Você bem que podia perdoar
E só mais uma vez me aceitar
Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la

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House realmente tentara se manter longe de Wilson, ao menos num sentido mais intimo. Continuavam a se falar e ainda se encontravam com a casualidade que tinham. E ambos se esforçavam para agir como se nada tivesse acontecido. Mas era óbvio que as coisas nunca voltariam a ser como antes.

Porque agora conheciam o gosto um do outro, já haviam se familiarizado com cheiros e toques. E, como uma droga entorpecente, queriam sempre mais daquelas sensações que dividiam quando estavam juntos.

Por isso se policiavam a todo o instante que dividiam. Para que não cedessem a tentação deliciosa de se tocarem. Para que não se perdessem na saudade que sentiam.

E dois meses se passaram naquela relação superficial que construíam. Não eram mais os mesmos e isso refletia na confiança que sempre fora a base daquela amizade. House sabia que haviam terminado por uma razão, mas isso parecia totalmente irrelevante diante daquela situação. Já havia perdido um amor, não queria perder aquela amizade. Não queria perder Wilson.

Por que haviam terminado, para começo de conversa?

Claro, por culpa sua. Fora ele que se perdera na sua própria insegurança e no seu medo de deixar Wilson entrar em seu peito. Fora culpa sua todas aquelas discussões dolorosas, as palavras ásperas e as lágrimas derramadas em silencio. Tudo culpa sua. Quando não era?

Queriam evitar aquelas brigas. Terminaram para que elas acabassem. Queriam aquela amizade cega novamente, porque ela era melhor do que conviver com toda aquela cobrança. Se separaram para que pudessem ficar juntos sem se destruírem mutuamente. Mas do que aquilo adiantava se pareciam mais distantes do que antes? Se, a cada dia que passava, pareciam mais como estranhos.

House engoliu um comprimido de Vicodin e lembrou da sensação quente da pele de Wilson sob seus dedos finos. O gosto molhado de sua boca e do calor dele ao seu lado na cama.

O queria de volta. Não só como o amigo que tivera por anos, mas como o amante que ainda pouco explorara, mas que, tinha certeza agora, esperava fosse seu pra todo o sempre.

Não tinha jeito, o grisalho pensou com um sorriso torto, não sabia como esquecê-lo. Durante o tempo que estiveram juntos, Wilson apenas marcara cada toque seu na pele de House. Tudo em si próprio lembrava Wilson, a pele que o moreno beijava, os lugares onde ele tocava e todo o mar de sensações que apenas ele despertava em seu corpo. A marca de Wilson estava cravada em si próprio, como se o moreno houvesse feito de propósito para que o mais velho nunca o esquecesse.

Sabia que a culpa era sua e da sua insegurança quanto ao que sentia, mas estava mais do que disposto a fazer Wilson mudar de ideia sobre aquilo. Queria conversar com o moreno, mesmo que não tivesse intensão de se desculpar pelo ocorrido, estava disposto a melhorar a relação que tinham.

Decidira que iria fazer do moreno seu uma segunda vez. Que faria com que ele o perdoasse e o aceitasse de volta em sua vida. Não sabia mais como viver sem o outro e daquela vez faria de tudo para não perdê-lo novamente.