Between Letters and Numbers escrita por Miss Melindre


Capítulo 12
Capítulo 12 - Acorde-me quando tudo estiver bem.


Notas iniciais do capítulo

Olá people!
Cá estou eu SUPER feliz e serelepe!! E o motivo? A LINDA da ANNE *oooo*
Gente, ela me deixou uma recomendação simplesmente MARAVILHOSA para essa fic que eu amo escrever. Anne, quero te agradecer de coração pelas palavras. Me deu um UP tão grande que tu não sabe, menina. O capítulo é todinho seu!
Espero que gostem!



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“Então, acorde-me quando tudo estiver acabado. Quando eu for mais sábio e mais velho. Todo este tempo eu estava procurando por mim mesmo e não sabia que eu estava perdido.”

Wake Me Up - Avicii

Acordei cansada na manhã seguinte. Aquela trabalheira toda me rendeu uma baita dor nas costas. Apesar do cansaço, levantei cedo o suficiente para conseguir me arrumar adequadamente para a Universidade. Eu estava ansiosa para ver Thomas, então decidi caprichar no visual. Não há nada errado em uma mulher querer está bonita, não é mesmo?

Decidi variar e colocar algo com mais cor, já que geralmente eu usava roupas em tons pasteis ou cor-de-rosa. Vesti então um vestido vermelho. Nada provocativo, ou muito menos sexy. Para falar a verdade, eu estava mais para uma adolescente fofa. Tirei a peça em seguinte.

Andei de um lado para o outro de calcinha e sutiã, procurando por algo adequado para usar. Algo que não dissesse que eu passei horas me vestindo, mas que também não me deixasse com cara de desleixada. Vesti então uma calça jeans preta e uma batinha amarela. Olhei-me no espelho e gostei do que vi. Completei o visual com uma bota de cano curto marrom.

Bom, aquilo estava realmente bom.

Terminei de me arrumar e decidi pegar um sobretudo que estava guardado na parte superior do meu guarda-roupa. Tive um pouco de problema por conta da minha estatura, e, por isso, uma caixa rosa que estava próxima à peça, caiu por cima de mim, espalhando pelo chão vários papeis.

— Droga! — abaixei-me para apanhar as coisas, já de olho no relógio que já indicava a hora de ir.

Alguns papeis caíram embaixo da cama e um deles era uma foto. Meu coração gelou ao lembrar o que tinha nela, antes mesmo que eu pudesse olhá-la. Eu sei que deveria deixar isso para lá e ir para a Universidade, mas algo me prendia ali. Algo que eu sabia exatamente o que era. A lembrança de Jamie.

A lembrança que fazia meu corpo tremer e minha garganta ressecar. Que fazia crescer as minhas dores e trazer à tona todos os meus fantasmas. Sentei-me na cama, deixando ser invadida por toda a história que aquela fotografia contava.

Era uma foto minha e de Jamie. No nosso aniversário de um ano de namoro. Ele estava feliz, sorridente, confiante... Uma das últimas vezes que o vi assim. Eu estava radiante. Só o fato de está ao lado dele me deixava assim. Jamie foi por muito tempo, a luz que iluminou o meu caminho. Eu o amava tão profundamente que receio nunca conseguir esquecê-lo.

A fotografia era algo que me fazia viajar no tempo, mas, lembrar-me dele, era algo habitual, constante. A culpa que cai nos meus ombros é sufocante. E o arrependimento de algo que nunca foi feito era o que me consumia por dentro. Eu podia ter ficado ao seu lado. Podia ter acreditado nas palavras de Susie, quando ela me alertou sobre o ocorrido.

Na verdade, eu ainda tentei, mas infelizmente, tarde demais.

Talvez eu nunca consiga me perdoar por isso. Talvez a lembrança dos olhos de Jamie, chorando de dor, angustiados, sem vida, fosse me atormentar para sempre. O sorriso nos lábios do meu namorado foi substituído por uma máscara de oxigênio que o permitia viver um dia a mais. Ou que o fazia sofrer por um dia a mais.

Despertei um momento das minhas lembranças e me olhei no espelho de frente a mim. Eu estava pálida. Toda a alegria e frescor do meu rosto havia dado lugar a uma expressão sofrida, angustiada. Talvez a mesma expressão presente no rosto da Louise de três anos atrás.

A Louise que entrou correndo pelos corredores do hospital de Liverpool. Gritando desesperadamente o nome de Jamie, seu namorado. Aos prantos. Sendo seguida por seu pai e por um segurança obstinado a contê-la. A mesma Louise que chegou por fim à UTI e presenciou seu adorado príncipe padecendo na única maca do local. Sozinho. Na companhia apenas dos aparelhos que tentava diminuir sua dor.

A mãe de Jamie sentada fora do quarto, observando o filho definhar. Chorando. Perguntando a Deus o motivo de aquilo ter acontecido com um jovem de 21 anos. Se questionando se tinha sido realmente uma boa mãe para ele.

A dor de reviver aquele momento era quase tão intensa como antes. Eu não conseguia sair dali. Libertar-me daquelas lembranças.

Meu celular tocava, certamente era o Thomas preocupado comigo, mas eu não atendi. Já não conseguiria ir para a Universidade daquele jeito. Quando melhorasse, mandaria uma SMS para ele. Mas agora, tudo que eu queria fazer era deitar-me e dormir. Voltar para um tempo passado, onde eu pudesse fazer as coisas diferentes.

Onde eu tivesse tempo para dizer a Jamie o quanto o amava, sem que ele estivesse delirando de tanto analgésico.


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Notas finais do capítulo

Hey-ho!
As coisas do passado da Louise estão começando a aparecer, hein? O que será que vem por aí? Comentem!!

SPOILER: Quem é que vai consolar esse coraçãozinho dolorido e salvar a pátria? Alguém chuta? Até o next!