You Are The Best For Me escrita por Silvia Moura


Capítulo 4
Problems Around Us


Notas iniciais do capítulo

Música do capítulo: "Meu Erro", Paralamas do Sucesso.

OBS.: Esse capítulo é um pouquinho diferente dos demais pra eu poder encaixar a música e contextualizar um pouco mais alguns personagens também. Como em toda série, a história principal continua rolando, claro, mas esse é aquele episódio que dá uma importância maior a dois personagens coadjuvantes. NÃO PULE O CAPÍTULO, pois o que acontecer aqui será retomado mais pra frente. Beijocas! :*



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No dia seguinte, o grupo se encontrou no gramado da frente da escola. Estavam quase todos lá, exceto Thor, o que começava a preocupar Phil, pois seu amigo nunca chegava a menos de 10 minutos de começar a aula. Thor Odair e Phil Coulson eram sombra um do outro, tanto quanto Steve e Bucky. Depois que Loki viajara para Londres, na mesma época do acidente de Bucky, os dois ficaram ainda mais chegados.

Phil era um rapaz meigo que conquistava amizades por onde passava. Aquele tipo de pessoa que todos amam ter por perto. E era louco por super-heróis. Thor, por muito tempo, havia sido um metido a besta. Foi o último a se juntar ao grupo, chegando à Rockland no primeiro ano do ensino médio. Seu pai era um rico empresário, Oakley Odair, e sonhava com o dia em que poderia se aposentar e entregar as empresas nas mãos do filho mais velho. O problema: Thor era um inconsequente. Quando estudava na escola antiga, costumava sair com um grupo nem um pouco afim de fazer coisa boa. Os três guerreiros, como se entitulavam, e Sif, a única garota, andavam por aí criando desordem e problemas por onde passavam, mas, sendo todos de famílias ricas, não pagavam nada por seus atos desmedidos.

Quando Thor se uniu a eles no sexto ano, com apenas 12 anos de idade, a escola entrou em pânico. Se antes já não podiam fazer nada contra a Gangue da Desordem, agora, com o filho de Oakley Odair liderando o grupo, eles nunca conseguiriam resolver a situação. E o que foi pior: Loki, o irmão de Thor, de 11 anos, entrou na onda também.

Loki sempre quisera ser como o irmão, mas nunca conseguia. Nem mesmo fisicamente. Thor era o loiro alto, forte, de olhos azuis, ladrão de corações. Loki era o branquelo de cabelos pretos, magrelo, olhos verdes e que era sempre ofuscado pelo irmão, nunca sendo notado pelas meninas. Pelo menos era o que ele achava. Thor era o ideal de vida de Loki até seu sétimo ano, quando ele percebeu que NADA do que o irmão fazia era legal como parecia, que Thor não tinha o menor interesse nos negócios da família, enquanto que ele, Loki, sempre quisera administrar as empresas tão bem quanto seu pai.

Foi quando começou a querer demonstrar seu valor. Dizia ao pai que se preocupava com Thor e o que ele estava fazendo, aconselhava o irmão a não andar mais com a gangue que só o afundava, mas nenhum dos dois dava-lhe ouvidos. Pelo contrário, o rechaçavam dizendo que ele deveria parar de ter inveja do irmão mais velho. O velho Oakley sabia que Thor estava longe do caminho que ele desejava, mas ele jamais deixaria alguém jogar na cara dele que ele havia perdido o controle sobre seu herdeiro. Principalmente se esse alguém fosse Loki.

No ano seguinte, Thor passou de todos os limites. Roubara o pai e arranjara briga com os capangas do maior rival comercial dele, Lucius Lambert. Loki estava junto no dia em que isso aconteceu, mas antes de sair com o grupo, deixara o segurança da casa e principal homem de confiança de seu pai informado sobre o que Thor estava prestes a fazer. Heisenberg, o segurança, contou a Oakley e o empresário pegou o filho com a boca na botija, criando a maior confusão ao acusar os capangas rivais de terem roubado o dinheiro que ele próprio havia pego.

