sangue deve ser delícioso, ele disse? O que era ele? Não importa, ela não ficaria ali para descobrir.
   De repente um par de braços de aço a segurou e ela gritou.
   - Chega - disse o homem - Estou com sede e sem vontade de brincar hoje. Mas devo admitir, seu instinto de sobrevivencia é maior do que dos outros, essa deve ser a causa da sua família ter chego aonde chegou.
   - O que é você? - Isabella gritou, se remexendo nos braços do homem, grosas lárgrimas escorriam por seu rosto - Que tipo de psicopáta é você?
   O homem riu e se aproximou do ouvido dela.
   - Psicopáta não, tente...vampiro.
   Isabella ficou branca.
   - Vam...vampiro - gaguejou - Impossível! Eles são lendas. Não passam de histórias que meus ancestrais contavam.
   - Está enganada querida. Vampiros existem e você vai comprovar da pior forma. Seu sangue - ele cheirou seu pescoço - tem um cheiro magnífico.
   - Não! Por favor, não! - ela gritava - Minha família te da-rá qualquer coisa que pedir, qualquer coisa. Mas não faça nada comigo... por favor...
   - Sinto muito, mas não posso perder a oportunidade de provar o sangue de um Vanderskein. Vou te apresentar a eternidade, querida...
   Isabella sentiu uma forte dor e viu toda a sua vida passando pelos seus olhos. Seu corpo queimou e ela gritou como nunca. Não sabe quando tempo ficou assim, mas quando o fogo parou e ela abriu os olhos...o mundo era outro. Na verdade o mundo era o mesmo, ela que era outra. Ela acordou naquela floresta... sozinha.
   Sem saber o que levou aquele monstro a deixá-la viva, ela levantou e foi andando sem rumo. De repente, ela sentiu um cheiro delicioso e ouviu que alguem gritava pelo nome dela. Ela perdeu a cabeça. Só voltou a si quando viu o corpo de um homem inerte em seus braços. Provavelmente ele devia estar procurando-a e ela o tinha matado. Era um monstro afinal.
   Ouviu outras vozes chamando por ela. A queimação em sua gargante voltou e ela entendeu. Ela era uma vampira. Antes que pudesse cometer mais alguma idiotice, ela correu e percebeu que era mais rápida que qualquer pessoa normal.
   Da orla da floresta, ela viu sua mãe, seu pai, Pietro e toda sua família, chorando, esperando por ela, por notícias dela. E ela não poderia voltar. Nunca mais.
   Ela virou as costas e correu na sua nova velocidade. Percebeu que não conceguia chorar. Estava tudo acabado. Isabella Vanderskein estava morta, tudo que restava agora, era um monstro que passaria a eternidade sozinha.
   Ela deixou a Russia e tudo que conhecia para trás.
   
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  Inglaterra, Agosto de 1858

   Rosalie Stainer teria a sua última prova do vestido de noiva naquele dia.
   Ela era a filha do meio da família Stainer, que era a família que controlava todo o comércio da Inglaterra. E em dois dias ela estaria se casando com o homem dos seus sonhos e teria a vida que sempre sonhou. Não que sua vida fosse ruim, mas ser uma mulher casada e ter filhos era tudo que sempre quis.
   Cuidar de crianças, de seus filhos, vendo-os correr pela casa e rir de alegria. Era tudo que ela sonhava.
   Ela iria se casar com Rudy, que além de ser um amigo de infância, aparentava gostar muito dela e sua família era muito amiga dos Stainer. Tudo ia as mil maravilhas.
   Os convidados que vinham de lugares mais distantes já começavam a chegar, eles iriam ficar hospedádos até o dia do casamento na casa das duas famílias.
   Com essas pessoas, chegou também o melhor amigo de Rudy que havia estudado com ele na universidade. Leon Voied. Leon era loiro e tinha os cabelos ligeiramente grandes, mas que ainda não conseguiam ser presos num rabo de cavalo, o que fazia com que ficassem espostos ao vento. Tinha um porte magnifico e um sorriso constante no rosto. Mas o mais impressionante era seus olhos. Dizia-se que ele havia tido um problemas nos olhos quando era criança que fez com que ficassem naquele tom, mas mesmo assustadores, os olhos de Leon eram hipnotizantes. Os olhos vermelhos de Leon.
   Rosalie no entanto era a única pessoa que não gostava da presença de Leon. Ele lhe lançava olhares que Rosalie nao permitiria a ninguem que não fosse seu noivo, no caso Rudy.
   Um dia antes do casamento, Rosalie estava na biblioteca lendo, tentando se acalmar na verdade. Toda a correria do casamento estava-a deixando eufórica. Sentiu um leve vento passar por si e ajeitou o chale nos ombros.
   - A leitura está boa? - perguntou uma voz calma atrás dela.
   Rosalie se virou sobresaltada para trás e deu de cara com Leon. Toda a sua inquietude se tranformou em raiva. Mas ela não era alguem que demonstrava esses sentimentos desagradáveis, uma Stainer nunca era desagradável.
   - Estou só matando o tempo - respondeu polidamente.
   - Coneço outros jeitos de matar o tempo - Leon disse com um sorriso charmoso. Qualquer uma teria caido aos seus pés, mas em Rosalie só fez com que sua irritação aumentasse.
   - Se me dá licença - ela disse se levantando da poltrona em que estava - Vou ver como andam as coisas para o casamento.
   Quando estava quase na porta, a voz de Leon a fez parar.
   - Vai mesmo se casar com Rudy?
   - É claro que vou - ela se virou para ele indignada - Não chegaria a tal ponto se não amasse Rudy e não quisesse me casar com ele.
   Leon se aproximou dela e passou delicadamente seus dedos gelados pelo rosto dela.
   - Você é muito bonita - ele disse - Muito bonita mesmo. Mas um dia vai envelhecer e sua beleza morrerá.
   - É o que acontece com todas as pessoas - ela disse se esquivando do toque dele.
   - Está enganada - Leon se inclinou e ficou muito perto dela, seus olhos vermelhor era assustadores, mas Rosalie não recuaria - Eu posso mudar isso.
   Rosalie arregalou os olhos e deu um passo para atrás.
   - Você não é Deus, não pode fazer nada.
   - Posso sim, mas teria um preço querida - ele disse colocando as mãos nos bolsos - Eu quero você. Você ao meu lado por toda a eternidade.
   Rosalie fechou os punhos com força depois se virou para sair e agarrou a maçaneta da porta.
   - Você é louco! - ela sibilou - Não atrapalhe meu casamento.
   Depois saiu correndo dali, deixando Leon com o rosto indecifrável.
   - Sinto muito, milady - ele murmurou para si mesmo - Mas isso não é mais negociável. Você será minha e vai me agradecer futuramente. Com certeza vai.
   Rosalie se trancou em seu quarto aquela noite, as palavras de Leon rodavam em sua cabeça. Ser linda pela eternidade... era algo que a agradava, mas que não valia o sacrificio. Teria que ficar com Leon e deixar o homem que amava e seu futuro tão almejado para trás. Não, não valia a pena, ela prefiria envelhecer.
