You Are The Best For Me escrita por Silvia Moura


Capítulo 7
Missing Pains... Forgive Me


Notas iniciais do capítulo

Música do capítulo: "Yesterday", The Beatles.

Me digam se o capitulo tá aparecendo. Deu milhões de erros aqui pra postar D:



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Steve foi para casa enquanto Bucky precisou continuar na escola. Era o dia de sua bateria de provas. Natasha foi com ele até a sala do diretor, um cara quase nunca visto, exceto em situações excepcionais como aquela. Alexander Pierce tinha seus 78 anos muito bem vividos. Era diretor da Rockland Country High School desde que todo o corpo de professores se lembrava e era conhecido por seu comando à mãos de ferro. Muito rígido em relação à boa conduta de seus alunos, podia até permitir movimentos estudantis, bailes e até mesmo cantoria pelos corredores, mas qualquer coisa que fosse contra a lei era punível com longas e tediosas detenções ou, dependendo do caso, expulsão com direito a encaminhamento para o juizado de menores.

Nat beijou a bochecha de Bucky antes que ele entrasse na sala, desejando-lhe boa sorte. Bucky entrou na sala e ficou lá até as 18:00, quando saiu feliz e satisfeito – havia passado em tudo e não devia mais nada para o segundo ano. Assim que saiu da sala, ligou para casa e sua mãe apareceu diante da escola, dez minutos depois. Bucky contou à mãe que a prova mais difícil tinha sido a de química. As questões eram confusas e as respostas mais confusas ainda, mas por fim ele conseguiu decifrar o enigma.

Saíram da escola diretamente para a casa de Steve, que já havia combinado de passar a noite na casa do amigo. O loiro já estava pronto quando a mãe de Bucky buzinou na frente do prédio marrom de janelas escuras. Steve desceu pelas escadas externas de incêndo e correu para o carro de Winifred Barnes, que acenava para sua amiga Sarah Rogers. Assim que Steve entrou no carro, os três partiram para a sorveteria onde George e Rebecca Barnes, pai e irmã de Bucky, os esperavam para três boas rodadas de milkshake.

Chegaram à casa dos Barnes depois de comerem uma boa pizza. Steve estava louco pra pirar o cabeção depois de ter cantado seu amor por Sharon Carter na aula de Artes e somente em casa ele e o amigo tiveram tempo para ficar sozinhos e falar de suas meninas.

– Cara, eu não sei como tive coragem! Cadê a pasta de dente?!

– Tá na sua mão, cara, se concentra! – Bucky riu.

– Ah é, verdade. Bucky... Bucky, você viu? Ela gostou de me ouvir cantar! Ela disse que gostou da minha voz, parceiro!

– Eu ouvi, cara, a turma toda ouviu!

Depois de quarenta e cinco minutos totalmente de tietagem, Steve estava com seu pijama listrado que imitava a bandeira dos EUA, sentado sobre seu colchão inflável e ouvindo Bucky suspirar pelo perfume de Natasha e pelos avanços que vinha fazendo com sua amada.

* * *

Depois de um fim de semana de curtição e alegrias, o grupo se reencontrou no gramado à frente da escola como sempre fazia. Tony e Bruce tinham, finalmente, entrado em acordo em relação ao projeto de ciências. Sam, Phil, Clint e Thor jogavam alguma coisa com um baralho simples de cartas. Steve fazia companhia para Natasha e Maria, que o incentivavam a se aproximar mais sugestivamente de Sharon.

Natasha estava no meio de uma frase estimulante quando viu Bucky descer do carro. Usava sapatênis beges, daquele tipo atual, sem cadarço, bluejeans folgados na medida certa e uma camisa de mangas longas (puxadas para trás no antebraço), com listras azuis na parte de cima e beges em baixo. Os cabelos estavam curtos e penteados para trás. Nat quase teve um treco de tão lindo, tão fofinho, que ele estava.

– Oi, pessoal – ele cumprimentou, sorrindo como costumava fazer antes, espontâneo e solto, sem reservas.

– Oi, Bucky – Nat tentou não olhá-lo de cima abaixo, completamente admirada. – Cortou o cabelo.

– Do jeito que você pediu – ele sorriu.

Antes que todos pudessem admirar o corte de cabelo de Bucky, o carro dos Odair estacionou diante da escola. Thor desceu do carro despedindo-se do pai e se encaminhando diretamente aos seus amigos, como se não houvesse mais ninguém atrás dele. Loki desceu em seguida.

Ao longo da primeira semana de aula, uma mudança drástica se percebeu no rapaz. Loki perdera o olhar selvagem e malvado que possuíra por tanto tempo e adquirira um olhar triste e solitário. Nunca se unia a ninguém, nunca falava com ninguém. Se os professores não solicitassem que respondesse as perguntas, provavelmente teria esquecido como se pronunciava as palavras.

