Be My Best Song escrita por The Raven


Capítulo 17
A Sua Maneira


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, ta aí o capítulo! Espero que gostem.

Boa leitura!



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Capital Inicial – A Sua Maneira

Fui abrindo os olhos bem devagar, a claridade do quarto me incomodou muito e cobri a cabeça com o edredom. Bocejei antes de descobrir a cabeça e tentar me lembrar do que acontecera na noite anterior. Minhas têmporas latejavam e parecia haver um buraco negro em minhas memórias. Fui sentando-me na cama devagar, esfreguei os olhos e esquadrinhei o cômodo a procura de algo que fizesse me lembrar. Eu estava no quarto de Tobias.

Ela dormiu no calor

Dos meus braços

E eu acordei sem saber

Se era um sonho

Meus olhos automaticamente se arregalaram e olhei por baixo do edredom, encontrando meu corpo seminu. Estava apenas de lingerie. Mas o pior estava longe de ser isso, Tobias dormia profundamente ao meu lado. Foi instantâneo, eu me apavorei. Joguei o edredom para o lado e me levantei, procurando por meu vestido, totalmente envergonhada.

Algum tempo atrás

Pensei em te dizer

Que eu nunca caí

Nas suas armadilhas de amor

Na pressa em tentar me vestir, esbarrei no criado mudo de Tobias e derrubei o abajur no chão, fazendo barulho suficiente para acordá-lo. Ele levantou assustado e me encontrou já com metade do vestido no corpo. Parecia confuso, mas apressou-me para me ajudar.

– O que está fazendo? Por que levantou cedo assim? – Me ajudou a virar e fechou o zíper em minhas costas.

– Eu... Meu Deus! – Passei as mãos no cabelo, muitíssimo tensa. – Tobias, o que aconteceu ontem a noite? Não consigo me lembrar.

Tobias arqueou uma das sobrancelhas, ainda sem entender os meus motivos por estar tão desesperada.

– Eu acordei quase sem roupa, você está apenas de short e... e... E eu não me lembro de nada! O que aconteceu? Nós... nós... Eu e você... Nós... – Simplesmente não conseguia falar. Estava tão nervosa que tropeçava em minhas próprias palavras.

Naquele amor

À sua maneira

Perdendo o meu tempo

A noite inteira

Dei uma rápida olhada no relógio antes de sair a procura dos meus sapatos. Eram sete da manhã, Chicago ainda estava dormindo, mas mesmo assim, simplesmente não consegui me acalmar. Minha mãe com certeza iria me deixar de castigo. Eu estava totalmente ferrada! Calcei as sandálias com rapidez, mas ao tentar caminhar com elas, quase fui ao chão. E teria ido mesmo, se não fosse Quatro para me dar apoio.

– Tris! Se acalme, pelo amor de Deus!

– Eu não consigo! – Murmurei, preocupada demais.

– Não aconteceu nada noite passada... – Tobias segurou meus ombros e me fez encará-lo. – Não aconteceu nada ontem à noite.

– Mas, eu me lembro de...

Ele riu, fazendo-me ficar envergonhada.

– Pode ter sido um delírio seu. Ou um sonho. – Acariciou meu rosto e me envolveu em seus braços. Encostei o rosto em seu peito e pude ouvir seu coração compassado, o que tranquilizou-me quase de imediato. – Coloquei você em minha cama ontem e retirei seus sapatos.

Não mandarei

Cinzas de rosas

Nem penso em contar

Os nossos segredos

– Sim, eu me lembro disso.

– Eu me deitei no quarto ao lado depois de trocar de roupa, mas em menos de duas horas você estava me chamando. Me pediu para dormir com você e eu dormi. Tris, não se preocupe. Você mesma retirou o vestido. Jamais tentaria algo sabendo que não se lembraria. – Tobias afastou-me de seu corpo para me olhar novamente. – Seria covardia minha tentar algo. Você estava bêbada.

Meus olhos ficaram levemente marejados e para não deixa-lo ver, abracei-o com força e afundei o rosto em seu peito. Saber que eu podia confiar nele, que Tobias jamais faria algo que me desagradasse, me enchia de uma sensação pouco conhecida: conforto e confiança. Momentos como aquele me faziam ter certeza que eu o amava e que ele sim era a pessoa certa para mim.

Ele retribuiu o abraço com carinho e afagou minhas costas e meus cabelos.

– Obrigada por ser paciente comigo.

– Por que eu não teria paciência, Tris? Eu te amo. Temos a vida toda pela frente. Vai acontecer quando for a hora.

Fui me afastando devagar e olhei-o nos olhos, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

– É que... Bem, eu... Você sabe que eu sou virgem, não sabe? – Sem jeito, tentei falar, desviando o olhar.

Tobias assentiu, cruzando os braços sobre o abdômen nu.

– E você sabe que eu também sou, não sabe?

Deixei de fitar meus pés e encarei-o incrédula, a boca aberta em um pequeno ‘o’ de surpresa. De minha virgindade ninguém conseguiria duvidar, afinal de contas, eu nunca fui uma “pegadora”, mas Tobias era lindo, alto, forte e um aluno excelente da universidade. Sempre teve as garotas mais lindas da UC como pretendentes, mas a verdade era que ele nunca se importou muito com isso.

– Você... – soltei um riso de nervosismo. – Tobias, fala sério. Você... Você não é virgem.