   Naquela mesma madrugada, Rosalie acordou com um forte vento batendo sobre si. Olhou para a janela e a viu escancarada. Estranho, se lembrava de ter verificado todas as janelas antes de dormir.
   Ela se levantou e quando estava quase fechando a janela, uma voz a sobresaltou pela segunda vez em pouco tempo.
   - Olá, Rosalie.
   Rosalie se virou e viu Leon sentado confortavelmente em sua cama.
   - O que... como se atreve a entrar aqui? - ela falou tentando se cobrir já que estava só com a camisola - Alías, como entrou aqui?
   - Pela janela - ele disse simplesmente, sem tirar os olhos dela.
   - Pela janela? Impossível, estamos no terceiro andar e não tem como subir, nem ao menos uma árvore para escalar.
   - Já disse que nada é impossível para mim, querida - ele se lavantou - Nada.
   - O que você quer? - ela disse sem disfarçar a raiva dessa vez.
   - Vim ouvir sua resposta, da proposta que te fiz essa tarde - ele permaneceu parado só a olhando.
   - Não há resposta para dar porque não há o que considerar - ela esbravejou - Você é louco! Nunca deixaria Rudy e meu futuro com ele para ficar com você!
   O rosto de Leon ficou sério de repente. Em menos de meio segundo ele estava parado na frente de Rosalie. Um tremor passou pelo corpo dela.
   - Você não tem escolha - ele disse sério - Me considero um artista e não vou deixar que sua beleza seja jogada no lixo apenas porque diz amar um simples humano.
   - Ele é seu amigo! - ela disse exasperada.
   - E tem um tesouro maior que o meu! E isso eu não vou permitir - ele disse dando mais um passo para frente, diminuindo a distancia entre eles, Rosalie não conseguia se mover.
   - Tesouro maior...que o seu? - ela murmurou incrédula. Até onde tinham lhe contado, Leon era infinitamente rico.
   - Exatamente. Ele tem você, um grande tesouro. E alguem como ele não saberia lhe dar o devido valor, minha querida - ele voltou a sorrir, aquele sorriso galanteador.
   Ela recuou e sentiu que encostou no batente da janela.
   - Saia...saia do meu quarto. Me deixe em paz, me deixe ser feliz... - ela balbuciou com lágrimas começando a invadir seus olhos.
   - Eu vou lhe dar a felicidade, querida - ele segurou a cintura dela - Vou lhe dar a eternidade, o nunca envelhecer.
   - Eu vou me casar daqui a poucoas horas...vá embora...por favor...- ela implorou.
   - Sinto muito, querida - ele disse docemente - Mas você estará com muita dor para sequer se lembrar que deveria estar se casando.
   - Você está me assustando - ela murmurou com o rosto já molhado de lágrimas.
   - Não fique, vou te tornar a criatura mais bela e mais temida de todos os tempos - ele disse a pegando nos braços.
   - O que...
   - Vampira - ele sussurou no ouvido dela antes de pular pela janela e sumir com ela pela noite.
   Rosalie nunca sentiu tanta dor na vida e tambem nunca desejou tanto que a morte a levasse quanto naquele tempo em que seu corpo queimava. Quando abriu os olhos, estava num quarto devidamente vazio e com Leon ao seu lado.
   - Como se sente, Rosalie? - ele perguntou normalmente.
   - Que dia é hoje? - ela balbuciou.
   - Dois dias depois do seu casamento - ele responder como se não fosse nada.
   Ela ficou pasma...dois dias...depois? Não podia ser possivel. Alguem bateu a porta e a garganta de Rosalie queimou.
   - Hora da primeira refeição querida, deixe a sanidade de lado e siga seus instintos - ele se levantou e puxou para dentro do quarto uma camareira assustada. Rosalie mesmo não querendo, quando deu por si, já tinha drenado todo o sangue dela.
   Quando ela se deu conta do que havia feito, largou o corpo morto no chão e se levantou assustada. Se virou para Leon com raiva.
   - O que você fez comigo? - ela gritou.
   - Preservei sua beleza minha querida - ele disse simplesmente - Nunca vai envelhecer, vais viver eternamente. Terá que matar alumas pessoas para saciar a sede mas isso não é nada comparado a eternidade.
   - Sede? Matar pessoas? Eu não vou matar ninguem! - ela falou incrédula pela simplicidade com que ele mecionava o fato de tirar vidas.
   - Mas acabou de fazer - ele disse - Não terá como lutar contra isso. É da nossa natureza.
   - Nossa...natureza? O que você fez comigo afinal, seu desgraçado? - ela estava perdendo a paciência.
   - Eu já te disse antes, mas você não deve se lembrar. Estava demasiada... abalada naquela hora - ele se sentou na cama onde ela estava deitada horas antes - Você se tornou a criatura mais mitológica de todos os tempos. Você é uma vampira.
   Rosalie estacou. Vampira?
   - Não...não pode ser...
   - Acho que você não bebe sangue de pessoas todos os dias não é - ele zombou - mas se ainda tem duvidas, olhe-se no espelho e contemple a maravilha que você se tornou.
   Rosalie caminhou lentamente até o único espelho do quarto, o que viu ali foi uma Rosalie infinitas vezes mais linda... mas com os olhos vermelhos como sangue.
   - Não! Não, não não! - era tudo que ela murmurava. Queria chorar, mas as lágrimas não vinham.
   - Estamos juntos pela eternidade, Rosalie - Leon se levantou e se postou atrás dela.
   Ela porém, para a surpresa dele, se virou e o empurou, ele voou e bateu na parede do outro lado do quarto.
   - Você me transformou num monstro! - ela disse e bateu os olhos na única janela do comodo. Não pensou duas vezes e correu até ela. Jogou seu corpo contra ela, mesmo sabendo que estava fechada. O vidro se quebrou e ela saiu pela noite com Leon em seu encalço.
   Ela chegou numa rua deserta e parou. Se virou furiosa para Leon.
   - Você tirou todas as minhas chances de ser feliz quando me tranformou nessa coisa!
   - Eu te tirei a infelicidade de morrer velha e feia daqui a uns 60 anos.
   - Seu desgraçado! - ela investiu contra ele.
   - Rosalie! - ele falou.
   Leon podia ser infinitas vezes mais experiente em lutas e em tudo mais quando o assunto era vampiros, mas Rosalie era infinitas vezes mais forte por ser uma recém-criada. E essa força era aumentada milhares de vezes quando ela pensava em tudo que ele tinha tirado dela.
   Depois de horas, Leon estava morto.
   Rosalie não voltou para casa, nem procurou Rudy, sua família ou algum conhecido. Ninguem podia a ajudar agora. Tudo que ela podia fazer era descobrir um modo de morrer.
   Assim, ela deixou a Inglaterra para trás.

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   Europa, Abril de 1848
 
   - Alice! Onde você está, Alice? - Uma bela jovem de seus dezoito anos gritava pelos comodos de uma elegante casa - Ah, ai está você - disse ao encontrar uma garotinha de sete anos escondida atrás de uma das grandes cortinas da grande sala - Porque estava se escondendo?
   - Estou brava com mamãe e papai - a menina de longos cabelos negros e olhos verdes respondeu enburrada.
