Crônicas de nós dois escrita por LittleHobbit


Capítulo 8
True Love


Notas iniciais do capítulo

Eu amo Coldplay e a música True Love mora no meu coração :3
Eu gostei, relativamente do capítulo de hoje. É frustrante, mas eu consigo sentir que estou pegando o ritmo de novo o/
Espero que gostem.



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Tell me you love me

If you don't then lie

Lie to me

Quando Gregory House acreditaria em amor verdadeiro?

Pareceria impossível que estás duas coisas pudessem se misturar. Nem mesmo ele ainda acreditaria nisso. Mas ele simplesmente não podia negar, estava completamente apaixonado por James Wilson.

Não que isso fosse uma boa ideia, ou que os melhores resultados sairiam daí, mas o que ele podia fazer se a imagem daqueles olhos castanhos não o deixava em paz?

Também não era como se ele pretendesse se declarar ou algo assim. Tinha consciência - uma consciência exagerada por assim dizer. - de que as coisas nunca funcionariam entre os dois. E a amizade de Wilson era preciosa demais para si, para que a arriscasse por uma paixão idiota. Estava satisfeito com como as coisas estavam, mesmo que sentisse uma vontade quase incontrolável de agarrar Wilson sempre que seus olhares se cruzavam, e que sentisse vontade de bater em cada uma daquelas enfermeiras oferecidas.

Wilson era amado e adorado por todos. Médicos, enfermeiras, pacientes e, até mesmo, as senhoras que serviam na cantina. Isso era terrível e, mesmo House tendo plena consciência, de que Wilson largaria cada um deles se o grisalho o chamasse, o ciúmes era tão incomodo quanto a dor em sua perna. O problema é que o ciúmes não podia ser amenizado com o Vicodin.

E mesmo assim. Mesmo com tudo isso. House não teria movido um músculo para que as coisas mudassem. E, talvez, as coisas ainda estivessem iguais se não fosse por aquela terça-feira no PPTH.

House estava se escondendo de Cuddy em uma das várias salas na clínica. Um pirulito preso nos dentes. Os olhos azuis pregados em uma revista qualquer e os pés, calçados com os tênis de corrida, postados sobre a cama médica do local.

Havia bipado Wilson há uns vinte minutos, mas até agora nada do moreno aparecer. Havia conseguido um par de ingressos para uma luta de MMA que seria lembrada por todos como, no mínimo, épica. Estava mais do que animado para contar ao amigo e ver sua cara de surpresa para si.

O grisalho esperou mais dez minutos e começou a ficar irritado. Era bom que algum dos seus pacientes com câncer estivesse morrendo para que demorasse tanto. Eram ingressos para uma luta de MMA no final das contas.

House pulou da cama em que estava e rumou até a janela de vidro da sala, jogando o palitinho do pirulito na lixeira. Afastou algumas persianas com os dedos finos e olhou para o hall do hospital, os olhos azuis procurando focalizar uma cabeleira castanha e muito alinhada. E de fato a encontrou.

Wilson estava parado perto da recepção, as mãos segurando algumas fixas vermelhas de pacientes e um sorriso portado nos lábios cheios. House sentiu a já conhecida vontade de beijar aqueles lábios, mas mudou de ideia pouco depois, quando viu para quem Wilson sorria.

Há duas semanas uma nova onda de novas enfermeiras haviam sido contratadas e uma delas, uma bem jovem e bonita, estava descaradamente dando em cima de Wilson.

A loira conversava com o moreno de forma quase íntima demais para quem havia acabado de conhecê-lo. A mais nova era só sorrisos para o moreno, e seus olhos reluziam como os de uma adolescente apaixonada. Ela jogava os fios loiros para trás dos ombros de forma charmosa e suas mãos pareciam não conseguir ficar longe do corpo de Wilson. Os dedos viajando para os braços e ombros do moreno.

O pior foi ver Wilson sem fazer menção nenhuma de recusar as caricias, ou os flertes da garota. House sabia muito bem da preferencia que o moreno tinha por loiras e isso apenas o fez ficar com ainda mais raiva da menina.

A gota d'água para House foi as mãos da loira no rosto de Wilson. Os dedos deslizando pela bochecha e acariciando a ponta da orelha de forma leve. Wilson sorria docemente e isso não deixou as coisas melhores.

House abriu a porta da sala com violência visível e, o mais rápido que sua perna permitiu, correu para perto do casal descarado. Ignorando olhares curiosos e murmurinhos incômodos.

