Breezeblocks escrita por Arista


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Aloha! :3

Vim aqui trazer o presente do Natsu, meu irmão que eu considero pacas e que está fazendo 17 aninhos, aeee! -q ♥

Recomendo a vocês que leiam escutando a música Breezeblocks da banda Alt-J, vai dar um clima e foi nessa música que eu me inspirei na one.



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Segurou sua mochila nas costas, seu bolso estava com algumas notas de 50 reais, aquilo era o mínimo para se conseguir uma bebida descente em um bar qualquer. Arrumou suas botas, antes de começar a abrir a janela do quarto. Apesar de estar no segundo andar ela não temia que se machucasse, apenas queria sentir o gosto da liberdade mais uma vez. Apoiou-se na madeira da janela, observando o chão distante de seus pés, suspirando e se jogando em seguida.

Fazia dois anos desde que havia se casado com o amor de sua vida. Ela ainda era adolescente e era estranho saber que uma garota tão nova já estava casada. Quando tinha 16 anos fez uma burrada de engravidar, seu pai xingou-a tanto que ela ainda podia ouvir seus xingamentos mesmo que agora ele já estivesse morto. Sua mãe se sentia dividida entre a decepção e a alegria, e ela, bem, ela queria que tudo não passasse de um sonho louco. Era tantas coisas em sua cabeça e aos poucos parecia que iria explodir.

Ela o amava. Assim como uma adolescente qualquer amava seu primeiro amor, aquele amor bobo onde a garota se entregava ao rapaz sem olhar as consequências que isso poderia lhe dar no futuro. E que grande consequência havia se tornado todo aquele amor. Seu pai a obrigou a casar-se com ele, sua mãe apenas se calou e deixou que o marido ditasse as regras. Ela poderia estar em uma família feliz, se ao menos o bebê tivesse nascido.

Depois de um mês que a notícia foi dada ela havia perdido o bebê. Quando soube que o bebê que carregava por apenas um mês e que mesmo assim amava, tinha morrido a depressão foi algo que ela não conseguiu evitar. Foram meses de choros, bebidas e drogas. Ela ainda se lembrava bem da sensação da adrenalina subindo seu corpo. Oh céus, era uma das melhores sensações.

Chegou ao bar, abrindo a porta e se sentando em uma mesa onde havia seu melhor amigo, Gray. Ele estava sentado, totalmente largado e relaxado, o cigarro estava em sua boca, tirando-o algumas vezes soltar a fumaça.

— Um whisky, por favor. — pediu ao garçom que passava por perto e logo o mesmo tratou de ir atrás do pedido dela. Seus olhos se encontraram com o do moreno, a algum tempo para cá a única coisa que seu olho demonstrava era tristeza e ela sabia bem o motivo dessa tristeza. — O que houve dessa vez? — perguntou, suspirando e olhando para o amigo.

— Juvia... — resmungou, dando mais uma tragada no cigarro antes de libertar a fumaça no ar.— Veio com aquele papinho de que me ama novamente.. Acredita que a vadia estava se pegando com o Lyon hoje cedo? — disse seco, revirando os olhos em seguida.

Ela riu sem humor. O garçom havia trazido seu whisky, colocando o copo na mesa e se retirando de lá. Ela pegou o copo dando um belo gole e sentindo todo aquele alcóol descer sua garganta.

— Você realmente é um cara azarado. — resmungou ela, bebendo mais um gole.

Ela sabia que não podia falar nada. Sua vida estava tão na merda quanto a dele. O que dizer sobre um relacionamento que era apenas resumido em sexo? Era como se todo aquele encanto e toda aquela paixão de antes tivesse desaparecido, deixando apenas os cascos da lúxuria e do prazer. Gray riu, roubando seu copo e tomando um gole do mesmo.

— Não venha me julgar como se sua vida fosse um mar de flores. — disse, piscando um olho e rindo debochadamente. Ela ergueu uma sobrancelha, tomando seu copo de volta e revirando os olhos.

— Depois da Erza te abandonar, você ficou na merda. Pelo menos eu ainda tenho um pouco da dignidade que me resta. — alfinetou, abrindo um sorriso vitorioso vendo ele abaixar a cabeça e voltar a fumar o cigarrro.

