O Som de Um Romance escrita por Risurn


Capítulo 9
9. Back To Black


Notas iniciais do capítulo

E ai? O capítulo passado foi fofo, não? É, também achei. Acho que vou fazer outro naquele estilo pra vocês. É, vou sim.
Enfim, aproveitem



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Decidi acordar com o pé direito hoje. Chega de Percy. Chega de dor e arrependimento. Chega. Eu preciso de um lugar pra ficar. Um emprego. Qualquer coisa. Hoje era meu último dia nessa casa. Já estava decidido.

Durante o café, resolvi checar no jornal os locais que estavam precisando de funcionários. Uma sorveteria precisava de atendente, um curso precisava de professor, uma empresa precisava de faxineira... É. Acho que vou ficar com a sorveteria por enquanto. Procurei pelo endereço e segui rumo ao lugar.

Nem precisei dirigir, ficava a poucas quadras da minha casa, o que foi realmente muito útil.

— Muito bem, Senhorita Chase. – disse Ártemis, dona do estabelecimento. – Você tem alguma experiência nessa área? Atendimento?

— Bom, eu tenho um estágio de uma loja de roupas, por causa de um curso de administração que fiz. Nada que tenha durado muito.

— Certo, certo... Lida bem com o público?

— Dizem que sou muito simpática. – falei sorrindo. Tudo bem, isso não era verdade, mas eu precisava do emprego.

— Bom, muito bom. – respondeu ela sorrindo de volta. – Tem família?

— Moro com a minha mãe.

— Tem namorado? Noivo?

— Tinha.

Ela assentiu.

— Certo. Acho que é o suficiente por hora. Se você passar no dia de teste... O emprego pode ser seu.

— Muito obrigada, quando começo?

— Agora mesmo. Basta ir naquele balcão e esperar. Você vai ficar no caixa, é simples, tudo bem?

— Tudo bem.

Caminhei até a bancada e sentei, esperando algo de bom acontecer.

Passei a manhã toda e boa parte da tarde atendendo criancinhas fazendo birra para os pais por querem mais sorvete. Crianças.

Até que eu vi. Perseu Jackson caminhava calmamente pelo calçada ao lado da sorveteria com um cigarro confortável entre seus lábios. Abri a boca em surpresa, como assim?

Mandei-lhe uma mensagem:

“Agora você fuma? De novo?”

Se fui ignorada? Sim, obrigada por perguntar.

Bufei. Eu iria inventar algo pra fazer essa noite, não podia voltar pra casa.

(...)

Ao fim do expediente, Ártemis disse que analisaria bem, mas que achava que eu havia ido muito bem. Fiquei feliz com isso, seria realmente ótimo ser aprovada.

Enquanto caminhava em direção a minha casa passe por um pequeno pub e fiquei pensando seriamente em entrar. Porque não?

Ao abrir a porta dei de cara com um lugar bem iluminado, barulhento, pintando em tons de laranja, preto e branco. Me senti em uma festa de Halloween. Maravilha.

Procurei uma mesa mais afastada do pessoal, o que foi quase impossível. Mas havia uma mesa vazia quase nos fundos do lugar, e foi ali que sentei.

— Ei, - gritei para um garçom que passava por mim – se puder, leve um copo de vodka pra mim, sim? Eu vou estar... Naquela mesma, tudo bem? – apontei enquanto ele assentia.

Sentei e esperei calmamente minha bebida chegar. Eu sabia que não devia ter pedido vodka, mas eu precisava de um copinho. Um só. Se Percy pode voltar pro vício dele, eu posso voltar para o meu. O som dos resmungos a minha volta, o barulho, a música, a gritaria, me acalmavam. Daquela forma era mais difícil me ouvir pensando. E aquilo era bom pra mim.

O garçom me entregou e saiu correndo por ai.

Ah, o amargo gosto de vodka. Como era bom. Sentia aquilo queimando minha garganta até chegar ao meu estômago. Só mais um pouquinho.

