As canções de nossa vida escrita por Andreos


Capítulo 13
Só Hoje, sem você


Notas iniciais do capítulo

Yeah, como prometido, os dois em sequência. Assim fico atrasado somente um dia e tentarei recuperar o mais rápido possível.
Baseado na música Só Hoje, Jota Quest. Eu adoro com devoção essa música.



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Theor odiava aqueles momentos em que ficava separado do irmão. Havia semanas em que ele via-se obrigado a voltar a Heltândia sem o mais novo. Desde que se juntaram, aqueles dias eram uma tortura, mas que ele prometera cumprir por causa de sua mãe.

Além do mais, era uma semana sempre conturbada em Mortir que, quanto mais longe, melhor.

Mas, todos os dias, Theor desejava apenas encontrar-se com o irmão. Que o tempo passasse rapidamente e que ele pudesse vê-lo. Abraçá-lo. Trocar qualquer frase com ele, só para continuar com a certeza de que aquela relação existia.

Desde que viu-o pela primeira vez, e depois daquele tempo em que passaram juntos, Theor soube que nunca mais poderia viver sem o gêmeo. Ele também tinha a certeza de que não seria possível estarem sempre juntos, já que ambos tinham um reino para futuramente governar, mas ele gostava de imaginar que não precisariam separarem-se.

Ele gostava de forjar uma vida tranquila entre os dois em sua mente.

Muitas vezes, quando sentia nostalgia do irmão, ele pegava o lenço que o mais novo bordara e ficava o encarando. Eram dois T’s que se interlaçavam. Infantil, mas bonito. Como o irmão. Theor sabia, bordado era coisa destinado a garotas, mas Thommem não era um exemplo de masculinidade. Ao contrário da irmã mais nova.

Ele chegava a estremecer ao lembrar-se de Thana, a Herdeira. Ela era uma espécie de garoto, como ele. Masculina e que lidava melhor com as armas que muitos homens por ai. E treinava, muitas vezes, com Rain, a mão direita do rei. Ela era assustadora.

Não que Theor tivesse medo da meia-irmã mais nova, mas ele a respeitava por sua ferocidade. Às vezes desejava que o irmão tivesse um pouco mais dela para que soubesse se defender melhor. Mesmo que Thommem possuísse seus próprios truques mágicos, ele ainda considerava o irmão extremamente frágil para defender-se sozinho em situação de perigo.

Levantou-se da cama e desceu para o jantar. Ele normalmente passava dias monótonos quando estava no palácio da mãe, já que negava-se a servi-la novamente. Perguntava-se se isso chateava muito a mais velha, mas nunca tinha uma certeza. A mãe, muitas vezes, era uma incógnita para ele.

Pensou na forma em que Thommem a admirava. O irmão mais novo já admitira para ele que não conseguia ver Tesália como sua mãe. Ao contrário de Theor, o mais novo cresceu, boa parte da vida, sob o amor de Jana. A mulher, agora ele entendia, transpirava maternidade pelos poros. Ele mesmo passara a ter um conceito diferente de mão, mas ao mesmo tempo não podia julgar a sua progenitora.

Ela era diferente, sob vários aspectos. Ela era uma soberana. Ela herdara o trono em um momento complicado. O assassinato do pai e a traição do irmão ainda pesavam na rainha. Ela não sabia como ser mãe de um garoto que era oficialmente o próximo Herdeiro.

Era como jogar na cara dela que devia morrer e dar seu lugar ao seu primogênito.

Isso doía em THeor. Ele, se pudesse, nunca assumiria aquele trono. Era regado a infelicidade e a traição. Até podia sentir o peso na mãe. Ela era bela, claro, mas era mais velha do que imaginavam e com um peso que ninguém que não fosse Sol poderia suportar. Era como carregar os reinos nas costas.

E, ao lembrar-se disso, Theor pensava se não era mais inteligente afastar-se do irmãozinho. Nunca chegava a uma conclusão, porém. Ele acabava sempre por desejar o irmão ao seu lado. Gostaria de tê-lo para si mesmo quando o outro estava zangado ou mau humorado. Quando estava feliz ou levemente abatido. O mais velho desejava o mais novo em qualquer situação.

Só a presença de Thommem parecia completar Theor, acalmando-o e trazendo-lhe sentimentos contraditórios. Ele entendia bem aquela sensação e tinha certeza do que era. Era sua maldição. Era seu amor pelo irmão. Um amor não fraternal, como o de sua mãe por Quein.

Mas ele não se importava muito com isso, porque ele dormia em paz quando tinha Thommem por perto. Bem, em paz dentro do possível. Ele amava o irmãozinho a ponto de sorrir constantemente. De sentir o coração bater mais forte ao lembrar-se dele ou ao, simplesmente, avistá-lo.

É, a saudades deixaria o reencontro com um gosto mais doce. E ele guardaria o sentimento quente, que sentia pelo irmão, com carinho. Porque o mais novo era o motivo da sua alegria e de seu motivo de viver.


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Notas finais do capítulo

Ok, amanhã terá mais. Vou evitar atrasar postagens novamente e responderei aos reviews o mais breve que conseguir.
Então, até amanhã.



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