As canções de nossa vida escrita por Andreos


Capítulo 1
HappyBirthday


Notas iniciais do capítulo

Capítulo baseado na música Happy, de Pharrell Williams.
01/09/2014

OBS: Sei que estou desenvolvendo a estória ainda, e com um pouco de problema quanto a escrita dos capítulos, mas achei o desafio tão interessante que tive de apostar.Aproveitem



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Theor levantou-se com sua típica falta de vontade. Ele nem mesmo sabia quem era nas manhãs em que, surpreendentemente, dormia mais que nove horas. Aliás, era um milagre ele dormir tanto tempo, levando-se em consideração a sua frequente insônia e aquela coisa de guerreiro sempre alerta.

Em uma noite dessas, poderiam cortar sua garganta, a garganta de Thommem, a garganta de sua mãe e de metade do exército de Heltândia que ele nem mesmo ouviria, sentiria, veria. Qualquer que fosse a definição.

Mas ele sentia-se bem enquanto se trocava. Feliz. Sua felicidade praticamente transpirava por seus poros, tamanho era o sorriso em seu rosto. E isso tudo por causa daquele presente que escondera por dias dentro do seu baú.

Graças aos deuses Thommem não vira. Nunca pensou que fosse conseguir esconder um presente de seu irmãozinho intrometido. Thommem e seu maldito dom de ver o futuro o assustavam, ainda.

Aqueles olhos brancos e translúcidos podiam assustar qualquer um, na verdade.

Mas ele conseguira. Thommem não tivera a audácia de mexer no baú que guardava suas roupas íntimas. Fora a melhor ideia que tivera para esconder o presente. E fora sua melhor ideia, de fato.

Mas isso não importava mais. Ele conseguira e o presente mantivera-se um segredo. E ele estava feliz por esse simples ato. Ele estava feliz pelo seu primeiro aniversário com sentido. O primeiro aniversário com seu irmãozinho.

Nem sua mãe conseguiria estragar seu humor. Nem as brigas entre os dois soberanos vizinhos iriam estragar seu humor. Nem a existência de Rain naquele castelo iria estragar seu humor.

Theor transbordava alegria.

E não era só por ser seu aniversário, consequentemente aniversário de Thommem.

Era porque era o primeiro aniversário dos dois juntos. Eles finalmente estavam juntos. Primeiro aniversário em doze anos.

Onze malditos anos de solidão, mas aquele mudava tudo.

Doze era seu número da sorte.

Doze era seu número preferido.

Nunca amara tanto o número doze.

...

Doze. Thommem nem conseguia esconder o sorriso. Finalmente um aniversário com sentido desde que... nasceu. Doze era um número bom. Não fazia muito sentido, mas nunca gostara tanto do número doze.

E ele realmente se esforçou para não estragar a surpresa que Theor estava preparando para ele. Também não ia gostar que Theor descobrisse seu presente, então respeitou-o o máximo possível. E conseguiu.

O presente ainda era uma incógnita, o que deixava-o nervoso e ansioso. O que deixava seu sorriso ainda mais largo enquanto tentava imaginar o que era.

Sua madrasta terminou de ajeitar suas roupas e beijou-o na testa, apontando para o presente sobre a cama. Thommem radiava felicidade, o que fazia a outra sorrir ainda mais. Não tinha como não ficar bem ao ver aquela expressão tão radiante no rosto do enteado.

E enquanto Thommem corria atrás do irmão, passava pelas pessoas gritando um bom dia. Alguns riam enquanto viam o pequeno príncipe tão contente, coisa que nunca viram em anos.

Ainda mais naquele dia que Thommem sempre considerara tão solitário.

–Ei.

Thommem quase nem conseguiu parar. Rain era grande, mas, naquele momento, Thommem pensou que poderia facilmente passar entre as pernas do mais velho. E aquele pensamento o fez sorrir ainda mais.

Mas Rain apertou-o em um abraço, desejando-lhe feliz aniversário e o soltando. Thommem agradeceu e se despediu, voltando a correr. O mais velho ainda o avisou que mais tarde daria o seu presente, mas o pequeno príncipe quase nem deu bola.

Sua atenção estava voltada em outro lugar.

Rain soltou um longo suspiro ao ver seu pequeno correr para longe. Era uma das primeiras vezes que via as costas dele, daquele que passara a considerar seu irmãozinho, se afastando. Não o estava protegendo-o, estava deixando-o ir.

E mesmo assim ele sorriu, porque a felicidade de Thommem contagiava a todos que o viam. E pensou que Theor, aquele pirralho insolente, estivesse da mesma forma. Até isso o fez sorrir, soltando um riso anasalado.

Thommem passou pelos soldados desconhecidos de sua mãe, que foram tratados com igual felicidade e educação que usara para falar com os soldados de seu pai. Alguns, que conheciam o príncipe mais velho, de Heltândia, não puderam conter o sorriso, porque sabiam que seu príncipe estava da mesma forma que o príncipe de Mortir.

E Thommem, chegado ao ponto de encontro, sorriu ainda mais.

Droga, ele nem mesmo se importava com o maldito casamento arruinado. Ele tinha doze anos, ele estava pouco se importando com uma garota que quase nunca vira na vida.

O que lhe importava e que lhe trazia a sensação quente e o sorriso aos lábios era aquele garoto enorme de, igualmente, doze anos e de cabelos mais vermelhos que já vira. Humor instável e de vocabulário sujo.

Mas seu irmão mais velho.

Carinhoso, amoroso e brincalhão.

Malditos onze anos que os separaram.

Benditos futuros anos que os esperavam.

–Feliz aniversário.

Ambos disseram, entregando os presentes ao mesmo instante.

Os sorrisos não abandonou-os naquele dia.

A felicidade calou até mesmo Tesália e Rhomas, que sentaram-se como amigos pela primeira vez em anos no jantar de aniversário de seus filhos.


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Notas finais do capítulo

Escolhi esse casal, pois, dentre os casais que ainda se desenvolvem na estória Portadores do Reino, ou já se desenvolveram, esse é o que eu mais trabalho em cima, por ter uma dinâmica super natural.Além do mais, os considero minha criação suprema.Isso se deve ao fato de trabalhar o sentimento conflitante dos irmãos. Foi uma maneira de poder mostrar mais deles para todos vocês.Peço perdões pelos futuros spoilers desde já, mas todos estão conscientes.Até.



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