Tom & Mary - jornada musical escrita por IsaOli


Capítulo 11
Voltando para o preto


Notas iniciais do capítulo

Capítulo inspirado na letra da canção "Back to Black" da Amy Winehouse
Adorei escrever esse capítulo, tão dramático!!!!



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"Querida Mary,

Espero que esteja tudo bem com você e com George, Sybbie manda um abraço e um beijo para todos vocês.

Estou lhe escrevendo pois acho mais fácil tratar disso por carta e não face a face, quero que você tenha tempo para digerir, mas também quero que você seja a primeira a saber. Eu conheci uma pessoa especial aqui em Dublin; Na verdade eu já a conhecia, trabalhou comigo no jornal enquanto morava aqui. Na ocasião, ela estava noiva, eu tinha minha Sybil e nós quase não nos falávamos. Eu a encontrei em um baile, ela rompera com o noivo há alguns anos atrás e estava sozinha, conversamos por algumas horas. Não vou entrar em detalhes sobre isso, mas eu acho que finalmente estou conseguindo seguir em frente, querida Mary, e eu espero que você também esteja fazendo o mesmo por aí.

Ela já conheceu Sybbie, e as duas se deram muito bem; Ela é uma mulher maravilhosa, trabalhadora, esforçada e sempre envolvida em projetos sociais, sua mãe e Isobel certamente iriam gostar de conversar com ela. Combinei de encontrá-la novamente esse fim de semana, e por isso, senti que você deveria saber logo pois não gostaria que ficasse sabendo de outra forma. Se tudo der certo, quem sabe um dia você a conheça também; Espero que essa notícia seja motivo de alegria e alívio para você e não de tristeza. Acho que é aqui que chegamos definitivamente no nosso adeus, espero que seja o último, pra fechar essa história de vez;

Com amor fraterno,

Tom"

O sorriso que estava em seus lábios quando viu que chegara uma carta dele, imediatamente desaparecera.

"Mas o que...mas quem ele pensa que..." Mary saiu batendo a porta, Rose ficou sem entender nada. Ela foi se jogar na cama, desolada.

"Ele não perde mesmo tempo com arrependimentos, não é? Há poucos dias atrás disse que me amava, agora ele já tem uma pessoa especial? Tudo bem, nós dissemos adeus com palavras, mas eu não disse com o coração... ele não pôde se manter longe de um rabo de saia por algumas horas!? Ah, ele com suas velhas apostas, sabia exatamente onde encontrar , voltando para aquilo que já conhecia.... ele já se esqueceu de tudo o que passamos juntos? Oh Deus eu vou morrer!"

Mary buscou o whisky, levou para seu quarto; A certa altura as lágrimas já haviam secado

"Meu caminho, tão conturbado, minhas chances de ser feliz sem ele são quase ínfimas nesse momento... talvez ele tenha voltado para Dublin por causa dela... ele voltando para ela, e eu aqui, voltando para nós!"

As lágrimas voltaram novamente; Mary bebia compulsivamente. "Eu te amo tanto, Tom! Mas isso não é o suficiente! Você ama esse seu mundinho louco, e eu amo o meu mundo, talvez nunca iremos conseguir nos afastar disso, que nos consome como o ópio, nós não somos adictos da mesma coisa!"

Alguém bateu na porta "Milady o gongo já tocou e a senhora não me chamou para a troca de roupa, está tudo bem?" Anna perguntou.

"Entre Anna, eu estava apenas dizendo mais uma vez adeus, morrendo novamente, como se já não tivesse morrido umas cem vezes! Hoje eu vou voltar para o preto ! Vou voltar para o preto!"

"Mas milady, já faz tanto tempo, eu não gostaria de ver a senhora assim de novo"

Mary tomou mais um gole da bebida, Anna estava confusa, será que lady Mary estava delirando? "Sabe Anna, a vida é como um cano e eu sou aquela moedinha minúscula que sempre cai no cano e sai rolando parede a dentro, se perdendo para sempre! Estou um pouco alta, eu sei, você não precisa me dizer! Mas você não entende Anna, eu terei que seguir em frente sem meu homem, nós dissemos adeus com palavras e eu morri umas cem vezes! E eu vou voltar para o preto de novo, é assim que eu me sinto!"

Anna não entendia nada, só sabia que ela não estava bem, buscou um vestido preto para que ela pudesse descer para o jantar, pois se recusara a vestir qualquer outra cor; O jantar foi um complexo silêncio e as senhoras estavam imersas em um ar de perplexidade "Porque raios Mary havia voltado para o preto total? Porque ela voltava a ficar desolada dessa forma?"

Ela não sabia, como poderia adivinhar? Em Dublin, Tom estava na mesma situação, vestindo um terno preto, um pouco alto...só que a sua droga favorita para afogar as tristezas não era whisky, mas muitas e muitas cervejas.

Era tudo mentira, tudo o que ele escreveu naquela carta era mentira. Ele morria cem vezes a cada adeus que dizia a ela, e numa tentativa desesperada de fazer com que ela seguisse em frente, ele inventou toda essa história em alguns minutos, trocando o papel cheio de "eu te amo" por esse cheio de "mentiras". Ele a amava tanto, mas isso não era o suficiente, eles precisavam seguir caminhos diferentes, ele precisava fazê-la desistir de qualquer esperança. ele voltara a sentir aquela sensação horrível novamente, ele voltava para o luto, era o fim.

O adeus tinha sido dito apenas com palavras, não verdadeiramente com o coração, mas ninguém precisava saber disso.


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Notas finais do capítulo

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