Vivendo uma canção escrita por Dessa_Soliman


Capítulo 19
Bem que se quis


Notas iniciais do capítulo

Complicadíssimo escrever uma fic com essa música. Eu não sabia que linha seguir e fiquei frustradíssima.
Enfim, baseado em Bem que se Quis da Marisa Monte.
Eu gosto da música, mas escrever com ela como tema....



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Jack segurou em seu travesseiro, mordendo seus lábios com força. Ele não deixava muitos gemidos saírem, para não falar nomes. Sua mente ficava extremamente perturbada com tanto prazer e com um orgasmo eminente.

Sentiu seu parceiro por mais força nas estocadas e não conseguiu segurar alguns berros, mas proibiu-se de falar algo além disso. Ouvia a voz do outro gemer em seu ouvido, a boca beijá-lo em todos os locais, mas só conseguia permanecer com os olhos fechados, os braços agora segurando o outro pelo pescoço, enquanto gemia onomatopeias. Ele se negava, veemente, a formar nomes e frases.

Ele sabia que ia dedurar-se caso o fizesse. Puxou o rosto do outro e o beijou enquanto atingia o orgasmo, sentindo um cansaço absurdo dominar seu corpo. Segundos depois o outro jogava-se ao seu lado, logo retirando a camisinha.

Ele ainda mantinha os olhos fechados e o silêncio instalou-se no ambiente, sendo cortado apenas pelas respirações ofegantes. Sentiu os braços de Bunny rodearem-no e deitou em seu peito, engolindo em seco com o sentimento de angústia que se apossava dele, toda vez que terminavam o ato.

Ele nunca desejara Bunny em sua cama, mas seu corpo lhe traía e eles sempre acabavam transando.

Permitiu-se adormecer, sabendo que logo acordaria com o outro já de banho tomado e prestes a sair de seu apartamento. Pelo menos não precisavam trocar palavras. Não era necessário. Ambos eram como uma forma de escape para suas frustrações.

Através do sexo se entendiam e não precisavam ultrapassar aquela linha.

...

Jack despediu-se de sua vizinha e sentiu a mão pequena segurar a sua. Sand era um garoto de doze anos, porém sua deficiência fazia com que a mãe o tratasse de uma forma super protetora e preocupada. Ele só não desenvolvera a fala, nada além disso.

Gostava de acompanhar o mais novo até sua escola. O menino era alegre, e por causa dele forçara-se a aprender a língua dos sinais. E eles se comunicavam bem. Logo em frente a escola, Sand já tinha uma amiga lhe esperando, como todos os dias. Ela era um amor com todos e Jack gostava dela também.

Thoothiana, a menina que sempre acompanhava Sand começou a falar loucamente, enquanto ambos tentavam acompanhar o raciocínio da menina. Tentar era uma ótima palavra, porque logo Jack nem mais fazia isso.

Ele só tinha olhos para o professor dos dois. Pelo que ficou sabendo, aquele moreno dava artes. Era alto, um pouco maior que ele próprio, mas as semelhanças terminavam ali. O corpo físico do outro era bem estruturado, coisa que ele adquirira pelo habito da cavalgada, pelo que descobriu através de Sand. Também tinha aquele cabelo grande e bagunçado, que ele sempre fazia duas transas do lado direito. E o sorriso dele era tão... brilhante.

Jack já fizera algumas homenagens homéricas àquele professor. Homenagens nem tão puras assim, entre quatro paredes e janelas fechadas, suspiros aleatórios, sussurrando o nome do mais velho enquanto sujava sua mão ou alguma roupa.

O que ele podia dizer em sua defesa? Aquele professor o enlouquecia, e eles nunca trocaram mais que algumas palavras e, normalmente, sobre Sand.

Sentiu alguém cutucá-lo e olhou para a pessoa, vendo que era seu vizinho. O menino fez vários movimentos de mão, rapidamente, que fizeram Jack corar. Respondeu ao garoto da mesma forma, mandando ele parar de sonhar e não se meter naquilo.

Ok, ele não era muito discreto, e uma criança de doze anos reparar que estava gamado em seu professor era constrangedor.

Acenou para os dois e se afastou, ainda encarando-os. Por obra do destino ou por ser um desastrado, assim que virou-se bateu contra alguma coisa e sentiu-se extremamente envergonhado por tê-lo feito.

— Sinto muito, estava distraído. — E é claro que ele tinha batido de encontro ao professor em que era gamado. Corou absurdamente e tentou falar algo, mas somente gaguejou e acabou desistindo. Ele sentia seu rosto em chamas. E ouviu a risada do homem a sua frente, se negando a levantar os olhos para encará-lo. — Está tudo bem, Jack?

E sentiu seu peito saltar de tanta emoção ao saber que o outro ainda lembrava seu nome.

— Yeah. Claro. Hãm... Eu tenho que ir. Desculpe. — Ele se afastou do professor e praticamente correu para fora do colégio de Sand, sentindo seu coração pular no peito, suas mãos suarem frias.

Caminhou em direção a sua própria faculdade e não pode deixar de sorrir levemente, ainda envergonhado por sua distração.

...

