O Som de Um Romance escrita por Risurn


Capítulo 14
14. Chasing The Sun


Notas iniciais do capítulo

Essa música é da Hilary Duff, e não do The Wanted, só pra avisar *ri*
Resolvi fazer algo diferente hoje.
Um P.O.V. especial pra dar uma paz pra cabeça. Aproveitem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/542460/chapter/14

Girei na cadeira no escritório, tentando acertar a droga da bolinha de papel na droga de lixeira, sem sucesso.

— Senhorita Grace? – um cara baixinho que eu não sei o nome colocou a cabeça para dentro – Seu pai quer falar com você.

Revirei os olhos.

— O que ele quer agora?

— Algo sobre “Como ela foi capaz de dar um fora em Nico di Ângelo?”, senhorita.

— Ah, droga. Quem contou pra ele?

— Não sei senhorita.

— Para de me chamar de senhorita.

— Preferia senhor?

— Calado, vá logo. – arremessei um porta-canetas em direção à porta, mas ela foi fechada mais rápido. Empregado miserável.

Bufei, me ajeitando na cadeira. Era hoje que o tempo fechava. Era hoje.

Levantei calmamente em cima dos odiados saltos e rumei em direção à sala de Zeus. Zeus Olympus Grace. Familiazinha desprezível.

— Thalia, você por aqui?

— Bom dia Bóreas. Zeus quer me ver, eu acho.

— Ih, o que você fez agora?

— Nada que eu saiba. Apenas abra a porta.

Bóreas era o secretário particular de meu pai desde que me entendo por gente, e olha que isso já tem um tempão.

Entrei calmamente na sala, fechando a porta.

— Bom dia Thalia.

— Zeus. – fiz um aceno de cabeça.

— Preciso lhe parabenizar.

Oi?

— O quê? Pelo quê?

— Por causa da cria de Hades, obvio! Achei que vocês nunca terminariam.

— Como você soube?

— Ora foi o próprio Hades! – disse ele animado – Parece que ele compartilha da mesma empolgação que eu!

— Como assim? Como vocês podem fazer isso?

— Jogada de mestre a sua. Namorar com o herdeiro da Ângelos, mas todos nós sabemos que a Olympus é muito melhor, em todos os sentidos. Mas admito que foi uma boa. Conhecer o inimigo.

— Eles não são nossos inimigos! São pessoas!

— Pessoas que trabalham contra nós! Diga-me, quais segredos podres o pequeno di Ângelo lhe revelou?

Revirei os olhos.

— Nenhum. Nem eu, nem Nico gostamos dessa ideia de sermos herdeiros. Esse não era o nosso principal passatempo.

— Ora essa! Besteira!

— Besteira é isso aqui! – exclamei, me levantando – Eu sou obrigada a acordar cedo demais, vivo correndo pra frente e pra trás por algo que eu não acredito, não posso nem curtir a minha amiga na minha casa! Tudo por causa de uma empresa meia boca. E, ainda por cima, terminei com o Nico por ideias influenciadas por você! Tenho certeza que sim! Agora me diga, por que?

— Eu não sei do que está falando. – disse Zeus calmo, com um sorriso de lado.

Filho da mãe.

— Escute aqui. Se você acha mesmo que isso vai me impedir ou mudar alguma coisa... Está engano demais. Pois eu vou agora concertar essa merda toda.

— O que você pensa que vai fazer? – gritou ele quando eu já saia.

— Viver a vida que amo. – respondi simples, batendo a porta.

Eu vou fazer a maior loucura agora. O se vou.

— Thalia? Tudo bem? – perguntou Bóreas, me analisando.

— Não podia estar melhor. Me faz um favor? Cancela tudo o que eu tenho pra hoje. Não sei se vou voltar.

— Mas Thalia...

— Ná! Não interessa! Estou indo.

E então, sai correndo até os elevadores. Estacionamento. Preciso chegar ao estacionamento.

Fiquei pulando de um pé para o outro enquanto observava os números diminuírem. Não sou fã de elevadores.

Suspirei tranquila ao me ver chegando ao local dos carros, corri até o meu, ligando-o e disparando rua à fora.

Dirigi entre os carros. Eu sabia para onde iria. Iria para o meu sol.

Depois de vinte longos minutos pude finalmente ver o grande construção cinzenta entre os prédios. Indústrias Ângelos. Grande, impotente e assustadora. Igual ao Nico.

Estacionei o mais perto possível do local – já que era quase impossível arranjar uma vaga naquela rua – e corri em direção ao prédio. Não posso perder tempo.

A porta da recepção abriu assim que me aproximei e Silena me olhou assustada.

