“Ela tem seu próprio jeito e é por isso que eu a amo. Senhorita independente, por que você não vem e fica só um pouco?”

Miss Independent – Ne-Yo.

Era noite de sábado. Dia da primeira festa dos calouros na universidade. A organização estava perfeita, já que ficamos até agora pouco finalizando os últimos detalhes. Thomas, Jasmine e eu retornamos à festa pouco mais de duas horas. A quantidade de pessoas esperadas realmente bateu com o número de pessoas presentes. Passava pouco mais das nove horas e a festa já estava lotada.

A ruiva separou-se de nós dois assim que entramos no ambiente.

— Obrigada por tudo, gente. Divirtam-se. — Ela não aguardou sequer nossa resposta e partiu para a pista de dança, encontrando com sua amiga Brittany.

— Devemos nos preocupara com ela? — Perguntei a Thomas.

— Não agora. — Ele respondeu roubando-me um beijo.

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Depois de um tempo dançando com Thomas, avistei minha amiga ruiva sentada no bar, aparentemente já um pouco embriagada.

— Amor, vou ali ver como a Mine está.

— Certo. Vou conversar com os meninos por enquanto.

Trocamos um selinho rápido e então eu cruzei a pista em direção à ruiva.

— Jasmine, você já bebeu demais, não acha?

— Ah, Lou! Tá parecendo minha avó, me deixa vai.

E saiu para dançar com um veterano loiro. Eu não fazia ideia de quem era e duvidava que a ruiva também fizesse. Thomas percebeu que sua prima me deixou sozinha com cara de tacho e veio até mim no bar.

— Estou com medo que ela beba demais e faça alguma besteira. Desde o dia que Hadi entregou ela e Charles, que ela anda estressada. Estou com receio que ela queira livrar-se de todo o estresse de uma vez só.

— Amor, a Jasmine já é maior de idade e bem crescida. Sabe o que faz. Não digo para não se preocupar, só digo que relaxe. Ela está aqui nas suas vistas e se fizer algo estúpido demais eu ajudarei você a controlá-la. Pode deixar.

— Eu tô parecendo uma velha não é? — Ele sorriu com aquele sorrisinho no canto da boca que me deixava encantada e sorri de volta.

Observei Charles acabando de entrar na festa. Ele usava uma calça jeans clara e uma camisa gola V azul de mangas compridas, dobrada até os cotovelos. Caminhou em nossa direção e nos cumprimentou, pedindo um drinque em seguida.

— Bela festa! — Ele elogiou direcionando-se a mim e começou a observar a pista de dança.

Jasmine dançava com dois caras que eram veteranos. Eles não pareciam ter boas intenções e a cara que Charles fez, deixou claro que tudo aquilo poderia acabar mal.

Vi que um dos meninos tentou passar a mão em lugares impróprios da ruiva e encarei Thomas com olhos preocupados. Ela o empurrou e começou a falar algo que não conseguíamos compreender, mas o idiota continuava a agarrá-la a força e dessa vez tentava beijá-la.

O copo de vodka que Charles segurava foi desprezado e o loiro cruzou a pista de dança num piscar de olhos. Eu e Thomas corremos atrás dele, para tentar evitar maiores escândalos.

— Ei, cara. Solta ela!

— Cai fora Charles. Se eu não soltá-la você vai fazer o quê?

Nessa hora o loiro não pensou duas vezes e acertou um soco na cara do rapaz, que tentou revidar, mas foi impedido pelos amigos. A essa altura todos os presentes já observavam a cena. Jasmine olhava incrédula para Charles que, por sua vez, a chamava para ir embora. Ela levantou a voz e se soltou dele.

— Ei! Escuta aqui. Eu sei me defender muito bem, ok?

— Ah, Jasmine, vamos embora. A festa já acabou pra você. — Ele disse, puxando-a novamente, mas ela insistia em querer ficar.

— Quem você pensa que é? Eu vou ficar aqui. É minha primeira festa e eu estou me divertindo.

Quando ela virou as costas para ele, o rapaz a puxou de volta e colocou a ruiva em seu ombro. Ela gritava e o mandava colocá-la no chão. Ele apenas continuava andando com ela em direção à saída da residência. Logo atrás, eu e Thomas acompanhávamos os dois.

A situação seria bastante engraçada se não fosse trágica. Charles com Jasmine nas costas, gritando para que ele a soltasse. Pelo que estávamos percebendo, as coisas entre eles eram bem mais profundas do que chávamos.

Quando ele a colocou no chão, ela partiu para cima dele dando socos por todo o seu peitoral.

— Seu idiota! Eu estava me divertindo. Poderia muito bem lidar com aqueles dois.

E continuava a socá-lo. Nós ríamos da cena que a ruiva estava protagonizando e de sua notável falha na tentativa de machucar o rapaz. Charles segurou firmes os braços dela, imobilizando-a.

— Jasmine escuta. O que eu fiz foi para o seu bem. Eu me preocupo com você e poderia acontecer coisas piores se você permanecesse ali. Está bêbada, que tal ir para casa? Eu levo vocês, estou de carro.

— Ótima ideia, Charles. — Me pronunciei recebendo um olhar reprovador da ruiva. Thomas concordou comigo e então ouvimos o som de líquido sendo derramado.

— É definitivamente você precisa ir para casa. — Ele concluiu, vendo a prima limpar os lábios e fazendo uma careta.

— E a senhora vai querer ir andando ou prefere que eu a leve no colo? — Charles perguntou fitando seriamente minha amiga.

Ela o olhou com um sorriso irônico e começou a correr de volta para a festa. Tropeçou em alguma coisa e quase caiu no chão.

— Prefere que eu a leve no colo!

Ele concluiu e pegou-a no braço. Apesar de tudo eu tinha certeza que ela estava se aproveitando desse momento. Sentir os braços fortes de Charles envolvendo seu corpo, não era nada mal.

Observei a redenção da ruiva, que envolveu seus braços ao redor do pescoço dele. Durante o caminho ela ainda vomitou duas vezes pela janela do carro.

Quando chegamos em casa, convidei Charles a entrar e ordenei que a ruiva fosse tomar um banho gelado.

— Vai já tomar um banho, Jasmine Miller! Que papelão, hein?

Ela revirou os olhos e marchou para o banheiro.

— Ah, e quando acabar vai pedir desculpas ao Charles por sua atitude. — Gritei para ela que deu uma gargalhada antes de me responder.

— Mas não vou mesmo. De jeito nenhum eu peço desculpas para esse estraga-festas.