Com tanta comida que havia na caverna dos trolls o banquete foi farto. Depois disso, ao anoitecer, decidiram descansar ali mesmo. Kili havia passado o tempo todo querendo falar com você. Viu a oportunidade perfeita quando todos dormiram e ele lhe viu sentada sozinha um pouco fora da caverna. Você estava observando o céu estrelado e a lua nova. Kili se aproximou silenciosamente para não assustar você nem acordar os outros e sentou ao seu lado.

— Eu ainda não lhe agradeci pelo que você fez hoje — ele disse calmamente.

— Ainda me acha fraca para enfrentar perigos? — você perguntou em tom irônico.

— Não. — ele respondeu sorrindo e balançando a cabeça.

Você fitou os olhos de Kili, e este também olhou para você, ele estava admirando o quanto você ficava bela à luz pálida da lua. De repente, você sentiu algo tocando sua mão e quando notou que era a mão de Kili, um brilho tomou conta de todo o seu ser. Kili observou o céu também, mas pelo canto do olho não parava de olhar quem estava ao seu lado naquele momento, ficando cada vez mais maravilhado com a sua presença.

E assim continuaram a contemplar o céu noturno conversando sobre as estrelas, até que o cansaço vencera os dois e se puseram a dormir.

Dias e dias se passaram e cada vez mais Kili se aproximava de você, certa manhã ele fez questão de lhe ensinar a mira certa para acertar um orc com arco e flecha. Sempre sentava ao seu lado no desjejum e na hora das outras refeições, além disso, fazia qualquer coisa para chamar sua atenção só para conseguir arrancar um sorriso seu. Isso já estava chamando a atenção dos anões, de Bilbo e de Gandalf também, mas ninguém comentava uma palavra. Fili nunca havia visto seu irmão agindo de tal modo, e pensava na possibilidade de ele estar apaixonado. A maneira como Kili olhava para você era a mesma de um cego que voltava a enxergar novamente, o coração dele martelava forte em seu peito todas as vezes que ouvia sua voz, e da maneira mais natural e encantadoramente possível Kili confirmara o pensamento de seu irmão, ele estava perdidamente apaixonado por você.

Numa noite acamparam ao ar livre, Bombur improvisou uma fogueira enquanto os outros anões faziam seus jantares com o pouco que sobrou do que trouxera da caverna dos trolls.

Kili já estava satisfeito e você também, ele sentou do seu lado e dali não saiu mais. A Companhia cantou, dançou e gargalhou boa parte da noite até adormecerem de vez. Já você e Kili continuaram acordados.

Vocês decidiram deitar-se e apoiar as cabeças no tronco de árvore caído em que estavam sentados há pouco. Pelo canto do olho você percebia que Kili estava lhe olhando, e quando você retribuía o olhar, ele sorria.

— Está vendo aquela estrela? — ele apontou para uma que estava bem acima de vocês, era a maior e mais brilhante em meio às outras.

— Sim — você disse.

— É a Assemopr.

— Assemopr? — você nunca ouvira falar dela.

— Ao contrário significa promessa. Quando você promete algo a si mesmo ou a alguém, ela fará com que você nunca quebre o que foi jurado — sua voz ficava cada vez mais grave.

— Você acaso já usou o poder dela para si mesmo ou alguém? — você virou a cabeça para olhar diretamente para ele.

— Para mim sim, quando travei uma batalha juntamente com Fili e jurei por nossa falecida mãe que voltaríamos para casa sãos e salvos. E foi o que aconteceu. Mas ao longo dos anos nunca encontrei alguém a quem tivesse de prometer algo — ele virou a cabeça também, olhando intensamente em seus olhos quando completou a frase — Até agora.

De repente seus lábios estavam selados, Kili a segurou pela cintura, aproximando os dois corpos e você simplesmente não se conteve em beijá-lo também. Ele se apoiou em um braço, deitando em lateral e com o outro continuou segurando lhe abraçando firmemente aprofundando o beijo.

Ele se afastou alguns centímetros ainda de olhos fechados para falar:

— Me encantei por você desde o momento em que a vi — ele sussurrava, você quase podia sentir seus lábios selando outra vez.

Você não conseguiu dizer nenhuma palavra, apenas sorrir. Kili sorriu também.

— Eis aqui minha primeira promessa, (y/n) — ele disse os olhos brilhando ao ir de encontro aos seus — Manter este sorriso em seus lábios para sempre.

— Faço da sua promessa a minha — você não conseguia conter o sorriso naquele momento.

E vocês se beijaram novamente, selando juramentos sob as estrelas.