   A mais velha apenas riu. Quem visse as duas, poderia dizer que uma era miniatura da outra. Elas eram realmente muito parecidas.
   - E porque, posso saber? - a mais velha disse se abaixando para ficar no mesmo nível que a menina.
   - Disse a papai que queria me casar com Nicolas, mas ele disse que não. Porque eu não posso me casar? Você vai se casar. - a pequenina tagarelou cruzando os braças mostrando o quanto estava contráriada.
   - Alice, minha irmã - a moça fez um leve carinho na pequena - Você e Nicolas só tem sete anos, eu já tenho dezoito está na hora de me casar, mas vocês são muito novos.
   - Mas e se quando eu tiver idade ele não quiser mais se casar comigo?
   - Ora, Alice, é claro que ele vai querer! Você é uma Malory, os homens não resistem a nós. Mas não conte a papai que eu disse isso, certo? - deu uma leve piscadinha cumplice que arrancou risos da mais nova.
   - Certo.
   Alice Malory, filha caçula do grande comerciante Robert Malory. Era estrovertida mas ao mesmo tempo era comportada. Alice era sempre comparada ao antigo símbolo de gêmeos, onde há uma mascara de cada lado, cada uma com expressão diferente, uma de felicidade e outra de raiva. Alice era simplesmente imprevisível. Mas ainda era uma Malory e agia como tal.
   Com dezessete anos, estava prestes a escolher seu pretendente. Assim como sua irmã tinha lhe dito a quase dez anos atrás, Nicolas, seu amigo de infância, havia pedido sua mão em casamento, mas ela também havia recebido mais outras duas propostas. Seu pai, havia deixado a escolha nas mãos dela e é claro que ela iria escolher Nicolas.
   Ela já era tia, sua irmã mais velha já tinha tido dois lindos filhos, uma menina e um lindo menino ainda bebê. Ela não via a hora de ser casada também, ter sua casa e ter seus filhos.
   Certa noite, Alice estava dentro da carruagem pensando que no dia seguinte diria que aceitava o pedido de Nicolas, estava voltando da casa da irmã, havia se demorado mais do que devia, já era noite e sabia que seu pai brigaria com ela, mas não havia mais o que fazer.
   De repente algo acertou furiosamente a carruagem, fazendo-a balançar e depois parar. Alice ouviu um grito do cocheiro e depois silêncio. Ela tremeu de medo, ouviu sussuros, algo estava lá fora com certeza. Se encolheu no bando e ficou imóvel como nunca.
   Não soube dizer quando tempo ficou daquele jeito ou quando tempo ficou encarando a porta da carruagem esperando que algo irrompesse por ela. Mas nada aconteceu.
   Se eu não fizer nada, vou passar a noite aqui. Pensando assim, Alice se desencostou do canto onde estava encolhida e levou a mão relutando até a porta da carruagem. As pequenas cortinas estava fechadas e por isso ela não conseguia ver nada lá fora, não sabia se isso era bom ou ruim.
   Tremendo e rezando, ela abriu a porta e colocou a cabeça para fora. Não viu nada além da rua totalmente vazia. Desceu cautelosa da carruagem e deu alguns passos para ver onde ficava o cocheiro, deu um grito quando viu o corpo do pobre homem ensanguentado e seus olhos vidrados e sem vida.
   Recuou cabaleante. Quando estava prestes a entrar novamente na carruagem, um par de mãos frias a segurou pelos ombrose a virou bruscamente.
   - Onde pensa que vai, senhorita Malory?
   Alice vislumbrou um homem de cabelos castanhos e curtos, muito bonito, vestia roupas comuns, indicando que não era rico mas também não aparentava ser um morto de fome. Quando Alice olhou em seus olhos engoliu em seco.
   - Se..seus...olhos... - gaguejou involuntáriamente.
   - Sim, são vermelhos. eles te assustam, senhorita Malory? - perguntou debochado. Ele não aparentava ter mais que dezesseis anos.
   - Como me conhece?
   - Pense bem, senhorita. Não me reconhece? - ele perguntou - É claro que não, você está sempre muito ocupada para se importar com os empregados.
   - Não sei...do que está falando - ela começou a tremer.
   - Está com medo, senhorita? - o rapaz sorriu num misto de maldade e pena, impossível saber qua dominava.
   Uma Malory não tem medo. Ela se lembrou das palavras que o pai vivia falando quando ela era menor.
   - Não - murmurou.
   - Pois parece estar.
   - O que quer de mim? - ela falou desesperada e de repente se lembrou do cocheiro - Oh, meu Deus, me solte, eu tenho que buscar ajuda - os olhos dela encheram de lágrimas que ela tentava conter - Ele ainda pode ser salvo.
   O rapaz franziu o senho confuso.
   - Do que está falando? Está preocupada com o cocheiro? Aposto que nem sabe o nome dele.
   - Não sei mesmo e isso não importa agora - gritou se debatendo tentando se livrar das mãos dele, mas elas pareciam feitas de aço - Ele é um ser humano como qualquer outro, não merece morrer assim, não merece! Me deixe ir chamar ajuda ou vá você
   - Acalme-se - o rapaz sussurou para ela - Devem ter se enganado, não pode ser você - ele murmurou consigo mesmo mas Alice ouviu e se virou curiosa para ele.
   Ele olhou para ela e pareceu que ia falar alguma coisa, mas de repente parou e fitou o horrizonte, hesitou um pouco até pega-lá facilmente no colo e sair correndo numa velocidade incrível.
   - Não grite - ele disse à Alice - Ou vai piorar as coisas.
   - Mas... o cocheiro...
   - Não há mais o que fazer, ele já está morto.
    Alice fechou os olhos e deixou que as lágrimas escapassem por eles. Ela sabia que algo anormal estava acontecendo. Primeiro a cor dos olhos desse rapaz era... totalmente incomum e depois, a velocidade com ele corria.
   Por favor, se isso for um pesadelo, eu quero acordar agora. Por favor. Era tudo que Alice pensava.
   - Pode abrir os olhos - ela ouviu de repente.
   Alice abriu os olhos e se viu num lugar repleto de árvores, uma floresta talvez, perto tinha uma cabana de madeira de aparência velha e desgastada.
   - Onde...onde estou? - ela gaguejou - Não! Me leve pra casa, eu quero ir para casa! - ela começou a se debater nos braços do jovem.
   - Fique quieta! - ele... rosnou? Alice tinha quase certeza que ele tinha realmente rosnado e o medo fez com que ela ficasse calada imediatamente, seu corpo sendo sacudido pelos soluços que tentava segurar - Você está na minha casa e não reclame.
   Ele morava ali? Naquele fim de mundo e sozinho? Como ele fazia para se alimentar?  
   Eles entraram na pequena cabana e Alice deixou que seus olhos observassem o ambiente. Era um lugar simples sem nenhum toque feminino, despertava dois sentimentos distintos em Alice, proteção e medo. Proteção porque era o lugar onde aquele misterioso homem morava, se ele pretendesse acabar com ela, ele não a traria aqui. E medo, porque era escuro, muito escuro e Alice sempre odiou a escuridão.
   - O que houve? Se cansou de fazer escandalo? - o homem debochou colocando-a em pé no meio do único comodo da casa.
