O Som de Um Romance escrita por Risurn


Capítulo 24
24. Way Back Into Love


Notas iniciais do capítulo

EU CONSEGUI! EU CONSEGUI! *dancinha da vitória*
Agora, meus capítulos estão ok!
Enfim, menos um, restam quatro!
Boa leitura ;)



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Sete meses depois

— Cara, corre! Anda logo! Mala?

— Confere – gritei correndo enquanto tentava achar meu tênis.

— Passagem?

— Confere!

— Celular?

Apalpei meu corpo em busca dele, bolso direito da calça.

— Confere!

— Mala número dois?

— Cara, você acha que eu sou uma garota pra precisar de duas malas? – perguntei pulando para colocar o pé no sapato.

— Você vai levar duas, não vai? – perguntou ele com cara de tédio.

— Vou. – respondi olhando para o chão.

— Já tá tudo no carro?

— Já.

— Horas?

Peguei o celular e conferi o visor.

— Vinte para as sete.

— Certo. Temos vinte minutos para chegar ao aeroporto. Pegou tudo?

— Tudo.

— Anda logo por que a Thalia já está me esperando a muito tempo.

Andei em direção à saída da casa, eu vivia ali há quase quatro anos. Quantas lembranças boas. Outras nem tanto. Os últimos meses foram os mais corridos da minha vida e, após conversar muito com Sally e Nico decidi dar um rumo para a minha vida. Biologia Marinha? Ai vou eu.

Nico dirigia rapidamente pelas ruas da cidade tentando chegar a tempo ao lugar. Se eu perdesse o avião perderia a matrícula e, consequentemente minha única chance de bolsa.

Eu estava receoso de ir para aquela universidade. Com receio de encontrar certa pessoa.

Admito que tenho vivido com uma sombra sobre mim, sozinho por tanto tempo. Sozinho por orgulho. Sozinho por opção. Ou não. Talvez por medo, receio. Sozinho quanto a ela. Outras vieram, admito. Amores de uma noite. Se eu me sinto um lixo? Acho que esse é um dos sintomas de ser eu.

Eu tenho a impressão que reservei tempo demais para limpar a minha mente, esconder sonhos e esperanças. Mas também acho que tenha sido a decisão mais sábia. Nenhum dos dois estava pronto, mas agora eu sinto o medo estúpido chegando enquanto vejo o aeroporto se aproximar. E se eu encontra-la? O que eu iria dizer?

As vezes acho que Annabeth escolheu fazer arquitetura ali esperando que um dia eu aparecesse. Eu tenho certeza absoluta que ela passou para outras muito mais concorridas. E se ela realmente escolheu aquela por mim? Ela está prestes a começar a segunda fase do seu curso. Começou antes de mim. Abandonou a cidade antes de mim.

Nico estacionou o carro próximo à entrada do aeroporto e uma Thalia raivosa nos aguardava.

— Se vocês não chegassem a tempo eu ia entrar naquele avião sem vocês!

— Não ia não. – murmurou Nico. – Você sabe que morre de medo altura, sem o papai aqui você morreria.

— Espera. Você tem medo de altura Thals?

— Di Ângelo eu irei lhe matar lentamente e espalhar todos os pedaços do seu corpo pela cidade. – gritou ela tentando pular em cima de Nico, que foi protegido por mim.

— Calma, ei, ei, quieta, senta, boazinha.

— Percy, você acha que eu sou um cachorro?

— Sei lá, você morde. Não dá pra saber a diferença.

— Ah seu... Eu vou te matar! – minha vez de ser protegido por Nico. Eu amo esse cara.

— Olha só meus amados, lembram? Voo? Daqui... Cinco minutos?

Corri até a parte de trás para pegar minhas malas e corri em direção à pista de embarque. Se eu gosto de voos? Não mesmo. Mas isso só me deixa a um passo dela.

Entrei no avião e encontrei uma poltrona vazia. Sentei ali e logo uma garota sentou ao meu lado. Tinha cabelos castanhos longos e sorriso encantador. Piscou pra mim.

Desviei o olhar encarando o chão da pista. Pude ouvir a aeromoça dando os avisos e dizendo que o avião iria decolar. Fechei os olhos e tentei pensar em coisas boas, aviões sempre me deram nos nervos.

Pensei na garota ao meu lado, ela não se parecia com Annabeth, e por mais que eu tentasse sempre acabava comparando todas as garotas a ela. As estrelas não voltaram a brilhar nem um único dia depois que eu havia dito que precisa de um tempo. Mas acho que ela me deu tempo de mais, e tempo para si também. Quem me garante que ela não arranjou um universitário bonitão?

Só espero que se eu abrir meu coração pra ela de novo, ela esteja lá por mim. Me esperando. Por que, se não, espero que ela tenha alguma direção para me fornecer, por que não quero mais romances de uma noite.

Encostei a cabeça na poltrona sabendo que a menina olhava para mim. Eu só quero dormir um pouco.

(...)

— Meu deus, chão! Terra! Eu nunca mais vou entrar em um avião outra vez! – Thalia se estirou na calçada abraçando o solo assim que o avião pousou.

— Amor, sem drama. Nós temos que voltar pra casa, lembra?

— Ah, é. Certo. Não podemos ficar por aqui mesmo? – perguntou ela se levantando.

— Só daqui seis meses, lembra? Lerdos demais para matrículas.

— É, por causa desse Cabeça de Algas que esqueceu de nos avisar. – disse ela batendo na minha cabeça.

— Ah, oi? O quê?

— Estava onde cara? Pensando na morena que sentou do seu lado? Eu vi como ela olhava pra você, se deu bem! – Thalia o fuzilou com os olhos. – Quer dizer, ela era legalzinha até.

Ri de lado quando vi um sinal de positivo discreto que ele fez, Nico não toma jeito.

Decidimos pegar um táxi até o campus. Quando cheguei fiquei surpreso com o tamanho do lugar. Era majestoso. Fiquei imaginando que Annabeth seria capaz de projetar algo assim, sempre a vi rabiscando edifícios, casas, qualquer coisa, atrás de papéis, cardápios, cadernos, tudo. Suspirei. Por que nunca dei valor para isso?

Caminhei até a secretária e dei meu nome para a inscrição.

— Chegou em cima da hora Senhor Johnson.

— Jackson. Complicações na viagem.

— Não importa. Aqui está, espero que não faça bom proveito. Próximo?

Sai da sala encarando o gordinho de cabelo encaracolado. Espero que não precise aturá-lo por muito mais tempo. Ou o resto do curso. Meu deus, seria um horror.

Thalia e Nico haviam ido dar um passeio e voltariam mais tarde para tentar encontrar Annabeth. O que é realmente uma pena, porque eu não vou acompanha-los, não posso vê-la ainda.

Peguei meus papéis e tentei entender os horários, como eu ia ter tempo de estudar aquilo tudo? E como é que...

Meu devaneios foram interrompidos quando alguém esbarrou em mim.

— Meu deus, me desculpe! – murmurou ela se abaixando para pegar os livros que derrubara – Sou uma desastrada e...

Ela parou ao me encarar. Sabe aqueles momentos da vida que você acredita que só acontecem em filmes? Aqueles que parecem uma coincidência louca do destino? Eles acontecem comigo, por alguma razão. Tenho certeza que o campus é maior do que eu jamais poderei contar. Mas, adivinhe quem eu encontrei?

— Percy?


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Notas finais do capítulo

E aí? E aí? Digam! Por favor! Me joguem chocolate! Sei lá!
Até amanhã, sugestões? Aberta para todas.
Beijos ^^