O Som de Um Romance escrita por Risurn


Capítulo 3
3. Eu Preciso Dizer Que Te Amo


Notas iniciais do capítulo

Aos meus novos leitores, eu não costumo escrever com tanto drama, mas acho legal. Estou tentando o novo estilo.
Aliás, está sendo muito divertido.
Aí está, capítulo três.



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Dois dias. Haviam se passado dois desafortunados dias, nove horas e trinta e dois minutos desde o momento em que coloquei Perseu Jackson porta a fora. Sim, eu estava contando. E, não, não estou paranoica. Talvez um pouco.

Eu estava encarando a nova aquisição ao teto do meu quarto. Pode parecer infantil ou algo do gênero, mas eu sempre quis colar estrelas que acendem no escuro no teto do quarto, e agora que fiz isso só podia fiar admirando o meu trabalho de mapear as minhas constelações favoritas no local. E, bem no centro do quarto, acima da minha cama estava a principal: a constelação de Hércules. Percy gosta desta.

Sacudi a cabeça, estar apaixonada era uma droga.

Achei que eu devia simplesmente deixar tudo isso pra lá e ir dormir, e foi o que tentei fazer.

Vesti meu pijama, apaguei todas as luzes e entrei embaixo do cobertor para ficar encarando minha galáxia particular. Galáxia particular. Gosto de como isso soa.

Fechei os olhos e ouvi um barulho. Abri um olho, e depois o outro, calmamente. Esperei. Silêncio.

— Annabeth, você precisa dormir. – repeti para mim mesma três vezes antes de finalmente ouvir o barulho novamente.

Desta vez levantei, buscando a origem do som. Outro. Vinha da janela. Abri a mesma colocando a cabeça pra fora e procurei o que poderia estar causando isso até ser atingida por uma pedrinha com não mais de cinco milímetros de diâmetro. Só pode ser piada.

— Ai! – murmurei, levando o dedo ao local onde o ser infeliz acertou.

O mesmo se preparava para lançar outra pedra, mas se interrompeu no meio do ato ao ver-me.

— Ah, achei que já tivesse dormido.

— Percy. O. Que. Você. Está. Fazendo. Aqui?

— Bom, certa moça não atende o celular, não entra mais em rede social nenhuma – e olha que você tem várias redes senhorita Chase – e, pra completar, parece fingir que eu não existo. E, com certeza isso não está certo. Acaba com o meu sentimentalismo.

— Percy, eu já disse, acabou.

— É, é, sei. Mas, eu não estou aqui por isso.

— Então está aqui por que meu deus?

— Era ai que eu queria chegar! Eu passei os últimos dois dias pensando muito, e você sabe que eu não costumo fazer isso. E então cheguei a uma conclusão bem óbvia.

Ele se aproximou da base de minha casa e buscou algum apoio pela calha, lentamente começou um processo de tentar escalá-la.

— E qual foi? – perguntei, começando a ficar apreensiva. Isso não cheirava nada bem e, acredite, não era o perfume dele. Porque se fosse, seria delicioso.

Alguém mais está ouvindo o coro dos céus me mandando fechar a janela e voltar para a cama? Porque eu estou ouvindo.

— Que você ainda me ama. E que você vai voltar para mim, tipo, agora.

Agora ele já estava quase na altura da minha janela, mais duas braçadas e chegaria.

— Percy, isso é coisa de adolescente imaturo.

— Minha querida, eu sou um adolescente imaturo. E você também é.

— Eu tenho dezenove anos.

— Eu também tenho, nem por isso sou adulto, muito menos você.

— Percy, é sério. Tá parecendo cena de filme americano. Sabe? Escalar até a sacada da garota e todo mundo fica junto no final.

— Mas nós vamos ficar juntos no final. – disse ele, sentando na minha janela de costas para mim, me fazendo dar um passo para trás.

— Acho que não vamos não.

— Você me ama.

— Como pode saber?

