O Som de Um Romance escrita por Risurn


Capítulo 4
4. Pra Sonhar


Notas iniciais do capítulo

Capítulo com emoções a menos, tenho que dar um descanso para o meu coração gente. Ai ai. Boa leitura ^^



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Acordei em um pulo indo conferir o celular. Nada. Bufei, me jogando na cama. Espera. O que eu estou fazendo?

Revirei os olhos, levantando. Eu devia fazer algo útil da minha vida, como faculdade ou emprego. Devia mesmo.

Desci para tomar café da manhã checando o celular de cinco em cinco minutos, obcecada. Até mesmo Atena já havia notado e resolveu finalmente perguntar o que era na hora do almoço.

— Esperando uma ligação?

— Hum? Oi? O que?

— Eu perguntei se você está esperando alguém te ligar.

— Ah! Não... Eu só estou checando as horas. – menti.

— De cinco em cinco minutos?

— As horas mudam o tempo todo.

Ela revirou os olhos exatamente como eu e voltou a comer.

— O que vai fazer da sua vida? Não vai arranjar um emprego? Vai viver aqui para sempre?

Levantei, parando de comer.

— Eu também estava com saudades mamãe. Bom te ver, eu já arrumo minhas coisas. Aliás, eu me viro. Não preciso viver aqui mesmo.

— Annabeth eu... – levantei a mão que já tremia em ansiedade.

— Não. Você quis sim dizer exatamente isso, não precisa tentar dizer o contrário. Sei lá, eu arranjo alguma vaga na universidade daqui e sumo da sua vista.

— Eu não quis dizer...

— Viu só? Quis sim! – exclamei, agarrando meu cabelo. – Você sempre quer dizer as coisas e espera que todo mundo aceite. Meu deus. Eu sei me virar, então se esse é o seu jeito educado de me expulsar de casa... Ótimo. Eu estou indo. – disse, virando as costas e indo em direção as escadas.

— Annabeth Chase sente já nessa cadeira! Eu estou mandando!

Parei, rindo de lado.

— Sabe qual é o seu problema? Sério, seu problema de verdade? – virei em sua direção, andando até ela acusatoriamente. Eu estava possessa e sabia disso. – O seu problema é achar que pode fazer tudo! Tudo! Que pode escolher o que eu devo fazer pra minha vida, com quem devo andar, o que devo vestir, com quem devo namorar... E você não sabe de nada! Sabe por quê? Porque é uma mulherzinha desprezível e vazia.

Mal tive tempo de pensar e um tapa estralado soou pelo cômodo.

— Nunca. Mais. Fale. Assim. Comigo. - disse ela entredentes.

— Falar o quê? – disse, com as lágrimas de raiva escorrendo. – A verdade? Porque é isso que eu estou fazendo. Falando a verdade. O quê? Acha que eu não sei que você odeia Percy Jackson com todo o seu ser? Acha mesmo?

— Você não deveria ficar com ele, ele realmente não serve pra você, além do mais...

– Viu só? – gritei, a interrompendo e voltando a apertar meu cabelo – Você nem o conhece! Eu o amo. Eu. E é isso que interessa!

— Vocês nem estão mais juntos!

— Mas isso não te dá o direito de falar assim dele! Olha, Atena, - disse, tentando ficar mais calma – Eu saio daqui. Uma semana. Encontro um lugar pra ir e fim.

Não lhe dei chances de responder, virei as costas e subi as escadas. Chequei meu celular outra vez: nada. Droga.

(...)

No outro dia pela manhã levantei devagar. Fiquei encarando fixamente a tela do celular até a uma da manhã na noite anterior e então havia decidido que não olharia se havia recebido uma mensagem o dia todo. Percy devia estar querendo brincar comigo e eu cai direitinho. Sabia que ele não estava diferente. Devia continuar um babaca, irresponsável, inconsequente como sempre. Acho que ele nem vai fazer nada, no mínimo já encontrou outra.

Depois de estar devidamente vestida resolvi pesquisar algumas faculdades. Nunca se sabe. Havia uma variedade sem tamanho de lugares para ir em todo o país. Talvez eu arranjasse um emprego, porque, como eu já disse: nunca se sabe.

Decidi não descer para o almoço, o clima ainda não estava muito agradável e eu também precisava começar a empacotar minhas coisas outra vez. Que maravilha.

Comecei a preencher a fixa de inscrição de algumas universidades: Yale, Duke, Harvard - Sim. Eu tenho potencial para todas elas – quando decidi checar as horas.

Eram quase cinco horas da tarde, mas não foi isso que me chamou atenção. Uma nova mensagem. Larguei tudo, levantando em um pulo. Havia sido enviada às seis e meia da manhã. Não acredito. Ele havia mesmo mandado uma mensagem.

Eu juro que ia começar ontem, mas tenho certeza de que você ficou esperando a minha mensagem. Então, é, eu estava brincando.
Mas agora é sério. Hoje. Dezenove horas.
“Do outro lado da montanha onde tudo começou
Quando sua voz falou
Pra onde você quiser eu vou”
Sabe onde é, certo? É. Eu sei que sabe. Te vejo lá.
Com todo amor, P.

Sim. Eu sei onde é, e, não, eu não vou. É. É obvio que eu não vou. Aliás, jogo baixo esse o dele, escolher uma das nossas músicas. Bem baixo.

Olhei para a tela do computador, doze formulários para serem preenchidos.

É. É claro que eu vou.

(...)

Depois de refletir entre usar uma camiseta branca ou uma preta – que eram exatamente iguais – escolhi uma cinza e fui ser feliz. Calça jeans preta, all star, rabo de cavalo. O que está faltando? Ah é! É a minha dignidade que eu estou deixando aqui dentro de casa.

– Atena! – gritei – Volto antes das dez! - "Ou não", pensei.

Não esperei resposta, entrei no carro e fui para o outro lado da tal montanha – que, na verdade, não é montanha nenhuma, é apenas uma mata fechada do Parque Laker, localizado no bairro Laker. Bem original, não é?

Dirigi até o lugar e estacionei o carro. O estacionamento estava praticamente deserto por estarmos do meio da semana, mas quem liga? Nunca vi nenhum tipo de crime em coisa alguma do bairro Laker. Talvez por isso eu havia me permitido me perder por aqui. Para encontrar um anjo salvador.

Desci do veículo e comecei a procurar, rumando em direção à floresta. Já era dezenove e trinta. Meia hora de atraso não mata ninguém. Aliás, eu não deveria nem ter vindo. Deveria ter ficado em casa, como uma ex-namorada normal, e não ir atrás dele. Deveria. Mas não fiz. Porque não fiz?

Acho que o trecho da música dizia muito sobre mim realmente, sempre o segui e provavelmente o seguirei para sempre – o que é um grande problema para a minha integridade mental.

Depois de andar por quase vinte minutos consegui achar a saída da mata e chegar a clareira.

— Eu já estava achando que ia ter que te encontrar outra vez. – falou uma voz e eu ri, sem nem perceber.


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Notas finais do capítulo

É. Eu sei, capítulo fraquinho. Mas mas né? É a vida.
Reviews? Opiniões? Porque né; Ficou legal *-*
Até amanhã amores e amoras ;)



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