Eram raros aqueles momentos de tranquilidade que o trio podia desfrutar, e talvez por isso mesmo fossem mais importantes do que nunca. Lavignia preparava um ravioli enquanto Sam e Dean falavam de amenidades e escutavam uma música ao fundo.

Quando o cheiro do prato se espalhou pelo lugar, ambos os irmãos rodearam-na, querendo experimentar “para verem se estava bom, de fato”. Entre as censuras bem humoradas dela para esperarem a comida ficar pronta, talvez eles, Dean mais especificamente, se lembrassem, assim como ela, do tempo em que passaram em Wyoming, quando aqueles momentos era mais frequentes e mais felizes, na companhia de Lorenzo que sempre tinha algo para contar. Ali sentia um pedaço de Wyoming consigo e tentou agarrá-lo com mais força para espantar os gritos do irmão cujo eco ainda ressoava em si.

Nós arranhamos, acorrentamos nossos corações [...]

Pulamos, sem nunca perguntar por quê

Nós nos beijamos, eu cai no seu feitiço

Um amor que ninguém poderia negar

Durante o banho que tiveram, poucos momentos antes, Dean lhe contara um grande pedaço da sua vida, mostrando que entendia exatamente o que se passava com ela. Queria do fundo do coração que a experiência dele servisse para orientá-la. Não se tratava de controlar as decisões dela, como Lavignia afirmara, tratava-se de protegê-la com o que podia.

Nunca diga que eu apenas saí andando

Eu sempre irei te querer

[...]

Claro que ela entendera tudo… E entendeu também que nem podia acreditar no que Crowley lhe fizera ver, dado que um dos seus dons era o de manipular a realidade. Não acreditava que podia ter se enganado tanto com alguém como aconteceu com Crowley, mas as coisas eram como eram.

De todos os modos estava feliz porque, mesmo que Dean estivesse muito diferente, graças àquela marca, tinha certeza, sentia-se mais próxima dele. Compartilhando a mesa com ele e Sam quase sentiu-se da família, e a sensação disso era indescritível.

Eu cheguei como uma bola demolidora

Nunca tive um amor com tanta força

Tudo que eu queria era quebrar suas paredes

[...]

Só queria que você me deixasse entrar

[...]