   - Não, mas não tem graça fazer um escandalo se ninguem vai ouvir - Alice disse tirando coragem de sabesse lá onde.
   O rapaz a olhou de um jeito estranho antes de se virar e começar a tirar a tirar as luvas negras que usava.
   Alice lentamente se deixou escostar na parede e escorregar até o chão. Cobriu o rosto com as mãos e começou a falar palavras desconexas.
   - Que aconteceu agora? - ela ou viu a voz do rapaz muito próxima a si, mas não se importou em destampar o rosto.
   - Um homem morreu...por minha causa... você queria que eu estivesse como? Pulando de alegria ou fingindo que nada aconteceu? - sua voz saindo abafada já que seu rosto estava escondido nas mãos - Porque está fazendo isso comigo? Se queria a mim, não precisava ter matado o pobre homem...eu não posso viver assim...com o peso de uma morte nas costas...eu não posso...
   O silêncio reinou por sabe-se lá quanto tempo, Alice não escutou mais nada, então não sabia se o homem a observava ou se tinha voltado a fazer sejá lá o que fosse fazer antes.
   - Benjamim - ele ouviu de repente e olhou espantada para cima, dando de cara com aqueles olhos vermelhos a observando atentamente.
   - Como? - ela disse sem entender.
   - Meu nome é Benjamim, você está na minha casa e eu fui contratado para... acabar com Alice Malory. Mas deve ter tido algum engano. - murmurou a última parte mais para si do que para ela.
   - A...Acabar comigo? - ela sentiu as lágrimas invadindo seus olhos novamente - Mas... porque?
   - É meu trabalho, as pessoas pagam e eu mato quem elas mandam. Assassino de aluguel como estão começando a me classificar. Me mandaram matar Alice Malory, falaram que ela era da famosa família comerciante e que era inescrupulosa, não se importava com nada que não fosse do seu interrese e nem com ninguem que não fosse ela mesma. Devem ter cometido algum engano...você quase se desidratou de tanto chorar quando soube que um simples cocheiro estava morto, não bate com as descrições que recebi da minha vítima.
   Alice não tinha voz para dizer uma palavra sequer. Alguem tinha contratado aquele rapaz para matá-la. Era demais para um único dia.
   - E porque...não me matou? - Alice disse e vendo que o rapaz olhava estranho para ela tratou de imendar - Não que eu esteja reclamando, mas você poderia ter me matado assim que me viu, sem nem me dar chance de falar uma única palavra.
   - Não tente me entender, menina. Posso ser um assassino de aluguel, mas só mato aqueles que merecem. Se me mandam matar alguem bom ou inocente eu simplesmente não aceito o servisso. Com você foi algo diferente, eu não tive tempo de estudar sobre você. A pessoa que me contratou disse que tinha muita pressa em ter o serviço concluído.
   - Mas você matou o cocheiro! Porque? - ela disse inconfomada.
   - Não tive escolha, a sede foi maior - Alice pode ver pela primeira vez que os olhos vermelhos do rapaz se encheram de uma profunda tristeza - Não tente compreender, se você soubesse o que eu sou iria entender.
   Alice sabia que ele não falaroa nada além daquilo.
   - Quem foi? - ela disse chamando a atenção dele que a olhou com uma sobrancelha perfeita arqueada - Quem foi que... encomendou a minha morte?
   Benjamim suspirou.
   - Não costumo fazer um interrigatório sobre meus clientes, mas ele se chamava Peter, Peter Klumby.
   Alice arregalou os olhos.
   - Peter... Klumby? Não pode ser, tem que ser um engano. Ele disse ao menos o porque de querer me matar?
   - Não. Mas deixou escapar sem querer algo sobre herança.
   - Não - Alice voltou a chorar - Não pode ser...
   - Você o conhece? - Benjamim arregalou um pouco os olhos levemente surpreso.
   - Peter...é meu cunhado. É o esposo da minha irmã.
   Benjamim não escondeu o espanto. Porque o cunhado queria matar Alice? De repente a compreensão inundou seus olhos.
   - Por causa da herança. - ele murmurou e Alice fez um movimento afirmativo com a cabeça.
   - Peter sempre foi alguem ganancioso, mas não achei que chegasse a tal ponto. Eu vou me casar e depois de casada, se algo me acontecer, minha parte da herança irá para meu marido. Mas se eu...morresse solteira, quem recebe a herança é minha irmã.
   Benjamim cerrou os punhos, ele detestava esse tipo de gente.
   - É por isso que ele tinha tanta pressa para conclúir o serviço - ele rosnou - Ele quer que a esposa receba sua parte da herança.
  - Provavelmente - Alice murmurou.
   Benjamim a olhou atentamente e depois suspirou.
   - Durma um pouco, quando as coisas esfriarem eu vou levar você para casa. Mas terá que ficar aqui por alguns dias, pelo menos para aquele idiota do seu cunhado pense que você está morta.
   Alice não disse nada, simplesmente se levantou e se jogou na única cama que tinha ali.
   Dias se passaram e Alice aos poucos se recuperava do choque emocional que tinha tido. Benjamim trazia roupas e comida para ela, já na cabana não tinha comida nenhuma. Um dia ela perguntou a Benjamim como ele se alimentava mas ele ignorou sua pergunta.
   Ela sabia que Benjamim era diferente e que tinha um grande segredo. Ela nunca esqueceu de como ele correu no dia em que a trouxe ali, ela nunca o via comendo, ele era frio como gelo e as vezes ela podia jurar que os olhos dele ficavam quase pretos. Quando isso acontecia, ele sumia por horas e voltava com os olhos vermelhos de sempre.
   Mas ela não perguntava nada já que indiretamente ele a tinha salvado.
   Um dia em que Alice jurava que tinha vistlo os olhos de Benjamim negros e ele disse que ia sair, ela resolveu ir atrás. A curiosidade era tamanha que ela nem pensou nos perigos que poderia haver na floresta, ela só queria saber que segredo Benjamim escondia.
   Ela andou por muito tempo sem rumo, até que ela ouviu um grito, um grito feminino. Mesmo com medo ela andou até onde achava que tinha vindo o grito mas não estava preparada para a cena que viu.
   Benjamim estava inclinado sobre uma mulher que já não gritava ou tentava se soltar. Os olhos dela estavam vidrados e perdiam lentamente o brilho. Benjamim estava com o rosto escondido no pescoço da mulher da mulher e por isso não sabia o que ele estava fazendo.          
   Assustada, Alice deu um passo para trás o que chamou a atenção de Benjamim que olhou diretamente para ela. Seus olhos vermelhos novamente e a boca coberta de sangue...sangue da mulher.
   Alice desatou a correr sem nem ao menos olhar para onde ia. Benjamim estava... tomando o sangue daquela mulher? Impossível! Não viu quando chegou a beira de um barranco e quando percebeu já era tarde demais e já estava rolando morro abaixo. Ela sentia os galhos entrando na pele dela e sentia o impacto de bater em algumas árvores.
   Quando sua descida desenfreada parou ela já não conseguia respirar direito e no lado de seu corpo tinha um corte profundo que jorrava sangue. As imagens começaram a se embarralhar,a ficarem confusas e a perder a cor. Ela estava morrendo.
