Tom & Mary - jornada musical escrita por IsaOli


Capítulo 8
Extravagante


Notas iniciais do capítulo

Capítulo inspirado na música Fancy - de Iggy Azalea
Foi muito difícil adequar uma história de época e tão tradicional a uma música dessa! Não sei se consegui cumprir exatamente o desafio, mas espero que sim! Mary resolveu fazer o impensável: Se aventurar num clube de Jazz!Não quero nem ver quando chegarmos a "Like a Virgin"



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/541793/chapter/8

Mary estava revoltada "Será que nunca vou poder ser completamente feliz?" Ela se apaixonou por Pamuk, ele morreu; Depois veio Matthew, tantas dificuldades e impossibilidades, desencontros uma Guerra, noivos e por fim quando eles alcançaram a felicidade, ele também morreu; Agora era Tom... assim como os outros dois, Mary não queria ter se apaixonado, ela jamais imaginou que iria se apaixonar por um Turco e que teria a sua primeira vez com ele assim quase que roubada, depois, Matthew era o herdeiro que havia lhe "usurpado" aquilo que para ela sempre a pertenceu, e ele era um simples advogado, que mal sabia segurar uma colher adequadamente, o monstro marinho de sua mitologia; E Tom.... Tom era o marido de sua falecida irmã, sua tão querida e amada irmã. Não era só isso, Tom era Irlandês, pobre, o ex-motorista da família! E se tudo isso já não bastasse, ele era um socialista. Ela definitivamente tinha um gosto estranho e perturbador para homens; Uma mulher que se dizia ser uma inglesa tão tradicional, com o sonho de ser uma Condessa. Uma mulher que foi criada para não escolher pelo amor, mas pelas vantagens sociais ou financeiras. Uma mulher que quase se casou com dois homens do qual ela detestava. Ela se cansou disso tudo.

"Mamãe, eu vou pra Londres amanhã! Ficarei lá por uns dias, vou levar Anna e a babá comigo." ela comunicou Cora durante o almoço;

"Mas assim, de repente, minha querida? Vou ficar sem meus dois netos de uma só vez?" Cora disse nervosa.

"Cuidar da propriedade sozinha durante esses dias me cansou, eu preciso descansar, ver gente nova, minha vida tem sido muito chata, você não acha? Quem sabe não encontro algum pretendente interessante por lá? Terei muito mais possibilidade disso em Londres." ela replicou

Cora olhou para ela de forma maliciosa, era exatamente o que ela queria que Mary fizesse já há algum tempo, por isso assentiu e não falou mais no assunto. Aliás, fez algumas recomendações de pessoas que ela poderia visitar e as roupas que ela poderia comprar.

Mary levou Rose com ela, ela estava afim de aventura e ninguém melhor que Rose para ajuda-la a encontrar isso. Já na primeira noite elas jantaram com a Tia Rosamund e depois saíram para um badalado Clube de Jazz, a banda que tocava era americana. Ela já tinha ouvido falar sobre como esses bailes eram, e já tinha ido atrás de Rose uma vez, na época ela achou assustador; Mas agora ela estava achando tudo excitante. Ela viu várias moças com os vestidos mais curtos e com um generoso decote nas costas, dançando como se não houvesse amanhã. Sua vó teria um ataque cardíaco se visse Mary tentando acompanhar o ritmo do Jazz, talvez diria que já era hora de partir para o Além. Rose estava extasiada ao ver que finalmente alguém cedeu a nova era que o mundo estava vivendo.

Ela vestia uma roupa brilhante, saltos grossos e altos, jóias que balançavam no seu pulso, ela sabia ser extravagante quando queria. Encontrou uma velha amiga "Uau, eu não acredito no que eu estou vendo, Lady Mary Crawley??" Lady Albina pôs a mão sobre a boca. "Ora minha cara, eu poderia lhe perguntar o mesmo!" e sorriu para ela. "Você não mudou nada, Mary! Está magnífica!"

