Between Letters and Numbers escrita por Miss Melindre


Capítulo 6
Capítulo 6 - Uma batedeira sem botão


Notas iniciais do capítulo

Olá! Bom, agora me atualizei com os capítulos e daqui para a meia-noite, posto o de hoje. Obrigada a todo mundo que está comentando e que favoritou a fic. Espero que gostem desse capítulo. Ele vai ser narrado pelo ponto de vista do Thomas, já que várias pessoas estão querendo saber o que ele está sentindo pela Louise.
Boa leitura!



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“Quando te vi passar fiquei paralisado. Tremi até o chão como um terremoto no Japão. Um vento, um tufão. Uma batedeira sem botão. Foi assim, viu? Me vi na sua mão.”

Pra Sonhar – Marcelo Jeneci.

Não acredito em destino, mas se acreditasse, certamente diria que ele me fez encontrar Louise no momento certo de minha vida.

Enquanto ela pedalava na minha frente, gargalhando da minha falta de experiência com a bicicleta, eu me lembrava da manhã de domingo que a vi pela primeira vez.

Eu estava passando pelas redondezas, indo para uma festa na casa de um amigo meu que morava ali próximo, quando avistei uma família retirando algumas caixas de um carro cinza. Parei para observá-los quando uma garota de longos cabelos negros desceu do veículo.

Era Louise.

Sua pele branca parecia-me tão macia e quando ela olhou para a rua, em minha direção, fiquei paralisado.

Ela não pareceu me notar ali, já que girou nos calcanhares e entrou em sua casa. Enquanto eu continuava parado ali, com as mãos trêmulas e sem saber explicar o porquê de tudo aquilo.

Não, eu não era um garanhão nato que ficava louco por qualquer par de pernas à sua frente. Para falar a verdade, eu estava solteiro há dois anos, desde que acabei meu namoro com Rosalie.

Desde então, nunca senti essa batedeira no meu coração por nenhuma outra garota. Muito menos por uma desconhecida, que eu não sabia nada sobre.

Ela apareceu na janela e novamente o friozinho me percorreu por inteiro.

Sorri abobalhado quando a então desconhecida abriu um sorriso enorme para os pais e os abraçou. Aquele sorriso conseguia ser mais lindo do que qualquer outra imagem já vista por mim. Ele passou automaticamente a ser a minha visão preferida.

Era tão sincero e puro que eu conseguia enxergar o sentimento de felicidade por trás dele.

Quando percebi que eles sairiam novamente da casa, apressei-me em ir embora dali. O que eles pensariam se me vissem ali novamente? Certamente que eu estava rondando sua casa planejando algo ruim contra eles.

Perdi a hora de chegar à festa e tive que inventar que me perdi pelas ruas semelhantes do bairro.

O que não era de todo uma mentira.

Tinha realmente me perdido, mas fora no sorriso de Louise, que até então eu nominava de bela moça dos cabelos negros.

— Que cara de bobo é essa, Thomas? — a voz dela era suave e eu me sentia abraçado apenas em ouvi-la.

— Eu estava pensando em uma coisa.

— Posso ter ciência do que era?

— Não. É segredo.

Nós estávamos na porta do museu. Já tínhamos colocado as bicicletas no local adequado, enquanto eu viajava nos meus pensamentos.

— Não vai mesmo me contar o que estava pensando que te deixou com essa cara de bobo?

— Não agora.

Respondi tocando o nariz dela e entrando com ela no museu.

Nós vimos os objetos históricos, fomos guiados por um jovem um pouco mais velho que nós, que gostava muito de conversar e contar contos. Ele era muito bom e nos deixou bastante atentos à história de Lincolnshire.

— Ele com certeza deve ser formado em História — comentei baixinho perto do ouvido de Louise.

— Vai começar com humanas versos exatas agora?

Ela me lançou um olhar mortal que era tão amedrontador como um coelho com pelos branquinhos e um laço vermelho no pescoço. Sorri de lado, pois sabia que ela gostava disso e desviei o olhar.

Eu gostava de perturbá-la. Ela ficava ainda mais linda quando fingia uma expressão de raiva.

— Pergunta para o belo casal — o guia falou dirigindo-se a nós dois — Sabem dizer qual importante política foi gerada no condado?

— Margaret Hilda Thatcher. Primeira-ministra do Reino Unido por onze anos.

Louise respondeu sem pestanejar, dando seu melhor sorriso no final da frase. Eu tinha me esquecido da Baronesa e com certeza ela não deixaria isso passar batido.

— Isso mesmo, senhorita! — o guia continuou explicando sobre os objetos animadamente, enquanto ela aproximou-se de mim e disse:

— Um a zero para as humanas.

Sorri da sua declaração e também para disfarçar o arrepio que percorreu o meu corpo ao ouvir sua voz tão perto de mim.

— Isso é sua área, Louise. Você tem vantagem.

Declarei dando de ombros.

— Você sempre arruma um jeitinho de se sair, não é mesmo, Thomas?

— O que quer dizer com isso?

— Você fez agora, o mesmo que fez quando estávamos entrando. Desconversou.

— Você ficou mesmo curiosa sobre o que eu estava pensando, não é?

Ela apenas assentiu com a cabeça e me fitou com os seus grandes olhos castanhos. Eu me aproximei dela, sentindo a vontade de abraçá-la duplicar-se de tamanho. Segurei sua face entre minhas mãos, sentindo sua reação assustada. Seus olhos se arregalaram e ela certamente achou que eu a beijaria.

E eu a beijei.

Mas não do jeito que eu mais queria. Meus lábios foram direcionados para a sua testa e deixei ali um pequeno beijo carinhoso.

Sorri ao desgrudar meus lábios de sua pele e ela finalmente relaxou o corpo, sorrindo de volta.

— Vamos. Se nos afastarmos muito perderemos as explicações.

Puxei sua mão devagar e nós voltamos para o meio da pequena multidão que rodeava o guia.


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Notas finais do capítulo

E então? Não deixem de comentar suas opiniões! Um grande beijo!