   - Alice! - ouviu a voz de Benjamim.
   - Fique...longe...de... mim... - balbuciou e sentiu que sua boca foi invadida por sangue. Ela ia morrer. Ela ia morrer!
   - Desculpe por isso, mas não posso deixar você morrer, Alice... - Benjamim falou e depois ela sentiu uma dor muito forte na braço direito. Uma queimação que se espalhou pr todo seu corpo fazendo-a esquecer da dores anteriores e implorar para que a morte a levasse logo.
   Quando a dor passou e Alice acordou, ela estava na cabana de Benjamim, no completo escuro. Odiava escuro. Aliás, não era para ela estar morta? Ela se lembrou de ter visto Benjamim tomando sangue de uma mulher. Vampiro. Ele era um vampiro!
   Ela olhou em volta. Se sentia diferente, muito diferente. Ouvia mais, sentia mais, via mais e uma queimação na garganta lhe incomodava. Lembrou-se da dor que sentiu no braço logo depois que Benjamim a encontrou. Ela arregalou os olhos. Não, ele não podia tê-la mordido!
   Correu os olhos a sua volta e encontrou um pequeno papel dobrado em cima da mesa. Correu até ele e leu. "Desculpe, Alice. Salvei sua vida, mas acabei com ela depois. Te tranformei na mesma criatura que eu sou, na criatura que eu tanto odeio, mas não podia deixá-a morrer e eu nem ao menos sei porque. Não podia mais olhar na sua cara depois de fazer isso com você. Perdão, Alice, prometo que nunca mais vai me ver. Benjamim."
   Alice sentiu pena de Benjamim, ele podia ser um vampiro, mas tinha principios e tinha feito o que achava certo. Olhou para a mesa novamente e encontrou um pequeno espelho que havia sido deixado ao lado do bilhete. Pegou-o e hesitanto esgue-o para ver sua própria imagem.
   Arfou. Aquela era ela? Ela estava linda, mas... seus olhos estavam vermelhos. Ai, meu Deus! Ela teria que tomar sanguem também! Por isso sua garganta devia estar pegando fogo daquele jeito. Não! Ela não podia matar ninguem.
   Correu para fora da cabana e um única coisa veio a sua cabeça. A irmã. Ela tinha que ver a irmã, precisava do colo da irmã, como quando era criança. Correu e viu que corria mais rápido que qualquer outro ser na face da terra.
   Em minutos ela saiu da floresta e viu que estava noite. Menos mal, ninguem a veria. Chegou na casa da irmã e bateu. Quase fez um buraco na porta e se concentrou em bater mais fracamente. Ouviu passos e segundos depois a porta se abriu, revelando um emburrado Peter.
   Peter arregalou os olhos ao vê-la.
   - A...Alice? Você está viva? - ele gaguejou.
   Alice estacou. Sentiu uma onde de raiva tomar conta dela e sua garganta arder em extremos. Podia ouvir o sangue de Peter sendo bombeado. Peter, seu cunhado que tinha mandado matá-la.
   - Não, eu estou morta. E a culpa é sua. - ela rosnou e Peter deu um passo para trás.
   Não deixava de ser mentira o que ela tinha dito. Ela estava tecnicamente morta, seu coração não batia mais. E tido tinha sido culpa dele, da ganância dele. Se ele não tivesse ordenado que Benjamim a matasse, ela agora estaria preparando seu casamento e não pensando em como não ser um monstro.
   - Alice... - ele murmurou - ... o que houve com seus olhos...
   - Você percebeu? - Alice rosnou novamente - Preste bem atenção, eles serão a última cosa que vai ver. - ela disse antes de avançar nele. Peter não teve tempo nem de gritar e Alice nem de pensar. Quando percebeu, Peter já estava morto.
   - Peter? - Alice ouviu a voz da irmã no andar de cima, seguida de passos. Ela ia descer.
   Alice arregalou os olhos e soltou o corpo de Peter. Sua raiva e sede fo tanta que se esqueceu da irmã, esqueceu dos sobrinhos, esqueceu de tudo.
   Correu quando ouviu os passos chegando a escada,mas ainda teve tempo de ouvir o grito de horror da irmã. Aquele grito iria ficar na memória dela para sempre.
   O que fazer agora. Ela não podia voltar, estava morta para todo mundo e era um monstro perigoso agora. Sair e achar outros como ela? Achava dificil encontrar um vampiro pacifista como ela. Estava perdida.
   Voltou para a cabana e ficou lá. Constatou que não precisava dormir, mas ficou dias olhando para o teto, parecendo uma estátua. No escuro. As vezes, imagens vinham a cabeça dela. Imagens de outras pessoas. Ela viu a irmã chorando no tumúlo do marido, mas o enterro nem tinha acontecido ainda. Viu Nicolas casando-se mas sabia que ele ainda estava chorando pela suposta morte dela. O que estava acontecendo?
   Passou quase dois meses assim, tendo essas visões. Um dia ela se viu atacando um caçador loiro, horas depois ela estava com o corpo dele nos braços depois de não ter se controlado. Depois de muito pensar, ela só achou uma unica expliacação. Ela podia ver o futuro.
   Um dia ela estava pensando, tentando achar um modo de se matar, quando foi assaltada por uma de suas novas visões. Ela viu uma mulher de cabelos chocolate, ela segurava o corpo de um homem morto, um homem que ela tinha tirado a vida tomando seu sangue. Uma vampira. Mas essa vampira tinha o rosto tomado de dor, sabia que ela estaria chorando se pudesse. Viu a mulher se levantar e se dirigir até uma estação de trem e comprar uma passagem... e a visão se foi.
   Alice viu um fio de esperança nascendo em si. Aquela mulher, se sentia igual a ela , tinha certeza. Ela não precisava ficas sozinha, elas não precisavam. Se levantou e tomou a decisão. Ela iria encontrá-la.
   
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   Isabella estava sentada no alto de uma casa numa das inumeras cidades da França. Depois de cometer mais um delize e matar um homem no sul da Inglaterra, ela pegou o primeiro expresso e deixou a cidade. Ela estava tentando ficar sem sanguem, ela não queria matar, mas aquele homem cruzou seu caminho no único dia em que decidiu sair de seu esconderijo.
   Sua cabeça latejava, coisa que ela não imagina que vampiros pudessem sentir, dor, mas ali estava ela, com a cabeça estourando. Coisas estranhas estavam acontecendo com ela. No dia em que atacou aquele homem na Inglaterra, lembrava-se perfeitamente de ter escutado ele falando, mas ele não abria a boca pra isso. Então ela levou um susto quando percebeu que o que ela estava escutando eram os pensamentos dele.
   Fazia uns cinco dias que ela estava sentada ali no alto daquela casa, ela ouvia o que todas as pessoas estavam falando lá embaixo e isso fazia sua cabeça doer em extremos. Uns preocupados com o trabalho, outros em chegar em casa, outros no marido ou na esposa e as crianças em algum brinquedo novo. Algumas vezes ela conseguia bloquear isso tudo e ela ficava somente com seus pensamentos como tinha que ser, mas tempo depois tudo voltava e com força maior ainda.
   Ela queria ser normal, humana, como as pessoas lá embaixo.
