Gwen estava extremamente irritada. Ela consultava o relógio a cada cinco minutos e se irritava cada vez mais. Não era a primeira vez na semana que Peter a deixava esperando quando marcavam encontros. Não era a primeira vez nem naquele dia!

Mais cedo, ele havia marcado de almoçar com a garota, mas não dera notícias até o entardecer, quando propusera um jantar romântico para compensar a falta daquele dia e de todos os outros seis dias da semana.

Ela realmente estava tentando relevar tudo aquilo, o que se tornava particularmente difícil a cada dia que se passava. Com toda a sua gentileza, Gwen seria capaz de entender qualquer situação que Peter estivesse enfrentando, contudo, ele não se dignava a explicar. Os mistérios permaneciam, e as desculpas, cada vez mais esfarrapadas, viriam, talvez naquele mesmo dia mais tarde, ou no dia seguinte.

– Ah, mas isso não vai ficar assim. – Ela concluiu, após se dar conta de que esperara em vão durante uma hora e agora estava faminta. – Ninguém rejeita Gwen Stacy, meu caro.

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– Me perdoe. – Ele insistia, no dia seguinte. Essas duas palavras combinadas, por mais mágicas que pudessem ser, não apagavam o que havia passado. Mas como ele poderia explicar que perdera um dos encontros por precisar enfrentar um cientista gordinho com braços metálicos? E que importava se o Homem de Areia havia fugido da Balsa, a prisão de segurança máxima, e ele precisou prendê-lo novamente?

– Peter Parker. Você é o maior babaca do mundo. Tudo o que eu queria era você ao meu lado, mas você só se importa em aparecer para se desculpar. Por coisas que vai fazer novamente. – Ela sentenciou, com a voz carregada da decepção acumulada por dias.

– Não, eu errei, mas dessa vez vai ser diferente. Eu juro, tudo mudou.

Do jeito que ele falava, ela quase caía na tentação de acreditar. Quase. Não era por falta de vontade, Gwen Stacy daria tudo para acreditar nas palavras do namorado, para fazê-las virarem reais. Tê-lo ao seu lado não bastava, precisava conversar, abrir-se com alguém, alguém que não a fizesse se sentir abandonada. E naquele momento, Peter Parker era a última pessoa no mundo que lhe daria aquela sensação:

– Não, Peter, quem errou fui eu, ao acreditar tão cegamente em você. Não me faça mais promessas e nem me chame mais, por favor.

– Gwen… - Ele balbuciou, enquanto ela dava as costas pisando firme. A determinação em seu caminhar não refletia no seu olhar, enquanto algumas lágrimas caiam sem convite. – Você não está terminando comigo, não é? – Gritou.

“Ah, meu Deus, não olhe para trás”, ela pensava enquanto ouvia aquilo. Não queria responder. Os seus próprios sentimentos estavam confusos, precisava de um tempo sozinha enquanto tomava a decisão. “Por que você precisa ser assim, Peter?”, suspirou, melancólica.