O Som de Um Romance escrita por Risurn


Capítulo 23
23. Você Não Me Ensinou A Te Esquecer


Notas iniciais do capítulo

Algumas coisas antes da história:
~~> Me diverti demais lendo os reviews, sério. Mas eu levei uma livrada na cabeça! Pelo menos ganhei pão u.u
~~> Quero pedir desculpas pelo atraso, mas explico isso nas notas finais! Obrigada, vão ler ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/542460/chapter/23

Olhei para Percy uma última vez antes de sair pela porta. Expressão cansada e triste, corpo rígido, os olhos que eu amava fechados. Suspirei. Sou a causadora disso.

Fechei a porta com um baque surdo sem querer, mas a minha vontade era voltar lá para dentro e dizer que sentia muito e pedir desculpas outra vez. E depois outra, e outra, e outra, até ele me aceitar. Até tudo dar certo. Não importa o que digam, eu sou estúpida em querer voltar e ele é estúpido em negar. Matemática básica. Idiota mais idiota resulta em dor. Dor para os dois lados, como agora.

Apressei meus passos pela rua. Não tenho como ir para casa, porque não posso impedir o encontro de Thalia e Nico, aqueles dois ralam tanto pra conseguirem ficar juntos que eu me odiaria se estragasse qualquer momento de amor. Os de ódio eram mais comuns demais entre eles. Eles tem que aproveitar os bons momentos também.

Deveria aprender com Thalia, mesmo orgulhosa ela sempre sabe dar o braço a torcer, mesmo que te mate depois, mas ela admite o erro rapidamente na maioria das vezes. Por que não posso ser como ela? Por que tive de ser tão cabeça dura?

E, por que raios Percy não é mais mente aberta?

Eu sei o porquê. Talvez eu o tenha quebrado também. Essas coisas acontecem, mas agora me sinto ridiculamente mal. Poderia eu ter quebrado o Percy? Destruído irremediavelmente algo lá dentro?

Estava frio e escuro, e tenho certeza que ainda vou demorar uns bons vinte minutos para chegar à bendita casa. Por que nunca aparece um táxi quando se precisa?

Eu sabia que estava indo para um lugar que eu prometi não voltar, mas quem liga? Alguns sacrifícios são necessários quando se perde tudo.

Sim, quando se perde tudo. Porque eu perdi. Eu não acho que Percy vá voltar pra mim, ele não parece nem um pouco ansioso quanto a isso - não que eu o culpe. Se vou desistir? Não, claro que não. Mas vou deixar ele respirar sozinho por um tempo, deixa-lo traçar seus próprios passos. Pode durar um dia ou um ano, quem pode saber? Somos tão jovens, temos tanto a ver ou a dizer.

Vi ao longe um homem caminhando, alto, cabelos escuros. Não pude ver muito mais dele, mas como eu queria que fosse Percy. Esbarrar com ele por ai, dizer que é só uma coincidência louca do destino como acontece nas histórias de romance e sair por ai, conversando animadamente, para que ele possa dizer que me aceita de volta. Mesmo magoado. Mesmo ressentido. Dizendo que ainda me quer e me ama.

Neguei com a cabeça, afastando esses pensamentos. Tolice imaginar algo assim. Eu vivo no mundo real, com problemas reais. Não posso me dar o luxo de fantasiar soluções mágicas.

Meu coração apertava de ansiedade, já havia refletido muito sobre isso e agora daria meu parecer. Sou uma criança tola.

Enxerguei a casa ao longe e apertei os passos até chegar a ela. Respirei fundo. Não é nenhum bicho de sete cabeças Certo, talvez seja uma das cabeças. Toquei a campainha.

Os minutos pareciam se arrastar e eu mal respirava, havia sido aquela uma má ideia como todas as outras? Como podia saber? A casa era majestosa até mesmo durante a noite e ainda assim me causava arrepios. Más lembranças, quem sabe.

Estiquei o dedo tocando outra vez e logo em seguida ouvi um barulho de porta sendo destrancada.

— Já vai! Já vai! Mas que impaciência é... – Atena deixou sua frase pairando no ar ao ver quem era, surpresa, me olhou de cima a baixo.

— Oi mamãe. – falei com os olhos levemente marejados.

— Meu deus Annabeth, o quê faz na rua uma hora dessas? Entre logo!

— Eu preciso dizer uma coisa antes.

— É tão importante que não pode esperar entrar?

— É sim.

Atena ajeitou-se atrás da porta: postura ereta, rosto lívido e apertou o roupão.

— Se é assim... Diga.

— Mamãe, - falei, há muito tempo não a chamo assim. Calma, sem ressentimento, ironia ou amargura. Uma simples palavra – eu não te vejo a tanto tempo que tudo o que eu queria era te dar uma abraço, mas não vou. Não sem antes de desculpar. Eu fui ingênua, tola, infantil. Como sempre, não é? Afinal, talvez você esteja certa. Somos crianças. Você bem que podia me perdoar, só mais uma vez e me aceitar novamente. Prometo que agora vou andar por caminhos que me façam nunca mais perdê-la. Eu encaro tudo de cabeça quente, me nego a ver o que não aceito, isso é fato, mas eu não posso viver sem você mamãe. Me perdoa?

Eu sabia que já chorava muito, mas não me importava, porque naquele momento, meu corpo estava cercado pelos braços de Atena que me apertavam com força.

— Oh meu deus, querida! Não precisa dizer mais nada, que pergunta idiota! É claro que eu te perdoo. Sou sua mãe, sempre vou te perdoar, agora entre. Onde esteve?

— Thalia.

— Eu imaginei. Tem se virado bem? Feito todas as refeições?

— Sim mamãe, recebo o suficiente de Ártemis.

— Ártemis? A dona da sorveteria? – Assenti.

— Estou trabalhando pra ela há algum tempo.

— Trabalhando? Que bom querida! Mas nós podemos conversar amanhã, temos todo o tempo do mundo. – murmurou ela me deitando no sofá. Eu me sentia uma criança pequena que fez arte e havia se machucado. Faltava coragem da mãe para brigar vendo as feridas e a única coisa que ela fazia era cuidar. Me permiti fechar os olhos. – Não durma Annabeth, eu já vou preparar uma cama para você.

Mas era tarde de mais, Morfeu já havia me pego em seus braços e me levado para longe daquela dimensão. Uma dimensão onde Annabeth só sabe se debater e gritar. Por que teve de me deixar ir? Por que eu tive que ser tão estranha? Eu não aprendi a te esquecer. Só sei te querer mais e mais e agora, irei compensar o vazio dentro do abismo na qual você me jogou e me deixou sozinha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, antes de falar do capitulo, eis o anuncio: Gente, eu estava devendo o capítulo do dia 25 (esse que foi postado agora), então, agora falta o do dia 26. Possivelmente vou atrasar a postagem, mas acontece que eu estou cheia de compromissos.
A fic inadiavelmente termina terça-feira. Ou seja, faltam os capítulos do dia 26, 27, 28, 29 e 30. Cinco capítulos, ok? Muita coisa acontece em cinco capítulos.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Som de Um Romance" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.