   - Porque é que você me observa tanto? - Bella disse de repente. Já era noite, mas o movimento nas ruas estava tão intenso quando de dia. Mas sua frase se dirigiu para um ser que estava atrás dela.
   - Na verdade que queria falar com você - respondeu uma voz jovem. Bella virou um pouco a cabeça para trás e viu uma jovem com longos cabelos negros presos num rabo baixo e com pesadas roupas de frio. Olhos vermelhos, mas tinha algo diferente naqueles olhos. Eram tristes, como os dela.
   Bella deu um risinho e voltou a olhar para frente.
   - Não sei porque está com todas essas roupas, nós nem ao menos sentimos frio.
   Alice no segundo seguinte estava sentada ao lado de Bella com as pernas balançando no ar como ela.
   - É preciso manter as aparências. - Alice disse simplesmente.
   - Tem razão. - Bella concordou se perguntando porque não sentia nenhuma hostilidade contr aquela vampira.
   - E tambem gostei do casaco, tem estilo - Alice brinco e as duas soltaram uma ligeira gargalhada. Depois voltaram a ficar em silêncio.
   - Então - Bella disse depois de um tempo - O que você quer comigo?
   Alice olhou para o céu escuro e depois para as pessoas lá embaixo.
   - Sabe, todas essas pessoas, tem alguem que se importa com elas. Um pai, uma mãe, um marido, um irmão ou um simples amigo. Porque nós não podemos ter alguem que se importa conosco?
   Bella não olhou para ela para responder.
   - Nós somos monstros, monstros não tem família. Eles estão destinados a ficarem sozinhos para sempre.
   - Mas nós podemos ter amigos - Alice insistiu.
   - Quem iria querer ser amigo de um vampiro? Todos os humanos tem um estinto de alto-preservação contra nós, além de um medo excessivo. Para que ganhara a confiança de um humano e vê-lo morrer anos depois?
   - Esta procurando nos lugares errados. - Alice disse olhando pra ela - Você não émais humana, não pode envolver com eles, seria o mesmo que um garo pegar amizade com um rato. Devemos procurar entre os nossos.
   Bella olhou para Alice e viu onde ela queria chegar.
   - Mesmo que fiquemos juntas, como selariamos nossa linda amizade? - Bella disse ironica - Pegando uma ou duas pessoas lá embaixo e fazendo um banquete?
   Os olhos de Alice ficaram nublados e Bella sentiu uma pontada de remorso.
   - Assim como você, nem todos gostam de ser o que somos, nem todos gostam de matar o que já fomos.
   - Entendo - Bella disse e ela e Alice ficaram um tempo se olhando nos olhos - Seus olhos são como os meus.
   - Tristes, apagados. Eu sei. - Alice a cortou - Já percebi. Mas então, nós vamos tentar colori-los juntas ou não? - ela disse empolgada e depois seus olhos perderam o foco - Ah, você vai aceitar, estou me acostumando com isso. Então, como é seu nome?
   Isabella franziu as sobrancelhas.
   - Isabella Vanderskein.
   - Uau - Alice assoviou - Uma Vanderskein, isso é interessante! Sou Alice Malory.
   - Seu sobrenome também é um dos bons. - Isabella brincou pela primeira vez.
   - É, parece que temos coisas em comum afinal de contas.
   - Como me achou, Alice? - Isabella perguntou de repente.
   - Bem... é que... - Alice hesitou, ainda não tinha tentado contar sobre seu "dom" para ninguem, não sabia como Isabella iria reagir. E se a achasse um monstro pior ainda? Agora que ela tinha aceitado sua compania, agora que nãom precisava ficar mais sozinha...
   Foi tirada de seus devaneios pela mão que Isabella colocou em seus ombros.
   - Do que está com medo? De mim? Já disse que vamos viajar juntas, não disse?
   - Já, mas... tenho medo que me ache estranha - Alice confidenciou - Não quero ficar sozinha novamente...
   Bella sorriu para ela.
   - Não vou sair correndo, te prometo.
   Alice acentiu.
    - Eu posso ver o futuro - Alice disse tão rápido e baixo que se Isabella não fosse uma vampira não teria entendido. Arregalou um pouco os olhos me surpresa, mas depois voltou a olhar para frente.
   - Parece que temos mais coisas em comum do que imaginamos.
   - Como assim? - Alice disse curiosa, coisa que Isabella ia descobrir que ela era muito.
   - Posso ler os pensamentos das pessoas - Isabella viu que Alice se surpreendeu e resmungou um "incrível" - Mas isso está me matando. São muitos pensamentos de uma vez, ainda não sei fazê-los ficarem...quietos.
   - Nossa, temos que fazer alguma coisa - Alice disse preocupada e Isabella a olhou de um jeito estranho - Não me olhe assim, eu finalmente achei igual a mim e não estou mais sozinha, não vou deixar que fique por ai sofrendo.
   Isabella tinha certeza que se fosse humana seus olhos encheriam de lágrimas. Alguem se importava com ela.
   - Tem alguma ideia de como fazer as "vozes" pararem, Bella? - Alice disse e Isabella a olhou estranho novamente - Que foi agora?
   - Bella?
   - Ah, seu nome é comprido e já que vamos ficar juntas nada melhor que um apelido. Mas se você não gostou é só dizer que...
   - Tudo bem, eu gostei. - Bella disse com um discreto sorriso.
   - Certo. - Alice também sorriu. Era estranho como em minutos elas estavam se dando tão bem.
   - Acho que não podemos fazer nada, Alice, além de esperar. Aos poucos as vozes estão diminuindo, talvez daqui a um tempo eu consiga controlar isso.
   - Vai conseguir. - Alice disse convicta.
   Durante dias Bella e Alice ficaram pensando no que fariam dali em diante. Elas estavam sem se alimentar a dias, uma vigiava a outra para que não caíssem em tantação, pois elas sabiam que iriam se arrepender depois. Uma noite em que elas vagavam pelas ruas, três homens começaram a segui-las. Elas podiam facilmente sair correndo na velocidade do vento mas os homens iam achar isso muito, muito estranho. Continuaram a andarsem sentir medo algum até que Bella sentiu que um deles segurou seu braço.
   - O que duas jovens fazem sozinhas a essa hora? - ele disse sarcasticamente. Bella e Alice prendiam a respiração, dias sem beber sangue e pessoas assim tão perto. Era tentação demais.
   - Nada e se você me soltar eu gostaria de ir embora - Bella disse entredentes.
   Os três riram.
  - Sinto muito mas estamos a fim de nos divertir hoje - um segundo homem disse.
   Bella olhou mortalmente para ele que imediatamene levou as mãos a cabeça e começou a gritar. Alice olhava aquilo aturdida, era Bella que estava fazendo aquilo com ele? Mas ela só estava olhando para o homem, aliás, olhando fixamente demais.
   - Bella! - Alice chamou baixo e Bella olhou assustada para ela. O homem parou de gritar assim que Bella tirou os olhos dele. Estava ofegante.
   - Que aconteceu? - perguntou o terceiro e último homem.
   - Não sei - respondeu o coitado ainda ofegante.
   - Deixem de bobagens e vamos ao que interressa.
