Tom & Mary - jornada musical escrita por IsaOli


Capítulo 10
Hoje a noite não tem Luar


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é inspirado na música "Hoje a noite não tem luar" do Legião Urbana, adorei escrever esse!



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Sybbie perguntava para seu pai onde estava George, tia Mary e a babá; Eram as pessoas que a pequena tinha mais contato na casa, não que ela não sentisse falta dos outros, mas esses em especial, estavam fazendo muita falta. Ela adorara a pequena casa da vovó, conhecê-la, ganhar tanto mimo e tantos doces, poder correr pela casa sem ninguém dizendo a ela como deveria se comportar, Tom também gostava disso. Depois de passear pelo parque e de jantar, a pequena adormeceu. Dormir era uma dificuldade para Tom; Ele amava sua mãe, amava a Irlanda, mas ali não era mais o seu lugar, ele não queria estar ali, ele apenas sabia que era preciso.

"Mamãe, você cuida de Sybbie para mim, caso ela acorde? Eu gostaria de dar uma volta na praia." Ele pediu a sua amável mãe. "Mas querido, já está entardecendo, porque não deixa para ir amanhã pela manhã?" Ela tinha certa preocupação pois a Irlanda havia passado por muitas transformações e Dublin não era ainda um lugar totalmente seguro. "É só uma volta, eu não vou demorar"

Ele saiu, precisava; Havia olheiras em seus olhos por não conseguir dormir direito todas as noites e aquela conversa com Mary no telefone fez Tom não pregar o olho na noite anterior, ele achou que se ele se cansasse fisicamente assim como estava psicologicamente exausto, o sono poderia vencê-lo.

A casa da Sra Branson ficava a algumas quadras da Costa, Tom se sentou sobre uma enorme rocha, assistindo o entardecer. "Mary adoraria a vista daqui" ele pensou enquanto tentava não pensar nela. A noite estava ficando escura aquele dia, a Lua talvez decidisse não aparecer e de certa forma o barulho das ondas quebrando acalmaram Tom; Ele resolveu deitar sobre os braços cruzados e deixar a maresia tocá-lo; logo adormeceu.

Mary estava com os pés descalços e um vestido de tecido fino, quase transparente, também decidira passear pela praia a sós naquela dia, ele não a conhecia mas de imediato se sentiu atraído por aquela jovem moça de ar altivo, pele clara e cabelos escuros e de mansinho se aproximou - Ele estava sonhando.

"Olá amor, você está tão sozinha, Posso te fazer companhia?"

Ela sorriu para ele, foi assim que eles se conheceram, naquele dia junto ao mar, as ondas vinham beijar a praia, o sol parecia brilhar de tanta emoção, ela se sentou ao lado dele (naquela mesma rocha em que estava adormecido) um rosto lindo como o verão e um beijo aconteceu. Ela olhava de forma estranha para ele, como se nunca tivesse visto alguém parecido, a pele dele estava um pouco queimada do sol e suas sobrancelhas eram douradas, ele vestia uma roupa tão simples quanto a dos lacaios que trabalhavam na casa dela, mas ela conseguia ver nele algo mais do que isso, como se pudesse ver dentro, uma segurança, clareza e contentamento do qual ela vinha buscando a vida toda ...era isso que ela queria, alguém como ele; Não seu primo Patrick ou um dos filhos do sr. Merton, nem o Sr. Strallan, mas alguém exatamente como ele. "Branson, não é?" ela perguntou mais uma vez; "Eu ficaria feliz se você me chamasse só de Tom, ou Tommy se preferir" ela sorriu "Tudo bem Tommy! Então me chame só de Mary!" Ele comprou refresco para os dois. Uma cadela da raça Labrador aparecera, era Isis, Mary se levantou rapidamente e disse que precisava ir, seu pai deveria estar por perto, mas ela voltaria a noite para reencontrá-lo. Eles eram jovens no sonho de Tom, apenas 21 anos, ele ainda morava em Dublin, ela fora com a família passar férias conhecendo a Irlanda, uma menina rica com um certo ar de insatisfação e cheia de dúvidas.

Se reencontraram a noite, resolveram passear sem rumo, num lugar um pouco escondido, Tom resolveu pedir-lhe outro beijo, ela tocou seu rosto e levou o dela ao seu encontro; Havia uma Lua tão linda no céu que fazia ela lembrar da prata polida de Downton, o brilho das estrelas nas ondas fazia tudo ficar mais bonito, Mary finalmente tinha encontrado o que queria, "O mundo pertence a nós!" Ela exclamou tocando a bochecha dele delicadamente com as mãos, ele tinha certeza de que isso não era um sonho, até que foi acordado por um cachorro cheirando sua orelha esquerda. Era um sonho, a possibilidade mais pura de que esse amor pudesse acontecer era apenas um sonho. Era a sua mente procurando maneiras de poder pensar nela sem se sentir culpado, antes de tudo e de um jeito completamente diferente.

A noite não tinha luar, nem estrelas brilhando no chão; Ele estava sem ela. Por instinto ele a procurou, mas ele nem mesmo sabia onde Mary podia estar naquele momento, certamente era a pelo menos um mar de distância. "Onde está você, amor?" ele perguntava;

Tom resolveu ir embora, a noite estava muito escura para ficar ali e sua mãe poderia ficar preocupada. Entre a Lua e o mar haviam sombras; Entre Tom e Mary as mais densas delas... "Onde está o meu amor?"


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Notas finais do capítulo

Eu não sei exatamente o lugar onde a mãe de Tom mora na Irlanda, por isso, aproveitando que Dublin seria um lugar mais óbvio, e como por lá tem praia, resolvi colocar como sendo lá.
Patrick era o primo herdeiro que Mary iria se casar antes de 1912, quando o mesmo morreu no acidente do Titanic, Sr Strallan e os filhos do Sr. Merton- que é seu padrinho- seriam também os homens que Mary teria mais contato quando jovem.



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