Aquela foi a primeira vez que Loki viu Lucius Lambert. Notou as semelhanças claras que havia entre eles. Tinham o mesmo rosto, o mesmo físico, até a mesma forma de falar! Ao chegarem em casa, Thor foi obrigado a arrumar as malas e foi despachado imediatamente para um internato militar, onde terminaria seu nono ano. Loki esperou o irmão ir embora para enfrentar o pai e receber a resposta que já esperava: era adotado. Isso explicava porque podia fazer tudo certo e mesmo assim jamais se sentir valorizado, estar sempre à sombra do irmão. Percebeu que nada mudaria, nada jamais seria diferente, então pra quê ser bonzinho?

Loki passou a ficar soturno e afastado. Quando Thor retornou e mudou para a Rockland Country High School, ele foi junto, e agora ambos eram garotos totalmente diferentes do que costumavam ser. No primeiro ano do ensino médio de Thor, Loki começou a ser visto como um garoto problema. No ano seguinte, como calouro do ensino médio, Loki aprontou mais ainda. Ficou rebelde, não respeitava ninguém, agia como se fosse o dono da galáxia. No meio do ano letivo, Bucky sofreu o acidente e Loki pirou completamente.

Bucky, que ainda não se lembrava com tanta clareza disso, era o único que ainda conseguia manter Loki com um pé no mundo normal. Nas raras vezes em que travavam alguma conversa, Bucky o aconselhava a ouvir seu irmão, a se reaproximar dele. Thor queria se redimir, tentou ficar ao lado de Loki sempre. Trazia o irmão para sua nova roda de amigos, de bons amigos, achava que ficar por perto, estar ao lado do caçula, seria o suficiente para fazê-lo voltar a ser o menino meigo e brincalhão que outrora fora. Não adiantou. Loki se tornou um garoto malvado e nem mesmo seu amor pela mãe, a única em sua casa que ele considerava justa com ele, o impediu de vandalizar a escola na calada da noite e ainda “assinar sua obra”. Foi sua vez de ir para o internato militar em Londres.

Steve contara toda a história a Bucky na noite anterior, depois que terminaram de falar das meninas, fazendo alguns flashes de memória aparecerem na mente do amigo. Assim, Bucky não estava tão à parte do assunto quando viu Phil empalidecer completamente ao olhar para a frente da escola.

Thor desceu do carro do pai com a pior cara de raiva que o deus grego da guerra com um violão nas costas poderia fazer. O garoto estava a ponto de entrar em combustão espontânea! Atrás dele, desceu o motivo de tamanha fúria, um garoto que já não estava tão magro quanto o grupo se lembrava – aliás, ele estava até um pouquinho mais musculoso, embora nada exagerado –, tinha os cabelos rebeldes e curtos, como os do Harry Potter nos livros, e os olhos verdes parecidos com os de uma ave de rapina. Ah sim, trazia sobre o lábio superior uma cicatriz de corte, o deixando com uma aparência de jovem mafioso terrível: Loki.

Mas, ao contrário do que sugeria sua aparência, Loki estava longe de ser um delinquente. Havia voltado para os Estados Unidos após saber que a mãe havia morrido em uma troca de tiros num supermercado. Todos achavam que isso o faria piorar o comportamento a ponto de precisar ser preso, mas não foi o caso. Tá certo, ele foi o primeiro aluno expulso do internato militar, mas não, ele não chegou ao ponto de ser preso. Na verdade, ele quis realmente chamar a atenção do pai para voltar à Nova Iorque, a cidade que sua mãe mais amava no mundo.

Os olhares de Bucky e Loki se cruzaram e uma certa chama de empatia surgiu em ambos ao se reverem, mas não chegaram a se falar. Thor passou feito um furacão por entre o grupo.

– Não deixem ele chegar perto de mim!

– Thor... Cara, qual o problema...? THOR!!! – Phil saiu atrás do amigo, tentando entender o que estava acontecendo.

Bucky desviou o olhar dos dois e voltou-os para Loki, que sorria de um modo nem um pouco inocente para Natasha. Ela o ignorava completamente, como sempre fizera. Bucky sentiu suas mãos formigarem. O desgraçado era mesmo afim dela então? Por que não se lembrava disso? Por que só se lembrava de ser gentil com um cara que tinha claras más intenções com Nat? Bucky às vezes tinha ódio de si mesmo por essa amnésia.

O sinal soou e todos começaram a se encaminhar para dentro. Thor estava voltando. Parecia um pouco menos vermelho, mas ainda estava tão irritado quanto antes.