Tocar no assunto Erza perto de Gray é a mesma coisa que pedir a morte. A pouco tempo atrás, Erza e Gray possuíam um relacionamento firme e forte, porém as coisa mudaram com a chegada do novo impressário da mesma. Com a carreira de modelo subindo e com as viagens frequentes não foi nenhuma surpresa quando ela terminou com Gray e sumiu do mapa com Jellal, o impressário.

— E você.. como anda a vida de casada? — perguntou, trocando de assunto e alfinatando-a levemente, com um breve sorriso no canto do lábio.

Ela não queria se lembrar, não queria lembrar de Natsu sussurrando seu nome, enquanto seus corpos suados estavam colocados um no outro. Era prazeroso, isso ela não podia negar, mas não era apenas sexo que ela queria. Ela queria amor e paixão, ela queria de volta tudo que eles tiveram a dois anos atrás.

Um casamento monótono.

Essa era a palavra que definia todo esse tempo vivendo juntos. Um inferno para ela e algo normal para ele.

Bebeu o copo todo em um gole, dirigindo seu olhar para o moreno.

— O mesmo de sempre. — desviou o olhar para a janela. — Foi bastante difícil fugir hoje sem fazer nenhum barulho. Naquela casa eu me sinto em uma prisão. — fez careta. — O amor dele se tornou obsessivo com um tempo..

Gray riu, fazendo ela olha-la surpresa.

— Bem-vinda ao mundo dos fracassados. — resmungou, lhe oferecendo um cigarro.

Ela riu, estendendo a mãe e pegando um cigarro, acendendo-o com um isqueiro em seguida. Lucy fumava, enquanto sentia seus problemas sumirem junto com a fumaça que liberava no ar. Se esquecera de Natsu, se esquecera dos problemas. Nesse momento era apenas ela e o cigarro.

+

Abriu a porta de casa, seu corpo caia para o lado devido ao grande número de bebidas que havia consumido. Ela sabia que Natsu acordaria com o barulho e lhe diria um monte de coisas, depois ele tentaria algo a mais com ela, como ele sempre fazia todas as noites. Largou a mochila em um canto qualquer do cômodo, jogando seu corpo no sofá e olhando para o teto, enquanto as coisas pareciam rodar em sua volta.

— Lucy?

Virou o rosto em direção a voz, lá estava Natsu com os cabelos arrepiados, seu cachecol amarrado na cintura e com um pijama simples. Ela se sentou no sofá, enquanto o efeito do alcóol ainda era forte. Ele caminhou até ela, abraçando seu corpo pequeno, enquanto afundava seu rosto no pescoço dela, roçando o nariz.

— Eu.. — começou, chamando a atenção dele. — Eu quero ir embora.. Eu quero ir embora dessa casa.. — disse, aumentando o tom de voz, surpreendendo a ele.

— V-Você quer ir embora? Quer me abandonar? É isso? Depois de dois anos casados você quer simplesmente ir embora?! — gritou, enquanto a revolta estava nítido em seu rosto. — Você não pode me abandonar! Você não pode simplesmente ir embora!

Ela fechou os olhos, sentindo uma forte dor na cabeça com tudo aquilo. Respirou fundo.

— Eu não quero simplesmente ir embora, já queria ir muito antes do que quero agora. Eu simplesmente não aguento mais esse casamento. — gritou, dizendo todas as verdades a ele. EU ODEIO VOCÊ. — gritou, sentindo as lágrimas invadirem seus olhos.

Natsu levou as mãos até a cabeça, se negando a ouvir o que ela dizia enqunto balançava a cabeça de um lado para o outro. Isso só poderia ser um pesadelo dele.

— NÃO. Você não me odeia. Você me ama e eu te amo. Nós somos casados a dois anos e vamos continuar casados até que a morte nos separe. — disse, a segurando pelos ombros.

Lucy tirou as mãos dele de seu ombro, dando alguns passos para atrás.

— Eu cansei. — resmungou, sem forças. — Eu não aguento mais tudo isso. E-Eu.. vou embora. — sussurrou, mas o rapaz escutou mesmo assim.

O desespero tomou seu corpo, ela iria embora? Iria abandona-lo para sempre? Por que? Por quem? As inúmeras perguntas rodeavam a cabeça do rapaz, enquanto vi a mulher da sua vida arrumar suas roupas na mochila as pressas. Seus olhos ficaram negros, negros de ódio, negros de decepção.