   Os três se aproximaram e isso foi a gota d'agua para o controle delas. Não pararam até que tinham drenado todo o sangue de dois deles. Então se deram conta. Dois? Mas eles era três. Ergueram os olhos e viram o terceiro que ainda estav vivo olhando tudo estático e boquiaberto.
   O homem se virou e correu resmungando coisas como montros e vampiros. Mas Alice e Bella logo o alcançaram.
   - O que fazemos, Bella? - Alice perguntou aflita segurando o homem sem esforço algum e tampando com a mão a boca dele.
   - Não sei, Alice.
   - Bella, não sei o que você fez com aquele homem lá, mas faça com esse tambem. Entre na mente dele, ache nossa imagem e sei lá...apague.
   Bella olhou assustada para Alice.
   - Alice, não sei se posso fazer isso, quero dizer, não se se consigo...
   - Tente, Bella.
   - Bella acentiu e entrou na mente do homem. Era uma mente suja, de alguem que odiava a todos. Ela vasculhou todas as lembranças que pode. Viu-o saindo de casa, encontrando com aqueles amigos nogentos dele, entrarem num lugar e beberem e depois achou o que queria, o momento em que encontraram com elas. Sem saber direito o que fazer, Bella se concentrou naquela parte, se imaginou rasgando aquela lembrança com alguem que rasga uma simples folha de papel, e estranhamente sentiu como se ela...desfarelasse, deixando um espaço em branco.
   Votou a si e percebeu que o homem estava desacordado nos braços de Alice.
   - Conseguiu? - ela perguntou.
   - Acho que sim.
   As duas deixaram o homem perto de um hospital. Ficaram alguns dias observando  e esperando que ele acordasse, mas isso não aconteceu.
   - Será que você apagou algo a mais? - Alice perguntou séria.
  - Não, acho que o problema tenha sido exatamente apagar - Bella disse tambem séria - Talvez a mente humana não aguente ficar com um vácuo, talvez ela não consiga preenchê-lo com novas lembranças e por isso ele não acorda.
   - É, faz sentido - Alice murmurou - Mas o que você fez com aquele outro homem antes?
   - Não sei dizer ao certo - Bella disse sinceramente - Quando vi já estava fazendo aquilo. Foi como se eu atirasse na mente dele.
   - Hum, seus poderes estão aumentando, Bella. Estou preocupada. - Alice sussurou.
   - Eu tambem, Alice. Eu também.
   Os olhos de Alice de repente ficaram desfocados e quando ela voltou se levantou rápidamente.
   - Vamos, Bella. Temos que ir rápido - ela disse puxando a mão de Bella.
   - Que aconteceu, Alice?
   - Eu vi outra igual a nós. Outra com os mesmos olhos que os nossos. Ela tambem não quer matar mas vai ter uma recaída. Temos que impedir.
   Alice permitiu que Bella entrasse em sua cabeça e tivesse acesso a visão que ela tinha tido.
   Uma vampira, loira e linda, estava sentada com o rosto entre as mãos. Aos seus pés estava o corpo de uma mulher vestida vulgarmente. A vampira loira começou a puxar os próprios cabelos e gritar consigo mesma, a se chamar de monstro e coisas do tipo. Depois levantou o rosto e abriu os olhos. Realmente era iguais, com o mesmo sentimento de tristeza.
   - Vamos - Bella disse simplesmente e as duas sumiram na noite.
 
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   Rosalie estava escondida num beco escuro de uma cidadezinha ao norte da Bélgica. Ela estava com a garganta queimando de sede, mas não iria matar, nunca mais. O que ela realmente queria era se matar de fode ou sede. Tudo que ela queria era morrer. Ela não queria ser um monstro, ela não queria existir.
   Ouviu passos e risos e aquele cheiro de sangue humano invadiu suas narinas e seu veneno invadiu sua boca. Tampou o nariz como se aquilo fosse adiantar. Segundos depois um homem de terno e uma protituta entraram no beco já se agarrando. Rosalie fechou os olhos fortemente contendo o impulso de pular em cima deles, se moveu um centímetro e esbarrou numa lata de lixo chamando a atenção do casal, que olharam imediatamente na direção dela.
   - Quem está aí? - A prostituta perguntou e apertou os olhos para conseguir  ver na escuridão. Sorriu quando viu Rosalie - Uma mulher?
   - Não quer se diveretir conosco? - O homem perguntou rindo. Rosalie abriu os olhos e os dois perderam a fala com os olhos vermelhos que brilharam no escuro. O homem deu um passo atrás, empurou a protituta que caiu no chão e saiu correndo.
   A protituta choramingou e xingou o homem e tentou se levantar. Ela tinha ralado o braço com a queda e ele sangrava, muito pouco, mas sangrava. No instante seguinte Rosalie estava em cima dela com as presas a mostra. Antes porém que ela pudesse cravar as presas na mulher, dois pares de mãos a agarraram e a puxaram para trás.
   - Fique quieta - Alice reclamou enquanto a mulher corria e Rosalie tentava se soltar - Você não quer matá-la, não quer ser um monstro, se lembra?
   Isso fez com que Rosalie voltasse a si e olhasse alarmada para as duas. Desde que tinha se tornado aquilo ninguem tinha conseguido a segurar. Olhou nos olhos das duas estranhas e viu os olhos vermelhos e entendeu. Elas eram vampiras como ela.
   Pulou para trás assustada e tratou logo de usar o dom que tinha percebido a pouco tempo que possuía. Alice ficou com os olhos fora de foco, mas Bella não. Bella olhou para Alice e vasculhou na mente dela para ver o que estava acontecendo. Quando percebeu que era uma espécie de ilusão e que era a vampira loira a sua frente que fazia isso se infureceu profundamente. Finalmente não estava mais sozinha e agora aquela vampira queria lhe tirar Alice? Nem pensar!
   - Nós corremos até aqui para te ajudar e você coloca Alice numa ilusão? Nós deviamos ter deixamo você matar aquela mulher e morrer de remosos depois, sua ingrata! Viemos oferecer ajuda e é assim que você reage? Tomara que continue para sempre sozinha, ja que é assim que você quer. Agora tire-a já desse lugar ou eu acabo com você! - ameaçou de um jeito que fez Rosalie tremer. Ela não tinha sido afetada pela sua ilusão? E que história era aquela de terem ido até ali para ajudá-lá? Bella rosnou e deu um passo a frente. Rosalie se assustou e liberou Alice no mesmo momento.
   - Heim? Que aconteceu? - Alice murmurou olhando para os lados.
   - Vamos embora, essa dai não quer nossa ajuda. Deixe-a matando inocentes e convivendo com sua conciência então - Bella resmungou. Alice olhou para ela com uma sobrancelha arqueada.
   - Todo esse nervoso é porque você estava preocupada comigo?
   Bella bufou envergonhada, se virou para fora do beco e começou a andar.
   - Vamos de uma vez - resmungou.
   - Ah, você estava preocupada comigo! - Alice começou a pular e a bater palinhas. Correu até Bella murmurando muitas coisas ao mesmo tempo.
   - Esperem! - Rosalie chamou e as duas se viraram para ela - Quem são vocês?
