Tom & Mary - jornada musical escrita por IsaOli


Capítulo 9
Amor verdadeiro


Notas iniciais do capítulo

Capítulo inspirado na música True Love do Coldplay



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Robert estava estarrecido com o que acabara de ouvir no telefone "Mary, passando suas noites em clubes de Jazz? Isso só pode ser uma piada de mal gosto, Rosamund!"

"Pois acredite no que estou lhe dizendo, meu querido irmão, Mary está para manchar de vez o seu nome na sociedade, vocês precisam agir!"

Algumas horas depois Violet apareceu, quando Cora ameaçou contar nervosamente, a Condessa viúva disse que já sabia de tudo: "Rosamund me mandou um telegrama, a questão é o que vamos fazer?" ela perguntou. "Ora, eu vou buscá-la agora mesmo!" Robert disse enfurecido. "Oh me caro, cuidado, Mary já não é uma criança e pode cuidar de si mesma ela não permitiria que alguém falasse com ela assim, tem de decidir por si mesma a parar com isso, assim como quando ela decidiu sair do luto" ela tentava acalmar os nervos do filho.

"Mas o que faremos então, mamãe? E o porque Mary faria uma coisa dessas? Não consigo entender!" Robert dizia gesticulando e olhando pela janela.

"Robert, você não vê? Até os empregados da cozinha devem ter notado, foi porque Tom foi embora, só pode ter sido! Ela deve estar com medo dele não voltar, e ela ter que cuidar de tudo sozinha, depois de ter perdido a irmã e o marido você acha que ela lidaria bem o fato de perder Tom e Sybbie? Eles estavam tão apegados..." ela então ergueu uma sobrancelha pensando melhor nas últimas palavras que saíram de sua boca "Eles estavam tão apegados" Violet tinha uma percepção incrível para as coisas, mas só agora depois desses acontecimentos que alguns pensamentos surgiram dentro dela.

"E você quer que eu vá buscar Tom? Ele é mais teimoso do que ela, a senhora sabe... talvez ele realmente não queira voltar, ele sempre quis tanto ir embora daqui, Céus, não gosto nem de imaginar em Sybbie crescendo lá"

"Não, não, ele também deve decidir voltar pra cá de livre e espontânea vontade, mas devemos escrever contando o que aconteceu, quem sabe assim não antecipamos a sua volta? Na carta coloque o telefone de Rosamund, ele pode ligar pra lá e assim colocar um pouco de juízo na cabeça de Mary!" a Condessa concluiu, ela sempre sabia como agir diante dos mais variados problemas.

Cora escreveu um telegrama para Tom, pedindo que ele ligasse para lá, seria muito mais rápido do que uma carta e ela poderia explicar tudo melhor caso ele tivesse dúvidas e assim também perguntar sobre Sybbie.

"Tom, ligue para Downton com certa urgência, assim poderemos nos falar melhor sobre um assunto importante" ele ficou um pouco nervoso, qual seria o assunto importante?

Foi até o telefone mais próximo, perto da ferroviária no mesmo dia. "Tudo bem com você e Sybbie? E a sua mãe?" Cora imediatamente perguntou com um tom de voz mais tranquilo do que Tom esperava; "Sim, estamos muito bem, minha mãe está muito feliz que eu vim, estava com muitas saudades... achou que nunca chegaria a ver Sybbie e agora está muito apegada, mas está tudo bem por aí?" Cora respirou fundo e tentou encontrar as palavras certas para responder: "Conosco sim, mas Mary.... ela foi para Londres, passar uns dias na casa de Rosamund"

"Mas ela está bem?" ele disse quase gaguejando; "Sim e não. Ela foi pra lá para descansar e sair um pouco, você sabe, Mary precisa encontrar um novo amor e em Londres nas rodas sociais ela teria mais chances do que aqui. Mas de repente, ela parou de agir como ela, está indo quase todas as noite com Rose para bailes de Jazz, Rosamund diz que ela está bebendo muito e não parece feliz, tudo isso aconteceu depois que você foi embora, Tom" Tom estava perplexo "Eu achei que ela e Gillingham finalmente seriam alguma coisa" ele confessou; "Tony teve que fazer uma viagem ás pressas também, e Mary não teve mais contato com ele, ela está agindo de maneira escandalosa nos bailes pelo que Rosamund ficou sabendo, sua reputação pode ser manchada, por isso te liguei"

"Mas o que eu posso fazer? Não pretendia voltar tão rápido, eu já prometi a minha mãe, ela ficaria desolada; E talvez Mary não queira me ouvir também" ele respondeu. "Mas você poderia ligar para ela, acredito que ela ficaria feliz de saber que você está preocupado" Eles falaram mais um pouco, Cora fez várias perguntas, passou o telefone e mais uma vez insistiu para Tom ligar. Ele queria ligar; Ele deveria ligar e depois de um dado momento, ele sentiu que precisava mais do que tudo ligar; Ele só precisava se preparar, encontrar as palavras certas.