"Em primeiro lugar, tenho que mostrar que sou autêntica, não é? Num salão cheio de mulheres, temos que saber nos destacar!" Estava cheia de si; ela pediu um drink ao garçom; Champagne, licor, bebida forte, qualquer coisa que ela visse no bar, iria pedir um copo.

"Você ainda continua no ramo do crime?" Lady Alba brincou com ela. "Por onde você andou por todo esse tempo? Eu poderia apostar que foi para América, você stá falando como a minha avó!" Mary continuou "Mas respondendo sua pergunta... *cara de mistério* talvez?"

Um cavalheiro lhe convidou para dançar, ela se virou para Rose "Quem é esse? É afortunado?" Rose abaixou a cabeça com vergonha, esse tipo de coisa não importava para ela, desde que o cavalheiro em questão dançasse bem "Eu temo que não, prima Mary" Mary olhou de volta para o moço "Querido, eu sou luxo! Clássica e cara, do tipo que você não pode tocar!" Ela se lembrou de Tom, se ele a ouvisse agora seria capaz de colocá-la sobre os ombros e levá-la dali; "Ele e Matthew ficariam muito tristes comigo" ela pensou... "Mas eu não tenho nenhum dos dois comigo agora, porque deveria me importar?" ela concluiu.

Depois desse pensamento, Mary passou a agir como se ele estivesse alí, de modo que ela o pudesse provocar; Não estava acostumada a misturar tanta bebida, a ouvir uma música tão frenética em um lugar com tantas pessoas. Havia um cavalheiro do tipo que faria a antiga Mary delirar, filho de um Conde, herdaria títulos e propriedades, ela dançara com ele em seu baile de debute há vários anos atrás, ficou admirada de ele ainda estar solteiro depois de tanto tempo, não era bonito, mas a beleza pouco importava para a maioria. Ela imitava as dançarinas do palco, tremendo os joelhos e descendo e subindo frenéticamente, levantando os pés para frente e para trás até a altura dos joelhos, sua saia cheia de franjas rodava, seu cabelo curto e escuro deixava sua pele mais evidente, as jóias em excesso também chacoalhavam para todos os lados, os brilhantes reluziam, seus braços iam de um lado para o outro em perfeita harmonia. Mary estava no esplendor de sua extravagância. Algumas moças dançavam com outras moças por falta de parceiros, eram 10 mulheres para cada homem no salão, mas Mary estava conseguindo chamar atenção de pelo menos metade deles com todo o seu charme.

"Continuo me exibindo, você gosta disso?" Ela direcionava seus pensamentos para Tom "Eu sempre fui de certa forma extravagante, querido, pensei que soubesse disso" Ela deixou escapar, seu parceiro estava estupefato! "Você gosta de moças de espírito livre, não é Tom? Acho que agora eu sou suficientemente boa para você" ela rodopiava e ria, isso certamente seria lembrado pelo estômago dela algumas horas mais tarde;

Todo mundo (em especial Rose) se perguntava como ela conseguia fazer isso, ela conseguiu despertar certa inveja em algumas damas. "Quem é essa?" todos perguntavam "Lady Mary Crawley" os que sabiam respondiam chocados.

Mary não estava propriamente dito, feliz; Mas a dor dera lugar a euforia, e de certa forma, mesmo depois de ter passado a madrugada inteira nos braços de Anna e com um balde logo abaixo do seu queixo, ela gostou de sentir aquilo. O triste era no outro dia acordar com o mesmo sentimento, com o pensamento ainda nele "Lá na Irlanda deve ter muitos bailes desses também.... 10 mulheres em volta dele, no mínimo, humpf!" ela pensou irritadíssima. Levou George para passear no parque depois do almoço, assim poderia espairecer e quem sabe se preparar para mais uma noite como essa. Ela passou a tarde treinando passos com Rose e Rosamund olhando de longe, chocada com toda essa novidade. "O que em nome de Deus aconteceu com Mary?" Obviamente ela ligou para Downton e mandou um telegrama para sua mãe contando tudo, alguém precisava fazer alguma coisa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Tom & Mary - jornada musical" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.