– Thor, me escute... Irmão, me desculpe. Olha, eu quero me redimir...

– Cale a boca, Loki! Você não pensa! Nosso pai já está bastante machucado com a morte da mamãe e você ainda me inventa de ser expulso! Eu não quero mais saber das suas conversas!

– Thor, você não entende... eu precisava voltar. E eu quero sim me red...

– Você não quer nada! Eu quis ficar do seu lado! Eu quis te ajudar e mostrar que pra mim você é meu irmão! Mas nãããão, você quis bancar o rebeldezinho. Não venha dizer que quer se redimir agora! Você não mudou nada e eu sei muito bem disso!

Thor começava a ficar rouco. Odiava gritar, sentia que estava perdendo a razão, quando gritava. Loki se mantinha impassivo, o que era pior. Bucky olhou para os amigos como se dissesse “Ei, esse papo é de família, vamos deixar que eles se resolvam sozinhos” e todos o acompanharam para dentro da escola enquanto Thor e Loki se encaravm.

– Thor... Eu prometo que serei diferente. Eu prometo que...

Ele se deteve. Thor pegava o violão e dedilhava algumas notas, ignorando totalmente o irmão, a fim de se acalmar um pouco. A música sempre o ajudava a se acalmar. Loki tentou falar mais alguma coisa, mas Thor dedilhou mais rápido e mais forte, aumentando o som do instrumento. Até que olhou nos olhos verdes de Loki e começou a cantar com fúria e mágoa na voz:

Eu quis dizer, você não quis escutar. Agora não peça, não me faça promessas! Eu não quero te ver, nem quero acreditar que vai ser diferente, que tudo mudou – Thor bufou, com raiva. – Você diz não saber o que houve de errado e o meu erro foi crer que estar ao seu lado bastaria... Ah, meu Deus, era tudo o que eu queria! Eu dizia o seu nome, Loki, não me abandone...

– Thor, qual é... para com isso.

Mesmo querendo eu não vou me enganar! Eu conheço os seus passos, eu vejo os seus erros! Não há nada de novo, ainda somos iguais. Então não me chame, não olhe pra trás! Você diz não saber o que houve de errado e o meu erro foi crer que estar ao seu lado bastaria! Ah, meu Deus, era tudo o que eu queria! Eu dizia o seu nome...

Loki o cortou, cantando junto:

Thor... Não me abandone jamais!

Mesmo querendo...

EU NÃO VOU TE ENGANAR!

Eu conheço os seus passos.

Você só vê os seus erros!

Não há nada de novo!

Nós não somos mais iguais...

Então não me chame, não olhe pra trás! Você diz não saber o que houve de errado e o meu erro foi crer que estar ao seu lado bastaria!

Ah, meu Deus, era tudo que eu queria... Eu dizia o seu nome, Thor, não me abandone jamais.

Não me abandone jamais...

Não me abandone jamais – finalizaram juntos.

Thor olhou nos olhos de Loki, guardou o violão e virou as costas, decepcionado, triste demais pelo rumo que sua relação com o irmão tomara.

– Me dê uma chance. Uma única chance!

Thor olhou para trás sem coragem de dizer sim, sem coragem de correr o risco de enfrentar tantos problemas e tantas mágoas de novo. Voltou-se para frente e continuou caminhando até entrar no prédio da escola. Loki só se pôs a caminhar minutos depois de ver seu irmão sumir atrás da porta de entrada.

* * *

Enquanto Thor e Loki discutiam lá fora, Bucky observava Natasha durante a aula de Aritmética. Notou que ela cochichava com Maria o tempo todo, sobre algum assunto que deveria ser muito importante pra ela, pois sua expressão era de clara preocupação. Quis saber o que era. Quis saber qual era o problema, por que ela parecia tão preocupada. Sentia-se tão impotente perto dela, tão longe de ser o que ela precisava...! Ao mesmo tempo, não conseguia deixar de lado seus sentimentos. Via nela não apenas a beleza exterior, mas quem ela era de verdade. Uma menina bem-humorada, inteligente, esperta e forte. Mais do que simplesmente gostar de Natasha, ele a admirava! E manter esse sentimento tão grande e tão forte dentro de si começava a machucar seu coração.


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Notas finais do capítulo

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