— Bom dia Si, pode me deixar subir? Por favor?

— Thalia eu... Olha... Tenho ordens expressas do Senhor di Ângelo para não deixar nem a sua sombra passar pela porta.

— Mas é um caso de vida ou morte!

— Sim! A minha vida ou a minha morte. Prefiro a vida, obrigada.

— Silena. Olha pra mim. Vai mesmo atrapalhar um romance? Vai mesmo impedir que eu reate? Eu? Justo eu?

Ela pareceu pensativa. Mordeu os lábios e analisou a papelada.

— Se Nico quiser me matar e depois me demitir, você vai ter que me arranjar um emprego.

— Eu arranjo até dois! Obrigada!

Disparei escadas à cima. Deu de elevador por hoje, vai que aquele treco despenca enquanto eu estou lá? Melhor não.

Depois de correr por quase cinco andares de salto, eu estava pensando seriamente em ariscar minha vida em um elevador, mas não foi preciso. Pois o vi, bem ali, de terno, caminhando entre os corredores, cheio de papéis nas mãos.

Suspirei. É agora ou nunca. É agora a hora de desistir dessa loucura. Tudo bem que eu que fui louca e terminei do nada. Mas, eu posso fazer isso, não posso? Mas eu também posso fugir, correr na direção oposta.

— Thalia? – exclamou a voz conhecida por mim. Droga. Acabei de perder a opção “fugir”.

— Ah, oi! Nossa, Nico, você por aqui! Que coincidência! – disse sorrindo, tentando parecer simpática. Mas ele tinha uma expressão pouco amigável.

— Eu trabalho aqui Thalia.

— Ah, verdade, puf, que cabeça a minha. – disse, fingindo uma risada. Ele continuava sério. – Certo, ok, não vai rolar. – murmurei, ficando ereta e séria. – Olá Nico.

— O que você quer aqui? Eu disse pra Silena não deixar você subir.

— Pois é, fiquei sabendo, muito atencioso da sua parte.

— Thalia, olha só, se você só veio aqui para me enrolar mais uma vez, pode ir embora, sim? Eu tenho muita coisa pra fazer.

Mordi a língua.

— Olha só – falei, já sem paciência – eu estou vindo até aqui, deixando todo meu orgulho pra lá, só pra te dizer o quanto e fui estúpida e você fica ai se fazendo de difícil? Por favor, né!

— Thalia. Seja mais objetiva.

— Certo. Você quer que eu seja objetiva? – murmurei, esfregando o cabelo – Vou ser objetiva. É perca de tempo achar que qualquer coisa eu devo jogar tudo pelos ares e sair quebrando o mundo. Nós somos jovens, temos tanto a sofrer ainda. Por que não sofrer por você então? Porque, senhor di Ângelo, caso você não saiba, sou perdidamente apaixonada por você. – percebi que todos no andar nos olhavam indiscretamente. Ótimo – Loucamente apaixonada. Não ligo para o que Zeus pensa, para o que Hades pensa. Só para o que você pensa. E se você pensa que eu estou fazendo papel de idiota aqui e devia ir embora agora, é só falar, por que eu vou. Vou mesmo, mas saiba que eu nunca mais volto.

— Mais alguma coisa? – a expressão dele ainda era a mesma: nenhuma.

— Mais alguma coisa? – gritei – Eu estou aqui, fazendo tudo isso e você pergunta se tem mais alguma coisa? Olha, pra mim já deu. Adeus di Ângelo.

Comecei a correr em direção às escadas, desci o primeiro lance e cheguei na primeira queda, que desci também. Cheguei no seguinte, mas fui empurrada em direção à parede.

— Mas o que...?

— Fica quietinha um segundo. Porque tudo isso? – murmurou a voz que me pressionava ali.

— Primeiro, me larga. – senti o apertou afrouxar e então me virei. Nico me observava atentamente de perto. Meu deus, que homem lindo. – Isso o que?

— Essa declaração louca toda?

— É como eu te disse. Percebi que estava sendo imatura. Só isso.

— Sei.

— Não quer acreditar, paciência, tenho mais o que fazer.

Tentei me mexer, mas fui empurrada de volta.

— Você tem que parar com essa mania horrorosa de sair do meio das conversas Grace.

E então me beijou. Se eu fiquei surpresa? Não. Se ele não fizesse isso, eu mesma faria. Como eu senti falta daquilo.

— Acho que você devia promover a Silena. – murmurei.

— Vou mesmo.

Ri. Era o melhor idiota de todos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Legal né?
EU sei. EU precisava fazer algum romance. Sério. Tava enlouquecendo. Estou bem melhor agora *ri*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Som de Um Romance" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.