As canções de nossa vida escrita por Andreos


Capítulo 2
Can't take my eyes off of youMy pretty brother


Notas iniciais do capítulo

Capítulo baseado na música Can't Take My Eyes Off Of You, do filme10 Things I Hate About You, com Heath Ledger. Segundo dia do desafio de songfic
02/09/2014



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/541889/chapter/2

Droga, Theor odiava aqueles malditos eventos. Por que diabos tinha de comparecer a festa de quinze anos de sua meia-irmã? Aliás, de onde surgira aquela porra toda?

Ele se sentia horrível naquela roupa e ainda mais horrível por ter de dar as caras.

Em pouco menos de seis anos, Theor aprendera que o povo de Mortir o odiava. Odiavam-no, e com certa razão. E ele não se importava. Poder olhar para Thommem todos os dias era o que lhe dava razões para continuar naquele reino maldito. Mas ele, mesmo assim, odiava aqueles eventos formais.

Thommem entrou no seu quarto. Pode vê-lo através do reflexo no espelho. E ficou encarando-o, esquecendo-se completamente que tinha de ajeitar o lenço ao redor de seu pescoço.

Ele não conseguia desviar os olhos de seu irmãozinho tão lindo e perfeito. Era sempre assim, mas naquela noite ele estava maravilhoso.

E Theor pensou que talvez pudesse sequestrar Thommem para si. Por toda a vida.

–Deixe te ajudar.

Thommem virou-o, passando o lenço dourado ao redor do pescoço antes de fazer o nó, que lutara tanto para fazer, em alguns segundos. Ele nunca soubera vestir-se adequadamente, admitia.

–Obrigado.

Estava envergonhado. Desde que começara a desejar o irmão, a proximidade era constrangedora para ele. Apesar de gostar. Amava estar perto de Thommem e poder encará-lo de tão perto. Seus olhos verdes, os cabelos ruivos, muito mais claros que os seus, mas mais escuros que o ruivo de toda a família, chegando a parecer um laranja. Theor amava estar perto de Thommem, mesmo que não fosse da forma que desejava.

E Thommem amava estar perto de Theor. O irmão estava lindo naquelas roupas. O mais velho sempre fora enorme, como a mãe. Era grande e musculoso, ao contrário dele mesmo. E ele tinha uma masculinidade natural que fazia com que Theor, em plena puberdade, o desejasse mais ainda.

Não que um dia ele fosse falar, mas Thommem achava simplesmente impossível desviar o olhos de toda aquela beleza que seu irmão possuía e irradiava.

–Vamos?

Thommem esticou sua mão, esperando que o irmão a pegasse. Ficaram tempo demais se olhando, e a proximidade começou a incomodá-los. Theor segurou sua mão, sorrindo brilhantemente, o que deixou o mais novo envergonhado.

E aquele calor entre eles era tudo que importava para o pequeno mundo dos dois.

Agora que se encontraram, não deixariam ninguém afastá-los. Não enquanto pudessem manter as mãos unidas.

Não enquanto pudessem ver-se.

Eles não iam permitir que os separassem.

Foram onze anos de solidão e obediência cega. Agora eles tinham um propósito.

Theor nunca desviaria seus olhos de Thommem para não perdê-lo novamente. Porque agora ele podia segurar seu irmãozinho e, apesar de ter o fogo, era o mais novo que o aquecia.

Thommem podia desviar seus olhos de Theor, mas era porque ele sabia que o irmão mais velho sempre estaria olhando ele. E ele agradecia aos deuses por ter seu irmão ao seu lado, aquele que o aquecia tanto por dentro quanto por fora.

Eles não precisavam declarar seu amor, sabiam que se amavam incondicionalmente.

Eles só não podiam ter-se da forma que desejavam.

Mas, por enquanto, as mãos juntas era tudo que precisavam.

A companhia um do outro era o suficiente.

Porque o amor deles era incondicional, de qualquer forma.

Os dois sorriam quando entraram no baile oferecido para o aniversário de quinze de sua irmã. Suas mãos ainda unidas. Agora que se encontraram, eles queriam ficar juntos. E por enquanto era o suficiente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Theor e Thommem se encontram com 17 anos, no capítulo. Eles não vão envelhecer muito mais que isso, a partir dos 21, por fazerem parte da família Sol.
Com o tempo, tudo vai ser explicado.
Espero que não esteja clichê demais.
Até amanhã



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As canções de nossa vida" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.