— Isso tudo é por causa dele, não é? Isso é tudo culpa do Gray, não é mesmo? — perguntou, tentando não elevar sua voz enquanto permanecia de cabeça baixa.

Ela o olhou incrédula, abrindo a boca para discutir, mas sabia que era praticamente impossível colocar alguma coisa na cabeça dele. Desde sempre ele dizia que ela possuía um caso as escondidas cm Gray, mesmo com ela afirmando milhões de vezes que não gostava de Gray desse jeito.

— ISSO É CULPA DELE, NÃO É? — perguntou novamente, apertando os punhos e olhando para ela.

Lucy nunca havia sentido medo dele, mas pela primeira vez na vida suas pernas tremiam em vê-lo olha-la com tanto ódio e desprezo que a fez se sentir mal. Precisava ir embora o mais rápido possível. Deu um passo em direção a porta, mas ele segurou seu braço tacando-a na parede enquanto sua outra mão segurava fortemente seu pescoço.

— Você não vai me abandonar... — sussurrava em seu ouvido. Deixando-a com mais medo ainda. — Por favor, não vá... Eu te amo tanto... — sussurrava, com a voz um pouco chorosa.
Lágrimas começaram a descer pelo rosto da loira.

— V-Você não me ama, você tem uma obsessão por mim.. — murmurou, usando nojo em suas palavras.

Ele apertou fortemente seu pescoço, fazendo ela arquear o corpo e ter dificuldade de falar e respirar.

— Eu prefiro te ver chorando... ver esse seu rosto cheio de medo e lágrimas do que lhe ver com outro cara. — ele dizia, sua mão soltou o pescoço e passou a alisar seu rosto.

Em um movimento rápido ela o antigiu no meio das pernas, aproveitando a chance e correndo para a cozinha o mais rápido possível, Natsu se contorceu, demorando alguns minutos para ir atrás dela e vê-la segurando uma de suas garanhas de vinho. Lucy o olhava com medo, pegando a garrafa e tentando acerta-lo na cabeça.

Lucy correu novamente, mas foi puxada pelo rosado para o banheiro. Ela tentava inutilmente acerta-lo e ele tentava segura-la, no chão liso não demorou muito para que ela escorregasse, batendo a cabeça na parede e caindo na banheira sem demonstrar nenhuma reação.

— Lucy..? — perguntou, com a esperança de vê-la gritar com ele, mas nada veio, apenas o enorme silêncio por toda a casa. — Lucy..? Lucy.. por favor, responda. — pediu, sentindo o olho arder e se aproximando da loira.

Seu rosto estava pálido, suas mãos estavam ficando frias e atrás de sua cabeça sangrava demais. O desespero tomou conta dele, enquanto se aproximava da loira e a remexia. Ele não podia perde-la... Não podia.

Ele a amava tanto..

Levou sua mão até o coração dela, o mesmo não batia. Procurou ver a respiração dela mas a respiração também havia parado. Lágrimas desciam compulsivamente, ele resmungava inúmeros palavrões enquanto vi o corpo morto de sua amada na banheira.
Sentou-se no chão, próximo da banheira, afundando seu rosto em seus braços apenas chorando com a perda.

— Por favor, não vá... Eu te amo tanto... — ele resmungava e a tristeza apenas tomava conta de seu coração.

Natsu olhou o anel, o anel que mostrava que ela pertência a ele e a mais ninguém. Agora ela era uma mulher livre, ela não pertencia a mais ninguém. Puxou os cabelos, enquanto a pressao da morte caia sobre sua cabeça.

Ele a amava tanto... Ela o queria longe...

Ele tinha planos... Ela tinha sonhos...

Tão jovens...

Ele desbloqueou a tela do celular, discando o número da polícia e ligando em seguida. Depois de dois toques finalmente atenderam.

— Alô, polícia? — perguntou com a voz chorosa, dando uma outra olhada para o corpo da loira. — E-Eu acabei de matar a minha mulher.. Por favor, não demore. — disse, fungando e chorando, em seguida tacando o celular na parede.

Please don't go

I'll eat you whole

I love you so

I love you so, I love you so...


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Notas finais do capítulo

Prontinho XD

Espero que tenham gostado. ♥ Fiz com muito carinho e dedicação u_u

FELIZ ANIVERSÁRIO MANINHO! 'u'

Até a próxima one. (20 de Setembro, one da Dontsay :3)