As canções de nossa vida escrita por Andreos


Capítulo 5
Eu preciso dizer que te amo, algum dia


Notas iniciais do capítulo

Quinto dia do desafio. Eu Preciso dizer que te amo, do Cazuza.
05/09/2014



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Alice acariciava o pulso, recém marcado, com grande carinho. O dia em que os príncipes partiriam estava quase chegando. Theor estava caminhando ao seu lado, de braços dados com ela.

Tornaram-se muito próximos desde que foram marcados como irmãos de sangue.

Thommem apareceu na frente deles, no pequeno jardim em que sempre estava. Theor abanou, com um grande sorriso, vendo o irmão retribuir o aceno. Alice apertou-lhe o braço, sorrindo levemente.

Uma moça se aproximou de Thommem e sentou-se ao seu lado, passando a conversar com seu irmãozinho.

–Sabe, Theor, você deveria contar a ele.

Theor encarou a menina, confuso. Como assim contar a ele? Nem fazia ideia do que ela estava falando. Ou procurava fingir não saber.

Seria muita, mas muita sacanagem mesmo Alice saber que ele amava Thommem. Ela era cega, afinal de contas. Ela ainda era cega. Mesmo que isso soasse cruel, ela era cega. Essa era a verdade.

Bem, Theor não era muito delicado, de qualquer maneira.

Alice beliscou seu braço com força, ouvindo-o reclamar. Ela sorria mais ainda. Aquilo deveria ser bem engraçado, mesmo. Theor revirou os olhos, parando de esfregar o braço no local machucado.

–Sou cega, não estúpida, Theor. É quase impossível não reparar no amor de vocês.

Theor encarou o irmãozinho, um sorriso mínimo e idiota no rosto. Um riso nasal escapou, já que ele queria evitar a risada nervosa que provavelmente deixaria escapar.

A menina estava dando em cima de Thommem. Aquilo fez seu peito apertar. Mesmo assim ele sabia, depois seu irmão ia falar de como a menina não sabia respeitar seu espaço pessoal. Thommem podia ser bem ingênuo, de vez em quando. E, ok, Theor amava isso no irmão.

Mas a menina atravessou a barreira de todas elas, e roubou o beijo de seu irmão.

Theor arregalou os olhos.

Desculpou-se com Alice e saiu dali, rapidamente.

Alice ficou para trás, sentindo pena dos gêmeos Herdeiros.

...

Thommem já estava cansado. Aquela menina idiota. Um segundo e seu irmão sumira de frente dos seus olhos. Ele estava com muita raiva dela, sinceramente. Quem ela pensava que era? Como assim, beijá-lo? Com que direito ela fazia isso? Pouco lhe importava se era aia de Alice ou não.

Aquela menina era uma idiota.

Como iria olhar para seu irmão, agora? Era quase invasão de privacidade.

Thommem invadiu o quarto do irmão e encontrou-o deitado, dormindo. Se aproximou dele e sentou-se ao seu lado. O mais velho nem mesmo se mexera. Tocou os cabelos dele e ficou ali, encarando-o.

Theor chorara. Pelos deuses, por que Theor chorara? Thommem quase entrou em pânico com isso, preocupado com o irmão. Ele nunca chorava, Theor era praticamente uma muralha. Ele não podia quebrar. Pelos dois.

Theor era sua segurança. Ver o irmão chorar o deixava mal de uma forma quase incompreensível. Aproximou-se do irmão e deitou-se ao seu lado, beijando sua bochecha, como um pedido de desculpas.

Thommem não sabia porquê, mas sentiu-se muito triste por não poder ajudar o irmão. E se sentia irritado, também, pelo que a garota fizera.

Olhou o irmão tão perdido no seu sono e se aproximou, tocando levemente seus lábios com os próprios.

Escondeu o rosto no peito do irmão e fechou os olhos, envergonhado pelo que fizera e extasiado. O sorriso enorme em seu rosto.

Ele podia não dizer que o amava. Mas o inconsciente de Theor sempre saberia que alguém o beijara. E, quando ele acordasse e o visse ali, de certa forma Thommem acreditava que o inconsciente iria saber.

Só isso o deu a certeza para dormir.

Theor acordou horas depois e abraçou o irmão, aconchegando-o mais perto de seu corpo. Beijou o topo da cabeça do mais novo e suspirou. Pelo menos o mais novo fugira para perto de si. Enquanto não pudesse declarar seu amor, iria servir de apoio para os amores do irmãozinho.

De alguma forma, cumpriria seu papel de irmão mais velho.

Mesmo que quisesse ser mais.

Podia ignorar sua dor pela felicidade do irmão, afinal de contas.


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Notas finais do capítulo

Não estou fazendo capítulos muito longos, somente para não deixar muito cansativo. Após o capítulo 19, de Portadores do Reino.
até amanhã



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