   - Alice Malory - a pequena fadinha correu até ela novamente, mas Bella não saiu do lugar e nem disse nada - Aquela é Isabella Vanderskein. Vamos, Bella. Não foi pra tanto. Eu estou bem não estou? Ela só estava assustada.
   - Não sabiamos como eram os poderes dela, ela poderia ter acabado com você. Ainda bem que graças aos meus poderes ela não me afetou. - Bella reclamou se aproximando - E quem é você afinal? Vai nos dizer ou quer que eu leia sua mente?
   Rosalie se assustou e murmurou mais do que depressa.
   - Rosalie Stainer.
   - Pare de assustá-la, Bella! - Alice a repreendeu mas não deixando de sorrir - Você tambem tem poderes, então? Que legal! Você é como nós! Bella pode ler os pensamentos das pessoas, pode criar um escudo mental e pode fazer mais alguam coisa que estraçalha a mentes que nós ainda não descobrimos o nome. Eu posso ver o futuro, foi por isso que viemos atrás de você, já que você é como nós.- falou de uma vez deixando Rosalie atordoada.
   - Acostume-se, ela é sempre assim - Bella disse a Rosalie.
   - Mas porque eu? - Rosalie perguntou e as duas olharas curiosas para ela - Digo, com tantos vampiros no mundo, porque vieram atrás de mim.
   - Não foi isso que quisemos dizer quando falamos que você era igual a nós - Bella explicou já calma - Existem milhares de vampiros pelo mundo como você disse, mas poucos que não querem matar inocentes e nem serem monstros. Entende agora?
   - Mais ou menos - Rosalie murmurou.
   - Foram seus olhos que nos trouxeram até você - Alice disse - Tristes, infelizes, vazios...como os nossos. Mas ficando juntas nós estamos nós curando e nos ajudando. Viemos procurar você porque queremos que você siga com a gente.
   Rosalie ficou estática. Fazia quase meio ano que estava sozinha e agora era como se visse uma luz no fundo daquele inferno em que estavam vivendo. Bella e Alice estava estendendo a mão para a tirar daquela escuridão e ela não iria rejeitar. Deu um sorriso miúdo.
   - Vamos aceitar isso como um sim. Agora vamos embora, ainda sinto o cheiro do sangue daquela mulher e está acabando com meu alto controle - Bella disse e sumiu para fora do beco.
   - Não se preocupe - Alice sorriu para ela - Bella é mau-humorada no começo, principalmente porque está tendo problemas com os poderes dela que são muito fortes e eu alias estou muito preocupada com ela, mas sei que ela vai dar conta, mas depois ela é a melhor pessoa para se ter por perto. Faz a gente se sentir bem sempre. Além de se preocupar conosco, embora não admita isso nem sobre tortura, aquela teimosa.
   - Eu ouvi isso, Alice - as duas ouviram Bella resmungar e riram discretamente.
   Aquele era o começo de uma eterna amizade.


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   Nove anos depois.
   1867, norte de Portugual.

   - O que faremos afinal? - Rosalie pergutou sentada em sua modesta cama.
   - Não tenho nem ideia - Alice murmurou - Bells?
  As três estavam morando naquela cidade a quase um ano e já não sabiam mais como se alimentar. Elas já tinham tentado matar somentes assassinos para saciar a sede, com a intenção de que o remorso fosse menor, mas não adiantou. O metodo da vez era que elas fingiam ser enfermeiras e roubavam sangue do hospital, mas de certo modo isso tambem as incomodáva. Não sabiam mais o que fazer para aplacar a sede.
   - Não sei ao certo. - Bella disse se desencostando da parede e indo até a janela - Talvez devessemos deixar a cidade e ir para outro lugar. Fazendo isso talvez alguma ideia surja.
   - Hum, pode ser. De qualquer maneira gostei da ideia de nos mudarmos - Alice concordou.
   - Muito bem então - Rosalie disse já se levantando - E para onde vamos?
   - Que tal Espanha? - Alice sugeriu.
   - Já estivemos lá a cinco anos e eu me lembro muito bem do que a senhorita aprontou sobre as touradas - Bella descartou a idéia.
   - Mas é muita maldade o que eles fazem com os pobres bixos! - Alice reclamou.
   - Definitivamente, não - Bella encerrou o assunto fazendo Alice bufar - Que tal Alasca? Nós estavamos pensando em ir para lá a dois anos atrás, lembram-se?
   - Acho que é uma boa idéia - Rosalie sorriu.
   - Vamos para o Alasca então - Alice saltitou.
   Em menos de uma semana as três chegaram ao Alasca. Alugaram uma casa simples e meio longe do povoado. Era sempre assim as casas delas. Simples e distantes. Elas gostavam de liberdade e ia ser estranho se alguem visse uma delas sentada em cima do telhado por exemplo.
   - Vocês estão ouvindo isso meninas? - Alice perguntou de repente quando arrumava suas coisas no novo guarda-roupa.
   - Parece um... violino? - Rosalie chutou.
   - Melhor vermos o que é - Bella disse e as três sairam em disparada pela pequena floresta atrás da casa. Correram um pouco e sentiram cheiro de vampiro. Chegaram numa parte da floresta em que as árvores eram mais baixas. Olharam para um dos galhos e viram uma vampira de longos cabelos ruivos tocando um violino de olhos fechados.
   Incrívelmente as três não falaram nada, ficaram paradas escutando a estranha tocar calmante. Quando a melodia terminou a vampira abriu os olhos e as três tomaram um susto ao se depararem com incríveis olhos dourados.
   A vampira ruiva as analisou por alguns segundos e depois sorriu.   
  - Gostaram da música? Chamasse Clair de Lune, é minha favorita embora tenha sido composta a pouco tempo.
   Alice e Rosalie não disseram nada, mas Bella não ficou quieta.
   - Não tem medo de que ataquemos você? - perguntou arqueando uma sobrancelha - Já encontramos com outros vampiros antes e eles imediatamente corriam ou pulavam em cima de nós.
   A vampira sorriu novamente.
   - Normalmente sou uma boa juíza de caráter, não acho que vocês vão me atacar ou coisa do tipo, vão? - perguntou na brincadeira.
   As três sorriam encantadas com a vampira ruiva.
   - É acho que isso é um não. Mas vocês não me responderam, gostaram da música?
   - Gostamos - as três disseram ao mesmo tempo arrancando uma leve risada da ruiva.
   - Eu sou Alice Malory - a pequena já foi se apresentando - Essas são Isabella Vanderskein, mas que nós a chamamos de Bella e Rosalie Stainer.
   A vampira loira segurou firmemente o violino e saltou graciosamente do galho parando na frente delas com um sorriso acolhedor.
   - Sou Daiana, Daiana Swan.


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Notas finais do capítulo

Amores do meu coração!!!
Cade minhas reviews? Vocês não me abandonaram, não é? NÃO É? AHHHHHHHH! (tem um treco)
Certo, certo, parei de drama. Mas façam uma autora feliz e deixem reviews, assim eu sei o que vocês estão achando e me sinto motivada para continuas a escrever.
Até fds que vem!
Lembrem-se das reviews, hein!
Beijos com carinho!
Jessica Hyuuga