–Que horas você costuma sair do trabalho? - a garota perguntou com a voz enjoada.

Wilson mal teve oportunidade de responder a loira, seu pulso foi envolvido por uma mão firme e seu corpo foi puxado para longe da outra.

House não tinha ideia do que estava fazendo ou do que iria fazer a seguir. Não tinha ideia do que diria a ele quando o soltasse, não queria pensar que teria que explicar o porque da atitude infantil, como uma criança que rouba um brinquedo de outra. Agora, o que sabia, era que precisava levar Wilson para longe. Para longe de todas as pessoas que queriam levá-lo de si.

House e Wilson correram aos tropeços até o elevador vazio. A cena toda seria um tanto curiosa se não fosse cômica e um tanto deprimente. Wilson tentava argumentar algo com o grisalho, mas ele apenas o ignorava enquanto passavam por pacientes e enfermeiros confusos.

Sem nenhum cuidado, o corpo de Wilson foi empurrado para a parede oposta do elevador vazio, enquanto House apertava um botão qualquer de um andar qualquer. Estava com a respiração ofegante, os cabelos já desalinhados se encontravam numa bagunça só. Estava sentindo toda a adrenalina pulsar dentro de si e simplesmente não podia deixar a oportunidade passar.

–Mas que infernos você está fazen...

Wilson tentou formular uma pergunta, mas segundos depois fora totalmente impedido de falar.

House prensara seus corpos contra o elevador, Wilson preso entre a frieza da parede atrás de si e a quentura do grisalho a sua frente.

House colara seus lábios uns nos outros em um começo de beijo quente e apaixonado. Forçou a língua entre os lábios de Wilson e se deliciou com o gosto do moreno. Estava com ganas de devorá-lo ali mesmo, mas suas mãos estavam seguras, uma delas apertando o tecido branco do jaleco que Wilson usava, e a outra se embrenhava entre os fios castanhos, os puxando.

Wilson tinha as mão postadas nos ombros do grisalho, os dedos firmes apertando a carne sem saber se o empurrava para longe ou o trazia para mais perto.

Os lábios se separaram quando ambos já estavam sem ar. House ainda depositou um pequeno beijo nos lábios entreabertos do moreno.

–Posso saber o que foi isso? - Wilson perguntou depois de voltar a ter condições para falar.

Ele fitava House com os olhos castanhos cerrados, as sobrancelhas grossas unidas e as mãos postadas na cintura. Seus lábios estavam em um vermelho mais vivo, suas bochechas estavam coradas e seus cabelos castanhos jaziam descabelados, caindo sobre os olhos. Adorável.

Apesar disso, Wilson o olhava de forma séria e House sabia que ele merecia uma explicação.

O grisalho baixou um pouco o rosto e fitou o castanho dos olhos de Wilson, tentando transparecer tudo o que sentia. E aqueles olhos reagiram ao seu olhar, sabia que o moreno entendia o que sentia - e quando havia sido diferente? Mas, mesmo assim, sabia que precisava sonorizar aquelas palavras.

–Eu te amo - disse com a voz rouca.

Podia não dar certo, mas ao menos ele havia dito.

E se ele não o amasse como House o amava, que ao menos mentisse. House não se importaria em ter um amor falso, se ao menos isso pudesse significar permanecer com o moreno para sempre.

–Eu também te amo - as palavras do moreno soaram no silencio do elevador - Seu idiota pretensioso, eu te amo desde o momento em que você entrou na minha vida.

House ficou tanto tempo em silencio que o moreno poderia ter começado a se preocupar. Isso se um sorriso, quase imperceptível, não tivesse entortado um dos lados de sua boca.

–Você tem ideia do quão clichê isso soou? - zombou o grisalho de rosto baixo.

Wilson rolou os olhos de forma impaciente e, House sabia muito bem, teria fechado a cara de maneira mal-humorada se o grisalho não tivesse envolvido sua cintura e o trazido para perto de seu corpo.

Selou os lábios nos dele de maneira calma, sentindo o corpo do menor se arrepiar com o contato de sua barba mal feita com a pele macia. Apertou a cintura do moreno contra si e sorriu entre o beijo ao ouvir um suspiro vindo de Wilson.

Não importava o que aconteceria quando as portas do elevador se abrissem para o mundo lá fora. Estavam juntos agora.


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Notas finais do capítulo

O final ficou certo, eu gostei dele, mas eu sinto que tem alguma coisa errada com o meio...
Não sei o que é, mas quando eu me decidir talvez eu dê uma revisada, não sei...



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