You Are The Best For Me escrita por Silvia Moura


Capítulo 10
Confessions and Blues


Notas iniciais do capítulo

Música do capítulo: "Hoje a Noite Não Tem Luar", Legião Urbana.



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Nat e Sharon tinham ido dormir na casa de Maria naquela noite. A ruiva fazia o maior dos esforços para esquecer a loucura de Clint ao cantar True Love para ela na frente de todo mundo. A próxima que ele aprontasse seria o fim. Ela daria um basta total e definitivo naquilo.

– Você devia ter dado um basta hoje – Sharon comentou.

– Eu sei, amiga, mas... aquilo foi de surpresa! Nem nas audições pra peça ele aprontou aquilo. Eu não achei que ele fosse cantar pra mim daquele jeito. Será que ele ainda não viu o que todo mundo parece já ter visto?

Maria apenas suspirou. Era a hora de aproveitar a deixa e dizer o que já estava ficando entalado em sua garganta.

– Nat... por que você não assume logo o que sente pelo Bucky? Ele claramente gosta de você também!

Dessa vez foi Natasha que suspirou.

– Não sei... Ah, não sei, Maria, é tão estranho pra mim a ideia de assumir um relacionamento. Acho que com o tempo acabei me acostumando ao alter ego de Viúva Negra. Eu sou a que atrai os garotos, que faz eles se declararem. Eu não sei me declarar, eu... Eu não sei o que é ser vista como a apaixonada da história.

– Nat, o Bucky é um cara muito especial. A última vez que o vi ficar com uma garota foi no fim nono ano e, quando ele viu que ela era uma piriguete de marca maior, terminou tudo. E nem assim ele foi rude com ela. Ele não é do tipo que se envolve sem gostar e ele claramente gosta de você.

– Se eu fosse você, parava de enrolar – Sharon completou. – É justamente por ele ser tão especial que ele não vai esperar tanto tempo. Se você não passar certeza de que gosta dele, pode contar que você vai ver o sonho escapar por entre seus dedos e eu duvido que ele volte.

– Eu confesso que não sei como fazer isso. E eu não quero perdê-lo.

Natasha se deitou em seu colchão imflável e se cobriu, abraçando o lençol como se fosse uma capa de proteção. Ela queria dizer a ele tudo o que se passava em seu coração, desde quando nutria aquele amor, queria beijá-lo e assumir pra todo mundo que gostava dele, mas ainda era tão difícil! Quanto mais eles se aproximavam, mais risinhos os amigos davam e mais pressionada ela se sentia. Era como se ela se sentisse outra pessoa quando comentavam algo sugestivamente ou quando sorriam. Ela não sentia que era ela mesma naquela situação. Quem diria... Natasha Romanoff estava com vergonha.

* * *

Bucky andava de um lado pro outro em seu quarto. Rebecca o olhava sem entender nada e não tinha uma resposta para sua pergunta: “o que há com você?”

– Mana... não acredito que vou perguntar isso... quando você gosta de um cara, como você demonstra?

– QUÊ?! Não me diz que você tá gostando de um cara! NÃO ME DIZ QUE É DO STEVE, EU O VI PRIMEIRO!

– Hein? Não, tá louca?! E como assim “viu primeiro”? Você é afim do Steve?

– Só você não percebeu...

– Ai céus... Sai dessa, Bex. Ele já gosta de alguém.

– Eu sei... É platônico, acredite. Não tenho esperanças, não. Mas por que me perguntou aquilo?

– A Nat... Eu não sei o que ela quer! Poxa, parece que ela gosta de mim, mas não parece, ao mesmo tempo. Sabe, ela não corta o Clint com as baboseiras dele, ela disfarça quando alguém fala alguma coisa sobre nós e, de uns dias pra cá, ela nem deixa mais eu abraçá-la quando tem alguém perto. Aliás, passar um tempo sozinho com ela já virou tema do próximo Missão Impossível! Virei Ethan Hunt!

– Mano, quer um conselho: mulher adora se fazer de poderosa pra atrair os garotos, mas se ela gosta do cara e ele começa a dar gelo nela, bate o desespero. Mesmo que ela saiba que ele a ama loucamente e que ele tá só fazendo doce.

– Você acha que eu... tenho que dar um gelo nela?

– Isso. Hora de bancar o Frozen!

– Isso me emboiolou demais, Bex...

– Te o quê?! – ela caiu na gargalhada – Tá bom, então... sei lá. Arruma um alter ego. Ela não é a Viúva Negra? Então. Seja o... Soldado Invernal! E dê um gelo!

– Soldado Invernal é? Gostei. Beleza, maninha. Amanhã o Soldado Invernal entra em ação!

Ela sorriu e levantou da poltrona para dar um beijo de boa noite no irmão, que acabara de se deitar. Ele a puxou para um abraço apertado e a encheu de cócegas, brincando. Amava a irmã de paixão, era sua menininha, sua princesinha, apesar de ser apenas dois anos mais nova, ele sempre a teria como a bebezinha dele.

– Me faz companhia hoje?

– Tá carente, maninho?

– Poxa, não me maltrata! Eu tô, confesso. Fica aqui, sinto falta do seu cafuné.

Ela sorriu e se deitou. Ele a abraçou, ficando em seu colo e recebeu o almejado cafuné da irmã. Sentiu o sono chegar logo, ainda que estivesse aflito com seus sentimentos bagunçados. Olhou pela janela para o céu sem estrelas, escuro como veludo negro, e suspirou fundo. Uma música veio em sua cabeça, a única que cabia naquele momento: E hoje a noite não tem luar e eu estou sem ela. Já não sei onde procurar, não sei onde ela está. Hoje a noite não tem luar e eu estou sem ela. Já não sei onde procurar. Onde está meu amor?


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Notas finais do capítulo

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