Super natural escrita por Lady Salieri, Nami Otohime


Capítulo 4
Capítulo 4 - Estar ao seu lado era tudo o que eu queria


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas lindas!
Mais um dia firme e forte.
Dia 04: Meu erro =D

Espero que gostem.
Bjos!



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Dean andava de um lado para o outro no saguão de hospital, debatendo-se contra sua própria culpa, cujas garras apertavam-lhe o pescoço. Castiel, seu maldito, onde você está?!? No final das contas, aquele maldito demônio queria a ele e a Sam, e ela e o irmão foram apenas acidentes de percurso... Por que diabos tinha de ser tão nocivo, tão peçonhento...? E a imagem dela afogando no próprio sangue estalava em enxaquecas, cada vez mais fortes, e mais fortes, e mais insuportáveis.

–- Ela vai ficar bem, Dean , o socorro foi rápido -- Sam tentou acalmar o irmão.

Dean sentou-se por um momento, limpando o suor do rosto e passando as mãos pelos cabelos, juntando os cotovelos em um escudo ridículo contra aquilo tudo.

Não me faça promessas
[...]
Eu não [...]
quero acreditar
Que vai ser diferente

–- Eu não... Sammy, eu não...

–- Sossega, Dean, daqui a pouco alguém dará notícias.

Mas aquele intervalo nefasto que misturava todos os venenos sabia amargo, e mais ainda porque ele conhecia cada nuance do gosto com uma intimidade indesejada...

Lavignia podia não ser a primeira por quem ele se apaixonava, mas que fosse a última for Christ sake! A impossibilidade de sair daquele caminho que abraçara tão cedo tornava-o mais pesado, e tudo nele doía, cada dia mais, cada dia mais...

O meu erro foi crer

Que estar ao seu lado

Bastaria

Ah! Meu Deus

Era tudo o que eu queria

Castiel apareceu no mesmo momento em que o médico chamava Dean para conversar sobre o estado dela. Não havia com o que se preocupar, ainda que fosse por milagre. Aquela informação foi um alívio, porém ele soube que o demônio não a ferira fatalmente de propósito, o que lhe causava medo do futuro -- medo por ela, claro, se dependesse dele, apenas se colaria ao seu corpo e viesse o que viesse...

–- Se quiser, podem ir vê-la. Ela está sedada, mas acordará a qualquer momento.

Dean esfregou os olhos, que ardiam, e encaminhou-se para o quarto, acompanhado pelos outros dois. Entrou sorrateiro, sentou-se na poltrona a seu lado e tomou-lhe a mão, beijando-a. Em seguida levantou-se e virou-se para Castiel.

–- Você pode fazê-la esquecer tudo, não é?

Castiel olhou-o por uns segundos antes de acenar afirmativamente com a cabeça.

–- Faça-o -- a dureza do timbre só revelava mais o que ele queria esconder. -- É melhor irmos embora, Sam. Pegar a estrada.

–- Mas...

–- Mas, nada. Vamos.

Saíram do quarto sem olhar para trás. Se Dean o tivesse feito, no entanto, teria percebido a lágrima rolando pelo olho esquerdo de Lavignia.

–- Você não precisa fingir para mim -- Castiel disse, assim que a porta do quarto se fechou.

Lavignia abriu os olhos:

–- Você não vai me fazer isso que ele disse, não é?

–- Não posso te fazer nada que você não queira -- um sorriso terno abriu-se-lhe no rosto. -- Mas seria bom se livrar da dor, você não acha?

***

Os passos dos dois irmãos eram pesados como a atmosfera do hospital, mesmo que por motivos diferentes: Sam tentava descobrir algo que o convencesse a ficar mais um pouco, e para Dean aquela caminhada era simplesmente difícil...

Ambos só foram tirados daquele transe pelo susto da batida de uma porta e a queda de alguns instrumentos logo em seguida: Era ela.

Dean voltou correndo, de modo a tentar ajudá-la. Onde estava o desgraçado do Castiel?

–- Antes que você pergunte, seu amigo anjo desapareceu no ar, como apareceu -- Ela tirava-lhe a dúvida ao reconhecê-lo.

–- Lavignia, você... -- Dean tirou o soro do suporte e o entregou-lhe, carregando-a no colo em seguida. Apesar da frustração em ter seus planos estragados, estava aliviado por vê-la consciente, e consciente dele.

–- Você não tem o direito -- ela o interrompeu -- de decidir as coisas por mim, Dean -- disse não com raiva, mas desapontada. -- Posso entender todos os seus motivos para ficar longe, ainda que não aceite nenhum deles, mas não posso permitir que você também pense por mim, porque é ridículo.

Eu conheço os seus passos

Eu vejo os seus erros

Não há nada de novo

Ainda somos iguais

Ele colocou-a de volta na cama:

–- Eu só queria te proteger dessas memórias ruins. Quantas vezes você conseguiu pisar numa escola depois daquilo tudo? Quantas vezes você conseguiu dormir bem? E não te aterroriza essa impotência diante de tantas forças que você ignorava há duas semanas?!

Ela permaneceu em silêncio uns segundos... Estava petrificada de medo. Talvez só não estivesse em profundo choque justamente porque Dean estava ali. E mesmo que ele fosse a causa, era também o consolo que tornava tudo mais suportável.

–- Você devia ter deixado o Castiel apagar as lembranças minhas.

Lavignia não conseguiu mais esconder a frustração que sentia:

–- Assim, finalmente não teria me restado nada, seu estúpido! Frente a tudo o que aconteceu, você é a única pessoa que me faz querer viver mais um dia. Sem isso eu seria o quê? Com uma memória falsa eu seria o quê? Se estando perto, você é uma ameça para mim, longe também o é... E é exatamente disso que você tem medo de se dar conta, porque isso representa algo muito maior e que escapa do seu controle!

–- Por isso mesmo você deveria ter deixado o Castiel ter te ajudado! -- ele gritou.

Ela fechou os olhos, suspirou e acariciou o curativo no pescoço:

–- Dean -- ergueu a mão na direção dele e ele a segurou. -- Só fica aqui mais um pouco. Pelo menos nesses próximos minutos, não me abandone jamais.


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Notas finais do capítulo

Espero que tengam gostado o



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