Passou direto pelo grupo de amigos de seu irmão, sem tirar brincadeiras com Natasha nem sequer notar que Bucky voltara a ser como era antes. Sentia o coração apertado demais para sequer olhar as pessoas.

O sinal soou de dentro da escola no mesmo momento em que um trovão ribombou. O verão já tinha partido e o outono começava a dar seus sinais, com as primeiras folhas secas caindo ao chão, chuvas espaçadas e ventos frios. Os amigos entraram e se dirigiram às suas salas de aula.

O dia parecia passar mais rápido naquela segunda-feira chuvosa, mal tiveram tempo de piscar e já estavam na hora do almoço. Steve conseguira chamar Sharon para se sentar ao seu lado e os dois marcavam horários para ensaiar as músicas da peça. Sam, Tony e Bruce testavam uma engenhoca que parecia uma aranha de metal com uma microcâmera no lugar da cabeça (ninguém sabia de onde eles tiravam tantas ideias), Maria tentava direcionar a atenção de Clint pra qualquer outra coisa que não fosse o fato de Bucky e Natasha estarem sentados lado a lado, abraçados e conversando em sussurros e risadinhas. Thor estava mais soturno do que de costume, fazendo com que Phil e Sam lhe perguntassem o que havia de errado. A resposta era que ele estava preocupado com o irmão, apesar da raiva.

Loki andava quieto demais, chegava em casa e simplesmente se trancava no quarto, saía na hora do jantar apenas e depois voltava a se trancafiar. Tudo o que Thor sabia era que Loki havia comprado uns três ou quatro cadernos, nos quais não parava de escrever. Puderam comprovar isso ao notarem o garoto sentado sob as escadas do refeitório, muito concentrado em escrever ou desenhar alguma coisa. Seus olhos brilhavam, mas aquilo passava longe de ser alegria. Loki estava chorando.

Tomado por sabe-se lá o quê, Bucky se levantou e foi até o garoto. Talvez fosse sua proximidade com Nat que causava-lhe a certeza que ela não queria nada com Loki, portanto ele não era concorrência, talvez fosse somente seu ímpeto natural de querer ajudar quem precisava de ajuda. Com seu jeito característico de coçar o alto da cabeça com a mão esquerda quando não sabia o que dizer, Bucky puxou conversa:

– Oi, Loki. Tudo bem, cara?

– Hã? Ah... oi, Barnes – Loki ergueu o olhar para Bucky rapidamente e secou o rosto, ao mesmo tempo que fechava o caderno com força.

– O que está fazendo? Você desenha? – ele se sentou de frente para Loki.

– Eu... eu escrevo – Loki não sabia por que, mas sempre se sentiu bem em se abrir com Bucky.

– Posso ler?

– Não! Quer dizer, é melhor não... Não escrevo tão bem assim e você não ia gostar – mentiu.

– Ora, mas eu nem vi ainda. Pelo menos me mostre e vou poder dizer – Bucky insistiu, mas Loki não se rendeu. Ele tentou uma nova investida: – Tudo que você escreve é autoral? Ou gosta de transcrever músicas e poemas também?

– É... É, eu transcrevo também...

– Loki... você escreve sobre sua mãe né?

Loki travou. Não podia chorar. Não queria chorar na frente de ninguém! Fechou a cara, como se estivesse com raiva, tentando esconder seu sofrimento.

– Olha, eu não sei o que é essa dor, nunca a senti. Mas vou te dar uma dica: seja qual for a dor, às vezes, só escrever não adianta. É bom falar, gritar... cantar até! Ainda que ninguém ouça, isso ajuda. E... bom, qualquer coisa, conte comigo ok? Até logo, parceiro – Bucky se levantou, torcendo pra que ele o chamasse de volta para desabafar.

Yesterday... all my troubles seem so far away, now it looks as though they're here to stay, oh I believe in yesterday... – ele respirou fundo e Bucky se voltou pra ele, sentando-se novamente – Suddenly I'm not half the man I used to be. There's a shadow hanging over me. Oh yesterday came suddenly – a voz de Loki se elevou, atraindo os olhares de pessoas à volta dos dois – Why she had to go?! I don't know, she wouldn't say. I said something wrong, now I long for yesterday... yesterday...

Loki não conseguiu segurar o choro. Pegou sua mochila, guardou do jeito que conseguiu o caderno e a caneta, pôs a mochila no ombro e saiu caminhando a passos largos, saltando os degraus da escada, querendo sair dali o mais rápido possível. Bucky tentou correr atrás dele, mas Loki pediu pra ficar sozinho. Precisava ficar sozinho. Correu para longe e desapareceu do alcance de todos, mas seu desejo era desaparecer do mundo, pois a ideia de jamais poder ouvir a mãe dizer que o perdoava era como um punhal em seu coração.


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Notas finais do capítulo

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