Em Londres Mary pensava nele ou em como deveria ser sua vida agora, sem ele. Será que ele a amava? Será que era mentira? Bateu uma necessidade imensa de ouvir isso dele, mesmo que não fosse verdade, como se isso fosse unilateral e só ela sentisse algo por ele. Que dependência mais estranha ela sentia agora.

"Mary, telefonema para você!" Rose anunciou com a sua falta de cerimônia de sempre. "A sra. já contou para papá, não é tia Rosamund?" ela contestou brava "Claro que sim, minha cara; Mas não é ele no telefone, é Tom lá da Irlanda, vai deixá-lo esperando?"

"Tom?" Mary ficou confusa, foi em direção da sala, pediu que o mordomo pedisse que ninguém entrasse.

"Alô?" ela disse com a voz fraca. "Mary, é você?" ele disse quase emocionado "Sim, porque você está me ligando a essa hora da noite? Aconteceu alguma coisa?" ela tentou se recompor.

"Está tudo bem por aqui, minha mãe pediu que te cumprimentasse por ela, ela está feliz de conhecer a neta e de me ver bem novamente; E você e George, como estão? Sua mãe está preocupada com você, disse que você está estranha, isso tudo o que ela disse que você esta fazendo tem alguma coisa a ver conosco? Eu desejo que você pudesse me contar o que está acontecendo com você" Agora era a voz dele que saia fraca. "Vamos por partes: Fico feliz por sua mãe, foi um prazer conhecê-la quando eu estive aí; George está bem, como você pode imaginar, ele sente falta de Sybbie... e sua falta também" ela parou por um instante; "Como você imagina que eu fiquei quando você foi embora assim, sem mais nem menos, depois do meu aniversário? Como se nada alí tivesse a mínima importância para você?" ela então desabafou.

Ele ficou em silêncio por alguns instantes mas precisava dizer logo a verdade "Por um segundo, eu achei que tinha o controle, que eu tinha isso - a gente- mas eu havia perdido isso, eu pensei; Vi você com Gillingham em seu aniverário, isso parecia tão certo, que foi difícil ver o fogo subindo mais e mais e consumindo tudo, por mais que fosse o certo vocês dois e não nós dois, eu não saberia como lidar, assistindo de camarote, então resolvi me afastar para que você pudesse ser livre, eu achei que vocês ficariam bem depois que eu me afastasse. Foi para o nosso bem Mary, para o nosso bem!Eu nuca quis que você ficasse sozinha, mas que você ficasse com ele!"

"Mas eu fiquei sozinha... sem você do meu lado, eu vou ficar! E eu não posso lidar com a minha solidão! Você também se lembra, daquela vez, daquele dia? Quando eu era sua, e você estava cego, o fogo brilhava em nossos olhos? Eu me lembro dos nossos beijos e de como você me abraçava forte, do quarto escuro em que não podíamos ver nada, mas sentir tudo...mas eu perdi você agora e você simplesmente me deixou"

"Mary não faça isso, você sabe que as coisas não são tão simples e eu nunca tive intenção de te machucar" ele respondeu quase chorando. "Então diga que você me ama Tom, e se você não me ama, minta pra mim, eu preciso ouvir você dizer que me ama, chame por um instante de verdadeiro o que existe entre nós, minta pra mim se for necessário" ela pediu com a voz abafada; "Eu te amo Mary, eu gostaria que fosse mentira, mas eu te amo e esse amor também dói em mim, as horas se arrastam a noite sem que eu consiga dormir direito, eu sinto sua falta, falta de George, falta de nossos momentos felizes, e é tão bom ouvir a tua voz, mas isso não está bem e não vai acabar bem; Você precisa encontrar alguém que vai poder te fazer plenamente feliz e não estragar a sua felicidade... eu te amo, amo, Deus sabe que amo, mas eu preciso deixar você ir"

"Porque as coisas são tão difíceis pra mim, eu não entendo!" ela desabafou deixando algumas lágrimas caírem. "Mary, um dia você vai encontrar alguém que vai te fazer esquecer tudo isso, e você vai rir... nós vamos rir! Você só precisa ter um pouco de paciência! E juízo" Ele riu "Prometa pra mim que você não vai fazer mais nenhuma loucura!Eu te imploro, não me torture! Eu preciso ver você se esforçando para ficar bem!"

"Mas até que eu estava gostando do Jazz!" ela riu, quase gargalhando e enxugando lágrimas, um misto de emoções, a calma chegaria depois de ouvir a voz dele "Me prometa!" ele pediu mais uma vez. "Eu vou me esforçar!" foi a resposta mais sincera que ela poderia lhe dar. "Beije George por mim e se cuide, prometi a minha mãe que ficaria mais um pouco com ela, aproveite para me esquecer, tudo bem?" ele respondeu e dessa vez era dos olhos dele que uma lágrima caiu. "Dê um beijo em Sybbie por mim, aproveite e tenha um bom tempo, descanse" ela pediu "Boa noite" mútuo, a ligação chegara ao fim;

Mary estava mais calma e não quis sair essa noite, Rosamund não sabia o porquê, mas falar com Tom tinha funcionado. Tão logo pôde, ela ligou para Cora para lhe contar. Todos respiravam mais aliviados.


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