Três copos depois resolvi levantar os olhos para a pista de dança. Uma ruiva dançava de um modo que ela julgava muito sensual no meio da pista. Pude ver os caras babando sobre ela e a única coisa que eu conseguia pensar era: ridícula.

Aos poucos minha visão foi desembaçando e reconheci a garota. Rachel Elizabeth Dare. Maravilha.

Um moreno chegou perto dela, ele tinha um cigarro entre os lábios e logo estava dançando no mesmo ritmo que o da garota. Seus corpos foram acelerando o ritmo conforme a velocidade da música aumentava. Tive tempo de ver a garota colocar as pequenas mãos na nuca do garoto e puxá-lo para baixo, em direção aos seus lábios. O que pior além do nojo que eu estava sentido? Era Percy ali.

Ele colocou uma mão na cintura dela, a apertando, e com a outra levantou o copo, fazendo os caras do lugar gritarem. Mordi o lábio. Eu não ia falar nada.

Logo ele mordia o pescoço da mesma. Pude ver um anel em seu dedo. Ela tinha namorado, percebi horrorizada.

Eu não podia acreditar naquilo que meus olhos viam e se negavam a aceitar. Não podia ser. Não podia ser meu Percy ali. De volta com as apostas, com as bebidas e cigarro. Não podia. Estava pior do que eu imaginava.

Tive vontade que quebrar o copo e fui isso que fiz após o último gole.

Levantei calmamente e procurei por algo. Algo que fosse de preferencia, alto, bonito e solteiro. Até que encontrei um.

— Me faz um favor? – perguntei enquanto sentia o mundo girar.

Ele me analisou de cima a baixo.

— Pra você? Qualquer coisa.

— Então vem cá.

Puxei ele pela mão e o arrastei até perto de Percy e a vaca ruiva. Pude sentir o álcool fazendo efeito.

— Sabe dança? – ele assentiu. – Ótimo.

Comecei a me mover como Rachel, e aos poucos peguei o ritmo. Eu era uma boa dançarina, só estava um pouco enferrujada, mas ninguém pareceu notar.

O garoto tinha a mão na minha cintura e se movia comigo, coloquei a mão em sua nuca e o beijei. Ele beijava bem, mas não consegui aproveitar. Parecia errado demais.

Quando o garoto fez menção de me beijar novamente o senti sendo afastado de mim. Um empurrão. Percy.

— O que você acha que tá fazendo cara? – gritou Percy para o garoto.

— Eu? O que você pensa que tá fazendo?

— Se você chegar mais uma vez perto dela eu juro que...

Me meti na frente deles, empurrando Percy.

— Você jura que vai o que? – gritei – Anda! Responde!

Percebi que estava chorando, mas quem liga?

— Você está bêbada? – ele perguntou, recuando um passo.

— Se eu tiver, o quê que tem? Você também está!

— E dai? Pelo menos eu não estava me agarrando com um estranho por ai!

— Ah é! – sorri, sem humor – Porque me agarrar com um conhecido seria muito melhor, não é?

Ele ficou em silêncio, só me encarando.

— Enquanto você ficava ai, na farra... Eu ficava pensando em nós! Se eu havia feito o certo ou se havia sido um engano! Isso só me prova que eu estava certa!

— Você...

— Não! Não fala! Não quero ouvir! Eu vou embora. – me virei para o garoto que apenas olhava para aquilo em entender. – Me desculpe por isso. – Ele assentiu e saiu. – Quanto a você, pode continuar se agarrando com a vaca ruiva, tudo bem? Tudo bem.

Sai dali o mais rápido que pude e peguei o celular, discando o número conhecido. Depois de três toques ela atendeu.

— Posso dormir ai?

Annabeth? Tá tudo bem?

— Posso ou não?

Pode, mas... O que está acontecendo eu...

Não a deixei terminar, corri em direção a casa dela. Não ia conseguir falar agora.

Perseu Jackson, eu o odeio.


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Notas finais do capítulo

É. Altas emoções. O que será que está acontecendo?
Não acredito! Percy! Meu coração :'c
E vocês? O que acharam? Deixem sua opinião!



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