Lavignia escutava Crowley chorar no quarto, enquanto estudava o que se havia proposto estudar. Havia pouco aplicara-lhe uma dose de seu próprio sangue e o viu se transformar em algo diferente daquela figura que apareceu no trem, como se seu sangue tivesse-lhe clareado as veias com um tom que ele nunca vira. Era estranho pensar que aquele senhor desconhecido precisava dela assim… “Pessoas boazinhas como você e o 'moose' parecem uma droga mais forte, especialmente se se cedem de livre e espontânea vontade, por pura ironia desse filho da puta a quem chamam deus”... Não se achava tão boazinha como ele dissera, mas Crowley afirmou saber mais dessas coisas que qualquer um.

Escutando-o ali no quarto, “carregando ao peito hipotético mais humanidades que Cristo”, e diante de todas aqueles fatos e histórias surreais com que estava lidando, talvez houvesse algo de cármico nesse encontro dos dois.

Você voltou para o que você sabia
Saindo totalmente de tudo pelo que nós passamos
E eu trilho um caminho conturbado
Minhas chances estão empilhadas, eu voltarei para o luto

Pensou em Dean… Já com a cabeça mais fria, achou que deveria entrar em contato com ele. Sendo como era, deveria estar pensando o pior… Naquele lugar onde foram parar não havia nada além de uma grandíssima biblioteca, e ela não havia levado nada consigo, porque Crowley dissera que, com o celular, os irmãos Winchester a achariam antes que pudesse descer do ônibus, a última coisa que ela queria naquele momento.

Não. Talvez fosse melhor se informar mais, estudar mais, aprender a manejar armas e estar pronta para quando visse Dean outra vez.

Nós apenas dissemos adeus com palavras
Eu morri uma centena de vezes
E você volta para ela
[...]
Eu volto para nós