Hiccup chamou o menor aluno de sua sala. Era incrível como Sand era pequeno. E tinha uma desculpa para aquilo. O menino estava uma série avançado. E o próprio professor não fora um exemplo de masculinidade até estar na faculdade.

Com alguns movimentos de mãos, pediu para o menino sobre o amigo dele. Mesmo que o menino pudesse ouvir, era educado conversar com ele em sua própria língua. Além disso, era sigiloso. Desde que vira-o pela primeira vez que o garoto lhe chamara atenção. Afinal, não era todo dia que via-se alguém de cabelos brancos e tão pálido. Isso sem contar com a forma sempre chamativa de vestir-se. Não que ele se vestisse mal, mas normalmente fazia a mentalidade de alguém, como Hiccup, imaginar cenas pouco castas com aquele corpo.

O menino sorriu como sempre e contou o pouco que sabia sobre Jack. O vizinho fazia faculdade de Jogos Digitais e trabalhava em casa, com manutenção de games e sites. Ele fora criado por um tio, que se chamava Norte, porque seus pais morreram quando ainda era muito jovem. E tinha uma irmã mais nova que de vez em quando ia visitá-lo, e Sand comentou que ela era engraçada e que parecia ser a irmã mais velha, de tantos conselhos e sermões que passava no vizinho.

Sand falava de uma forma que parecia oferecer Jack para Hiccup.

...

Jack cansou de esperar o pequeno em frente à escola. Como seus horários batiam, ele sempre levava e ia buscar o menino, como prometera a mãe do mais novo. Como não trabalhava em uma empresa física, e sim virtual, ele tinha muito tempo disponível. Sand normalmente ficava em sua casa durante às tardes, e enquanto o menor fazia seus deveres, ele trabalhava. E depois ambos ficavam jogando videogame.

Entrou na escola e caminhou até a sala em que o vizinho estudava. Assim que chegou, bateu duas vezes na porta, abrindo-a. Sand estava sentado em uma mesa e Hiccup estava a sua frente, os braços cruzados enquanto o menor fazia diversos movimentos de mão, rapidamente.

Ambos olharam para o intruso e Sand sorriu, como sempre, prestes a pular da mesa para ir ao seu encontro.

— Desculpe, você demorou, vim ver se tinha acontecido algo. Ele aprontou alguma coisa? — Apesar da amizade de ambos, talvez pela diferença absurda de idades Jack considerava Sand um irmãozinho. Ele estava genuinamente preocupado ao entrar na sala e encontrar aquela cena, que eu sua mente parecia tão tensa.

— Não, eu que peço desculpa por atrasá-los. — Hiccup ficou a altura do menor e agradeceu-o. Depois ele encarou os olhos castanhos de Jack com tamanha intensidade que o outro ficou corado com aquilo.

— Então... Tchau. — Ele saiu. Oferecendo sua mão a Sand que pegou-a imediatamente. Quanto mais longe do professor, melhor.

Assim que estavam fora da escola, Jack sentiu o celular vibrar e tirou-o do bolso, encarando o número desconhecido. Era uma mensagem simples, que fez seu coração disparar loucamente. “Vai fazer algo sexta-feira à noite? Hiccup”

Ele quase não conseguiu responder, e depois de tê-lo feito se arrependeu amargamente. Agora ele tinha um encontro com o professor de seu vizinho. E não pode deixar de comentar o quão filho da puta o garoto era por ter entregado-o de mão beijada para o professor gostoso. O menino apenas riu, daquela forma meio silenciosa.

...

Jack possivelmente nunca gostou tanto de uma transa. Puta que pariu, Hiccup sabia como levá-lo ao orgasmo. Era quase como se eles transassem há anos. Estava quase chorando de tanto tesão quando finalmente gozou, sentindo o prazer que aquilo proporcionava ao mais velho. Ele gemeu, falou obscenidades e ainda chamou pelo nome do outro loucamente.

Quem se importava com sexo casual quando se era namorado de Hiccup?

Um mês e meio. Um mês e meio que saíam. Um mês e meio que Jack ficara em abstinência de sexo, negando Bunny de todas as formas possíveis enquanto aproveitava aquele sentimento novo de paquera. Nada de sexo fácil e casual. Ele e Hic desenvolveram um clima que apesar de sempre deixar os dois em ponto de bala, nunca atravessaram a linha do respeito mútuo.

Até aquela maldita noite. Nunca sentira-se tão feliz ao dizer sim para alguém. E a pergunta nem era “vamos transar?”. Era um “quer namorar comigo?”, e então ambos comemoravam na cama.

Bendita cama. Jack nunca sentira tanto prazer antes.

Ele sentia que não havia mais caminhos para voltar. De manhã ele ainda sorria absurdamente enquanto era acordado por carinhos, e não por um cara que queria sair o mias rápido possível. E foi assim por muito tempo depois daquilo, mesmo que, de vez em quando, ambos tivessem suas diferenças e suas brigas casuais.


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Notas finais do capítulo

Então, sem muitas delongas, vou deixar aqui só um beijo a todos e um até amanhã.
Me desejem sorte com a Miley Cyrus. E, desculpem-me, mas eu não gosto dela -.-



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