— Me prove o contrário então.

— E como você espera que eu faça isso?

— É uma história engraçada. – disse ele, olhando para cima, para as estrelas reais daquela noite de maio. – Três anos atrás eu conheci a garota mais estúpida de todos os tempos: é birrenta, mandona, extremamente irritante, insensível, fria e calculista. E tudo o mais que se pode imaginar. Mas, mesmo assim, de algum jeito ela me pegou e quando eu vi já estava sem saída, sem chances de sair do labirinto. Admito, eu faço tudo errado mesmo, eu faço todas as merdas possíveis, mas mesmo assim ela nunca saiu do meu lado por três anos. É tempo demais e ao mesmo tempo pouco tempo. Mas sabe o que é pior? Perceber que eu não pude sair do labirinto, mas ela pôde. Eu não consigo encarar a porta e sair, mas ela consegue. Eu não consigo deixa-la, mas ela consegue, mesmo me amando. E isso me assusta pra caramba. Sabe por quê? Porque eu não vivo mais sem ela. Eu a amo. Então agora, olhe nos meus olhos como eu estou olhando nos seus. Olhe no fundo deles e diga que não me ama mais, que não sente mais nada por mim. Se você fizer isso eu vou ter certeza. Irei embora e nunca mais irei te incomodar. Mas caso faça o contrário, acredite: Eu nunca irei embora. Porque você pode dizer não me amar - algo que eu, particularmente, duvido muito -, mas caso seja mentira não irei aceitar isso. Vou lutar por você até o último minuto. Mas eu precisava dizer que te amo, te ganhando ou te perdendo.

Agora ele me encarava fixamente, eu via a verdade em seus olhos. A resposta estava na ponta da minha língua, afiada, pronta para ir. Mas a verdade também estava ali, ansiando loucamente para sair e gritar a plenos pulmões que eu também o amava. Mas não podia, assim como não podia mentir.

— E-eu... – tentei. – Olha, isso é uma grande besteira, você sabe disso, aliás... – me perdi nas palavras, pois um sorriso enorme se formava em seus lábios. Ele levantou da janela e andou até mim. – O-o que foi Percy?

— Nada. – falou, prendendo o riso. – Estou esperando que me diga que não me ama.

— Eu não te amo. – falei, encarando um ponto entre seus olhos.

— Não, não pode dizer assim. Tem que dizer direito. – ele aproximou seu corpo do meu, me fazendo dar um passo para trás, instintivamente. O mesmo colocou um braço na base da minha coluna me trazendo para mais perto de si. O perfume. O toque. Inebriante. Segurou meu rosto entre os dedos e virou em direção ao seu rosto. – Diga agora. Olhando nos meus olhos: “Eu não te amo mais”.

Os olhos verdes me encaravam com expectativa.

— E-eu não te amo mais.

E então, ele riu.

— Ótimo, era tudo o que eu precisava saber. – Encostou nossos lábios de leve antes de me dar as costas, me deixando levemente desorientada. – A partir de amanhã as instruções vão chegar. – ele começou a colocar o corpo para fora da janela e então sentou na mesma.

— Instruções de que?

— Da nossa programação.

E então pulou. Corri até a janela.

— Ai meu Deus, Percy! Tá tudo bem?

Ele ria.

— Tudo muito bem. Não esqueça, tem que seguir o horário direitinho para me encontrar. – ele falou, se afastando.

— Por que você acha que eu vou seguir o seu joguinho? – perguntei ao vê-lo quase sumir ao longe. Ele sorriu de lado. Droga.

— Eu não acho que vai. Eu tenho certeza.


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Notas finais do capítulo

E ai? E ai? O que acharam? Primeiro, quero agradecer à Jadelyn Grace; Like a Girl; e a heyjackson por terem favoritado a fic! Obrigada, de verdade.
Fico muito feliz pelos reviews recebidos até agora!
Beijos e até amanhã ;)



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