Naquele amor

À sua maneira

Perdendo o meu tempo

A noite inteira

Estava me sentindo meio idiota agindo daquela forma, mas era realmente difícil acreditar que ele nunca tinha feito absolutamente nada. Tobias assentiu devagar sem esboçar nenhuma reação, me fazendo crer que estava mesmo falando a verdade. No fundo, eu ainda acreditava que era uma brincadeira de mal gosto.

– Nada? – Fiz uma careta e ele assentiu. – Nada mesmo? Nem oral? Nem anal? Nem uma passada de mão ou...

– Tris! – Ele riu, desfazendo-se da seriedade. Pousou as mãos em meus ombros e deslizou-as por meus braços, segurando minhas mãos. – Nada! Eu nunca fiz nada. Não por falta de oportunidade ou de vontade, eu só achei que não valia a pena ter uma noite com uma mulher qualquer. Eu quero ter todas. Com você.

Ela dormiu no calor

Dos meus braços

E eu acordei sem saber

Se era um sonho

(...)

Tomei café com Tobias e logo depois ele deixou-me em casa. Por incrível que pareça, minha mãe não disse absolutamente nada a respeito de minha noite fora e acreditei que Tobias tinha alguma coisa que fazia meus pais confiarem totalmente nele, inclusive, Caleb. Porém, ao passar pela porta da frente, encontrei mamãe sentada na sala lendo uma revista. Ela me olhou por cima dos óculos e deu um sorriso malicioso.

Preferi não conversar, dei apenas um bom dia e me esquivei para o banheiro do meu quarto. Tomei um banho, retirei a maquiagem da noite anterior, troquei de roupa e deixei o cabelo solto para que secasse naturalmente. Ao voltar para a sala a fim de assistir desenho animado, mamãe me cercou com olhares curiosos e acusadores.

– O que foi? – Perguntei, zapeando pelos canais em busca da programação infantil.

– Dormiu com Tobias?

– Hum, mais ou menos...

– Vocês transaram?

– Mãe! – Me virei para ela, ofendida e envergonhada.

– O que foi? Não posso perguntar para minha filha sobre sexo? – Ela ria descontraída, porém muito curiosa.

Rolei os olhos, sem dar muita atenção para aquela conversa. Natalie saiu de sua poltrona e sentou-se ao meu lado no sofá de dois lugares. Estava um pouco desconfortável com o assunto que ela estava tentando começar, ou continuar, mas devo admitir que brotaram duvidas em minha cabeça. Dúvidas que mamãe poderia sanar.

– Você pode perguntar, mas... – Dei de ombros, ainda tímida. – Não rolou nada entre nós. Eu sou virgem e ele também é!

Foi um erro ter confessado aquilo.

– Meu Deus! – Mamãe parecia uma adolescente vendo um show de sua banda preferida. – TOBIAS É VIRGEM?!

– MÃE! Grite mais alto, os vizinhos ainda não conseguiram ouvir! – Gesticulei, ficando vermelha de vergonha. Bem, eu estava começando a me arrepender de ter comentado aquilo. – E por que a surpresa por ele ser virgem e eu não?

– Ah, filha! Sei que você é meio travada com essas coisas, mas o Tobias é bonitão, sexy. É estranho saber isso.

Arqueei uma sobrancelha.

– Você chamou o meu namorado de bonitão sexy?

– Ele me lembra seu pai quando era mais novo! – Natalie parecia sonhadora, mordeu o lábio e riu ao notar meu desconforto.

– Argh! Mãe! Para de comparar papai com Tobias! – Não conseguindo, acabei me rendendo as risadas e acompanhei-a.

Falamos algumas besteiras e rimos ainda mais, mas chegou um momento em que fiquei séria novamente e encarei minha mãe nos olhos, respirando profundamente antes de me pronunciar.

– Mãe, poderia me levar ao ginecologista?

– Claro, filha! Bem, eu costumava leva-la antes, quando teve sua primeira menstruação, mas depois você não aceitou mais minha presença e...

– Mãe, não é isso. Eu tinha vergonha do meu corpo, aliás, ainda tenho. Quero que entre na sala comigo e assista minha consulta. Talvez assim que fique menos nervosa.

– Está pensando em perder sua virgindade com Tobias?

– Eu confio nele e sei que uma hora ou outra vamos acabar... Enfim, eu acho que tem um problema comigo. Nenhuma das minhas amigas se sentiu assim.

Mamãe me olhou preocupada, largando sua revista. Sentou-se de frente para mim e segurou minhas mãos.

– O que está acontecendo filha?

– Eu tenho um medo absurdo de sexo. De imaginar, de sentir prazer... Acho que sou estragada. Acho que não vou sentir nada. Não sei como isso pode me fazer sentir prazer... Eu... Eu acho que não vou ser uma boa parceira para o Tobias e... – cobri o rosto, tensa e envergonhada. – Só de pensar que esse momento pode chegar a qualquer momento sinto que vou vomitar.

Minha mãe destampou a rir, mas tentou se controlar e disfarçar.

– Ok, nós vamos ao ginecologista e ao psiquiatra. – Ela disse, apanhando o telefone para marcar a consulta.


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Notas finais do capítulo

N/A: Eu disse que a Tris era travadona com essas paradas de sexo ai. UHAUSHAUHSUAHSUAHSUAH e ai, galero? O que acharam do capítulo? Não se esqueçam de comentar, é muito importante, ok? O dedinho não vai cair e eu vou ficar muito feliz! UHAUSHUHSA

Até o próximo, gente linda.
xoxo