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Paul sorriu de canto, ela estava tão linda de vestido e por um erro bobo não em seus braços, haviam discutido e o colega de treino a convidara antes para uma festa à fantasia, ela aceitara só para irritá-lo. Ele bufou ao lembrar-se disso, deveria deixá-la ir, mas sabia muito bem que isso era impossível. Eles eram melhores amigos e melhores amigos não se vão, mesmo quando são namorados.

–Paul, você pode ao menos fingir que está me escutando e não olhando pra Verônica? – a garota que estava a sua frente franziu o cenho, ela estava vestida de sereia, ou algo assim, só conseguia ver os peitos marcados pelo top de conchas – Ela nunca vai vir pedir desculpas pra você e nem sentir ciúmes se ficar babando por ela.

–Mas... Mas... Clara... – ele abriu e fechou a boca, sabia que a garota estava certa, ela sorriu, ela estava o acompanhando meramente porque para entrar precisava de um par e queria chegar perto de Richard, como os meninos iam tocar não precisavam levar um par, só se quisessem e Richard era tímido demais para convidar a garota mais popular do colégio para uma festa, aliás ninguém sabia muito bem o que Clara Starkey viu nele, mas Paul iria ajudar o amigo e obviamente a garota. Talvez ela estivesse querendo retribuir a ajuda e também fazer ciúme no baterista.

–Eu estou certa, ou você faz isso direito ou prepare-se para esquecê-la – ele levantou uma sobrancelha – Se é que você consegue...

–Você conseguiria esquecer sua fixação pelo Richard? – ela só respondeu com um sorriso e levantou, puxando-o começando a dançar. Ainda era vez do DJ e logo Paul precisaria cantar, não podia se cansar muito ou perderia o potencial da voz – Clara...

–Só dance comigo, sei que você é bom nisso – ela sussurrou, passando os braços em volta do pescoço dele – Ela já está olhando puta da cara.

Verônica estava dançando despreocupadamente com o garoto que a convidara, ela tinha impressão que o nome dele começava com H, mas não tinha certeza, os garotos do treino pareciam ter todos os mesmos nomes e a mesma cara, pelo menos depois que ela e Paul começaram a namorar era assim. Eles só pareciam ser diferentes quando ela e Paul brigava, o que andava muito comum, os dois estavam estressados e eram imaturos.

Ela sabia que fora imaturidade brigar com ele e de raiva aceitar o convite do outro garoto, na verdade isso fora babaquice, mas ela não ia chegar para o guri e dizer “Viu, eu tô arrependida porque eu e meu namorado meio que vamos fazer as pazes daqui a duas horas e tudo vai ficar certo” e nisso ela tornou um abriga de um dia em uma briga de duas semanas.

Mas o que a fizera reconhecer isso foi vê-lo entrar com Clara Starkey, não que ela não suportasse aquela garota ou tivesse inveja como a maioria das outras garotas, para Verônica, Clara nem fedia e nem cheirava, mas agora ela estava dançando com o seu cara, rebolando e se esfregando.

–Ei, quer dançar, ou vai ficar olhando pro seu ex com cara de ciuminho? – ela ouviu o garoto que estava com ela dizer, puxando-a para si. Verônica simplesmente o empurrou para longe.

–Ele ainda não é meu ex-namorado e eu não quero dançar com você – ela resmungou, virando as costas e saindo pisando forte. Ela estava vestida de Canário Negro, o que era quase uma piada, porque Paul estava vestido de Arqueiro Verde.

–Tem um garoto indo atrás dela – Clara falou no meio da dança – Acho que ela se irritou... Paul, acho que vai dar merda – ela parou de dançar ao mesmo tempo em que Henry (era o nome do garoto mesmo) agarrou Verônica e lhe deu um tapa no rosto, quer dizer tentou, porque ela arqueou o corpo e quando voltou meteu um soco bem dado no meio do nariz do garoto, seguido por um chute no saco.

–Verônica, sendo Verônica – Paul deu um meio sorriso e tirou Clara da frente indo até Verônica, aparentemente ia começar a dar merda, porque alguns garotos apareceram e estavam tentando segurá-la – Ei, ei, o que tá rolando aqui?

–Sua vadia é uma selvagem, isso é que ela é – Henry cuspiu e Paul respirou fundo, franzindo o cenho.

–Se você chamar ela assim de novo, vou deixar ela acabar com você – Paul estava com uma as mãos no ombro de Verônica e aquilo fora imediato para ela relaxar o corpo – Não estou brincando, agora vá curtir a festa cara.

–Ela é uma garota...

–Eu sou Verônica Smoak – aquilo soou um pouco assustador – Campeã do time de luta e da academia Awki, tem certeza que quer brigar? Não vou usar a força contra você, garotinho.

–Você que aceitou o convite... – ele resmungou, retraindo os ombros, não entraria na briga, algo nos olhos dela o assustou de verdade.

–Uma das piores decisões da minha vida e olha que já tomei decisões bem idiotas – ela deu de ombros, empurrou a mão de Paul de seu ombro e virou as costas, pisando fundo, estava saindo da festa, para ela aquilo bastava.

Paul foi atrás dela. Talvez estivesse a fim de apanhar.

–Verônica, sossega aí, por favor, precisamos conversar – ele segurou a mão dela e a puxou para si, a garota não demonstrou resistência, estar nos braços dele era bom demais para isso.

–Eu sei, eu fui muito infantil em aceitar o convite dele e não querer voltar atrás – ela resmungou, Paul sorriu.

–E eu fui muito idiota em brigar com você por bobagem, de novo – ela sorriu.

–Me desculpa? – os dois disseram juntos, deram sorrisinhos e se abraçaram forte. Paul a beijou e Verônica correspondeu. Eles sabiam como ia acabar, ela no quarto dele, em seus braços, como todas as outras brigas idiotas que tiveram. Sempre acabava em sexo e juras de amor.

Afinal de contas eles nunca conseguiriam esquecer um ao outro.

“I never seemed to act so stupid

Oh here we go

He a part of me now, he a part of me

So where he goes I follow, follow, follow

Oh, oh, oh, oh

I can’t remember to forget you”